Scritto Nelle Stelle escrita por Karla Vieira


Capítulo 13
Cruzeiro do Sul


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde amores! Estou em feliz em ver como vocês tem aparecido. Viram como não dói? AHAHAHA Então, espero que não me matem com esse capítulo, e é isso aí!



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Mahara Carter POV

A língua dele pediu passagem por entre meus lábios, e eu notei o que estávamos fazendo. Pus minhas mãos em seu peito e gentilmente empurrei-o para trás.

– O que nós estamos fazendo? – Perguntei confusa. Eu havia acabado de beijar meu melhor amigo? Não pode ser.

– E-Eu não sei... Isso não está certo... – Disse ele, tão nervoso e confuso quanto eu. – Você é minha m-melhor amiga. N-Não...

– Vamos fingir que nada aconteceu. – Eu disse, soando até mais firme do que imaginei que poderia soar. Dan assentiu, respirando fundo. – Boa noite, Dan.

– Boa noite, Mahara.

Virei-me para o outro lado, e com frio, puxei a coberta até minha orelha. Senti Dan se mexer e logo suas costas tocaram as minhas. Olhei para a parede da barraca, e fiquei pensando no que havia acabado de acontecer. Eu realmente havia beijado o meu melhor amigo, meu protegido, e isso definitivamente não poderia acontecer de maneira alguma. Parte de mim protestava, com vontade de beijá-lo, e isso me assustava. Não se sente atração pelo o melhor amigo, e disse para mim mesma, para essa parte protestante, que isso não voltaria a se repetir.

Ao mesmo tempo que não podia, não queria, eu queria, eu sabia que podia.

Entrei em um conflito interno contra mim mesma, e de tanto brigar, cansei e adormeci.

Dan Evans POV

Mas o que deu em mim para beijar a Mahara?

Era tudo o que eu conseguia me perguntar. Quando acordei, ela não estava mais na barraca, e a chuva havia parado. Levantei e encontrei-a do lado de fora, fazendo café na fogueira junto com Andie e Luke. Ela sorriu para mim e me cumprimentou como se nada houvesse acontecido – como combinamos na noite passada. Então, era desta forma. Esse beijo deveria ser esquecido.

Depois do café, começamos a jogar futebol (ou algo semelhante a isso) no gramado da clareira, enquanto Eleanor e Perrie ficavam conversando com os pés dentro da água e Sean era nosso “juiz” que entrava no jogo volta e meia, “substituindo” qualquer jogador, independentemente de times. Mahara jogou conosco, no time adversário. E tenho que admitir que ela joga bem. Ela driblou todos nós (eu, John, Andie) até um de nós recuperarmos a bola. Quando estávamos cansados e resolvemos parar de jogar, o time dela (Mahara, Luke, Jack) havia marcado dois gols, e o meu, um.

Enquanto descansávamos, sentei-me ao lado de John e sorri malicioso.

– Então... Como foi passar a noite com a Andie?

– Eu não passei a noite com a Andie, passei ao lado da Andie. – Disse ele, dando ênfase em “com” e “ao lado”.

– Não que esta fosse a sua vontade, claro. – Eu disse. Ele riu.

– Eu não quero ir tão rápido assim. Mas, se isso for satisfazer sua curiosidade, eu a beijei ontem à noite. – Disse John, e eu ri.

– O que há de tão engraçado?

– Eu jurava que isso iria acontecer mesmo. Vocês dois, passando a noite juntos na mesma barraca...

– Falando em passar a noite juntos na mesma barraca... – Começou John, com olhar e sorriso maliciosos e cruzando os braços. – Como foi passar a noite com a Mahara?

Lembrei do beijo, e sorri. Disfarcei com humor.

– Eu não passei a noite com a Mahara, passei ao lado da Mahara. – Eu disse, imitando-o, risonho. John riu e levantou as sobrancelhas incrédulo.

– Nem um beijinho?

– Não John. Ficou louco? Ela é só minha amiga. Apenas isso.

“Somos só amigos...” E é assim que tudo se começa...

– Assim se começa o que? – Perguntou Mahara sentando-se ao nosso lado.

– Nada! – Respondemos em uníssono. Ela nos olhou desconfiada e mudou de assunto.

Depois, fizemos um almoço baseado em macarrão instantâneo e ficamos meia hora deitados conversando, olhando para o céu. Depois trocamos de roupa e fomos para a cachoeira, novamente, boiando, brincando dentro da água.

– Acho que dá para deixar isso mais emocionante. – Disse Mahara, nadando até as pedras que ficavam mais perto da queda de água. Ficamos todos a olhando, para ver o que ela iria fazer – mas eu tinha uma hipótese muito provável. Ela subiu nas pedras e caminhou até um trecho que parecia uma escada, e subiu lá também. Quando parou, estava a uns três ou quatro metros e meio de altura.

– O QUE VOCÊ VAI FAZER? – Perguntou Luke, gritando.

– Ela vai pular de lá. – Eu disse, preocupado. E se ela se machucasse?

Mahara pulou sorrindo. Seu corpo afundou dentro da água, e graças ao fato dela ser cristalina (como a água não ficou cheia de barro devido a chuva, não sei explicar), conseguimos vê-la por os pés no fundo, tomar impulso e retornar a tona, sorrindo alegre.

– Essa garota é louca. – Comentou John baixinho, ao meu lado.

– E só agora você notou? – Perguntei de volta, sorrindo. Ela nadou até onde eu estava, e parou sorridente.

– O que foi? É legal. Vocês deveriam tentar. Dá uma adrenalina gostosa. – Disse ela. – Fora que ficaria feio para vocês se somente eu fosse a corajosa, vocês ficariam como mariquinhas.

Nós rimos com gosto.

– Ok. Eu vou. – Disse Sean.

– Ei, toma cuidado. – Disse Eleanor. – Aquelas pedras são escorregadias, você pode cair.

– Não se preocupe, Ellie. – Disse ele, beijando-a levemente nos lábios e nadando até lá. Percorreu o mesmo percurso que Mahara e logo em seguida se lançou de lá de cima. Quando retornou a superfície, sorria.

– Mahara tem razão! É legal! – Exclamou ele.

– Eu disse...

Perrie logo tomou coragem e fez a mesma coisa; Luke foi o próximo; John também foi; Eleanor foi com Sean. Logo, só restou eu e Jack. E Jack não pularia de jeito algum devido ao seu medo de águas profundas.

– Vamos lá, Dan. – Disse Mahara. – Quer que eu vá com você?

Ponderei um minuto.

– Tudo bem. Você venceu. – Eu disse, suspirando. Ela sorriu animada. Nadamos até lá, e subimos nas pedras. No momento em que me levantei, se Mahara não tivesse me segurado, eu teria caído de volta na água novamente. Nós rimos juntos, e eu estava nervoso. Subimos a espécie de escadaria natural até o trecho de onde todo mundo pulou, e nos posicionamos. Mahara segurou a minha mão. Olhei-a. Ela sorria.

– No três, tudo bem?

– VAMOS LÁ, CASAL VINTE! – Gritou John, lá de baixo. Mahara corou levemente.

– Não dê ouvidos. Pronto?

Assenti.

– Um... Dois... Três!

Demos dois passos rápidos e pulamos. No meio da queda, minha mão soltou-se da de Mahara, e logo meu corpo chocou-se contra a água, causando um certo impacto. Meus pés tocaram o fundo da piscina natural, e me impulsionei para cima, voltando a superfície e encontrando ar fresco. Tomei ar e comecei a rir. Realmente fora divertido – a queda dá uma adrenalina, e quando você afunda na água, você entra em uma espécie de transe; é difícil explicar.

– Viu? Eu disse que era divertido! – Exclamou Mahara. Nadamos de volta para perto dos outros e continuamos nos divertindo na água até tarde.

Já tarde da noite, o céu estava limpo como se não tivesse caído uma mini tempestade na noite passada. Todos já haviam ido se deitar, e fui até a barraca me trocar, e Mahara ficou sozinha diante do fogo. Quando retornei, ela estava deitada em cima de uma toalha xadrez, olhando para o céu. Fui até ela e deitei-me ao seu lado.

– Por que você olha tanto para as estrelas?

– Gosto de apreciar seu brilho, que não é tão forte na cidade devido à quantidade de luz elétrica que emitimos em direção ao céu. Sabe, dei aquela lista de porquês aquela noite...

– E hoje tem um por quê em especial?

– Tem. Conforto interno.

– Aconteceu alguma coisa? – Perguntei preocupado.

– Não, estou bem. Juro. É só um daqueles momentos em que você fica chateado sem razões, mas logo passa.

– Você sabe que estarei aqui para qualquer coisa, não sabe? Afinal...

– É o que melhores amigos fazem. – Completou ela. Olhei-a, e vi que estava sorrindo. Em seus olhos refletiam-se o brilho das estrelas, e era uma cena bonita de se ver. Seus olhos azuis eram inigualáveis, e unidos ao brilho das estrelas... Sorri diante de seu sorriso. Voltei a olhar para o céu.

– Qual sua constelação favorita?

– Do hemisfério norte, a ursa maior. Mas do hemisfério sul, o cruzeiro do sul.

– Por que o cruzeiro do sul?

– Ele forma uma cruz. Exatamente uma cruz. E para os navegantes, serve de guia, como um norte em uma bússola. Guiou os navegadores durante as Grandes Navegações, o primeiro passo em rumo de um grande “progresso”, da criação das máquinas... Mas, como diria Chaplin: “Mais do que máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que inteligência, precisamos de afeição e doçura”. As estrelas nos dão essas impressões de virtudes... E o cruzeiro do sul, em especial, pode servir de guia para uma alma transtornada, por que não?

Fiquei em silêncio pensando nas palavras dela. Mahara tinha umas ideias e pensamentos que poderiam soar loucura, mas de certa forma, ela tinha razão. Nós é que nos tornamos insensíveis demais para notar pequenas – mas grandiosas – coisas como estas. Como o brilho das estrelas.

– Sabe, pessoas me chamam de louca quando digo o que eu penso. Você acha que eu sou assim? Louca?

– Louca! Louquinha! Mas vou te contar um segredo: as melhores pessoas são.

– Alice no País das Maravilhas. – Ela disse em tom risonho.

– É.

Ficamos em silêncio por um momento.

– Eu gosto dos seus pensamentos. Você é inteligente. És diferente. Se expressas de uma forma original, Mahara. Eu gosto disso. Poucas pessoas são como você.

Olhei-a. Ela sorria.

– Quando voltarmos te levarei a um lugar cheio de pessoas como eu. – Disse ela.

– Onde?

– Você verá quando formos. E se impressionará com a inteligência e pureza daquelas pessoas. – Sua voz estava cheia de carinho e ternura. Percebi nesse tom de voz como ela adorava, amava as pessoas das quais ela se referia, mesmo eu não fazendo ideia de quem sejam.

– Tenho certeza que irei adorá-las.

– Irá.

De repente, olhando-a, tão bela e serena, com aquele brilho no olhar, lembrei-me do que havia acontecido na noite passada. Parte de mim pediu para que aquilo se repetisse. A outra parte se horrorizou com o tal desejo. Eu briguei comigo mesmo, em silêncio, tentando aquietar essa parte insana que queria beijar minha melhor amiga. E a realidade é que isso havia me deixado extremamente confuso. Entretanto, não vou exteriorizar meus pensamentos. Mahara poderia entender errado e adeus a nossa amizade.

– Acho melhor irmos dormir, já está tarde. – Disse ela. – Amanhã será nosso último dia aqui e teremos que aproveitar bastante, antes de voltarmos para o turbilhão da nossa realidade. Quer dizer, da sua, já que a minha é bastante normal e tranquila, obrigada.

Ri levemente.

– Você está na minha realidade agora. Nada será normal e tranquilo para você.

– Isso seria uma espécie de aviso ameaçador? – Perguntou ela, sentando-se e me olhando com diversão no olhar.

– Se você quiser entender assim.

– Veremos, Senhor Evans. Veremos. - Disse ela, olhando-me com seu melhor olhar do gênero “vingativo desafiador” e depois riu. Levantamo-nos e fomos para a barraca dormir. E dormimos um de costas para o outro, novamente.



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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? No próximo teremos mais emoções!



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