Fairy Tail! Aratana Densetsu! escrita por Maya


Capítulo 63
Assuntos de Classe S


Notas iniciais do capítulo

Yo minna-san! Aqui vai o capítulo ^^
*a ficha de Ace está disponível no blog; a de Elijah está a caminho*



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– Já vou, já vou!

A pessoa do outro lado da porta continuou a bater. A dona da casa já começava a perder a paciência quando enfim atendeu.

– Você podia... Hein?

A moça do lado de fora tinha cabelos azuis escuros compridos, olhos negros e pele morena, tal como a dona da casa; a diferença entre as duas era que a segunda tinha os cabelos mais curtos, com algumas mechas caindo sobre o ombro. Podiam ser irmãs gêmeas se não fosse a diferença de dez anos.

– Ultear?

– Há quanto tempo, Ur! – A de cabelos compridos abriu um sorriso ainda maior. Ali estava outra diferença: Ultear tinha o mesmo sorriso que a mãe, já Ur puxara mais o pai. – Não imagina como foi difícil te encontrar.

Ainda atordoada, Ur deixou a irmã mais nova entrar. Ultear logo se acomodou em um dos sofás da casa da mais velha, que por sua vez lhe serviu um chá antes de se sentar numa poltrona ao seu lado.

– Depois de viajar tanto, decidiu parar aqui em Crocus mesmo, hein?

– Sim, mas... É uma cidade muito grande. Como conseguiu me achar tão rápido?

– E quem disse que foi rápido? – Ultear riu. – Cheguei aqui ontem de manhã e tive que me hospedar num hotel para poder continuar a procurar hoje.

– Mas eu tenho certeza de que nunca mencionei Crocus em nenhuma carta – insistiu Ur.

A caçula revirou os olhos.

– Dá para descobrir de onde veio a carta, sabe? Mas por que você está tão nervosa assim, mana? Não queria receber visitas?

– Não é isso, Ultear. Eu só fiquei surpresa por você ter aparecido.

– Alguém tinha que aparecer. Você sumiu, Ur. Parou de mandar cartas. Fiquei preocupada com você.

Ur depositou sua xícara na mesinha de centro.

– Desculpe. Estive muito ocupada com o trabalho, mas finalmente consegui uma folga. Eu já estava começando a escrever uma carta quando você bateu na porta.

– E Aiko? Já foi visitá-la?

A mulher mais velha baixou a cabeça, envergonhada. Ultear suspirou.

– Caramba, Ur. Ela é sua filha.

– Eu ainda mando cartas para ela, embora ela não responda sempre. Na última vez ela disse que entrou para uma guilda e que está aprimorando sua magia de gelo.

– Então ela está na Fairy Tail?

Ur negou com a cabeça.

– Não. Está numa guilda nova, Eletro Magic. Não quis explicar o porquê de não ter entrado na Fairy Tail como nós e nossos pais.

Ultear também deixou sua xícara na mesa e se inclinou na direção da irmã.

– Seja sincera, Ur. Quando foi a última vez que você viu Aiko?

Ainda com a cabeça abaixada, Ur cobriu o rosto com a mão, mais envergonhada ainda.

– No enterro do tio Lyon.

Nem precisou olhar para Ultear para saber que ela estava assustada.

– O enterro do tio Lyon?! Mas isso foi anos atrás!

– Foi escolha dela! Eu disse que ela podia vir comigo nas viagens, mas Aiko é orgulhosa e disse que queria ficar mais forte, e não conseguiria isso viajando de cidade para outra o tempo todo comigo! Ela quis ficar lá, treinando sozinha.

– Claro, ela é tão orgulhosa quanto a mãe! Você não devia ter cedido. Devia ter lutado para ficar com sua filha. E também, o que esperava que ela dissesse? Você não estava lá no enterro dos nossos pais. Se não fosse pelo tio Lyon...

– Eu não quis ir! – Ur resolveu baixar o tom ao perceber que já estava berrando. – Eu não consegui. Quando a tia Lucy me ligou dizendo que eles tinham morrido juntos...

Bastou ver a irmã começar a chorar para Ultear também baixar a guarda. Ela se levantou e se sentou no braço da poltrona para abraçar Ur de lado em silêncio, enquanto a mais velha deixava as lágrimas caírem livremente. Precisou de alguns minutos para se recompor.

– Desculpe mesmo.

– Não é para mim que deve pedir desculpas, e sim para Aiko – falou Ultear. – O que acha de irmos para Magnolia juntas? Podemos aproveitar para visitar o túmulo de Nathan e sua família.

– É mesmo... – Ur secou as últimas lágrimas. – Já faz doze anos, não é? É uma pena que ele tenha morrido com a esposa e o filho...

– Bem, nunca encontraram o corpo do menino.

– Ah, Ultear. Você ainda acha que ele possa estar vivo? As pessoas que os atacaram provavelmente o sequestraram e o mataram em outro lugar depois de...

– Não diga! – Ultear se afastou depressa, cobrindo os ouvidos.

– Desculpe. Mas você sabe que as chances de ele estar vivo são quase inexistentes.

– Uma pena. – Ultear tirou as mãos dos ouvidos e olhou pela janela. – Daniel era um menino tão bom...

– Sim. E sinto falta de Nathan. Sempre foi um bom irmão.

A mais nova assentiu distraidamente, se aproximando mais da janela.

– Ur?

– O que foi?

– Olhe só. Está nevando.

. . .

Diego estava realmente arrependido, embora não quisesse admitir. Quando Gildarts apareceu em seu caminho, mandou Eriol seguir em frente e garantiu que cuidaria disso. O arqueiro hesitou, mas obedeceu. No que diabos estava pensando? Era Gildarts, o homem que fez a cidade se modificar por causa de sua magia!

Bem... Agora não tinha o que fazer. Gildarts já aceitaria seu desafio. E Diego já estava caído no chão.

– É só isso? Eu só estou aquecendo – provocou o mais velho. – Tem certeza de que é um mago Classe S?

Diego tentou se levantar, mas seu corpo doía demais. Ele tinha certeza de que tinha levado apenas um soco... Ou teriam sido mais? Tudo acontecera muito rápido.

– Eu ainda... Não acabei...

Diego tentou se erguer novamente, mas Gildarts o afundou de novo no solo com o próprio pé.

– Acabou sim, garoto. Apenas fique aí deitado e observe enquanto cumprimos nosso trabalho. Destruiremos Fiore em um instante.

Diego não podia sequer cogitar essa possibilidade. Se Fiore fosse destruída, ele nunca mais veria Gabriel, Eriol, Sasha, e todo o pessoal da aliança. E o sacrifício de Hayato teria sido em vão. A simples ideia já era um tormento.

Droga, o que ele estava fazendo? Não importava se ele tinha sido tolo o suficiente para dispensar a ajuda de Eriol. Não importava se seu oponente era Gildarts. Não importava se ele era forte o bastante para enterrar seu corpo no chão. A única coisa que importava no momento era que ele estava ali para impedir a destruição de Fiore, e não podia decepcionar a todos. Diego tinha que se levantar e lutar com tudo até conseguir a vitória.

Afinal, ele não mereceria o título de Classe S se não o fizesse.

– Tire seu pé de cima de mim, velhote – ele falou. – Estou pouco me lixando para quem você é ou para quem você foi. Mas você quer matar meus amigos, e isso não posso permitir.

Então, olhos flutuantes surgiram ao redor de Gildarts, mirando nele.

– Está na hora de você ver o poder da Classe S dessa geração. Shot of Dark Eyes.

. . .

Yume estava uma pilha de nervos. Na verdade, era bem provável que isso fosse a única coisa que a fazia continuar correndo pelas ruas de Magnolia.

Ao mesmo tempo em que ela sabia que precisaria lutar contra alguém mais cedo ou mais tarde, Yume não queria travar uma batalha com nenhum membro de sua guilda, sendo de sua geração ou de qualquer outra. Mesmo que eles não estivessem mais lá, todos eram seus companheiros de guilda, certo? Eles ainda carregavam a marca e o espírito da Fairy Tail, afinal de contas. Eram uma família. E famílias não deviam lutar entre si.

Mas agora já era tarde demais para protestar. A batalha já dera início, Magnolia já tinha se tornado um campo de batalha e sua oponente já estava a vista.

Apesar de a nevasca estar mais forte, era possível ver seus cabelos e a saia contida em sua armadura da Heart Kreuz sendo balançados pelo vento. Embora seus cabelos estivessem negros, Yume já tinha visto fotos dela e sabia bem que sua cor verdadeira era escarlate – daí seu sobrenome. Por algum motivo, ela olhava atentamente para a vitrine da loja de bolos.

– Erza-san! – Chamou-a.

A Scarlet desviou a atenção da loja para olhar na direção de Yume. Esta se aproximou.

– Quem é você? – Perguntou Erza.

– Ah... Me chamo Yume Castelline. Sou uma maga da Fairy Tail – respondeu a garota.

– E minha oponente, ao que parece. – A maga de Classe S olhou ao redor como se esperasse que mais alguém chegasse ali.

Yume assentiu.

– Certo. Então vamos logo com isso; quero ir embora daqui o quanto antes.

A garota não entendeu.

– Como assim?

– Aquelas pessoas que estavam ao meu lado no começo são um incômodo. Só de pensar que terei de ficar ao lado deles novamente quando formos destruir Fiore já me irrito.

Isso não fazia sentido. Yume já ouvira e lera histórias sobre aquela geração da Fairy Tail e tudo pelo que eles tinham passado, e por isso sabia que Erza era uma das magas que mais defendia a guilda e seus amigos. Ela chegou ao ponto de se sacrificar para proteger a todos do canhão Jupiter durante o ataque da Phantom Lord. Aceitou dar sua vida para acabar com os planos de Jellal durante o incidente na Tower of Heaven. Erza prezava mais a vida de seus amigos do que a sua própria. Ela definitivamente não era o tipo de pessoa que se sentia mal por ficar ao lado de seus companheiros.

Yume balançou a cabeça.

– Pensei que estávamos enfrentando os antigos magos da Fairy Tail.

– É isso o que está acontecendo.

– Não. – Yume a olhou direto naqueles olhos negros, ignorando o arrepio que eles causavam. – Um mago da Fairy Tail nunca se irritaria por ficar perto de seus amigos, principalmente sendo Erza Scarlet. Mas você... Por mais que se pareça com ela, não é a mesma pessoa.

– Você está enganada, garota.

– Eu trarei a verdadeira Erza de volta. – A Dragon Slayer se posicionou. – Eu te desafio!

. . .

Jade não sabia como Aaron conseguira convencê-la. Em qualquer outra situação, ela teria sido irredutível. Mas quando seu irmão afirmou que tinha visto seu pai...

Ela sentia muita falta dos pais. Não importasse quantos anos se passasse, ela nunca teria vergonha de admitir isso. O dia em que os dois morreram foi o pior dia de sua vida. Por mais que insistisse que Aaron deveria superar aquilo por sua família, ela mesma não conseguia passar um dia sem pensar nos pais.

“Eu vou atrás do papai. Você vá para Magnolia e procure a mamãe; se ele está aqui, ela também deve estar. Katie vá para as ruas ver o que está acontecendo. Se estiver muito perigoso, instrua qualquer cidadão que ainda estiver na rua a ficar em casa”, dissera Aaron. E de repente não importava se ele e a esposa estavam com marcas de queimadura e precisando de repouso; Jade não perdeu muito tempo questionando e partiu. Katie também obedeceu sem pensar duas vezes. Ela parecia ainda mais forte do que era quando criança.

Jade nem precisou pensar muito para decidir aonde iria primeiro para encontrar sua mãe. Julgando que eles estariam indo para lugares marcantes, seu palpite imediato era o antigo apartamento de Lucy, naquela ruazinha estreita de um dos lados do rio. E de fato, lá estava ela.

Era tão estranho vê-la novamente, ainda mais em sua forma jovem e apenas nas cores preto e branco, mas ela não quis pensar muito no que aquilo significava no momento. Lucy olhava fixamente para a porta a sua frente, pela qual entrara tantas vezes por tanto tempo. Jade já fora ali uma vez com seus pais e Aaron. Natsu e Lucy ficaram o tempo todo recordando histórias sobre aquele lugar – a maioria incluindo o de cabelos rosas invadindo o apartamento pela janela com Happy. Essas memórias vieram de repente, mas a dor que elas lhe causaram foi profunda. Jade sentiu que desabaria antes mesmo de conseguir se aproximar.

Mas ela foi forte. Tratou de colocar um pé na frente do outro e começou a caminhar até sua Lucy.

– Mãe? – Ela a ignorou. – Mãe!

Enfim, Lucy virou o rosto lentamente para Jade, e seus olhos totalmente negros a assustaram mais do que tudo. O que estava acontecendo ali?

– Está falando comigo?

– Claro que estou falando com você – Jade franziu as sobrancelhas. – Sou eu, sua filha.

– Eu não tenho nenhuma filha. – Lucy suspirou. – Eu não tenho nem namorado. Você por acaso é uma maga da Fairy Tail que veio me desafiar?

Desafiar?

– Como você pode não se lembrar de mim? Sou Jade. A primeira filha que você teve com Natsu. Irmã de Aaron...

– Não conheço nenhuma dessas pessoas. – A veterana se virou. – Se não veio aqui para lutar, dê o fora

– Mãe!

Lucy perdeu a paciência. Furiosa, virou-se para Jade novamente e sacou uma chave, que logo fez aparecer um homem de cabelos espetados usando terno e óculos. Loke avançou com um Regulus Impact, mas felizmente Jade conseguiu reagir e pulou para o lado antes que ele a atingisse.

– Loke! Você se lembra de mim, certo? Você várias vezes vinha para cá por conta própria apenas para me acompanhar quando estava caminhando sozinha, ou para me dar consolar quando estava mal. E quando cresci você sempre dizia que ficava cada vez mais encantado em me ver. Você tem que lembrar!

O espírito de leão balançou a cabeça.

– Eu só conheço e sirvo à Lucy. Se ela quer te destruir, é isso o que farei.

Jade ficou chocada. Loke avançou para atacá-la de novo e mais uma vez ela desviou. Aqueles não eram sua mãe e seu amigo. Tinha de fazer algo para trazê-los de volta. E se fosse preciso lutar... Era isso o que iria fazer.

– Me desculpe. – Murmurou antes de sacar uma chave dourada. – Abra-te, portão do escorpião: Scorpio!

Um homem de pele morena e de cabelos arrepiados divididos nas cores vermelha e branca foi invocado, já gritando um “We are!”. Porém, quando viu quem seria seu oponente, sua empolgação morreu.

– Hein? O que está havendo, Jade?!

– Eu também gostaria de saber! Mas esses não são Lucy e Loke que conhecemos.

– Mas... – Scorpio e Jade desviaram de outro ataque. – São muito parecidos com eles. A não ser por estarem em preto e branco, o que não é legal.

– Por favor, Scorpio. Não podemos hesitar. Eles querem nos destruir.

Antes que ele pudesse replicar, Loke avançou com mais um soco com o poder de Regulus. O espírito de escorpião logo criou uma grande barreira de areia.

– Então você aceita me desafiar? – Perguntou Lucy.

Jade olhou para Scorpio, que trincou os dentes.

– Só estou aceitando isso porque você é filha da verdadeira Lucy.

– Eu sei – ela lhe respondeu com um pequeno sorriso. Então olhou novamente para aquela que deveria ser sua mãe. – É isso mesmo. Estou te desafiando!

. . .

Ammy sabia não tinha o que se fazer. Precisava ter confiança em seus amigos e acreditar que conseguiriam se cuidar. Mas ainda assim... Dante estava lutando sozinho contra dois magos. E Marry tinha sido levada por sabe-se lá o quê; não nada para não se preocupar.

O que Midori diria num momento desses? Ah, sim. “Você sempre deve estar disposta a ajudar seus amigos, mas também deve ter confiança de que eles podem se cuidar sozinhos”. Ammy provavelmente nunca se esqueceria de quando ela disse, tantos anos atrás durante um treinamento com Yume.

A Dragon Slayer parou e balançou a cabeça. Não era hora de pensar nisso.

– Então só você veio atrás de mim?

Ammy ergueu a cabeça. Sobre o telhado de uma casa estava uma moça de cabelos azulados compridos usando uma camisa com babados nas mangas e uma calça preta. Voando ao seu lado estava uma gata trajada com um vestidinho simples.

Espera, aquela era Wendy? Todos os magos veteranos da Fairy Tail deveriam estar em suas formas de X791, mas ela com certeza não estava com o mesmo corpo que tinha aos doze anos. Aquela Wendy devia ter, pelo menos, dezenove anos!

– Cara, isso está tão errado... – Ammy murmurou.

– Ei, pirralha – chamou-a aquela que deveria se Wendy. – Vai ficar aí falando sozinha ou vai propor o desafio?

– Seria um pouco mais justo se você também estivesse aqui em baixo, não acha?

Wendy soltou aquela risada estranha e olhou para Carla.

– Gata! Me leve para baixo.

Em silêncio, a Exceed obedeceu prontamente, agarrando sua suposta dona por trás e a deixando lentamente no chão. Ammy se espantou.

– É assim que você fala com uma amiga?

– Amiga? Ela é só uma gata que tá me seguindo de um lado para o outro desde que cheguei aqui. Que saco.

Carla continuou quieta e de cabeça baixa.

– Isso é um absurdo! – Revoltou-se Ammy. – Não foi você que cuidou dela desde que ela era apenas um ovo?!

– Não. Nunca vi esse bicho em toda a minha vida. – Wendy bocejou. – E então, o que vai ser? Estou ficando cansada desse lugar.

Ammy trincou os dentes.

– Eu vou acabar com a sua raça!

Wendy arregalou os olhos num falso espanto e logo depois começou a gargalhar.

– Acha que uma baixinha inofensiva como você pode fazer isso?

A garota de cabelos brancos ergueu as sobrancelhas e então abriu um sorriso desafiador. Dessa vez, Wendy ficou mesmo confusa.

– Só tem uma pessoa que pode me chamar de “baixinha inofensiva”. Mas ela não está mais aqui e você não tem o direito de tomar seu posto. – Ammy fez dois círculos mágicos surgirem ao seu redor. – Eu te desafio!

. . .

– Então você acha que assim poderemos reescrever as regras? – Perguntou Yuri.

– Tenho certeza! – Garantiu Bianca.

A notícia de que Bianca encontrou uma brecha nas runas se espalhou rapidamente, apesar de ela só ter falado diretamente para Aiko e Yuri. Segundo ela, a parte que dizia “apenas membros da Fairy Tail dos anos X791 e X849 podem participar da batalha” podia ser alterada para “apenas membros da Light Alliance dos anos X791 e X849”. Bianca disse que foi uma grande sorte, pois se estivesse escrito “da guilda Fairy Tail”, ela não poderia fazer nada, uma vez que isso exigiria apagar uma palavra das runas; Bianca só conseguiria reescrever.

– Não acredito que você notou algo assim – comentou Yano.

– É por isso que você pertence à minha guilda! – Exclamou Naoto. – E então, o que falta para fazer isso?

– Bem, tem um detalhe – interveio Satoshi. – Se Bianca não pode fazer nada além de reescrever as runas, não poderá tirar o “dos anos X791 e X849”. Ou seja, da mesma forma que nós vamos poder entrar no jogo, membros da Light Alliance daquela geração também podem aparecer.

Bianca e Yuri assentiram. Willy deu de ombros.

– Não tem muito problema, tem? Continuamos em vantagem!

– Willy tem razão! – Falou Nonoka. – Aquela aliança continha as guildas Fairy Tail, Blue Pegasus, Lamia Scale e Cait Shelter, e as únicas magas dela que participaram daquela missão foram para a Fairy Tail. A nossa aliança ainda tem Eletro Magic e Sabertooth. Podemos dar conta disso!

– Então só precisamos reunir o pessoal da Lamia e da Saber – concluiu Hearther.

– Mas se nós formos sair para procurá-los antes de entrarmos na batalha, vamos perder muito tempo – observou Saphire. – Nem sabemos se eles estão na cidade, pra começo de conversa.

– E ainda tem os Nakamoto – lembrou Natasha. – Eles seriam de grande ajuda.

– Só que não podemos ficar esperando eles darem sinal de vida – contrariou Ankamy. – Creio que a gente possa nos virar sem eles.

– Sem dúvidas! – Animou-se Ruby.

– Então vamos logo com isso – apressou Deivid. – Estou com pressa.

– Por quê? Quer encontrar logo uma certa baixinha? – Provocou Caíque.

Deivid olhou para ele com cara de poucos amigos.

– Não provoque, novato.

– Cuidado, novato – alertou Koichi com um sorriso sem graça. – Por falar nisso... Onde estão Hiromi e Nyra?

– Eles saíram há algum tempo – respondeu Daisuke. – Eu vi a Nyra-nee puxando o Hiromi-nii para lá. – O menino apontou para o lado em que eles foram.

– E só agora que você avisa, pirralho? – Bronqueou Aiko.

– Depois você dá um cascudo nele – Gabriel a interrompeu. – Agora o mais importante é deixar Bianca reescrever essas runas.

Bianca assentiu novamente.

– Ele está certo. Por favor, pessoal, dêem espaço e fiquem em silêncio. Isso aqui vai dar um pouco de trabalho.

. . .

Nyra estava muito estranha. Em nenhum momento desde que eles começaram a correr ela se virou para explicar o que estava acontecendo. Hiromi continuava disposto a ajudá-la, mas queria ao menos saber o que estava acontecendo.

Então, se soltou. A garota parou imediatamente e enfim se virou para ele.

– O que foi?

– Eu que pergunto. O que está havendo, Nyra?

Ela suspirou.

– Eu tive uma sensação estranha... Quase familiar. E não podia deixar de conferir. E se algum parente meu estiver por aqui?

– Ah. – Hiromi ficou meio sem graça. – Você sente falta de sua família?

– Não posso sentir falta de pessoas que não conheço.

Hiromi abriu a boca, fechou, e enfim conseguiu dizer algo.

– Você não conhece sua própria família?

– Bem, eu devo conhecer. Mas não me lembro de nada antes de entrar na guilda; só sei o meu nome, mas esqueci até mesmo do meu sobrenome. Só que tem isso. – Nyra balançou o pingente em seu pescoço. – Acredito que seja dos meus pais.

– Por que você nunca disse isso antes?

– Não é tipo de coisa que se sai dizendo por aí, sabe? – Ela brincou. – “Oi, eu sou Nyra, e perdi a memória”.

O rapaz sorriu.

– Você podia pelo menos ter me explicado antes de me puxar por todo esse caminho.

– Desculpe. Estava ansiosa demais.

– Tudo bem. – Ele estendeu o punho. – Se você acha que pode ter alguma coisa ou alguém que te faça lembrar de onde veio, eu vou te ajudar.

Nyra sorriu de volta. Já ia cumprimentá-lo quando uma cortina de neve e poeira fez os dois cobrirem os olhos.

. . .

Assim que o raio negro tirou Gildarts de cima de si, Diego se levantou num pulo e correu até ele. Com um punho de luz e outro de trevas, começou um combo contra seu oponente, o qual finalizou com uma esfera feita de luz e trevas. O golpe empurrou Gildarts. Porém, ele não parecia nem um pouco machucado.

– Quando você disse que estava na hora de eu conhecer seu poder, eu fiquei até empolgado – falou o mais velho. – Mas agora estou bem decepcionado.

– Eu vou dar um jeito nisso – replicou Diego.

Então o rapaz fez surgir no chão em torno de Gildarts mais círculos mágicos e destes saíram correntes que o prenderam antes que ele pudesse se esquivar.

Death for the Seven Sins.

As correntes começaram a puxar Gildarts com toda a força, que por sua vez deixou um gemido escapar. Diego não parou por aí; mais círculos mágicos negros surgiram no ar.

Dark Circles!

Cada círculo disparou um raio negro, atingindo seu oponente com tudo. Ainda não... Diego fez mais um círculo mágico, este ainda maior, sob os pés de Gildarts. Ele se abriu e o veterano mergulhou no Submundo, ainda preso às correntes.

Hole in the Underworld!

Então, um demônio gigante acorrentado e de cabeça para baixo surgiu, logo livrando-se de suas correntes para iniciar um combo contra seu oponente.

Diego enfim suspirou e se sentou, cansado depois de usar três magias consecutivas. Mas seu alívio durou pouco. Logo ouviu um barulho ensurdecedor seguido por uma onda de pedaços de correntes e de partículas negras que voaram para todos os lados.

Espera. Aquelas partículas... Eram pedaços de sua magia?

Quando Gildarts reapareceu em seu campo de visão, Diego já não podia fazer mais nada para se defender ou ao menos amenizar o impacto. O punho do velho foi envolto por uma forte luz – algo semelhante a um relâmpago – e ele atingiu o rapaz em cheio. Este sentiu como se cada parte do seu corpo estivesse se partindo em pedaços.

Diego ficou totalmente sem ar quando foi lançado em grande velocidade para trás. Droga... Depois de tanto se convencer de que poderia vencer, perder daquela forma era frustrante e humilhante. Só o que podia fazer era esperar que os outros conseguissem fazer o que ele não fez e vencer a Batalha das Fadas.

Foi incrível como isso passou em sua cabeça em apenas uma fração de segundo, embora para Diego tenham parecido vários minutos. Mas quando ele já estava prestes a fechar os olhos e desistir, sentiu um calor muito familiar o envolvendo. Percebeu que estava parado e olhou para baixo. Uma mão gigante feita de trevas o agarrava.

O mago olhou imediatamente para o lado, de onde a mão vinha, e lá estava Gabriel, o braço direito envolto por trevas e a mão na mesma posição que a mão gigante.

– Gabriel?

– E aí, Diego.

– Pensei que só magos da Fairy Tail pudessem participar desse jogo – falou Gildarts.

O Darklight mais novo deixou o irmão no chão, desfez as trevas em seu braço e apontou para aquele que agora era seu oponente também.

– Boas novas, velho. Agora os aliados estão no páreo!


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Notas finais do capítulo

No próximo... (narrado por Sasha)
Ei... Por que tem gente da Lamia aqui?
Eu já estava ficando impaciente por não achar ninguém da antiga Fairy Tail, mas isso já é demais. Se é a "Batalha das Fadas", Lyon não devia estar aqui.
Cara... Bem, não tem jeito. Se isso for ajudar a salvar Fiore, vou ter que encará-lo.
Não perca o próximo!
"Aliados até o Fim"
Soreha, sayounará!



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