Quando acordei, olhei na janela que ficava ao lado de minha cama, o sol ainda estava nascendo, então quer dizer que era apenas umas seis ou sete horas da manha. Levantei-me, então me lembrei que Susana estava apenas a um quarto de distancia, será que ela ainda estava dormindo?

Estava no corredor, estava de frente a porta do quarto da Susana, será que eu entro e acordo ela? Acho melhor não.

-Bom dia. –ouço sua voz, senti como se fosse desmaiar naquele momento, mais me segurei.

-bom dia. –respondi. –ah, dormiu bem? –perguntei, ela me lançou um meio sorriso, e respondeu meio tímida, acho que não tinha se acostumado a viver em um palácio.

-muito bem, obrigada. –ela me olhou nos olhos, então me lembrei, quando havia nos conhecido, quando olhamos nos olhos um do outro.

-ô vocês dois, o café já ta pronto. –disse Pedro, quase gritando.

-senhorita. –eu disse estendendo o braço, na minha melhor pose de cavalheiro, ela riu, mais passou o braço pelo meu.

Começamos a caminha, nós andávamos devagar, mais, por mais devagar que tenhamos andando, chegamos à sala de jantar, onde Pedro, Edmundo e Lucia estavam. Empurrei a cadeira ao lado de Lucia, para que Susana sentasse.

-obrigada. – agradeceu a timidez desaparecendo pouco a pouco.

Sentei-me de frente a ela. Todos nós começamos a comer, s quatro irmãos conversavam animadamente, mais eu mal prestava atenção na conversa deles, só tinha olhos para ela.

Susana Pevensie

-então, Caspian, onde podemos continuar a conversa de ontem? –perguntou Pedro, quando terminou de tomar o café.

-na sala do trono, talvez. –respondeu Caspian, percebi que ele me olhava, e por um breve período de tempo, nossos olhos se encontraram, senti o sangue ir para minhas bochechas, desvie de seu olhar o mais rápido possível.

-pelo que vejo, todos nós já acabamos... –disse Pedro, na verdade eu mal tinha tocado no meu café. –então vamos agora, temos muitas coisas para discutir. –todos nós nos levantamos, e senti os olhos de Caspian em mim outra vez, apressei meu passo, para que ficasse ao lado de Lucia.

Quando chegamos à sala do trono, fiquei parada talvez um segundo, por causa do choque, mais depois, continue caminhando, até ficar ao lado de Lucia, ela fez sinal para que eu me sentasse ao seu lado. Caspian logo chegou e em vez de se sentar na cadeira do rei, foi se sentar ao meu lado.

-então continuamos a conversa de ontem. –disse ele, ele olhava para Pedro, que estava a sua frente.

-continuando, precisamos saber quem é essa mulher, e para isso, precisamos ir até onde você a encontrou Caspian, e quando digo nós, quero dizer, Caspian, Edmundo e eu. –disse Pedro, sua voz estava firme, mais depois que ele disse que precisamos ir, me desesperei.

-não. –dissemos eu e Lucia ao mesmo tempo. –de jeito nenhum. –eu disse, olhando para Edmundo e Pedro, depois para ele.

-concordo com a Su, vocês podem se machucar ou até morrer. –disse Lucia, olhando para o irmão mais velho, como se pudesse força-lo a ficar ali.

-mais precisamos saber quem é essa mulher, e como ela pode fazer esse tipo de coisa. –disse Edmundo, encarando Lucia depois a mim.

-então se é assim, talvez Lucia e eu podemos ir com vocês. –eu disse.

-não. –disseram Pedro, Edmundo e Caspian juntos.

-isso é perigoso. –disse Caspian, me olhando, seus olhos pretos, me faziam ficar com a vontade de ficar ali o dia todo, o olhando, mais com muito esforço, consegui olhar para Pedro. O que tava acontecendo comigo?

-então por que vocês vão? –perguntou Lucia.

-por que é nosso dever, somos reis de Nárnia, devemos proteger Nárnia. –disse Pedro, falando como se explicasse pela centésima vez uma coisa.

-Pedro. –disse Lucia.

-não Lu, nós vamos, não é? –perguntou Pedro, olhando para Edmundo e Caspian.

-claro. –respondeu Edmundo. Caspian apenas assentiu.

-que tal irmos hoje? –perguntou ele.

-HOJE? –gritamos Lucia e eu.

-é. –respondeu Caspian indiferente.

-concordo. –disse Pedro. –então vamos levar apenas algumas coisas.

Edmundo e Caspian assentiram, os três se levantaram.

-com licença. –disse Caspian, e os três saíram da sala.

-não acredito. –eu disse.

-parece que eles não escutam a razão. –disse Lucia. –vamos lá fora.

Eu assenti, ainda pensando em como os homens podiam ser tão cabeças duras. Lucia me levou ao jardim que ficava atrás do castelo, era lindo. Ficamos uns quinze minutos ali, apreciando as flores.

-meninas nós já vamos. –ouvi a voz de Pedro. Lucia e eu olhamos para trás.

Edmundo, Pedro e Caspian estava com uma mochila, cada um, nas costas, e seguravam as rédeas de três cavalos. Lucia correu e abraçou Pedro, depois Edmundo e por fim Caspian.

-tomem cuidado. –ela disse. –por favor.

-claro. –respondeu Edmundo, sorrindo. –já passamos por varias coisas Lu, isso praticamente vai ser muito fácil.

-mais mesmo assim tomem cuidado. –eu disse, me aproximando dele, então dei um abraço em cada um, quando fui dar um abraço em Caspian, seus braços deram uma volta em minha cintura e em meu pescoço. Queria ficar ali com ele, em seus braços, mais o soltei, senti que era uma coisa muito difícil para eu fazer.

Os três subiraram nos cavalos e acenaram, senti que lagrimas escorriam por meu rosto, e sentia, que uma coisa muito ruim iria acontecer.