Era 31 de dezembro, e eu fui passar o ano novo com Max, já que Richard tinha ido viajar a trabalho.

 Mas o meu grande problema seria estar em casa antes do amanhecer, já que Richard voltaria da viagem no dia 1º. Isso seria divertido e ao mesmo tempo perigoso.

Ah, um pouco de adrenalina nunca fez mal a ninguém!

Bati na porta de Max.

Ele abriu a porta já me puxando pra dentro e me agarrando. Ele beijava meu pescoço e eu o empurrei.

“Calma.” Eu disse “Nós temos a noite inteira.”

“Mas não vai poder esperar amanhecer.” Ele disse.

“Sinto muito.” Disse.

“Então me deixe fazer o que quiser com você.” Ele disse sorrindo enquanto me olhava de cima a baixo.

Eu estava apenas com um sobretudo, mas o que tinha por baixo daquele sobretudo, eu havia preparado especialmente para ele.

Estava apenas com uma calcinha e um sutiã, ambos pretos. Eram da melhor marca de toda Nova York e eu os usaria apenas com ele, e ninguém mais.

Eu desabotoei o sobretudo lentamente e depois apenas o deixei cair.

Max queria me ter, eu podia ver isso nitidamente em seu olhar. E ele me teria, novamente.

“Essa noite eu serei sua.” Eu o disse “Apenas sua.”

Ele chegou perto de mim, olhou fundo nos meus olhos, sorriu e depois me beijou. Enquanto me beijava eu tirava a blusa dele, e minhas mãos passeavam por todo seu peitoral definido.

Ele me puxava, pela cintura, pra mais perto de seu corpo a fim de nos tornar um só, eu imagino.

Eu abri sua calça e puxei-a para baixo para que essa pudesse cair.

Ele me pegou no colo e me pousou suavemente sobre sua cama. Lá ele tirou meu sutiã com delicadeza seguido pela minha calcinha enquanto eu já tirava sua cueca.

Quando pude senti-lo dentro de mim, minha perna direita levitou e o prazer que eu sentia com ele era gigantesco, não havia palavras que pudessem explicá-lo. Eu não me lembro de ter sentido algo melhor. Ele quase me fez esquecer por completo a violência que eu havia sofrido, além de também ter me mostrado que sexo pode ser maravilhoso se for com a pessoa certa.

Eu estava apaixonada por ele.

“Gostou?” Ele sussurrou no meu ouvido.

“Amei.” Disse jogando a taça de vinho que eu tomava por todo o peitoral nu dele.

“O que está fazendo?” Ele me perguntou.

Eu não respondi, apenas comecei a lamber seu peito para remover o vinho de sua pele.

“Assim fica muito melhor.” Eu disse.

“Não é justo.” Ele disse “Eu também quero provar.”

“Um outro dia.” Disse colocando o sutiã e depois o sobretudo.

“Não está esquecendo nada não?” Ele disse com a minha calcinha em suas mãos.

“Pode ficar.” Eu disse.

“Olha que eu posso fazer algum tipo de ritual, sabe?” Ele disse.

“Pra que?” Eu o perguntei “Você já me tem... De corpo e alma.”

Ele não disse mais nada só ficou lá, em cima de sua cama, me observando ir embora.

Quando entrei em meu apartamento, fui direto para o meu quarto e quando liguei as luzes levei um enorme susto ao ver Richard sentado na cadeira apenas com um robe.

“Richard?” Eu o perguntei apavorada “O que está fazendo?”

“Por enquanto nada.” Ele disse “Onde você estava?”

“Jantando com a Claire.” Respondi, foi a primeira coisa que me passou pela mente.

“Sabia, que daqui tem uma visão que dá exatamente para o quarto do vizinho?” Richard perguntou e eu entrei em pânico “E ele parecia ter companhia.”

Eu estava gelada.

“Mas eu não consegui ver se a gente conhecia...” Richard disse “Estavam apenas sobre luz de velas, não dava pra ver muita coisa.”

O alivio me bateu como uma brisa em dia quente.

“Eu nunca observei que dava pra ver o quarto do vizinho.” Disse.

“Sei que não.” Ele disse já mudando de assunto em seguida “Como não pude passar o ano novo com minha delicinha.”

Ele chegava perto de mim, o que me fez congelar novamente, já que estava sem calcinha e só vestia um sobretudo com um sutiã por baixo.

“Que tal se a gente comemorar, apenas eu e você?” Ele me perguntou.

Eu me desviei de seus braços que já queriam me abraçar e disse: “Estou muito cansada.”

Richard não queria saber, ele desamarrou seu robe e o deixou cair. Ele estava nu.

Que visão do inferno! Perto do corpo escultural de Max, a falta de músculos em Richard era notável.

Sem sombra de dúvidas, Richard era melhor na época do colégio. Ai! No que estou pensando! Estou em grave perigo!

Richard pegou um spray de chantilly, o que me deixou realmente assustada.

“E então Brooke?” Ele disse “Vamos fazer todos os tipos de sexo?”

Eu me apavorei, o chantilly, todos os tipos de sexo. As coisas ficavam claras pra mim, eu me lembrava agora.

“Não seria a primeira vez.” Ele disse e eu estava enojada, queria chorar e vomitar, mas não podia.

“Não.” Eu disse.

“Como?” Ele parecia furioso.

Parecia que ele iria me forçar novamente, então antes que ele chegasse perto de mim, resolvi amaciar as coisas.

“Amanhã.” Eu disse “Digo, já passam da meia noite, não? Então daqui a pouco. Estou realmente cansada.”

“Tudo bem.” Ele disse colocando o spray em cima da mesa do quarto “Amanhã você não me escapa.”

“Pode deixar.” Disse.

Ele se deitou nu mesmo na cama.

“Eu vou tomar banho.” Disse entrando no banheiro e me trancando lá dentro, onde comecei a chorar de tanto ódio.

Liguei o chuveiro e fiquei de baixo dele por cerca de 20 minutos. Depois me vesti e ao ver que Richard já roncava, fui até o apartamento de Max.

Bati em sua porta e quando atendeu, disse: “Resolveu voltar?”

Ele achava que estava lá por causa de mais sexo, mas chega por um dia.

“É sério o que tenho pra dizer.” Eu disse quando entrei no apartamento.

“Do que se lembrou?” Max me perguntou.

“Foi o Richard.” Disse.

“Não entendi.” Ele disse.

“Foi o Richard que me...” Eu comecei a chorar.

“Aquele filho da puta!” Max disse abrindo sua porta pra ir até o meu apartamento, mas eu o segurei.

“Não!” Eu disse “Eu me lembro de tudo, digo quase tudo. E pelo o que eu me lembro, Richard é muito perigoso.”

“Afinal, você é doida ou o que pra se casar com esse estuprador?” Max estava furioso.

Eu resolvi contar a Max toda a história que vou colocar aqui agora:

Eu morava no interior quando isso aconteceu comigo. Richard era um ano mais velho do que eu e ele era o sonho de toda escola, inclusive o meu.

Houve até um dia que resolvi me declarar pra ele, mas ele me humilhou e começou a rir de mim na frente de todos. Depois disso desisti dele até que dois anos depois ele me chamou para o baile de formatura.

Eu estava radiante com o fato do garoto de meus sonhos ter finalmente me chamado para sair e ainda por cima para um baile.

Eu me insinuei o baile inteiro pra ele à espera de um beijo no fim desse, mas eu não o ganhei. Porém da mesma maneira estava feliz.

Quando cheguei em casa, minha mãe queria saber como foi o baile, assim como o meu pai, e eu disse: “Foi o melhor que poderia ter tido.”

“Fico muito feliz querida.” Minha mãe, que na época parecia realmente me amar, me disse tirando os meus sapatos.

Pois foi só no dia seguinte que meu mundo desabou, era um sábado e o encontrei na rua.

“Brooke Davis.” Ele disse com um lindo sorriso falso no rosto “Como vai a garota mais linda do baile de ontem?”

“Vou bem.” Disse super feliz, uma felicidade que seria esmagada em poucos minutos “E você?”

“Vem cá que eu te conto.” Ele disse me pegando pela mão e me dirigindo até aquele maldito beco que eu tonta fui com ele.

Lá ele me encostava contra a parede e eu me assustei um pouco “O que está fazendo?”

“Você acha que eu não percebi que você estava toda querendo... nós sabemos o que?” Ele disse beijando meu pescoço.

“Ei.” Disse o empurrando “Eu não sei do que está falando.”

Eu queria um beijo apenas, mas ele não pareceu entender isso. Ele achou que eu queria outra coisa e não gostou do meu não.

“Espera um pouco!” Ele disse nervoso “Você queria ontem! Ficou toda me provocando a noite inteira! Colocava o cabelo pra trás deixando o pescoço à mostra, fazia biquinho, levantava a saia...”

Ele disse a última parte realmente levantando minha saia, mas eu o bati e sai correndo, só que ele me pegou pelo braço, me encostou novamente contra a parede e fez aquela coisa horrível comigo.

Depois que fez o que fez me deixou lá com as roupas todas rasgadas. Não havia nada que podia ser salvo teria que arranjar alguma maneira de ir pra casa completamente nua e mijada. Sim, aquele ser desprezível fez xixi em cima de mim.

Mas eu fiquei lá naquele beco esperando uma luz no fim do túnel e tudo o que me aconteceu foi uma menina parecer lá, ela era mais velha do que eu uns dois anos mais ou menos.

Ela me socorreu e me levou para a casa dela, que por sorte, os fundos dava pra aquele beco.

Ela me deixou tomar banho e me deu roupas limpas para voltar pra casa.

Quando voltei pra casa minha mãe disse que Richard tinha ligado e pedido para que eu ligasse de volta quando chegasse.

Eu não fiz, mas ele continuou me perturbando na escola e etc... Inventou uma história patética que estávamos namorando e eu tive que aceitar ou ele faria aquilo novamente comigo. Essa foi a chantagem.

Mas foram dois meses depois que percebi que meu mundo tinha se acabado de vez, eu estava grávida. Grávida!!!

Meu pai teve um infarto quando contei para ele e minha mãe que estava grávida e infelizmente meu pai não resistiu por causa do que aquele miserável fez comigo e até hoje minha mãe não me perdoa por isso.

Fui obrigada a me casar com aquele ser desprezível e o cretino topou numa boa. Nossa ‘lua de mel’ foi em um cruzeiro que custou a vida do meu filho, a razão daquele casamento idiota, do qual não poderia mais me livrar.

Aquele infeliz que é o meu marido, queria transar com a esposa na lua de mel, mas eu disse que não poderia devido a gravidez. Então ele me espancou e depois me jogou de uma das escada daquele cruzeiro pra dizer que aquele era o motivo dos meus hematomas e meu filho, que eu ainda nem sabia se seria menino ou menina, morreu dessa forma desprezível.

Max estava chocado, ele não sabia o que dizer, mas sabia o que fazer.

Ele se levantou do sofá e planejava ir até o meu apartamento e eu fui atrás. Mas quer saber de uma coisa quero que Richard se exploda.

E já posso quase afirmar que ele é o culpado do meu acidente.