Datherine Forever escrita por Martina Santarosa


Capítulo 17
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Oie gente!
Eu sei que demorei um século pra postar, e vocês tem toda razão de quererem me matar. Mas é que eu viajei, e depois fiquei meio depre com o fato que minhas ferias estão acabando e tals... kkkk
Mas bem, aqui está um novo capítulo! Não é o melhor que já escrevi, mas não acho que esteja tão ruim. Só espero que vocês gostem!
Ah, e eu queria dedicar esse capítulo a todo mundo que já comentou essa fic, porque eu estou com 111 reviews e estou dando pulos de alegria! Obrigada gente, de verdade! Vocês alegram meus dias!



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Estou exausta, deitada de bruços na enorme cama, com a cabeça apoiada nos braços e as pálpebras pesadas. Um beijo muito suave é depositado na base das minhas costas e me forço a continuar acordada, levantando o olhar para admirar o belo rosto de Damon abaixado sobre meu corpo, subindo vagarosamente com uma fila de beijos por minha coluna. Ainda estamos sem roupa, cansados de mais para sairmos da cama, mas sem vontade de dormir. Não quero perder essa sensação. Ele sobe por meu pescoço e morde o lóbulo de minha orelha, me fazendo rir baixinho e suspirar de felicidade. Nunca me cansaria disso, dessa paz e leveza que ele me trás.

                – Katerina... – ele sussurra em meu ouvido, mas sua voz está diferente. Ela parece distante e abafada. – Katerina, meu amor... – estranho, não me lembrava desse sotaque de Damon, e nem que ele me chamasse de amor...

                Pisco com força e minha visão é tomada por um belo sorriso britânico, que se desmancha em um beijo contra minha boca. Suspiro. Só mais um sonho. Gostaria que não precisasse acordar, que pudesse mergulhar nesse sonho, me afogar em sua profundidade, até que todo meu corpo estivesse tomado por sua magia. Mas ao invés disso, simplesmente abraço minha realidade, retribuindo o beijo de Klaus.

                Envolvo seu corpo com braços e pernas e acaricio seus cabelos enquanto ele sobe e desce a mão por minhas costas. É calmo, aconchegante, um carinho gostoso do qual eu me aproveito. Nos separamos depois de algum tempo, que não pareceu nem pouco nem muito tempo, apenas o suficiente, e nos olhamos. O seu sorriso tímido e empolgado me contagia e quando dou por mim sou espelho de sua expressão.

                – Como foi a viajem? – minha voz não passa de um sussurro, como se qualquer barulho exagerado pudesse quebrar aquele momento e fazer com que todas as minhas magoas, antigas e recente, voltassem. E agora tudo o que quero é isso, o calor dele contra o meu, pois talvez será a ultima vez, e de alguma maneira obscura e sinistra, na qual tenho evitado pensar, acho que sentirei falta disso. Sentirei falta dele.

                – Ótima... – ele murmura contra meu pescoço, roçando o nariz suavemente um minha pele, espalhando pequenos e deliciosos tremores por todo meu corpo. – Mas estar aqui é infinitamente melhor...

                As mão de Klaus sobem por minha perna, levantando minha camisola. É estupido a maneira como meus nervos parecem amplificar cada caricia e guarda-la em um arquivo muito seguro em meu cérebro, provavelmente para que eu possa me lembrar de sentir saudades. Mas não consigo ficar com raiva de minha mente, pois tudo o que posso pensar é em Klaus e seu toque, e me entregar a isso. Me sinto extremamente masoquista nesse instante, mas não consigo parar. Ele é uma lamina que corta meu corpo e deixa marcas que doem e sangram, mas ao mesmo tempo fazem com que tudo desapareça e a vida pareça incomparavelmente mais fácil.

                – Senti tanto a sua falta... –a confissão dele soa macia e acolhedora em meu ouvido, mas tenho a estranha impressão de que ele não se refere apenas a viagem, mas a todos os anos que ficamos separados. Como se pudesse ouvir a saudade encalacrada em cada palavra que ele me diz.

                Me desvencilho dele e sento na cama, e após um pequeno instante Klaus me segue, parando a minha frente e juntando nossos olhares. Passo meus braços envolta de seu pescoço e encosto minha testa na dele, nós dois fechamos os olhos e respiramos fundo. É estranho admitir isso a mim mesma, mas nesse momento me sinto bem. Um bem profundo, que me acalma e sossega todos os pensamentos malucos que costumam passar por minha cabeça. E sei que Klaus também se sente assim, e isso faz com que me sinta imensamente culpada por deixa-lo. Talvez, no fim das contas, ele possa ser bom, possa amar, mas ao ir embora estarei destruindo essa pequena possibilidade. Estarei matando seu coração para sempre.

                – Quero fazer uma coisa – me solto dele e estico o corpo até alcançar o criado mudo. Sinto-o me olhar, mas não quero retribuir agora. Abro a gaveta e respiro fundo antes de me voltar a ele. Espero que tudo de certo. Fecho os olhos e rezo, não sei exatamente para quem. Me desculpe. Meu subconsciente insiste em acrescentar, como se Klaus de algum jeito pudesse entender o meu pedido silencioso.

                Me sento sob meus calcanhares na cama, e Klaus acompanha meu olhar até a adaga que está em minha mão. Lentamente a levanto, com movimentos calmos, como quando se está na presença de um animal selvagem. Encosto e lamina em seu pescoço e paro. O ar envolta condensa, sinto tudo ficar tão silencioso que chega a machucar meus ouvidos. Não ouço se quer a batida de meu coração, pois até ele se aquietou para não assustar a fera. Ele toca minha mão com a ponta dos dedos, e sei que posso continuar. Então deslizo a lâmina vagarosamente por sua pele, um filete de sangue aparecendo onde, segundos atrás, estava o metal.

                Sinto minhas mãos tremerem ao deixar o punhal no criado mudo com um movimento rápido. Em um instante estou fitando os olhos de Klaus, e logo em seguida a faixa de sangue que escorre de seu pescoço e desaparece no tecido da camisa.

                Sem me dar mais um segundo para pensar, avanço sob seu pescoço, molhando meus lábios com seu sangue. Ele retesa o corpo, nervoso, então acaricio seu cabelo com ternura, como se dissesse está tudo bem. Gradativamente sinto-o relaxar, envolvendo-me com seus braços, nos unindo cada vez mais, enquanto sinto seu sangue deslizar por minha garganta.

                Os segundos vão passando e sinto meu organismo se agitando, enquanto meu sangue se mistura com o dele e minha cabeça é tomada por flashs desconexos. Sons, imagens, sensações, perfumes. Klaus, de cabelos compridos, sorrindo. Um campo de rosas em uma manha de primavera, as pétalas se abrindo e um aroma doce contaminando o ar. Eu de vestido branco, sentada em um balaço de corda preso em uma arvore enorme, com Klaus atrás de mim me empurrando. Os meus cabelos estão bagunçados pelo vento e nós dois rimos sem parar. Cenas que não aconteceram, mas que eu, naquele momento, gostaria que tivessem acontecido.

                Klaus move a cabeça, aproximando-a de mim, e sinto seus dentes perfurarem minha pele, afundando até a artéria de meu pescoço, e ai sim estamos totalmente conectados. Mordo seu pescoço também, aumentando o fluxo de sangue. Já não sei se o que se passa por minha mente vem de mim ou dele. Sempre soube que compartilhamento de sangue entre vampiros era algo forte, mas nunca imaginei uma ligação assim.

                Uma dor súbita agarra meu corpo, um sentimento de magoa e arrependimento. Perdão. Uma culpa invade minhas entranhas, e eu e Klaus nos separamos ao mesmo tempo. Não consigo entender se fui eu quem iniciou o pensamento, ou ele foi apenas transmitido a mim, mas posso perceber que afetou a nós dois, pois no fundo de nossas mentes, ambos nos sentimos culpados.

                Observo a ferida no pescoço dele cicatrizar, e sei que o mesmo acontece comigo. Nossos olhos estão grudados, um perdido dentro do olhar do outro, como se procurasse por respostas. Não nos mexemos. Mal respiramos, mal piscamos, e se não fosse extremamente necessário, tenho certeza que nossos corações parariam de bater.

                Duas pancadas na porta nos tiram de nosso transi, e praticamente vejo o momento despencar. Eles solta um suspiro exasperado, e eu deixo meus olhos vagarem pelo quarto, um pouco sem jeito.

                – Eu... tenho que ir – ele se levanta da cama e vem em minha direção. Dou um sorriso murcho, que por algum motivo faz com que ele solte um riso baixinho e divertido. Rio também, é inevitável. – Vejo você mais tarde, certo?

                – É claro... – ele sela nossos lábios em um beijo rápido, e deixa o quarto sem olhar para trás. Não porque não queria mais me ver, mas porque não precisa. Depois do que compartilhamos, para ele não há duvida.

                Bem, para mim também não há. O único problema é que nossas certezas são opostas, e sinto meu coração se apertar enquanto olho a adaga suja de sangue ao lado de minha cama.

E do fundo do meu ser aquela palavra volta, tomando forma, crescendo englobando o quarto e além. Sinto que ela me abraça e me acalma, e que vaga pela casa e abraça todas as almas sozinhas que vagam em meio a essas paredes. Um conforto mudo a todos que sofrem.

Perdão.


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam? Juro que o próximo vai ser melhorzinho...
XOXO



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