The Only Exception escrita por May


Capítulo 47
Make a change and breakaway


Notas iniciais do capítulo

ooooi, primeiro obrigada por todos os comentários e aos leitores novos, pena que chegam bem agora que está acabando a fanfic, mas espero que possam aproveitar esses últimos capítulos como todos vão. Final, final mesmo, nem pensei que esse dia chegaria, basicamente 2 anos de fanfic, a minha primeira fic e eu sou muito apegada a ela.
Boa leitura a todos



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Arrumei meu casaco e entrei dentro do pequeno café, no qual eu tinha marcado um encontro com Peeta. Não era um encontro desses que eramos para estar fazendo e sim pra achar uma solução para os problemas atuais.

Ele já estava me esperando. Tinha sido um pouco difícil sair de casa, meus pais andam me pressionando ao extremo, já fazia uns 2 dias que não ia para o colégio, porque segundo eles, tinha que arrumar minhas coisas para a viagem, a qual eu não iria de jeito nenhum.

– Desculpa a demora. - Falei me sentando. Ele deu de ombros.

– Eles estão te prendendo.

– Um pouco, acho que no fundo eles imaginam que eu vá fugir, algo do tipo.

– É o que pensei.

– O que?

– Como assim, o que? - Ele perguntou. Estava um pouco diferente, mais tenso e neutro. Era até um pouco estranho, mas eu também estava desse jeito. Tudo por culpa dos meus pais, que só sabem complicar tudo.

– No que, que você pensou? - Perguntei calmamente.

– Em fugir.

– Isso não faz sentido. Fugir pra onde? - Aquilo era meio louco, meio que um filme, a situação toda parecia um filme, daria tudo para ser um filme de comédia, porque estava difícil.

– Eu estava vendo. Eu tenho uns primos em Long Island. Eles não são muito chegados aos meus pais e vice e versa, mas eu tenho um bom contato com eles, eles nos ajudariam.

– Long Island é muito longe daqui. Como vamos pra lá? E viver? E dinheiro... Nem terminamos o colégio ainda.

– Dinheiro para ir, temos. Mas pelo visto você não quer.

– Não é que eu não queira. É só que... Essas coisas são complicadas entende...? E eu sei que não tem outra escolha. Só precisamos ver tudo com cuidado. Realmente não tem chances dos seus pais nos acharem?

– Eu entendo. Tipo, eles nunca nem imaginam que eu tenho contato com esses meus parentes. E lá eles tem muitos bens e trabalho. Vai ser fácil encontrar algo, e eu já sei administrar umas coisas por conta do trabalho do meu pai. Quando o dinheiro que temos acabar, nós vamos recuperar trabalhando e quem sabe até dê para entrar em uma faculdade. Não vejo nenhuma solução. Eu nunca poderia ir para Londres com você.

– E eu nunca poderia ficar. Acho que eu nem preciso pensar. Vamos fazer isso e logo.

– Sério? - Ele sorriu. - Acho que vamos conseguir.

– Acha? Eu tenho certeza.

– Você se sente pronta para deixar Chicago e tudo para trás? Ir comigo, pra sempre?

– Sinto sim, uma hora eu teria que ir e com você, claro. Vai ser a maior loucura que vou fazer, mas vai valer a pena. - Falei beijando ele.

– Maior loucura. - Ele riu. - Hoje mesmo já vou entrar em contato com meus primos.

– Eu posso ver as passagens. - Falei e ele assentiu. - Eu já sei que meus pais querem viajar no final desse mês, então temos que viajar um pouco antes, para que eles não tenham como vir atrás.

– Já vê para a semana que vem. Vou ver se acho uma faculdade boa. Vamos conseguimos.

– Vamos conseguir.

Assim que cheguei em casa, peguei o notebook e fui ver umas passagens para long Island. Só para ter noção do preço mesmo, porque precisava de mais informações de onde estaríamos, para um aeroporto próximo.

Minha mãe entrou no quarto e eu fechei a guia, abrindo uma no youtube, muito rápido.

– Vim trazer um lanche. - Ela disse com uma bandeja, com suco e uns biscoitos.

– Obrigada. - Falei apenas.

– Seus avós vem esse fim de semana se despedir. Eles querem te dar o presente de aniversário adiantado, já que não vamos mais estar aqui em março. - Ela sorriu um pouco mas depois fechou o sorriso quando viu que eu não estava animada. - Katniss...

– Não me faça gostar da ideia. Eu não gosto, não mesmo.

– Você vai ver como vai ser bom pra você.

– Com certeza. - Falei ironicamente.

Ela suspirou e saiu do quarto deixando a bandeja. Nem comi o que estava ali. Continuei vendo. Umas horas depois Peeta me ligou. Corri para o banheiro, tranquei a porta e liguei o chuveiro, só pra fazer barulho.

– O que conseguiu? - Perguntei ao atender?

– Eles me apoiam, já temos um lugar pra ficar, até conseguirmos mais dinheiro e faculdade também. Quando chegarmos vamos fazer nossas inscrições e fichas para a faculdade. Não vai ser muito difícil passar. Isso já para semana que vem.

– Ótimo, mas em relações as passagens? - Perguntei porque ainda tinha isso, tinha esquecido que para viajar eu precisava de uma autorização, ainda era de menor e não podia viajar sozinha. Peeta já podia, agora eu não. Isso era um grande problema.

– Eles vão enviar um helicóptero da empresa de lá. Não se preocupe com passagens, nem com nada. Apenas arrume suas coisas.

– Elas já estão arrumadas, sabe. Iria viajar de um jeito ou de outro.

– É verdade. - Ele riu. Agora estava feliz e isso de uma certa maneira me deixava feliz também. - Próximo sábado 2 horas da manhã no aeroporto. Eles vão pousar lá para nos buscar. Eu te busco ai se quiser.

– Ok.. Isso é tão estranho, mas eu estou ansiosa.

– Também sinto isso.

XXX.

Passou uns 2 dias e eu fui para a casa da Annie com a Madge e Clove. Chegando lá encontrei com todos nossos amigos, eles meio que fizeram uma despedida surpresa pra mim. Mas pra eles eu iria para a Inglaterra e não para Nova York, Peeta achou melhor não contar nada. Isso era muito triste, mas tive que fazer.

– Não vou aguentar longe de vocês. - Falei abraçando todos.

– Nem a gente. - Eles falaram.

Meus olhos se encheram de lágrimas.

– Não chora ainda. - Madge disse. - Se não eu que vou chorar. E muito.

– Preparamos um monte de comida. - Finnick disse e nos levou até a cozinha de Annie.

Na mesa tinha muito doce, muito tipo de coisa. Nos entupimos de comida e fomos para o jardim logo em seguida. Nos sentamos na grama. Ainda estava um pouco frio, mas nada muito exagerado.

– Você vai vir sempre nos visitar. - Clove disse.

– Claro que vou, mas vocês devem estar sempre por aqui.

– Isso é mais complicado. Falta meses pro colégio acabar, e então vem as faculdades. Não sei se vou continuar por aqui. - Johanna disse.

– Verdade tem isso. Eu gostaria de ir para New York. Vou já começar as inscrições. - Madge disse e eu gelei um pouco.

– Annie tem que ir para Yale. - Finnick disse. - Inteligente demais.

– HAHAHA, como se eu fosse conseguir entrar.

– Olha eu acho que sim. - Gale falou.

– Kat então passa seu numero, ai marcamos um reencontro e todos nos encontramos. - Marvel sugeriu.

– Boa ideia. - Cato falou.

– É, quando eu chegar lá e tiver com um número eu entro em contato com vocês.

– Não se esquece hein. - Johanna disse.

– Pode deixar.

Peeta estava muito quieto, acho que ele não queria falar pra não acabar falando demais. Sorri pra ele e ele retribuiu o sorriso. Annie entregou para todos aquelas velas coloridas que soltam faíscas.

– Vamos desejar que nos reencontremos em breve e que nada de ruim aconteça. - Annie disse.

Fomos acendendo uma por uma e depois deitamos na grama, um do lado do outro, formando um circulo e levantamos as faíscas em direção ao céu. Já estava escurecendo. Fechei os olhos e sorri desejando realmente aquilo. Desejei mais um pouco também, que tudo desse certo daquele dia em diante. As faíscas foram consumindo as velas coloridas e elas se acabaram.

Ficamos um tempo em silencio. Era difícil saber que estava nos últimos momentos com meus amigos. Os verdadeiros, os primeiros que considerei, e os únicos. Em dois anos eu consegui aprender tanto com eles, aprendi sobre eles também, cada jeito, cada mania. Fizemos muitas bobeiras que marcaram e passamos por maus momentos. Juntos. Era difícil.

Conversamos muito, e no fim Clove pegou seu violão, o qual ela trouxe especialmente para que eu tocasse e cantasse. Dessa vez eu não neguei nada, uma última vez, por que não? Só queria dar um sinal para eles. Escolhi cantar Breakaway. E comecei.

Tradução .

Cresci numa cidade pequena
E quando a chuva caía
Eu ficava na minha janela

Sonhando com o que poderia ser
E se eu terminaria feliz
Eu oraria

Tentando ao máximo alcançar
Mas quando eu tentava falar,
Sentia como se ninguém pudesse me ouvir

Queria fazer parte daqui
Mas algo parecia tão errado aqui
Então eu orava

Eu me libertaria

Eu abrirei minhas asas e eu aprenderei como voar
Eu farei qualquer coisa para tocar o céu
Faça um desejo, aproveite a chance
Faça uma mudança e se liberte

Fora da escuridão em direção ao sol
Mas eu não esquecerei todos os que eu amo
Vou correr o risco, ter uma chance
Fazer uma mudança e me libertar

Quero sentir a brisa quente
Dormir debaixo de uma palmeira
Sentir o agito do oceano

Embarcar num trem veloz
Viajar em um avião a jato
Para bem longe

E me libertar

Eu abrirei minhas asas e eu aprenderei como voar
Eu farei qualquer coisa para tocar o céu
Faça um desejo, aproveite a chance
Faça uma mudança e se liberte

Fora da escuridão em direção ao sol
Mas eu não esquecerei todos os que eu amo
Tenho que correr o risco, ter uma chance
Fazer uma mudança e me libertar

Prédios com centenas de andares
Rodando em portas giratórias
Talvez eu não saiba onde elas me levarão, mas

Tenho que continuar, continuar
Voar para longe, me libertar

Eu abrirei minhas asas e eu aprenderei como voar
Embora não seja fácil te dizer adeus
Tenho que correr o risco, ter uma chance
Fazer uma mudança e me libertar

Fora da escuridão em direção ao sol
Mas eu não esquecerei do lugar de onde eu vim
Tenho que correr o risco, ter uma chance
Fazer uma mudança e me libertar

Libertar
Libertar


Quando terminei de cantar todos ficaram me olhando e depois me abraçaram forte. E foi ai que eu chorei.

Um dia antes de ir embora, de madrugada eu levei as minhas malas para um hotel. No dia seguinte falei para os meus pais que iria dormir na casa de Madge para a última despedida. Em 3 dias eles viajariam, e foi a última vez que eu os vi e eles me viram, sem saber disso. Fiquei no hotel e umas 11 horas da noite Peeta chegou. Ele ficou comigo e contou que não foi fácil deixar a família sem avisar, mesmo com tudo o que eles fizeram. Comigo era a mesma coisa.

Horas depois já estávamos no aeroporto. Fomos em uma sala privada e do lado de fora eu já vi o helicóptero. Levamos nossas malas e o homem que estava pilotando desceu, cumprimentou Peeta e guardou nossas malas.

Dei uma olhada geral para trás, impossível dizer que eu não sentiria saudades, mas estava pronta para uma nova vida, ou pelo menos achava que estava. Peeta beijou a minha mão e depois a minha testa.

– Vamos?

Assenti devagar e entrei com ele.

Passou-se um enorme tempo até que finalmente chegamos. Eu desliguei meu celular. Desliguei o rastreador também, e acabei jogando o chip fora. Dormi a viagem quase toda encostada em Peeta e meu pescoço doía um pouco, imagina o coitado.

– Desculpa o encosto amor. - Falei sentando corretamente.

– Não foi nada. - Ele sorriu. - Chegamos.

Descemos e fomos pegar nossas malas. Peeta falou com o piloto alguma coisa e saímos pelo aeroporto. Era muito diferente, nunca tinha ido a long island, talvez em nova york em si, mas nunca na ilha.

Peeta foi para o estacionamento e abriu um carro, que eu nem sabia da existencia.

– Seus parentes não viriam buscar a gente? - Perguntei sem entender.

– Tivemos umas pequenas mudanças de plano. - Ele disse colocando nossas malas no carro. Era mediano, bonito até. Entrei e ele começou a dirigir depois de um tempo. Conclui que ele já tinha ido ali antes, porque dirigia com tanta certeza, nem tinha GPS.

– Mas você sabe chegar na casa deles?

– Esse é o momento que você pode me matar. - Ele disse e eu comecei a estranhar.

– Você NÃO sabe?

– Não, é que não vamos para a casa deles, na verdade eles moram na California sabe.

– PEETA. - Dei um grito e ele fez uma careta. - Está querendo me dizer que estamos aqui sem ninguém, sem apoio, sem dinheiro, sem ter onde ir. É isso que você está querendo me dizer? É melhor isso ser uma brincadeira.

– Tá vendo se eu contasse os planos antes você nunca concordaria. Ás vezes é preciso se arriscar. E temos o carro.

Segurei minha vontade de estrangular esse retardado.

– Temos o carro. - Imitei-o e cruzei os braços. - Grandes coisas!

Peeta deu risada e abriu os vidros do carro, fazendo o vento vir bem na minha cara.

– Sempre quis fazer isso. Cair na estrada. Não me leve a mal e não estamos tão ruim. É viver como aventureiros, quando chegarmos na cidade que estou pensando vamos nos instalar, mas até lá, vamos tirar umas pequenas férias.

– Tudo bem Peeta, eu entendo, também acho super legal isso, também sempre quis cair na estrada, mas com que dinheiro?

– Eu tenho dinheiro senhorita, não se preocupe.

– Vamos ter que trabalhar.

– Podemos achar trabalhos temporários nas cidades que passaremos.

Balancei a cabeça negativamente mas acabei sorrindo.

– Isso é coisa de louco.

– Vai ser demais.

Nós dois demos risadas e eu coloquei um dos meus cds no som do carro. Aumentei todo o volume e encostei a cabeça no banco. Ás vezes é preciso se arriscar. Até que esse sem cabeça do meu lado tinha um pouco de razão.

A viagem toda fui cantando o álbum do Imagine Dragons. Não demorou muito para eu sentir fome depois disso e paramos na primeira cidade. Era uma cidade muito pequena, eu podia do começo até ver o fim, nem sabia o nome dela. Só paramos para comer mesmo.

Depois voltamos para a estrada.

– Estou pensando em uma coisa. - Falei enquanto Peeta dirigia.

– No que?

– Você viu que naquele restaurante que paramos eles fazem shows a noite com cantores locais?

– Eu vi, por que? Você queria ir nesse show?

– Na verdade pensei melhor, eu poderia cantar nesses shows.

– Cantar? Você tem certeza? Nunca me pareceu muito a vontade pra cantar.

– Ah. - Dei de ombros. - Era só frescura, eu gosto realmente. Por onde passarmos, podemos ficar o dia e a noite eu posso oferecer meu serviço de cantora e isso já vai fazer a gente lucrar bastante.

– Não é uma má ideia. Mas nem todos os restaurantes fazem isso.

– Algum deve, ou um bar.

– Afinal se você gosta, quem sou eu pra falar não?

– Meu noivo ué. - Falei sorrindo.

– Ah é, noivo. Não posso esquecer. - Ele me deu um beijo rápido para não tirar a atenção da pista. - Já pode ir treinando ai, eu sou o seu público.

– OK. - Falei animada.

Mudei de CD e coloquei um de Paramore, que eu sabia todas as músicas. Comecei a ensaiar, mas estava mais pra uma louca gritando do que uma profissional ensaiando. Peeta ficou rindo, mas no fim eu levei aquilo a sério, principalmente quando mudei o CD, para o Fearless da Taylor Swift. Amava cantar as músicas dela.

E assim seguimos nosso rumo, sem rumo estrada a fora.


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Notas finais do capítulo

vejo vocês nos reviews
beijoos