The Ruler And The Killer escrita por Marbells


Capítulo 10
Presentations


Notas iniciais do capítulo

Oi! Estou muito contente com as leitoras novas (e as antigas também) e decidi postar este capítulo ainda hoje.



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Um ano depois de falar pela primeira vez com Cato (e de nos tornármos inseparáveis), eu tive uma crise de asma durante um treino. Nunca tinha tido asma antes, mas, naquela vez, foi horrível. Lembro-me da leve sensação de ter um peso sobre o meu peito. Primeiro foi apenas incómodo, minutos depois eu tive de parar o treino e, menos de cinco mintos asseguir, eu estava incosciente e a caminho do hospital do Distrito 2. Como os meus pais não estavam presentes, Cato e a sua mãe ficaram comigo. Pelo que Enobaria me contou, Cato ficou totalmente desesperado quando soube que eu desmaiei e até deu um soco no garoto que lhe foi dar a noticía. Quando acordei, a primeira pessoa ou coisa que vi foi Cato, com um sorriso nervoso no rosto e olheiras enormes debaixo dos olhos. Nunca zombei tanto dele como naquele dia. Depois desse dia tive apenas mais alguns ataques de asmas, mas, com a medicação necessária, a doença desapareceu.

Mesmo assim, o fato de ele se ter preocupado tanto comigo nunca foi equecido e mexeu com algo dentro de mim. Penso que foi aí que começei a sentir algo mais por ele do que simples forte amizade. Mas, como eu podia saber isso? Eu era a garota das facas, cruel e sádica! Eu não sabia nada sobre sentimentos e, muito sinceramente, isso não mudou muito. A única diferença é que eu vou morrer dentro de algumas semanas, ou dias, e acho que isso acendeu uma espécie de luz no meu cérebro. Talvez fosse melhor isso não ter acontecido, e, talvez, o meu beijo – beijos, na verdade - com Cato tenha dificultado ainda mais as coisas, porque, agora, vai ser ainda mais dificíl desistir. Eu não quero saber de porcaria nenhuma de vitória e da vida gloriosa e luxuosa de um vencedor, eu apenas queria ter mais tempo com Cato.

E o pior é saber que, quando ele voltar para o Distrito 2, não vão faltar garotas a darem em cima dele, ainda mais do que antes. E ele vai escolher alguma garota e vão casar e ter filhos. E isso até poderia ser bom, se eu fosse a garota escolhida. É, isso vai ser dificíl mesmo, pois eu já vou estar bem morta nessa altura.

Afastei esses pensamentos da minha cabeça e levantei-me, o que não foi uma tarefa fácil, visto que os braços de Cato rodeavam possessivamente a minha cintura e quanto mais eu o tentava afastar mais ele se aproximava de mim. Apenas depois de várias tentativas, Cato cedeu, mesmo que ainda incosciente, e os seus braços soltaram-me. Dei-lhe um beijo rápido nos lábios e saí da cama. Eu não queria sair dali, mas não tarda iriam nos acordar e não seria nada bom se nos vissem no mesmo quarto, na mesma cama, a dormir abraçados e com sorrisos bobos no rosto. Nada bom mesmo.

Fui para o meu quarto e despachei-me rapidamente. Fiz o meu aqueciemnto rotineiro e, depois de comer, fui praticar a minha entrevista. Hoje seria, além do nosso último dia antes de irmos para a arena, o dia em que íamos ser entrevistados por Caesar e a entrevista seria transmitida para toda a população de Panem. O plano era simples e eu tinha de ser apenas eu. Isso ia ser fácil. O mais dificíl seria usar o vestido que tinham feito para mim, que era de uma cor entre o laranja e o rosa. E os sapatos eram de salto alto. Eu não usava salto alto. Nunca. Teria de convencer o miserável do meu estilista a dar-me uns sapatos rasos, mas até que isso não ia ser muito dificíl, desde que eu tivesse a ajuda da minha amiga faca.

Depois de uma hora a falar para um espelho, o que foi imensamente ridículo, fui treinar com Cato. Não falámos sobre a noite anterior, mas também não fingimos que ela não tinha acontecido. Pelo contrário, e tal como eu tinha previsto, Cato estava ainda mais possessivo e mandava olhares de aviso a todos os homens que olhavam para mim. Eu fazia o mesmo que ele, afinal, aquelas mulheres da capital só não eram mais discretas porque não queriam. Para miha alegria, beijámo-nos mais vezes quando tinhamos alguns minutos sozinhos, estávamos melhor do que nunca e Cato nunca me parecera tão tranquilo. O resto do dia foi normal e, agora, estávamos a ser levados para a entrevista.

Primeiro foi Glimmer, com um vestido que a fazia parecer ainda mais oferecida e fútil do que já era. Logo asseguri foi Marvel, ainda com mais cara de parvo do que era costume. Tenho de admitir que ele deu boas respostas e pareceu cativar a plateia, mas a mim (e a Cato) ele não enganava, não. Estava tão concentrada a admirar Cato, que, felizmente, pareceu não perceber isso, que só ouvi o meu nome quando o anunciaram uma segunda vez.

Sorrio de uma falsamente dócil e caminho para o palco amplo e iluminado. Caesar está sentado numa cadeira confortável e faz sinal para que me sente também. A plateia aplaude, assobia e grita o meu nome. A sensação é ótima e faz com que o meu sorriso se alargue ainda mais.

A entrevista foi rápida e simples, Caesar era um verdadeiro profissional. As suas perguntas eram diretas e ele sabia como entreter o púlbico, dava-lhes aquilo que eles queriam.

–Me diga, Clove, - Caesar inclinou-se na minha direção, a platei fez silêncio – há alguma razão especial para você ganhar estes Jogos? – dei um sorriso doce e perguntei de uma forma discretamente sarcástica:

–Além de querer viver? – Caesar e a plateia gargalharam – Na verdade, sim. Quero orgulhar o meu Distrito e os meus pais. Quero ser aquilo com que os meus pais sonharam e quero dar-lhes uma razão para terem orgulho de mim. – a plateia pareceu emocionar-se com a forma como eu falei, eu era uma boa atriz quando queria.

–E como é a relação entre você e os seus pais? – fingi pensar um pouco e sorri tristemente para onde sabia estarem as câmaras.

–Bem, nós não somostão próximos como eu gostaria. Os meus pais trabalham muito e eu também não tenho muito tempo livre, mas quando estamos juntos somos uma família normal. – menti mais uma vez.

–Diga-me, Clove, não há nenhum garoto á sua espera no Distrito 2? – a plateia ficou interessada e eu não pude conter uma gargalhada. “Oh, se eles soubessem!”.

–Não, Caesar, não há nenhm garoto. – o público pareceu ficar convencido da minha resposta, mas Caesar nem tanto.

–O que você gostava mais no seu Distrito? – essa pergunta eu já podia responder sem mentir.

–Hum… - fingi pensar durante alguns segundos – Lá no Distrito 2 há um pequeno mato perto da minha casa. De lá dá para ver as montanhas e é para lá que eu gosto de ir ás vezes. Fico sozinha e não há nada que me perturbe naquele lugar. – Caesar sorriu, satisfeito com o meu tom sincero e continuou a fazer perguntas.

A entrevista terminou aos três minutos, Caesar despediu-se educamente e a plateia gritou mais uma vez o meu nome. Agora era a vez de Cato.

Cato cumpriu perfeitamente o seu papel, embora, tal como eu, ele apenas tinha de ser ele próprio. “Sangrento e brutal, Cato” foi como Caesar o descreveu, era mesmo essa a impressão que Cato queria dar e tinha conseguido. Pude até ver uma garota tremer ao ouvir as palavras de Cato através do ecrã, ele ia rir tanto quando eu lhe contasse!

A entrevista de Cato pareceu ser mais rápida que a minha, mas, quando terminou, ele veio logo ter comigo. Deu-me um beijo rápido nos lábios e fomos para o apartamento. Aquela era a nossa última noite juntos antes de irmos para a arena. Na manhã seguinte apenas tomaríamos o pequeno-almoço juntos e depois só nos voltaríamos a ver na arena. Eu não queria que fosse assim, queria poder ficar com Cato sem as câmaras, sem os patricionadores e sem os outros tributos por perto. Eu queria que fosse apenas eu e Cato, mas isso parecia não poder ser possível.

–Pronta para amanhã, pequena? – Cato sussurrou contra o meu pescoço. Estávamos agora no meu quarto, deitádos sobre a minha cama. Já tinhamos jantado e já era tarde, eu estava cheia de sono.

–Claro que sim, eu nasci pronta, lembra? – gracejei e bocejei ao mesmo tempo, Cato riu e beijou a minha testa. Bem que ele podia ter beijado um bocadinho mais abaixo…

–Você está com sono, durma… - concordei e acomodei-me melhor contra o seu corpo, a cabeça no vão do seu pescoço, enquanto o nariz de Cato estava enterrado nos meus cabelos (como eu já disse, ele era meio obececado por isso).

–Prometa-me uma coisa primeiro. – pedi passado algum tempo.

–E o que eu tenho de prometer? – pensei um pouco, eu sabia o queria que ele prometesse, só não sabia como dizê-lo de uma forma que ele aceitasse.

–Prometa que vai respeitar todas as decisões que eu fizer. – Cato enrigeceu sob mim e levantou-se quase que bruscamente. Os seus olhos buscaram os meus e a sua expressão estava séria e confusa.

–O que você quer dizer com isso, Clove? – fechei os olhos e suspirei, eu não podia contar-lhe. Custava-me mentir a Cato, mas tinha de ser. Abri os olhos e forçei um sorriso, mentalmente, agradeçi por as luzes estarem apagadas, dessa forma ele não podia ver o brilho da mentira nos meus olhos.

–Não é nada, Cato. Eu não vou fazer nada de mal, - “pelo menos a você” pensei sombriamente – apenas prometa. – Cato pareceu um pouco hesitante, ele sabia que eu estava a omitir alguma coisa e isso magoava-o, eu podia ver nos seus olhos.

–Está bem, - murmurou passados alguns minutos – eu prometo. – sorri abertamente e abraçei-o pelo pescoço.

–Obrigada, garoto da espada. – beijei-o calmamente. Um beijo começou de forma lenta, apenas os nossos lábios se moviam, mas depois os seus dentes já mordiam o meu pescoço e o meu queixo. Eu queria apenas aproveitar o momento, mas Cato parecia ter outros planos.

Adormeçemos pouco depois, os nossos corpos praticamente colados um ao outro. Não dormi quase nada nessa noite, ao contrário de Cato, que parecia uma rocha a dormir. Os pensamentos não acalmavam, cada vez eram mais e piores. Depois, quando consegui finalmente adormeçer, não tive pesadelos nem sonhos, apenas recordações. Memórias dos tempos que passei no Distrito 2, antes e depois de conhecer Cato. Não me lembro em que momento isso aconteceu, apenas recordo que houve uma altura em que o meu cérebro pareceu enfim admitir a exaustão em que se encontrava e deixou-me, finalmente, adormeçer de verdade, sem sonhos, recordações nem pesadelos. Apenas dormir nos braços quentes de Cato, o único lugar onde eu estava verdadeiramente segura, não só dos outros, mas também de mim.



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Notas finais do capítulo

Posto mais assim que tiver pelo menos dois comentários! Ah, mais uma coisinha, eu fiz um blog no Tumblr onde podem fazer perguntas aos tributos (não importa de que Edição dos JV) e outras personagens. Este é o blog: http://questionstothetributes.tumblr.com/ . Então, passem por lá e deixem uma perguntinha para as vossas personagens preferidas (ou não) responderem. Aviso que nunca fiz isto antes, sou novata nisto, ok? Bjs



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