Datherine Forever escrita por Martina Santarosa


Capítulo 16
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Aqui vai um novo capítulo que é dedicado a todos que deixaram reviews, as novas leitoras e principalmente a Katherine Pierce Salvatore que me deixou uma recomendação! Obrigada a todo mundo, vocês me deixam muito feliz!
Bem, esse é como se fosse uma "capítulo bônus", porque ele é um flashback de 1864, quando a Kath conheceu os Salvatore. Eu espero que gostem, e eu queria pedir pra todos que lerem deixarem a opinião, dizendo se gostaram, se querem mais e de que épocas (se a resposta for sim, é claro). Podem ser sinceros, me ajuda muito!
Beijos e obrigada desde já!



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Emily segura as cordas do espartilho e puxa com força mais uma vez. Prendo a respiração e faço uma careta. Não é confortável. Lindo, sensual, elegante, obrigatório. Poderia definir o espartilho de todas essas maneiras, menos como confortável.

– Pode deixar que eu termino – Damon surge na porta do quarto, a camisa aberta até a metade do peito, os cabelos bagunçados e um sorriso sedutor. Lindo. A tarde cai e um brilho avermelhado do por do sol banha seu rosto, deixando-o com um ar perverso, animalesco, quase assustador. Estico o corpo, inconscientemente tentando me impor, me tornar maior. Nenhum homem me intimidaria, mesmo que este fosse o portador do mais belo par de olhos azuis que já vi.

Emily me encara com seus grandes olhos pretos, silenciosamente me perguntando o que deve fazer.

– Tudo bem Emily. Nos encontramos em alguns minutos na sala de estar – desvio o olhar para o espelho, alisando minha saia enquanto finjo não notar Damon esperando Emily sair do quarto para fechar a porta e de vir em minha direção.

Ele para atrás de mim. Ignoro. Ele então toca meu rosto, levantando meu queixo até que nossos olhares se encontrem no espelho oval a nossa frente. Seu olhar me queima, mas não consigo desviar.

– Vamos, senhor Salvatore – sorrio para ele. – Ajude-me a terminar de me vestir, já que dispensou minha criada – coloco as cordas do espartilho em suas mãos, mas ele as solta.

– Prefiro ajuda-la a se despir... – ele deixa as palavras no ar, subindo os dedos por meus braços e beijando meu pescoço.

Sei que não deveria, que não tenho tempo, mas inclino a cabeça para trás, para que ele tenha mais acesso a minha pele, e suspiro enquanto ele rodeia minha cintura com os braços. Rapidamente ele chega a minha boca, e nos beijamos por muito tempo, até estarmos sem folego algum. Me viro de frente para ele, que me mantem em um abraço apertado, possessivo.

– Não é educado atrasar uma dama dessa maneira, o baile do dia dos fundadores é em poucas horas, e se não me aprontar depressa, não chegaremos a tempo na casa dos Lockwood – digo quando finalmente nossas bocas se separam. Olho-o de cima a baixo. – E você ainda nem começou a se arrumar!

– Eu não vou hoje – ele roça o nariz no meu, e fechamos os olhos ao mesmo tempo, aproveitando o carinho. – Não quero ter que vê-la com ele.

As palavras dele me trazem uma sensação estranha no peito, e involuntariamente minhas mão acariciam seu rosto, como se pedisse desculpas.

– Vão ter muitas outras garotas lá, que, como sempre, ficarão babando pelo senhor – começo a abotoar sua camisa, evitando encarar seu rosto. Por mais que esteja exibindo um sorriso cinicamente irônico e distraído, por alguma razão, não quero ver seu olhar triste.

– Sabe que não quero ninguém mais a não ser você, Katherine – mordo o lábio ao ouvir meu nome ser dito em um tom tão melancólico e apaixonado. Me sinto apavorada e culpada, sensações que não estou acostumada a sentir. – Por que aceitou o pedido de Stefan?

Por quê? Meu Deus, gostaria que existisse uma resposta fácil para essa pergunta. Por que eu quis, Damon. Sinto-me tentada a responder, mas por um momento as palavras se prendem em minha garganta. Por que o Stefan? Ele não é mais bonito que Damon, nem mais engraçado ou simpático. Sua companhia me agrada tanto quanto a do irmão. Mas Stefan não me ama, pelo menos não tanto quanto Damon, e portanto, é mais seguro estar ao seu lado. Sei que as palavras que saírem de sua boca não serão mais do que uma ilusão que plantei em sua cabeça, e não me apaixonarei por minhas próprias mentiras. Porém ouvir as verdades românticas que Damon sussurra em meu ouvido a noite, depois de já termos feito festa de mais e quando já estou adormecendo em seus braços, é completamente diferente. São juras as quais corro o risco de me apegar, e, quando chegar a hora, talvez não queira partir. Por isso me desprendo de seu abraço e me viro mais uma vez para o espelho, com o olhar serio e aborrecido.

– Não lhe devo explicações, Damon. E você deveria parar de contestar minhas decisões – ele parece irritado e frustrado, ali, parado as minhas costas. Termino de fechar meu espartilho sozinha e arrumo meu vestido. Me viro para ele abruptamente, mirando fundo nos meus olhos. – Agora vá se arrumar. Vai ir para o baile e não vai mais me incomodar, entendeu? – desvio o olhar e ele sacode a cabeça, saindo do transi.

– Tudo bem – ele revira os olhos, se afastando de mim. – Como você disse, há muitas outras garotas.

Sinto uma fraqueza enquanto vejo-o saindo pela porta, e a imagem dele dançando com outras mulheres e rindo com elas, flertando e beijando suas mãos com aquele sorriso malicioso que faz todas ficarem vermelhas, me faz ter a horrível impressão de que vou vomitar, e antes que possa impedir as palavras saltam da minha boca com clareza e veemência, como se já estivesse pensando nisso a muito tempo.

– Não quero vê-lo dançando com outras garotas.

– Por que? – um sorriso irônico e debochado aparece em seu lábios, mas tenho a breve impressão de que são apenas uma capa para esconder algo mais profundo, um sentimento ruim e triste. – Está com ciúmes?

Aperto os dentes e reviro os olhos. Sinto o sangue pulsar em minhas veias com mais força, e acabo passando mais perfume do que deveria por estar apertando o vidro forte de mais. Não deveria me irritar, deveria simplesmente ignora-lo, mas de algum jeito aquela suposição me tira do serio.

– Não, mas agora você já está me irritando – caminho em sua direção com passos pesados, e paro olhando fundo nos seus olhos. – E por isso você vai passar o baile inteiro sozinho, ignorará todas as moças – penso em parar, mas antes de sair me volto mais uma vez para ele. – E vai ficar olhando Stefan e eu dançarmos a noite toda.

Quando ele sai do quarto me sinto vitoriosa, como se tivesse ganhado uma batalha. Não demoro para me arrumar e quando desço para encontrar Stefan, que me espera no pé da escada com um belo smoking, um grande sorriso espreita por minha expressão.

                Mas a sensação não dura muito, e o sorriso lentamente se torna forçado. Danço com Stefan e rio com alguns amigos, mas Damon está sempre ali, parado num canto, fechado dentro de si mesmo. O único ponto de conexão com o mundo são os olhos, que me seguem com um olhar profundo.

                Já faço os primeiros preparativos para minha fuga, que não demorará tanto. A cidade já está infestada de boatos sobre vampiros e já me permiti tempo de mais em um mesmo lugar. Logo estarei na estrada, deixando tudo isso para trás. Normalmente não sinto falta, mas Mystic Falls foi diferente. De algum jeito me senti bem aqui, como se pudesse ficar segura. Pura ilusão, mas nos raros momentos em que me permito pensar sobre o assunto, normalmente quando estou quase dormindo, muito cansada e um pouco bêbada, um estupido pensamento me ocorre. Um pensamento que sempre ignoro com muita convicção.

                Enquanto danço com Stefan me sinto pesada, como se o mundo estivesse sob minhas costas e eu tivesse que aguenta-lo com um sorriso no rosto. A cada giro tenho a impressão de que meus sapatos tem saltos de chumbo e que cairei a qualquer momento.

                Sinto que já sorri o suficiente, que já convenci a todos que estou bem, que sou normal, que continuarei aqui, que nada vai mudar, e quando cada mentira está devidamente localizada peço que Stefan me leve para casa.

                A vontade de vomitar volta com uma força enorme quando ele diz que me ama, suas palavras fluindo como mel, um mel que me sufoca e me engasga. Finjo espanto, como qualquer moça recatada e romântica faria, e me recolho. Tudo bem, estou indo embora, ele ficará bem e não terei mais de fingir. Não entendo o porquê, mas a cada dia que passo nessa cidade sinto mais e mais vontade de ser verdadeira, de ser sincera, de ser eu.

                – Damon! – me assusto com sua presença, vendo sua silhueta me abraçar na escuridão do quarto.

Ouvir sua voz em meu ouvindo reclamando de Stefan me enche de desgosto. Ele não entende. E por acaso eu entendo? Me desvencilho dele e o faço partir. Não quero companhia essa noite, quero poder ficar a sós por algumas horas e me permitir sucumbir a confusão em minha cabeça, aos pensamentos bagunçados. Preciso disso, preciso me perder para amanha conseguir encontrar uma nova mascara para usar, pois essa está definitivamente quebrada.

Antes de dormir aquele pensamento tolo que vem me seguindo nos últimos tempos volta, e não controlo. Deixo minha mente me sussurrar que aqui há braços que me protegeriam. E junto com esse pensamento vem um nome, um sussurro muito fraco, uma voz que se agita lá no fundo. Damon. 


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Notas finais do capítulo

XOXO



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