Fairy Tail! Aratana Densetsu! escrita por Maya


Capítulo 67
A Verdadeira Família


Notas iniciais do capítulo

Yo minna-san! Chegou o capítulo, enfim. Bom proveito!
*ficha da Mortis já disponível no blog, ficha da Yui a caminho*



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Observar aquela cena até que ajudava à Felicity: Levy de um lado com sua Light Pen, Fel do outro com seu lírio mágico em mãos, e entre elas várias pétalas criadas por sua magia queimadas pela Solid Script. Isso a ajudava a se lembrar que aquela não era a pessoa que se tornou sua “mama”, não era a pessoa que a acolheu quando Felicity era apenas uma garota fugitiva e solitária, não era a pessoa que sempre viu sua magia como a mais bela de todas. A pessoa em sua frente era apenas uma criatura criada por um mago horrível e sem coração. Fel tinha que derrotá-la em nome de sua verdadeira mama.

– É inútil – falou a suposta Levy. – Não importa o quanto você me ataque com essas plantas, basta uma palavra para eu queimar tudo!

– Pode queimar – rebateu Fel. – Minha magia será infinita enquanto eu estiver viva.

O sorriso lunático de Levy tomou conta de seu rosto.

– Então o jeito é te matar, certo?

Assim que ela preparou novamente sua caneta, Felicity posicionou seu lírio já transformado em chicote.

Solid Bullet!

A palavra “Bullet” foi escrita na cor branca em pleno ar, e dela saiu uma rajada de tiros contínuos. Fel se desviou o máximo que pôde enquanto também usava seu chicote para tirar os tiros mágicos de sua mira.

Solid Stone!

Logo me seguida Levy escreveu a palavra “Stone” no ar e a mesma, em formato de pedra, voou na direção de sua oponente. Felicity rapidamente pulou para o lado e, após a palavra mágica se chocar contra as árvores, lançou seu chicote até ele se enrolar nas pernas de Levy e a puxou para cima. Quando sua falsa mama já tinha subido o suficiente, Fel a puxou de volta para o chão com força. Só que Levy sacou sua caneta e se esforçou para realizar sua magia em pleno ar.

Solid Thunder!

A palavra tomou a forma de um relâmpago e caiu velozmente na direção de Fel. O máximo que ela pôde fazer foi se afastar das árvores; o relâmpago de encontrou com um chão e liberou uma onde choque por toda a área. A de cabelos prateados caiu e Levy voltou à superfície com mais suavidade.

– Você não tem a menor chance – insistiu o espírito. – Mas pense bem: se deixar que eu te mate agora, não vai ver seus queridos amiguinhos sendo destruídos. Não seria bom?

– Por que você não pensa bem? Eu nunca deixaria você me matar para depois matar todos os meus amigos, então pense direito e pare de falar bobagem. – Fel começou a se levantar. – Eu vou te derrotar. Haja o que houver.

– Mesmo que você me derrote, o que tem pouquíssimas chances de acontecer, o que te garante que todos os seus amigos vão vencer suas batalhas também? Se a maioria perder, a vitória é nossa.

– Eu acredito que todos vão vencer. – Felicity balançou seu chicote. Espinhos venenosos se espalharam por ele. – Porque meu papa e minha mama me ensinaram a acreditar em cada um dos meus companheiros.

Então Fel usou o chicote para cortar o ar, o que liberou para pétalas diversas, afiadas como navalhas, girando na forma de um redemoinho. Mais uma vez Levy usou sua caneta.

Solid Fire!

A palavra flamejante queimou as pétalas da maga, e as que sobraram não acertaram sua oponente. Levy esboçou mais um daqueles sorrisos horríveis.

– Já falei que...

Mas antes que ela pudesse terminar, fez uma careta e tampou o nariz. Foi a vez de Fel sorrir.

– Desculpe, mas seu fogo não pode fazer nada com meu veneno.

Contudo, antes que ela pudesse continuar o contra-ataque, Levy se virou para a direita e começou a escrever novamente enquanto girava. A palavra “Storm” foi formada ao seu redor e uma forte ventania saiu de cada lado, dispersando o veneno e mandando Felicity para os ares. Só que assim como sua falsa mama, a garota girou no ar e balançou mais uma vez seu chicote.

Thorns’s Fall!

Os espinhos que surgiram em seu chicote começaram a cair sobre Levy, maiores do que antes. Enquanto a veterana se esquivava, Fel chegou ao chão, colocou a mão sobre ele e se preparou. Então, Levy pulou para trás para se desviar de um dos espinhos e a chance da mais nova surgiu.

Enquanto Levy recuava, a garota fez videiras crescerem exatamente embaixo dela e se enroscarem em suas pernas e braços. Com a oponente presa, Felicity tornou a usar seu chicote.

Whirlwind Petal!

O redemoinho de pétalas afiadas pareceu avançar com ainda mais fúria do que o primeiro. Levy foi atingida em cheio, sem poder fazer nada nem mesmo para amenizar o impacto, e as videiras foram cortadas após todo o dano ter sido causado.

Cansada, Fel não pôde fazer muita coisa além de esperar pela recomposição de Levy para poder se defender e atacar de novo. Nada. Por um tempo, ela ficou apenas deitada; não dava nem para saber se permanecia consciente ou não. Até que ela se sentou e falou, com uma expressão suave:

– Sua magia... É tão... – De repente ela franziu as sobrancelhas abriu mais uma vez aquele sorriso odioso. – É tão idiota e fraca que me dá nojo!

Então ela se levantou num só pulo e avançou como um raio. Mas as engrenagens na cabeça de Felicity já tinham entrado em ação e ela já começava a entender quando Levy cerrou seu punho e desferiu-lhe um soco.

Se a Levy original não tinha muita habilidade em combate corpo a corpo, aquela Levy era seu oposto. A baixinha obrigava Fel a não fazer nada além de se defender com todos aqueles socos e sempre se defendia perfeitamente quando precisava. Era só mais nova baixar a guarda por um breve momento e poderia declarar seu fim.

– Pare! – gritou Fel. – Eu só quero te ajudar!

– Me ajudar?! Você acabou de dizer que quer me derrotar!

– Não é com você que estou falando! É com minha mama!

Levy parou no meio de um soco e Felicity olhou bem para aqueles olhos bizarramente negros. Ela estava lá; podia ver um leve brilho começando a aparecer. Mas o brilho logo desapareceu para dar mais uma vez lugar à uma expressão feroz.

– Já disse que não sou a “mama” de ninguém!

Quando ela ia iniciar outra sessão de socos, Fel conseguiu pular para trás e atar suas mãos com os chicotes. Teve de segurar firme para que Levy não se soltasse de tanto se mexer.

– Eu vou fazer você voltar para o Mundo Celestial – continuou Felicity. – E aí você vai poder descansar em paz ao lado de papa... E do seu filho.

Levy parou de se remexer no mesmo instante.

– Não importa que tipo de escuridão tenha se incorporado em seu espírito. Você ainda está aí, mama.E, sinto muito, você ainda é uma mulher que perdeu um filho.

Quando a falsa Levy voltou a si, começou a se mexer com ainda mais força.

– Nada do que você diz tem sentido! Eu nunca fui mãe de ninguém!

Então Fel segurou o cabo de seu chicote com ainda mais força e o girou com Levy ainda presa a ele, jogando-a para longe. A garota viu a Light Pen caída no chão e a chutou para o lado.

– Você teve dois filhos! – Gritou. – Noel e Rebecca Redfox. E eu sei que você se lembra deles, mama!

Lá do fundo, Levy se levantou e se pôs a caminhar na direção de Felicity.

– Pare de falar essa bobagens! É tudo mentira!

– É tudo verdade! E a prova disso é o quanto você, esse espírito maligno, fica nervosa quando falo dos seus filhos. Isso é porque a alma da verdadeira Levy está aí dentro, ouvindo tudo e lutando para poder banir você. Não é isso?

– Cale a boca!

Foi quando a suposta Levy estendeu o braço direito e posicionou a mão a palma da mão esquerda na dobra do cotovelo, para logo depois retorná-la, formando um arco no ar. Diante dela surgiram as palavras “Fire”, “Thunder” e “Storm”.

– Estou cansada de você! Morra de uma vez!

Foi tudo ao mesmo tempo, rajadas de vento, de fogo e relâmpagos para todos os lados. Fel prendeu a ponta de seu chicote a uma árvore próxima a Levy e segurou firme para não ser levada pela ventania, mas ainda era difícil desviar dos outros elementos.

– Me escute, mama! – Ela gritou enquanto se puxava na direção da oponente. – Você pode vencê-la! Tem que fazer isso, por mim, por Rebecca e por toda a Fiore!

– Essa “mama” de quem você fala não existe mais! – Levy gritou ainda mais alto. Suas magias ficaram ainda mais intensas. O fogo e os relâmpagos queimavam apenas as árvores que formavam um círculo ao redor delas; era como se os três elementos formassem uma espécie de domo sobre as duas. – É tão difícil assim entender que somos inimigas?

– A única coisa que não aceito é que a luz da minha mama foi apagada.

Mas,quando Fel já estava alcançando Levy, tudo parou. A única coisa que ela sentiu antes de desabar no chão e fincar os dedos na terra enquanto o chicote se soltava da árvore para voltar à forma de um lírio foi um dos relâmpagos a atingindo nas costas.

O fogo aumentava ainda mais. A fumaça produzida e ainda por cima concentrada só naquele lugar a impedia de respirar direito, mesmo com toda aquela ventania, que mais parecia cortar seu rosto do que lhe dar algum oxigênio. Os relâmpagos continuavam caindo por todos os lugares. Fel já estava quase dando o braço a torcer quando Levy passou andando ao seu lado e ela pôde ouvir uma voz deliciosamente familiar falando em seu ouvido: “Você ainda tem uma vantagem, Felicity”.

A usuária da Nature Magic tornou a abrir os olhos. Sua falsa Levy se afastava cada vez mais, indo em direção ao primeiro lugar que pudesse destruir. Ela não precisava parar ao seu lado de novo para que a verdadeira Levy falasse com sua filha adotiva de novo.

Porque agora Felicity se lembrava bem. A vantagem de ter a magia da natureza era que se podia obter energia de qualquer lugar.

A mais nova então enterrou ainda mais as mãos e até mesmo o rosto na terra. Não havia mais muita coisa para lhe dar energia ao seu redor, mas ainda havia todas as árvores, flores e plantas ao redor de Magnolia. Se ela se concentrasse, seu poder seria infinito.

“Está tudo bem, Felicity”, pensou. “Você consegue. Faça isso pela sua mama, por Rebecca e por toda a sua família”. Família... Seus pais, Clive e Magda também estavam incluídos. E mesmo que eles não vivessem em Fiore, Fel usou como fontes de foco e poder.

Ela pôde sentir quando deu certo. Houve um leve e breve tremor sob si e o calor que sentiu em seguida foi produto da luz, não do fogo; não precisava olhar para saber. Sentiu o volume cada vez mais da grama crescendo debaixo de seu corpo. Uma das flores tocou sua bochecha ao desabrochar. Quando Fel enfim abriu os olhos, viu Levy parada e atônita, agora sem sua ventania descontrolada, seu fogo e seus relâmpagos para ajudá-la. O vento agora só ajudava as pétalas a voarem sobre as duas. As árvores queimadas iam voltando à vida. Tudo parecia florescer graças à luz do sol e, principalmente, à magia da garota.

Então a falsa Levy a encarou. Felicity sorriu fracamente; a ferida em suas costas ainda doía demais. Mas ela ainda conseguiu tirar forças para afundar um pouco mais sua mão na grama e fazer um círculo mágico surgir ali.

– Que a Mãe Terra salve os bons filhos – recitou. E fechou os olhos. – Natural Purification.

Antes que Levy pudesse reagir, plantas brotaram sob seus pés e foram crescendo até envolverem todo o seu corpo. O casulo vegetal se remexeu por vários segundos até parar enquanto era cercado do que pareciam pequenas esferas de luz.

“Acabou”, pensou Fel. A garota ainda deu uma última olhada no cenário: tudo brilhava com a tamanha beleza, num cenário que minutos atrás era de puro caos. Fechou os olhos novamente e se concentrou apenas na sensação dos aromas das flores e das pétalas caindo sobre sua bochecha. Por fim, sentiu uma espécie de cobertor de plantas a envolvendo. A ferida em suas costas parou de doer no mesmo instante.

Inconsciente, Felicity sorriu e pôs a mão sobre uma pétala em sua bochecha, tendo como último pensamento a gratidão que tinha pelos Redfox.

–--

O jardim dos Redfox nunca esteve tão bonito – palavras da própria Levy. Graças à apenas uma menina, toda a vegetação ali ganhou mais vida. A filha do casal se levantou de um dos bancos da varanda e se pôs a circular pelo jardim. A menina permaneceu parada, atenta à reação da mais velha e até mesmo um pouco ansiosa para conseguir ou não sua aprovação. Pelo menos até sua mãe adotiva pôr as mãos em seus ombros.

– Sua magia é linda, Felicity.

A pequena abriu o maior e mais doce sorriso que tinha.

– Obrigada, mama! Mas será que a Rebecca também gostou?

Levy deu uma risada suave.

– É claro que gostou. Becky só não demonstra isso muito bem.

– Igual o papa?

– Igual o papa. – Levy sorriu e se abaixou diante da menina. – Mas estou surpresa, Felicity. Como conseguiu tanto poder assim? Você praticamente criou um jardim inteiro.

– Bem... Eu não sei. Eu só faço, sabe?

Levy assentiu lentamente enquanto admirava a paisagem novamente. Por sua vez, Fel olhou direto para Rebecca. A mais velha observava as duas com o canto do olho.

– Sei. Você tem sorte, querida. Sua magia é muito boa e muito linda. E também te dá uma vantagem. Sabe por quê?

A menina negou com a cabeça.

– Porque, se sua magia é da natureza, você pode tirar energias de qualquer lugar.

Levy pegou delicadamente uma pétala caída na terra de um dos muitos vasos de plantas.

– Tudo o que você tem que fazer é aprimorar mais sua magia para dar ainda mais vida àquilo que você toca. Pode fazer isso?

– Posso! – Respondeu animadamente a pequena.

– Que bom. – Levy lhe entregou a pétala e a abraçou. Então, sussurrou em seu ouvido: – E lembre-se sempre que pode tirar forças das pessoas que ama também.

Felicity não entendeu direito, mas o jeito que sua mama lhe disse aquilo foi extremamente caloroso e relaxante. De alguma forma, suas palavras faziam ela se sentir como se tudo fosse ficar bem sempre, independente da situação.

Com o canto do olho, olhou novamente para Rebecca. Esta desviou o olhar, enfiou as mãos nos bolsos do moletom e saiu às pressas dali.

Algum tempo depois, Fel a viu desse mesmo jeito novamente. Foi a última vez em que viu os olhos calorosos de sua mama e última vez que correu atrás da irmã adotiva a chamando. Foi a última vez em que viu Rebecca.

E esta nem ao menos olhou para trás.


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Notas finais do capítulo

No próximo... (narrado por Elijah)
Chegou a hora. Vou derrotar Laxus e fazê-lo explicar toda essa história. Eu quero que alguém me diga logo que não sou um Dreyar, que sou um Allucard e que explique à Malik que não tenho nada a ver com a morte de nossos pais.
Mas é tão estranho. Mesmo com essa atitude do Laxus, eu sinto algo muito familiar, só não sei dizer bem o que é. Só posso esperar que seja só uma sensação enquanto faço esse cara cuspir as respostas.
Não perca o próximo!
"O Herdeiro dos Trovões"
Soreha, sayounará!



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