Recapitulando:

Para quem não se lembra do ocorrido, vou fazer um breve resuminho para vocês.

Hinata é jovem princesa de 8 anos órfã de mãe, muito doce e meiga que vive com seu pai Hiashi feliz em Konoha, onde é amada por todo seu povo. Mas pelo bem do reino Hiashi se casa com Akemi a princesa do Reino do Som, após o casamento chegam à Konoha Kabuto, o irmão da princesa e seu filho Naruto, a quem Hinata se afeiçoa à primeira vista. No entanto o menino parece esconder alguma coisa e a relação entre ele seu pai e tia levantam suspeitas na doce princesa.

Hinata fica ainda mais intrigada, quando o menino supostamente fica doente e ela decide revelar suas suspeitas a seus amigos, sendo que ela toma conhecimento de mais mistérios rondam a chegada de Kabuto e Naruto à Konoha. Shino decide tirar isso a limpo botando em prática seu plano.

Naruto relembra com dor a morte de sua mãe e Kabuto o ameaça se ele não seguir com os planos de Emi.

No entanto, mesmo se arriscando Naruto decide ajudar Hinata.

Quando decide sair pela janela em um ato arriscado Naruto acaba se deparando com Kiba que viera ajudado a pedido de Hinata.

Juntos eles entram no castelo através de uma passagem secreta que o loiro conhece.

Enquanto isso Kabuto e Akemi estão cantando vitória, enquanto desdenham do rei.

– Agora só temos que obrigar o rei a assinar um tratado me nomeando como sua sucessora. – disse ela rindo.

– E como pretende convencê-lo? – perguntou Kabuto.

– Basta ameaçar a vida de sua filhinha querida, que ele não pensará duas vezes. – respondeu Emi – Esperava conseguir através de sua confiança, mas isso leva tempo e se eu tiver que dar sonífero a ele todas as noites, levantarei suspeitas.

– Tem razão. – comentou o jovem de óculos rindo – Deve ser bem desagradável ter que deitar ao lado dele.

– Sim, aquele idiota tentou se aproximar na noite passada, mesmo sendo comedido, foi difícil arranjar uma desculpa para mantê-lo longe.

– E o que você disse?

– Que havia feito uma promessa de me manter pura por um mês se a aliança entre o reino do Som e de Konoha fosse realizada. – respondeu ela com um sorriso sarcástico.

– E o idiota acreditou? – perguntou Kabuto segurando a risada.

– E como não ia acreditar? Aquele infeliz não vê um palmo à frente do nariz. – gargalhou Emi.

Não se segurando mais Kabuto acompanhou-a nas risadas, no entanto parou subitamente ao ouvir uma voz indignada.

– O que significa isso? – perguntou Hiashi Hyuga adentrando o salão real enquanto observava-os, com uma expressão incrédula em seu olhar.

Neste Capítulo

– I-Isso o que, majestade? – perguntou o jovem de cabelos brancos fazendo-se de desentendido.

– Deseja juntar-se a nós, meu querido? – perguntou Akemi com um leve tom irônico em sua voz levantando-se e aproximando-se do rei.

– Como ousa me chamar de querido depois de tudo o que ouvi, sua... – começou Hiashi indignado.

– O que exatamente você ouviu? – perguntou a mulher calmamente bebericando uma taça de vinho que ainda encontrava-se em sua mão e fitando-o com seus intensos olhos cor de mel.

– Que você deseja me manipular para tomar meu trono, até usaria minha filha para te chantagear e... – hesitou por um momento sentindo-se constrangido, mas tomou fôlego e continuou - Brincou comigo, com este casamento, tudo não passou de uma farsa para você, não é mesmo?

– Sim é verdade. – respondeu Akemi sem rodeios dando um sorriso maldoso – E agora que você já sabe disso não vejo porque me esconder mais.

Hiashi encarou a jovem sem entender o que ela queria dizer com essas palavras, e antes que tivesse a chance de perguntar Akemi deu um rodopio com seu vestido, de seu corpo começou a emanar uma intensa fumaça arroxeada que a cobriu por inteiro. Em seguida a fumaça foi dissipando e quando o rei voltou a encontrar seu olhar, assustou-se com o que viu.

A falsa rainha havia mudado completamente. Suas feições antes femininas haviam se transformado em masculinas. O rosto para o qual olhava não era da mesma mulher com quem havia casado e sim de um homem franzino de vestes compridas em tom negro, que contrastavam com sua pele pálida e sua íris que havia se tornado amarela, sua pupila também mudara, tornando-se mais alongada, assemelhando-se a um olho ofidico que o observava com uma expressão de ironia e maldade.

– Q-Quem é vo... – começou o rei, mas foi silenciado por um golpe na cabeça, que o fez perder os sentidos.

– Não era preciso tanto, Kabuto. – disse o homem calmamente ao mesmo tempo em que depositava sua taça sobre a mesa, com uma voz bem diferente de sua versão feminina, mas que mantinha o mesmo tom de ironia.

– Ele poderia ter feito um escândalo, e se tivesse chamado os guardas? Na certa acordaria o reino todo. – explicou o comparsa seriamente, colocando o vaso quebrado sobre a mesa de jantar enquanto ajeitava seus óculos.

– Muito bem... então leve-o para a prisão da Masmorra. – ordenou – Enquanto isso, buscarei pessoalmente a princesa. – disse dando um sorriso cruel.

– Sim, senhor Orochimaru. – respondeu o jovem de cabelos brancos, fazendo uma leve reverência.

Em seguida fez um movimento com as mãos, fazendo com que um tapete surgisse ao lado de Hiashi, que se encontrava caído no chão, sozinho ele enrolou-se a seu corpo e flutuou ao lado de Kabuto, seguindo-o enquanto ele deixava o salão de jantar sob o olhar satisfeito de seu mestre.

....

– Espere... – sussurrou Naruto ao ver o garoto de cabelos castanhos fazer menção de sair pela passagem que acabara de abrir.

– O que foi? – perguntou Kiba sem entender.

O garoto loiro se adiantou à frente dele e observou com cautela ao redor. A passagem abria em um grande corredor, próximo ao salão de entrada do castelo. Felizmente não havia guardas por perto e Naruto fez sinal para que Kiba o acompanhasse enquanto corria para o outro lado escondendo-se atrás de uma grande pilastra.

– Você ia gostar que algum guarda nos pegasse? – perguntou o loiro olhando de esguelha para o garoto de cabelos castanhos.

– Não seria bom, mas aí era só você contar o que sabe, com certeza iriam se preocupar mais em proteger o rei do que nos prender. – replicou Kiba.

– O problema é que há guardas infiltrados, não dá pra saber em quem podemos confiar. – explicou Naruto seriamente – Vamos! – acrescentou correndo na direção do jardim.

– Você vai ter muito o que explicar pra gente. – mencionou o garoto de cabelos castanhos correndo atrás dele.

O loiro nada disse, apenas assentiu e continuou a correr. Os dois se esgueiraram com cautela pelo salão real e estranharam o fato de não haver nenhum guarda ali, mas seguiram seu caminho e enfim chegaram ao jardim em que Naruto havia encontrado Hinata pela primeira vez.

Desta vez Kiba tomou a dianteira e guiou o loiro.

– Por aqui.

Mas enquanto o garoto de cabelos castanhos corria, Naruto lembrou-se do caminho de arbustos pelo qual Hinata o guiara para o local especial de sua mãe. Neste dia ele desejava não criar nenhum laço com a princesa, pois sua missão era enganá-la, mas não pode resistir à sua gentileza e doçura, realmente a garota havia conquistado sua amizade.

Logo Naruto avistou o grande carvalho, Hinata e Shino estavam embaixo dele à espera dos garotos.

A doce princesa esboçou um belo sorriso ao avistar o loiro, ao mesmo tempo em que suas bochechas coravam levemente. A menina correu ao seu encontro, dando-lhe um abraço carinhoso.

– Que bom que você está bem, Naruto-kun. – disse ela com sua voz gentil, deixando o menino sem jeito.

– Também fico feliz em saber que está bem, princesa. – respondeu o garoto retribuindo o abraço.

– Ei eu também estou aqui! – reclamou Kiba enciumado – Passei por muitos perigos para resgatar esse garoto aí. – resmungou.

– O-O brigada Kiba. – agradeceu a garota sem jeito, separando-se dos braços de Naruto e dando um leve sorriso a seu amigo que apenas assentiu orgulhoso.

– E-Este é Shino. – disse Hinata apresentando o amigo que se encontrava um pouco atrás deles.

Naruto observou o garoto de armadura um tanto desconfiado.

– Você é humano? – perguntou curioso.

Neste momento Kiba começou a rir.

– Viu só Shino, te falei pra deixar de usar esta armadura, você fica muito estranho com ela. – comentou o garoto de cabelos castanhos enquanto ria sem parar.

– Não vejo nada de errado em usar esta armadura, e claro que sou humano. – replicou o garoto seriamente - Nunca viu um cavaleiro?

– S-Shino é filho de Shibi Aburame, um dos cavaleiros mais leais e corajosos do reino. – explicou Hinata calmamente – Ele é muito bom com as espadas, usa a armadura continuamente, pois está sempre treinando. – acrescentou sorrindo.

– Desculpe o mau jeito. – disse Naruto coçando levemente a cabeça.

Hinata deu uma leve risadinha.

Nesse momento de trás de algumas flores saiu um cachorrinho branco que correu de encontro ao garoto de cabelos castanhos, pulando em seu colo e lambendo-lhe o rosto.

– E aí Akamaru sentiu minha falta? – perguntou, enquanto acariciava o animado cãozinho – Este é meu melhor amigo... - começou Kiba apresentando o cão branco a Naruto, mas parou quando viu Shino com a cabeça voltada para sua direção – amigo cachorro. – completou dando um sorriso debochado.

– Posso tocar? – perguntou Naruto animado aproximando-se de Akamaru.

– Bem, não sei se ele se dá bem com estranhos, então acho melhor não arriscar e... – Mas o garoto de cabelos castanhos parou de falar ao ver que seu cãozinho não só estava aceitando bem o carinho do loiro como havia pulado em seu colo lambendo-o.

Kiba revirou os olhos, tomando uma expressão emburrada.

“Até você prefere esse garoto, Akamaru” pensa desgostoso.

– Agora nos conte, o que você e seu pai pretendem aqui no reino? – perguntou Shino sem rodeios – Vi quando chegaram, havia centenas de guardas que os acompanharam até a entrada de Konoha, e no final esconderam-se na floresta. – explicou o garoto de armadura.

Naruto foi pego de surpreso pela pergunta, fez mais um carinho em Akamaru e colocou-o no chão, voltando-se para Shino.

– Kabuto não é meu pai. – revelou.

Kiba e Hinata o fitaram surpresos, enquanto que Shino continuava observando-o sob seu elmo prateado.

– Eu... menti pra você Hinata, desculpe. – disse o garoto tristemente fitando a garota de cabelos azulados – Mas agora contarei toda a verdade...

– Bom trabalho, Naruto-kun. – disse uma voz irônica por detrás dos garotos.

Quando os quatro se viraram na direção da voz, se depararam com olhar ofídico de Orochimaru.

– Quem é você? – perguntou Kiba.

– Ora não me reconhecem? Nem mesmo você Hinata-hime-chan? – perguntou aproximando-se da princesinha.

– Não, senhor. – respondeu a menina educadamente fitando o estranho homem, confusa.

– É mesmo! – respondeu ele teatralmente – Vocês me conheceram sob uma forma diferente. – disse ao mesmo tempo em que novamente uma estranha fumaça arroxeada cobria seu corpo. – Talvez agora me reconheçam. – diz sarcasticamente ao revelar-se como Akemi.

Todos exceto Naruto (que já sabia do segredo de Orochimaru) e Shino (cujas expressões se encontram cobertas) ficaram boquiabertos, sem acreditar no que viam.

– Então você se passou pela rainha Akemi. – afirmou Shino seriamente.

– Nunca houve uma princesa Akemi, era apenas eu, Orochimaru, o mago mais poderoso do reino do Som, e em breve do mundo. – revelou o homem orgulhoso enquanto tomava novamente sua verdadeira forma.

– Mas... por que fez isso? – perguntou Hinata inocentemente começando a temer o misterioso homem.

– Primeiramente para tomar controle do reino mais próspero do país do Fogo, é claro – explicou Orochimaru com um sorriso satisfeito – Mas não conseguiria isso sem a ajuda de Kabuto e a sua também, Naruto. – acrescentou em tom maldoso.

– Eu sabia que não podíamos confiar em você desde o começo. – acusou Kiba.

Shino nada disse, se manteve em silêncio, analisando a situação.

– É verdade o que ele disse, Naruto-kun? – perguntou a princesinha sem querer acreditar no que acabara de ouvir.

– Sim, mas eu... – começou o menino desviando o olhar da expressão decepcionada de Hinata.

– Agora que já sabe a verdade, princesa, venha comigo, vou levá-la para ver um rei que está muito saudoso de sua preciosa filhinha. – interrompeu mais uma vez Orochimaru estendendo sua mão na direção de Hinata.

– Papai? Onde ele está? – perguntou a menina assustada.

– Venha comigo e eu lhe mostrarei.

Hinata fez menção de pegar a mão de Orochimaru, mas Kiba e Shino se puseram à sua frente.

– Não tão rápido. – disse Kiba – Não vamos deixar você levá-la.

Shino nada disse apenas desembainhou a espada que se encontrava em sua cintura e apontou para o mago.

Orochimaru começou a rir, levantou suas mãos e de suas mangas surgiram cobras arroxeadas que se enrolaram aos corpos dos garotos, sem dar a chance deles sequer reagirem.

Akamaru tentou ajudá-los, mas o pequeno cãozinho só se tornou mais uma vítima dos répteis, que também se enrolaram ao redor de seu pequeno corpo.

– Kiba! Shino! – exclamou Hinata preocupada.

– Se quiser que seus amiguinhos se mantenham vivos, venha comigo. – ameaçou o mago com um sorriso maldoso.

Hinata assentiu, aproximando-se de Orochimaru. Durante o trajeto de poucos metros seu olhar se deteve em Naruto que estava parado observando a cena tristemente.

O garoto abaixou a cabeça, uma lágrima escapou dos olhos da princesinha. Ela então desviou seu olhar de Naruto, o menino que havia se tornado tão importante para ela e voltou-se para aquele homem pálido que a observava com um sorriso debochado.

Orochimaru tomou a pequena mão de Hinata e começou a guiá-la na direção do castelo.

Shino e Kiba ainda se encontravam emaranhados pelas cobras arroxeadas.

– Não vai soltá-los? - perguntou a princesinha preocupada com seus amigos.

– Não se preocupe assim que você estiver com seu pai, minhas serpentes os soltarão. - respondeu o mago calmamente.

Hinata assentiu, seguindo-o.

Naruto observava a cena em um misto de raiva e indignação, não só por não poder fazer nada para ajudar a princesa, como ter compactuado com tudo isso. Como ele desejava não ter sido fraco e revelado todo o plano de Orochimaru quando tinha tempo.

Mas e agora como ele poderia ajudar e provar a princesa que nunca desejou trair sua confiança e lhe causar mal?

Esses pensamentos não saíam da mente de Naruto enquanto ele observava a garota que tocara seu coração afastar-se cada vez mais de si.