The Only Exception escrita por May


Capítulo 43
I've got a thick skin and an elastic heart


Notas iniciais do capítulo

ooi gente o titulo significa "tenho uma pele insensível e um coração de elástico" da musica que por acaso é da trilha sonora de em chamas



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– Fomos chamados aqui porque primeiramente a diretora disse que você teve excelentes resultados no colégio. O que é muito bom Katniss, para alguém que perdeu quase um ano de colégio e passou por problemas. Você está se recuperando muito bem. – Minha mãe falou toda orgulhosa.

Consegui esboçar um sorriso.

– Obrigada.

– Nada, em segundo fomos informados que haverá uma festa essa semana ainda organizada pela sua amiga Madge. – Meu pai disse.

– E vocês vão me proibir de ir, imagino. – Falei não me surpreendendo muito.

– Ao contrario. – Meu pai prosseguiu. – Vamos deixar que você vá, mas pedimos apenas que tenha cuidado.

– Pai, por favor, né. Eu tenho quase 18 anos, sei o que é errado, sei o que é certo. Além do mais eu ainda me sinto em recuperação de estado, e não quero estragar todo esse meu processo que está dando certo no momento, indo a uma festa e enchendo a cara. Não sou mais a menininha do começo que saia escondida e fazia coisas erradas.

– Sempre soube filha. Sempre soube que você tinha esse juízo extremo guardado dentro de você. Só não o deixava sair.

– Não mãe. Eu sempre tive esse juízo solto, só que vocês me impediam de sair e fazer coisas para provar que eu tinha ele. Enfim, não vamos falar de passado, porque disso eu quero muito distancia. – Falei olhando para os dois.

– Tem razão. Então, em terceiro... Andamos pensando. – Minha mãe falou e olhou para o meu pai. Aquele olhar eu conhecia, o olhar de que iam me soltar uma bomba que iria ficar preocupada. O mesmo olhar de que quando me anunciaram que eu iria para o internato e por ai vai. – Andamos pensando muito, e não quero mais continuar nos Estados Unidos, nós dois não queremos.

– Como assim não querem continuar aqui? Eu ainda tenho escola, e futuramente faculdade.

– Vamos esperar esse ano acabar, falta pouco e já vimos as faculdades da Inglaterra, elas são ótimas, você vai poder escolher e vai se formar muito bem lá.

Arregalei os olhos ainda tentando absorver cada palavra e entender.

– Vocês querem se mudar para a Inglaterra? Sabe como é longe? Temos uma casa aqui, temos uma vida, não podem simplesmente se mudar.

– Eu não posso continuar aqui Katniss, eu vou acabar voltando a ficar doente. Eu não consigo, tudo me lembra sua irmã, eu preciso recomeçar, voltar a ter uma vida, ou pelo menos tentar ter uma. Você precisa entender minha filha.

– Não posso entender e não quero entender, eu estou noiva. – Falei, eu só conseguia pensar em Peeta.

– Mas você não vai se casar quando acabar o ensino médio. Isso é loucura, vai precisar terminar a faculdade, estar formada em uma profissão. Além do mais ele pode ir se quiser com você, ou te esperar, se te ama tanto.

– Não! Primeiro que eu decido quando eu quero me casar e se é loucura ou não, é problema meu. E Peeta não vai me esperar, não posso cobrar isso dele. Ele me esperou esse tempo todo, ai eu chego lá e solto mais essa. Não posso e vocês que tem que me entender. – Levantei me já pra ir embora. – E não importe onde esteja, sempre vai lembrar da Prim, porque isso não da pra evitar.

Deixei o refeitório, esse era o único momento que eu poderia falar com meus pais, o intervalo. Não queria que a conversa terminasse assim, mas eu não podia simplesmente aceitar esse absurdo, eu nunca iria para a Inglaterra, abandonar meus amigos e a pessoa que mais amo.

Fui para fora do colégio, aproveitar os poucos minutos que tinha de intervalo para encontrar com meus amigos. Fui andando procurando por eles quando de repente alguém tampou meus olhos e eu parei de andar. Um sorrisinho involuntário surgiu no meu rosto.

– Quem é? Henri? – Perguntei provocando.

– Perdeu a graça. – Peeta falou destampando meus olhos e fazendo eu virar em sua direção.

Fiz uma careta.

– Sem graça, eu estava brincando.

– Logo com o cara que eu odeio.

– Não entendo sua implicância.

– Desde que você resolveu me provocar com ele, mantenho os olhos abertos.

– Ai que besta. – Beijei delicadamente seu pescoço e olhei pra ele. – Vou tentar arranjar ele pra Madge na festa desse fim de semana, o que acha?

– Perfeito, assim ele desencana de você.

– Peeta eu vou sair daqui e ir pra bem longe de você se você continuar com essa besteira. – Falei cruzando os braços. Ele enlaçou minha cintura, me prendendo contra ele.

– Você não vai a lugar nenhum dessa escola, pra longe de mim, porque eu não vou deixar.

– Não vai deixar é? – Perguntei com um sorrisinho.

– Nunca mais você vai se afastar, acho que eu não aguentaria. Por isso quero me casar com você, pra ficar sempre com você, sempre do seu lado. Porque eu te amo. – Após falar essa coisa linda, me beijou intensamente. Agarrei-me a ele, pensando em como seria se eu fosse embora, ficar longe dele, eu também não aguentaria. Eu voltaria a entrar em uma depressão sem volta.

– Não me deixe ir esta bem? Nunca.

– Nunca vou deixar, não precisa falar isso.

– Só não deixe.

– Por que está falando isso? Parece que perdeu a cor. – Ele disse preocupado.

– Nada Peeta. O sinal vai tocar e... Eu preciso ir. – Falei já correndo.

Voltei para dentro do colégio, passei no meu dormitório para pegar minhas coisas. Encontrei com a Clove ali, mas ela estava ocupada então arrumei minhas coisas, bem rápido, porque não queria que a Clove perguntasse como eu estava, aposto que se ela olhasse para mim, iria perguntar qual era o problema, e eu não estava nem um pouco afim de explicar tudo o que conversei com meus pais ou ter me mentir e não falar nada.

Depois de sair do dormitório, desci as escadas. Dito e feito, o sinal tocou e eu corri para a aula de artes.

...

– Katniss, mais para cima. MAIS PRA CIMA. – Madge gritou.

Revirei os olhos e lancei um olhar pra ela. Simplesmente não dava mais para colocar a droga da faixa para cima. A festa iria ocorrer a noite e eu estava ajudando Madge na decoração. Na verdade, todas as meninas estavam e ainda de sobra ela chamou os meninos que mais bagunçavam do que arrumavam e todos tinham que ouvir ela gritar.

– Não dá. – Falei puxando a faixa de vez. – Não vou subir nessa escada velha, vai que eu caia e morra.

– Acorda Kat, você não dormiu não? Tá morta.

– Difícil com você roncando a noite toda.

Todo mundo deu risada e Madge fechou a cara, cruzando os braços. Madge não roncava coisa nenhuma, era uma mentira que eu e Clove tínhamos inventado só para irritar ela, e o pior é que dava muito certo. Além de ser muito engraçado.

– Posso te ajudar com isso. – Henri falou aparecendo do meu lado.

Ele também não tinha escapado da arrumação, agora que virou amigo da gente, madge chamou ele também.

– Adoraria, estava esperando uma benção do céu cair e olhe só, a benção do céu está bem na minha frente. – Falei entregando a faixa pra ele. Ele sorriu e começou a colocar.

– Crueldade da Madge colocar você pra fazer isso. – Ele disse.

– Verdade, tinha que por um menino mesmo, vocês são gigantes, eu não sou tão alta assim pra por essa faixa na entrada.

– Sem duvidas. – Ele colocou a faixa tão facilmente que chegava ser incrível. – Agora pode me ajudar com as flores?

– Ela mandou você cuidar das flores? – Perguntei enquanto caminhava com ele em direção a mesa com flores. Tinha pequenos potes, isso era para a entrada do colégio para a decoração.

– O pior que mandou, você não acha que isso seja coisa para mulher fazer?

– Realmente é.

– Por isso pedi sua ajuda.

– Só porque eu não gosto. – Falei e demos risada.

– Hum... Acho que seu namorado não gostou muito de estarmos aqui.

Olhei em direção ao grupo de Peeta. Ele estava olhando e não parecia muito feliz.

– É, ele não curte muito.

– Pode falar que estou interessado na Madge, se isso te arranja.

– E você está? Isso é ótimo. Sempre soube.

– A Mad é muito legal, esperta e dedicada, além de muito bonita, eu posso ficar com ela até mas não é o que realmente quero.

Ai droga, era melhor eu nem perguntar o que ele realmente queria. Não ia dar muito certo. Senti ele segurar em minha mão, arregalei os olhos e afastei minha mão.

– Para, por favor.

– Desde que você voltou para esse colégio eu estou gostando de você.

– Não pode me falar essas coisas, meu namorado, meu noivo está bem aqui.

– Eu não me importo, sabe? Eu vejo que ele não se importa de verdade com você.

– Ele se importa sim.

– Eu te trataria mil vezes melhor, não ficaria conversando com a menina que você mais odeia nas aulas que você não está, e sabe lá fazendo coisas. Eu não ousaria nem fazer, isso, nem pensar.

– Do que você está falando? Está mentindo e acha que se eu virasse sua namorada iria me tratar bem? Pois bem, eu não vou ser sua namorada, não vou largar o que mais amo para ficar com alguém que mal conheço e não sinto nada.

O Henri ficou surpreso e saiu irritado. Todos perceberam isso. Percebi que fui um pouco malvada e cruel ao falar essas coisas. Estava quase indo atrás dele pedir desculpas, quando Peeta apareceu.

– Qual o problema dele? – Peeta perguntou.

– Não concordamos em relação a uma coisa, mas deixa isso pra lá.

– Eu to com a impressão de que você está escondendo algo. Na verdade, não é só uma coisa. Você está me escondendo várias, coisas. O que está acontecendo Kat?

– Não vamos falar disso. Eu preciso terminar as flores. Como o Henri saiu, você pode me ajudar com isso?

Ele parecia que ia discordar, mas acabou concordando e se posicionou do meu lado para me ajudar a organizar as flores.

Quando foi umas 17 horas deixamos o salão principal que estava impecável. Graças a deus parecia que Peeta tinha esquecido o acontecimento de mais cedo. Não queria contar porque ele provavelmente ficaria muito irritado e não sei. Já tinha uns problemas para lidar, como sobre minha família querer ir para a Inglaterra. Eu não sabia como contar isso.

– Kat, já disse que você está meio lerdinha esses dias? – Clove perguntou.

– Tive um dia ruim. – falei.

– Tem a ver com o Henri? – madge perguntou. – do jeito que ele saiu da sala hoje mais cedo.

– Não tem nada a ver com isso. – Falei. – Que tal vermos logo nossos vestidos, o baile começa daqui a pouco e não sabemos o que vestir.

– Eu me ocupei especialmente disso para você. – Madge disse. – Na verdade para as duas, sei que não curtem escolher vestidos, então eu mesma mandei uma mulher que trabalha para o meu pai comprar, escolhi e mandei comprar.

– Mas nós não demos nenhum dinheiro. – Clove disse cruzando os braços. – E eu não tenho dinheiro para te pagar.

– Deixa isso pra lá, presente de Madge Undersee, Vocês vão aceitar nem que a vaca tussa.

– E se o vestido for feio? – Perguntei.

– Não se preocupem com isso.

Xx

– To parecendo uma prostituta. – Falei me referindo ao vestido vinho que ela tinha comprado pra mim. Não só tinha um decote enorme na frente, como tinha nas costas também. Fazia meus seios ficarem separados e muito pra fora.

– Tá sexy. – Madge disse. Nem preciso dizer que ela estava com um vestido rosa, o de Clove era azul e nossos vestidos todos eram ousados demais.

– Isso é pra que? Não precisamos disso.

– Só você Mad, que precisa de um namorado. – Falei rindo.

– Tanto pra mim, que preciso de um namorado, tanto para vocês que precisam impressionar um pouco o namorado de vocês. Sei que andamos tendo probleminhas no paraíso, então hoje é o dia perfeito para ajustarmos essas coisas.

– Problemas no paraiso? – Perguntei para Clove, não sabia que eles andavam tendo problemas.

– Juro que depois da festa, conto tudo para vocês. – ela disse. – e você Kat? Algo importante para nos contar?

– Eu... – Olhei para as duas, elas eram minhas melhores amigas, quem eu queria enganar? Não podia esconder algo delas, que sempre estiveram comigo, me apoiando até nas coisas malucas. Elas saberiam me ajudar na questão da Inglaterra, e do Henri também. – Eu também prometo contar tudo para vocês depois do baile, mas estejam sóbrias.

Elas riram.

– Depois disso, não vou tomar nem um copo.

Sorri também e demos os braços, saindo as três. Como o velho trio, não igual a primeira festa do colégio assim que entrei e sim igual a esse dia, que iniciamos uma amizade, que durou até os dias de hoje. A velha amizade. O trio inseparável. Eu, Madge e Clove.


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Notas finais do capítulo

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