Ao abrir os olhos, Ed não pode ver nada, tudo indicava que havia sido sequestrado, estava amarrado a uma cadeira e não via praticamente nada. Estava em um quarto escuro e pelo que indicava o seu nariz, bastante empoeirado também. Ainda estava meio tonto e sonolento, deduziu que haviam dado um sonífero a ele. Mas quando? Na comida ou no suco provavelmente. Quem? Só havia Natasha com ele naquele momento, não poderia ser mais ninguém.

Depois de alguns poucos minutos tentando entender e ver mais algo do ambiente em que estava, Ed percebeu que não estava sozinho, tinha mais alguém amarrado junto com ele em uma cadeira que estava com as costas encostada nas costas da cadeira de Ed. A pessoa se remexia levemente provavelmente acordando também.

– Onde estou? - perguntou a pessoa e Ed reconheceu com espanto a voz de Natasha.

– Natasha?

– Edward? Você também está aqui? Porque estamos amarrados? O que fizemos para estar aqui? Onde estamos?

– Calma! Uma coisa de cada vez! Não sei muita coisa, mas... o que aconteceu lá na sua casa.

– E-Eu... não lembro.

– Tente se lembrar. Não lembra de nadinha?

– Lembro que... humm.... você começou a parecer mal e desmaiou. Quando fui tentar te ajudar, um homem todo encapuzado numa capa negra apareceu e aí... acho que apaguei.

– Um homem encapuzado? Conseguiu ver o rosto dele?

– Seria bom se tivesse visto mas infelizmente não muita coisa. Só vi que tinha cabelos claros então com certeza não é nativo de Xing, a não ser que tenha pintado o cabelo... mas não é muito comum as pessoas pintarem o cabelo por aqui. Tentei pint-

– Natasha! - interrompeu Ed - pare de falar um pouco por favor. Preciso pensar um pouco.

Se Natasha estava lá também, não era ela... e o homem encapuzado de que ela falava... seria ele o Kradet Mudrost? Eles ficaram lá esperando, não conseguiam dizer quanto tempo já havia passado, não havia relógios e janelas. Quando já estavam cansados de esperar e com fome, eles escutam um barulho de uma porta se abrindo e então se fechando com um baque, parecia vir de uma sala ao lado. O barulho de metal indicava que quem chegou trancava a porta que usou para entrar e depois abria a porta que levava a sala onde os dois estavam amarrados.

Depois de alguns minutos, um homem entra no cômodo e liga a luz, as pupilas de Edward e Natasha estavam dilatadas e a luz repentina faz os olhos deles arderem. Agora com luz eles puderam ver que o quarto era enorme, estantes e mais estantes com livros, líquidos, animais e vidros estranhos. O homem que entrou era como Natasha havia descrito, tinha cabelos claros que davam para serem vistos por debaixo do capuz da longa capa negra que usava.

O ser encapuzado foi indo para eles lentamente.

– O QUE QUEREM COM A GENTE? TIRE-NOS DAQUI! - gritou Natasha alterada mas aparentando medo.

O homem encapuzado da um forte tapa na cara dela.

– Não tenho assuntos com você, apenas foi necessário a trazer também. Você não fará tanta diferença para o que preciso. Então fique calada.

– Eu não ficarei calada! Gritarei até que alguém venha nos tirar daqui.

Assim que disse isso, Natasha começou a gritar a plenos pulmões por ajuda. Aparentemente o homem encapuzado não gostou disso, ele foi até uma de suas bancadas, pegou uma seringa e injetou em Natasha que nada pode fazer por ter seus braços amarrados. Em alguns segundos, a garota estava desmaiada.

– O que fez com ela?!?! - perguntou Ed

– Relaxe, não farei o mesmo com você Edward Elric. Preciso de você acordado.

– O quer exatamente comigo?

– Ora, aquele imperador retardado não lhe contou tudo? O Kradet Mudrost, o homem que veio de Zarinsk em busca das diversas ramificações da alquimia usando a capacidade dos alquimistas para transformar em uma vida maior para ele. Aposto que já ouviu minha história Edward Elric.

Ed da uma risada um tanto sarcástica.

– Claro que escutei, mas queria ter certeza de que era essa doidera que queria fazer mesmo... Nicolau.

– ....

– Não adianta, pode disfarçar fingindo que não sabia falar minha língua direito e até mudando sua voz, mas ainda da para perceber que a voz é sua.

– Não disfarcei bem eim? - disse Nicolau com uma pequena risada - Eu sou mesmo o Kradet Mudrost, Edward Elric. Pena que saber isso não vai lhe ajudar muito.

Nicolau retirou seu capuz como se quisesse mostrar a Ed que estava mesmo certo. Ele foi até o rapaz e o puxou pelos cabelos fazendo as pernas traseiras da cadeira levantarem um pouco.

– Tirarei a sua alquimia de você e assim poderei viver mais tempo.

– Parece com pressa?

– Como?

– Podia ter me sequestrado num momento mais fácil... até em um que não tivesse que trazer Natasha junto.

– Tem razão, estava com pressa. Estava planejando fazer tudo dentro de 4 dias ou no máximo 7, os planos iam pela metade ainda, mas estou envelhecendo muito rápido e meu suprimento está se acabando. Mas isso não lhe interessa. Você, o prodígio que com 12 anos virou alquimista federal, sua alquimia deve me deixar jovem por mais 30, não, 50 anos.

– Tão pouco assim? Nossa... achei que valesse mais.

– Não se superestime. E também... com o tempo menos efeito isso vem fazendo em mim. Sabe que já peguei a alquimia de centenas de outros alquimistas de outros países.

– Estou atualizado de sua história.

– Então vamos pular as coisas logo.

Nicolau cortou as cordas que uniam a cadeira de Ed a cadeira de Natasha, mas ele ainda estava preso a sua cadeira. Arrastando o loiro pelos cabelos, Nicolau levou Ed junto com sua cadeira até um objeto estranho, parecia ser uma enorme bola coberta com um manto. Nicolau retirou o manto relevando uma bola transparente preenchida com um estranho líquido vermelho brilhante que estava bem escasso quando comparado ao tamanho da bola. Manipulando a cabeça de Ed o segurando pelo cabelo, Nicolau fez com que o rosto do rapaz ficasse bem próximo a enorme esfera quase encostando nela. Ed deduziu que aquilo deve ser o que ele usava para pegar a alquimia e realmente podia sentir uma estranha energia vinda daquele estranho líquido vermelho.

Uma esfera metálica que estava no interior da esfera de vidro começou a soltar faíscas cada vez mais fortes e quando começou a soltar faíscas, o líquido se tornou azulado. A esfera metálica soltou faíscas por mais um tempo e depois se apagou, como se tivesse desligado.

– C-Como? Esse treco não pode ter quebrado!

Nicolau soltou Ed fazendo com que a cadeira caísse com as costas no chão e foi avaliar o estranho aparelho. Ed começou a fazer força para tentar soltar as cordas, ele havia sentido que estavam meio frouxas, ao fazer determinada quantidade de força, os lugares onde a corda apertava começaram a doer, a corda era áspera demais e parecia cortar sua pele. Então ele decidiu usar força apenas em sua perna metálica, concentrou toda sua força no auto-mail, a corda machucava, mas não era muito grossa. Por coincidência e sorte, Nicolau se aproximava novamente de Ed visivelmente meio irritado no mesmo momento em que Ed havia conseguido soltar sua perna direita, a do auto mail, a força que usou agora não tinha mais uma corda a detendo e a perna acabou dando um forte chute no rosto de Nicolau no momento em que soltou a corda.

Ed não conseguiu segurar uma risada ao ver o ocorrido. Agora com as cordas arrebentadas, não foi difícil soltar a outra perna e também os braços, o que complicava eram apenas os nós do emaranhado de cordas embaraçadas, e complicaram muito pois Ed não conseguiu se livrar deles a tempo quando Nicolau se levantou mais uma vez.