"E lá eu me situava; Sem ninguém, calada.

Andava sozinha, embora quisesse estar acompanhada.

A rua, tão deserta estava,

E o frio gélido, em minha pele penetrava.

E de repente, como que por mágica;

Um casal surge, ao alcance de minha visão sádica.

Apesar de saber que tudo é projeção de meu subconsciente,

Não paro de caminhar, apenas sigo em frente.

O casal se beija, apaixonadamente,

Como que pudessem ler minha mente abandonada e inocente;

Reflito o meu status social;

Na verdade, pouco me importo, com uma coisa assim, tão banal.

O que na verdade, eu desejo profundamente;

É encontrar alguém que me ame eternamente.

Enquanto tal dia ainda não chega;

Continuo andando até chegar ao local da Nevoa negra.

Tal nevoa se nomeia ilusão;

O estado dos desesperados, da loucura e da perdição.

Adentro com pura facilidade;

Mas sei que um dia terei de encarar a dura realidade.

O mundo não é feito de amores, de dádivas, e coisas fáceis;

É feito de obstáculos, e barreiras, que retém os incapazes.

A nevoa passa, quase que intacta por mim;

E continua, seguindo reta, até a rua, rua essa sem fim.

Sei que uma hora terá de acabar,

Porque essa rua é a vida, e nós temos de saber usar.

Tem vários atalhos, mas nem todos são os caminhos certos,

Alguns te levam para lugares desertos,

Mas no final, você concluirá

Que o caminho mais longo é o que lhe satisfará.

Porque, tudo que vem fácil é dificil,

E tudo que é dificil é um oficio.

As escolhas cabem a nós, e mais ninguém,

E temos que aceitar o que nos convém.

Um dia, nossas pernas vão pedir arrego;

E vamos ter de nos reencostar num lugar, em busca de sossego.

Quando esse momento chegar,

Será quando a rua vai acabar;

E a vida, tão delicada, haverá de se esgotar.”