Fairy Tail! Aratana Densetsu! escrita por Maya


Capítulo 47
O Reino Perdido


Notas iniciais do capítulo

Yo, minna-san, gomen pela demora.
Peço sinceramente que leiam as notas.
—-
Com tantos atrasos, essa fanfic já está fazendo dois anos. Com 47 capítulos e vários personagens, é a história da qual eu mais me orgulho. Mas ela só chegou tão longe graças a vocês, leitores.
Só tenho a agradecer vocês. Mesmo os fantasmas, os que confirmam sua presença com reviews, e os que leem e pararam de comentar. Foi graças a vocês que essa fanfic se tornou algo tão importante para mim. Eu atraso demais, e sei, e peço desculpas por isso sempre. Mas estou sempre tentando fazer meu melhor para agradá-los.
Talvez eu devesse agradecê-los mais vezes, mas é isso. Eu só continuei essa história pela boa recepção de vocês. Sem os leitores, nenhuma história vai para frente.
Novamente, obrigada.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/235990/chapter/47

O grupo 5 – Lothos, Hana, Bianca e Shuichi – finalmente chegara ao seu destino: a guilda Cait Shelter.

Embora no começo fosse apenas uma guilda ilusória, ela foi recriada no mesmo lugar de origem, por Wendy. Ela e Carla cuidaram dos preparativos para reerguer a antiga “guilda”, recebendo apoio do pessoal da Fairy Tail, principalmente de Romeo, noivo da Dragon Slayer na época. Só então a Cait Shelter se tornou real, mas ainda assim o título de Primeiro Mestre ficou com Roubaul, deixando Wendy como a Segunda Mestra. Aos poucos, mais magos foram se juntando a ela, e, mesmo que não fossem uma das maiores e melhores guildas de Fiore, esses magos fizeram dela um verdadeiro e pacífico lar.

Aquela região, antes tão animada e pacífica, estava mergulhada em um silêncio quase assustador. Apenas algumas pessoas circulavam pela área, mas não falavam muito.

– Então, a Cait Shelter está mesmo ativa – disse Lothos. – Eu pensava que era só um rumor.

– Um rumor bem antigo, não? – Disse Shuichi. – Mas, pelo que eu ouvi, a guilda era mais... Movimentada.

Hana olhou ao redor. As poucas pessoas fora da guilda buscavam água e algumas plantas, e voltavam para dentro. Elas pareciam apressadas e aflitas com algo.

– Deve estar acontecendo alguma coisa lá dentro – supôs a garota. – Eles parecem estar preocupados.

– Sim. Que tal vermos o que é? – Sugeriu Bianca.

Bianca, Hana e Shuichi olharam para Lothos, como se sua palavra fosse decisiva. Ela deu de ombros.

– Não temos nada a perder, não é? Vamos nessa.

Ao adentrarem a guilda, os jovens repararam em um rapaz deitado no centro dela, recebendo atenção e cuidados dos membros da guilda ali presentes. Ele estava sem camisa, sendo possível ver os curativos em seu corpo inteiro. Seus cabelos castanhos claros estavam bagunçados, seu rosto estava um pouco sujo, e seu cansaço era visível.

– Não é aquele Yuri? – Disse Hana, o reconhecendo do dia em que todos os magos se encontraram na Fairy Tail antes de partir para essa grande missão.

– Ele mesmo – respondeu Bianca. – O que será que aconteceu com ele?

Yuri ouviu as garotas conversando e olhou para o grupo parado na frente da porta da guilda. Ele acenou, os reconhecendo. Os membros da Cait Shelter pararam e fixaram seus olhares neles também. Hana foi a única a acenar de volta.

– Yuri-san... O que aconteceu? – Indagou Bianca.

– Um acidente. – Ele riu, sem graça. – É nisso que dá ficar brincando de detetive.

– “Acidente”? Você estava destruído quando o encontramos! – Disse um senhor. Em seguida, se virou para o grupo que acabara de entrar. – São amigos desse rapaz?

– Bem... Não somos inimigos – respondeu Shuichi.

– Eles são aliados, senhor – confirmou Yuri. – Poderiam arrumar um alojamento para eles ficarem durante a noite, por favor? – Depois, se virou para os outros jovens. – Eu irei explicar o que aconteceu amanhã. Vão descansar... Foi uma longa viagem.

–--

Os membros da guilda colocaram as garotas em um quarto e os rapazes em outro. Na hora do jantar, Yuri e Shuichi foram buscar as garotas em seu alojamento para poderem ir até o refeitório juntos. Porém, apenas Bianca os seguiu; Hana segurou a mão de Lothos e disse para os outros:

– Podem ir na frente. Nós vamos em alguns minutos.

Os outros três hesitaram. Lothos também não estava entendendo.

– Hana...?

Hana sorriu para a amiga.

– Podemos conversar um pouco, Lothos-chan?

Ainda estranhando, Lothos assentiu. Bianca saiu do quarto com Shuchi e Yuri. Hana ainda esperou um pouco para começar a falar. Ela parecia aflita com alguma coisa, e sua expressão estava um pouco depressiva. Não combinava muito com a criança que ela costumava ser.

– O que foi, Hana?

– Lothos-san... Nós somos amigas, certo?

“Lothos-san”?

– É claro que somos, Hana – respondeu Lothos.

Hana respirou fundo e a encarou.

– Eu preciso te contar uma coisa. Ia guardar o segredo, mas não aguento mais... Mas você tem que prometer que não vai contar pra ninguém!

– Tudo bem, eu prometo.

Lothos pôde perceber que os olhos de Hana tremeram um pouco, mas ela tentou continuar firme.

– Lothos-san, eu... – Ela baixou a cabeça, com o corpo inteiro tremendo. – Eu não sou uma maga.

A usuária de Dark Écriture arregalou com o susto, e se sentou na cama a frente da cama de Hana.

– Como assim?! Quando você perdeu sua magia?!

– Você não entendeu – a outra garota sacudiu a cabeça. – Lothos, eu nunca fui uma maga. Eu venho mentindo para todos desde o dia em que entrei na guilda.

– Impossível! A Mestra sempre pede para o novato mostrar sua magia...

Hana, então, tirou do bolso um pequeno orbe azul. Fechou a mão com força, o esmagando, e quando a abriu, uma esfera d’água surgiu em sua mão, depois de um falso círculo mágico.

– Magia falsa. Pode comprar isso em qualquer mercado negro – explicou ela. –A Mestra Mayumi sempre pensou que eu uso a Water Magic... Eu só uso isso quando preciso mostrar minha “magia”. É por isso que faço missões solo. Elas são inúteis em combates de verdade.

– E-espera, Hana! Você tem que ser uma maga! Se não – Lothos apontou para o ombro esquerdo da garota, onde ficava sua marca da Lamia Scale –, essa marca não significará nada!

– Eu sei, eu sei! – A maga falsa finalmente encarou Lothos, com os olhos marejados. – Eu não queria mentir desde o começo, mas eu precisava disso!

Em silêncio, Lothos aguardou a explicação de Hana. A última respirou fundo algumas vezes para se acalmar um pouco antes de começar a contar.

– Quando eu tinha 12 anos, meus pais caíram na miséria, e ainda por cima ficaram com várias dívidas nas costas. Eles faziam de tudo para me sustentar, me deixar feliz e mais tranquila, mas era impossível. Eu sabia o que estava acontecendo, e não aguentava mais ficar parada vendo eles sofrerem. Então, eu peguei alguns desses orbes do meu pai, que usava para me impressionar quando eu era menor, e procurei uma guilda. A maior parte do dinheiro que eu conseguia nas missões era enviada para meus pais.

– Mas... Eles estão endividados até hoje?

Hana negou com a cabeça e desviou o olhar.

– Eles conseguiram pagar as dívidas e sair da miséria com o dinheiro que eu enviava há algum tempo. Mesmo assim, eu continuei na guilda como uma maga falsa... Porque eu não conseguia nem pensar em me afastar de vocês! Você, Masaki, a Mestra, e até o Shuichi... Não podia ficar longe da Lamia!

Então ela começou a chorar, e Lothos sentiu vontade de fazer o mesmo. Ela ainda se lembrava de quando Hana entrou na guilda. Ninguém nunca suspeitou de nada; ela sempre fora muito carismática e logo conquistou a todos da guilda. De um jeito ou de outro, ela, Lothos, Masaki e Shuichi estavam sempre juntos. Hana era quase uma irmã para Lothos. Não podia acreditar que ela vinha mantendo uma mentira durante tanto tempo.

Mas Lothos sabia que ela só mentia sobre ser uma maga. O resto, ela tinha certeza de que era verdade.

–--

Fiore, X845...

– Eu sou Hana Sato! Prazer em conhecê-los!

Na mesa, nenhuma das crianças da Lamia Scale tinha entendido aquela aparição repentina.

– De onde surgiu essa pirralha? – Resmungou Shuichi, aos 14 anos.

– Não sou pirralha, já tenho 12 anos!

– Sério? Parece que tem 7!

– Eu não sou tão baixinha assim!

– Shuichi! – Lothos se levantou. Também tinha 12 anos. – A garota mal chegou e você já começa a mostrar sua chatice?

O garoto deu de ombros.

– De qualquer forma – Lothos se virou para a novata e estendeu a mão –, meu nome é Lothos Ibeko, também tenho 12 anos. Prazer em conhecê-la!

– E seja bem vinda à guilda! – Masaki, aos 13 anos de idade, se levantou atrás de Lothos e também estendeu a mão. – Sou Masaki Suzuki! É um prazer!

Hana sorriu simpaticamente.

– Vocês são legais. Seu amigo ali devia aprender um pouco com vocês...

– Nós não somos amigos – Lothos e Shuichi disseram ao mesmo tempo.

Porém, Masaki piscou para a novata, com um sorriso maroto. A mesma prendeu uma risada.

– Qual a graça, pirralha?

– Já disse que não sou pirralha!

– Eu sou muito mais velho que você, então pra mim você é uma pirralha!

– Quantos anos você tem? – Perguntou Hana.

– 14 – respondeu o mais velho dali.

– São só dois anos, idiota!

– Mas é óbvio que eu sou mais maduro que você!

– Você só é mais chato!

– Você que é!

– Você que é!

– Ele não parece muito maduro agora... – Comentou Masaki.

– Quando foi que ele pareceu? – Continuou Lothos.

Naquela época, os cabelos azuis escuros de Lothos eram mais curtos, embora já passassem dos ombros, e ela costumava usar blusas ou vestidos roxos; naquela ocasião, usava um vestido de duas alças finas que a cobriam até um pouco abaixo dos joelhos.

Masaki tinha os cabelos ruivos curtos penteados de forma simples, sem as pontas espetadas. Ele costumava usar jaqueta – necessária pra esconder sua eterna “arma secreta” –, dessa vez uma vermelha sobre uma camisa preta, acompanhada de uma bermuda jeans e tênis de cano alto pretos.

Os cabelos de Shuichi já eram maiores, mas ainda não batiam nos ombros. Na época, vestia uma camisa pólo branca com um colete fino preto por cima, calça jeans preta e tênis brancos, além dos óculos de sempre.

Por último, os cabelos castanhos claros de Hana estavam presos em duas tranças naquele dia. Suas roupas eram simples – apenas uma camisa branca amassada e um short azul indo até os joelhos –, e estavam ligeiramente sujas, assim como seu rosto.

– Se você quer provar que não é uma pirralha, mostra sua magia – desafiou Shuichi.

– Eu não vou mostrar minha preciosa magia pra alguém tão chato quanto você – disse Hana, rindo.

– Ora sua...

– Lothos-chan, Masaki-kun, posso fazer um trabalho com vocês?

Lothos abriu um sorriso singelo, enquanto Masaki demonstrava toda a sua empolgação.

– Beleza! Lothos, talvez o Demon’s Goddess ganhe uma nova integrante!

A garota assentiu.

– Talvez. Vamos, Hana, para sua primeira missão júnior!

Hana vibrou de empolgação, enquanto Shuichi ria de deboche.

– Missão júnior? Só pirralhos fazem missões de baixo nível!

– Como se você fizesse missões seniores – retrucou Lothos.

Shuichi gaguejou, nervoso.

– E-eu posso fazer uma missão sênior se quiser, a Mestra já me deu a permissão! Só que sou inteligente o bastante pra saber que preciso treinar mais um pouco antes de aceitar alguma!

Hana se virou para ele e lhe mostrou a língua.

– Franguinho!

– Fique quieta, anão de jardim!

–---

Hana continuava a cair em prantos diante de Lothos, que fazia o possível para não chorar também. Não importava o quanto tentava esconder suas emoções, as lágrimas de Hana quase quebravam sua máscara. Era difícil demais ver uma pessoa tão próxima e querida assim mergulhada em tanta tristeza e remorso.

Por fim, segurou suas mãos carinhosamente.

– Hana, eu sei que você fez isso por seus pais, mas... Não pode continuar essa mentira. Ninguém quer se afastar de você também, mas não pode fazer isso. Não é certo.

– Eu sei. – Hana limpou as lágrimas. Sua voz estava rouca. – Assim que essa missão maluca acabar, eu conto tudo à Mestra e aceito as consequências. Eu juro, Lothos-san.

Lothos sorriu singelamente.

– É “Lothos-chan” pra você. Sempre foi e sempre será.

Hana conseguiu sorrir antes de começar a chorar novamente. Lothos envolveu sua irmã de coração num abraço reconfortante.

Do lado de fora, Shuichi ouvia a tudo atentamente.

–--

O grupo 1, formado por Sasha, Shirou, Berry e Kenzo, já havia chegado ao seu destino: Worth Woodsea.

Já era noite, e eles não faziam ideia do que fazer naquela enorme floresta. Além disso, estavam todos cansados, e Sasha e Shirou ainda tinham ferimentos de sua luta.

Cansado de ficar andando em círculos, Shirou se ofereceu para subir em uma árvore para procurar por algum lugar em que pudessem descansar ou que pudesse ser seu verdadeiro destino. Ele chegou ao topo de uma das árvores em dois tempos, com uma incrível velocidade e flexibilidade. Lá de cima, gritou alguma coisa.

– Não podemos te ouvir, Shirou! – Kenzo gritou de volta. – Desça!

Em pouco tempo, Shirou estava em terra firme novamente.

– Parece que tem uma guilda, ou sei lá o quê, logo a frente. Podemos ir até lá e pedir que nos dêem um lugar pra descansar.

– Por mim tudo bem – disse o de cabelos verdes. – E vocês, garotas?

– Qualquer lugar que me dê uma cama macia... – Choramingou Berry.

– Só se for agora – respondeu Sasha.

– Beleza! – Empolgou-se o aprendiz de Kenzo. – Vamos nessa!

–--

Depois de uma longa caminhada, eles finalmente chegaram a guilda Cait Shelter. Porém, todas as luzes dos alojamentos estavam apagadas, deixando apenas a luz do salão principal acesa. Não ouviram barulho algum – exceto por alguns roncos em certos quartos.

– Droga, já devem estar dormindo – presumiu Berry.

– Vamos procurar por alguém – disse Shirou. – Eu preciso de uma boa noite de sono, nem que precise dormir no chão.

Foi quando ouviram sons de passos. Pareciam vir de trás dos alojamentos. Poderia ser de algum membro da guilda, mas ainda assim eles ficaram atentos. Se fosse um invasor...

Então, eles viram uma figura entrar no salão, e logo depois ouviram um grito silencioso. A luz foi apagada.

– Invasores – sussurrou Kenzo. – Fiquem atentos.

De repente, quatro pessoas apareceram por trás deles e cada um pegou um por trás, colocando panos em suas bocas para impedir que respirassem. Os invasores eram fortes, e os magos estavam quase inconscientes quando uma única barra de madeira golpeou os inimigos, fazendo-os soltar os jovens. Os mesmos começaram a respirar desesperadamente, tentando recuperar o fôlego, e olharam para seu salvador.

Yuri Collins.

– Ah... Aquele amigo do Nick... – Disse Sasha, fracamente.

– O... O que faz aqui? – Perguntou Berry.

– Longa história – respondeu rapidamente o mago de madeira. – Não importa agora. Vocês estão bem?

– Eu sempre estou bem – disse Shirou, quase sem fôlego.

– Sei... De qualquer forma, tem outro grupo aqui. Já estão acordados, vão cuidar desses invasores bem rápido. Apenas mantenham-se seguros.

Distraído, Yuri não percebeu quando um dos inimigos surgiu atrás dele, mas Berry percebeu a tempo. Mandou Yuri se afastar e lançou uma rajada d’água no malfeitor.

– Digo o mesmo pra você.

Atordoado, Yuri agradeceu com um sorriso.

Não muito longe dali, puderam ver alguns invasores sendo lançados no ar, dois sendo arremessados no chão, um após o outro, e mais três sendo trancados em uma prisão cúbica feita por runas, logo depois sendo atingidos por uma esfera roxa brilhante lançada por uma figura com asas estranhas nas costas. A mesma voou pela área à procura de mais invasores, enquanto a outra usuária de Dark Écriture cancelava suas runas. Finalmente, foi até Yuri e o pessoal do grupo 1.

– Foram os últimos. Eles não vieram muito preparados.

– Isso é estranho... Mas obrigado por confirmar, Lothos.

A maga notou os outros.

– Não me diga que receberam o mesmo destino que nós?

– Não, nosso destino é Worth Woodsea, mas estamos exaustos, então viemos pedir um lugar para descansar – explicou Sasha. – Podemos...?

As luzes de alguns dos alojamentos foram acesas, e os membros saíram. Um homem foi até o salão principal para socorrer a primeira vítima dos inimigos.

Shuichi ficou sério de repente e olhou na direção daquele homem.

– Tem mais alguém ali. – Então, olhou para Kenzo. – Sensei...

Kenzo assentiu e se posicionou; em menos de um minuto, estava dentro do salão. No instante seguinte, o bandido foi jogado para fora, inconsciente.

– Ei... Não seria melhor deixar pelo menos um acordado pra dizer o que eles queriam? – Indagou Bianca.

– Não precisa, já sei o que eles buscavam – respondeu Yuri.

– E o que era?

O rapaz sorriu.

– Contarei amanhã. É melhor irmos dormir agora. – Depois, se virou para os membros da Cait Shelter e apontou para o grupo recém-chegado. – Senhores, será que eles podem dormir aqui essa noite?

–--

Na manhã do dia seguinte, todos os magos aliados já estavam de pé. Seguiram Yuri até uma clareira atrás da guilda, onde a única coisa que o marcava era uma estatueta no centro. Em contraste à área verdejante do local, o círculo ao redor da estatueta não tinha nenhuma grama, apenas um pouco de areia.

– Era isso o que os bandidos queriam – afirmou Yuri. – Posso dizer com certeza.

– Mas por que eles iam querer isso? – Quis saber Berry.

Yuri fez um gesto para eles se aproximarem mais e se abaixou diante da estatueta. Passou o dedo delicadamente sobre uma série de riscos estranhos.

– Eles queriam esse símbolo. É o portal.

– Portal para onde? – Bianca perguntou.

O mago da Pegasus apontou para o céu.

– O único portal para existente que pode nos levar ao Mundo Celestial. E também – ele apontou para baixo –, ao Submundo.

Os dois grupos ficaram em choque. Depois de um silêncio desconfortável, Shirou fez a pergunta que aparecera na cabeça de todos:

– E por que eles queriam esse portal?

– É só um palpite, mas acredito que aqueles invasores tenham vindo à ordens de alguém que queira ir ao Submundo. Eles iriam garantir que ninguém os visse e viriam até aqui copiar o símbolo e levá-lo até seu mandante. E então esse tal sujeito o usaria para ir ao Submundo.

– Ou ao Mundo Celestial – completou Sasha.

Yuri negou com a cabeça e olhou para os outros.

– Impossível. O Mundo Celestial foi destruído.

Com o silêncio dos demais, o rapaz continuou:

– Dois anos atrás, ocorreu um clarão inexplicável no céu por alguns segundos; era a causa da destruição do Mundo Celestial. Com isso, toda essa floresta foi vítima de um terremoto, e vários magos da Cait Shelter fugiram, assustados demais com o ocorrido. Não posso dizer ao certo quem fez isso, mas, depois de sua destruição, todas as almas boas foram para o Submundo, ao invés de serem destruídas. A Deusa se sacrificou para mandar o único ser que poderia viver em nosso mundo para cá: seu filho, Diego Darklight.

Sasha parou de respirar por um instante. Berry quase tão espantada quanto ela. Os outros ficaram surpresos, mas não tanto quanto as magas da Fairy Tail, por não conhecerem Diego direito.

– Espera... – Sasha balançou a cabeça em descrença. – Você quer dizer que Diego é... E o Gabriel...

– São filhos da Deusa do Mundo Celestial e do Deus do Submundo. – Yuri, um pouco surpreso, arqueou uma sobrancelha. – Diego nunca falou nada sobre isso com vocês?

– Não! Ele nunca nos contou isso – Berry respondeu. – Como ele pôde esconder algo assim da gente...?

– Ele deve ter seus próprios motivos; com certeza passou por maus bocados por causa disso. A questão é: se meu palpite estiver correto, quem iria querer esse portal e por quê?

– Pode ser por algo ruim, tanto quanto pode ser por algo bom – disse Kenzo. – E se essa pessoa quisesse libertar as almas boas ou algo do tipo? Ou as usaria para restaurar o Mundo Celestial...

Yuri se levantou e olhou para Kenzo, satisfeito com seu raciocínio. Graças a sua ajuda, conseguiu chegar a conclusão mais plausível que tinha conseguido pensar até o momento.

– Acho que chegamos à resposta. Isso significa que precisamos dar um jeito de reunir todos aqui.

–--

Noite passada...

Seguindo sua investigação, Yuri passou pela Cait Shelter até chegar ao local da estatueta.

Após examinar com cuidado cada detalhe daquele símbolo, pegou um graveto para repeti-lo no chão, e esperou em silêncio por alguma reação. Já ia conferir se fizera tudo certo quando um brilho roxo escuro surgiu abaixo de seus pés, cobrindo inteiramente o símbolo.

“Sua presença não é permitida no reino meu reino. Se quiser entrar no Submundo, traga apenas a sua alma!”

A voz horrendo mal terminou de falar e o corpo de Yuri ficou completamente paralisado, como se algo ou alguém tivesse acabado de entrar dentro dele e estivesse o imobilizando. Yuri sentiu um dor insuportável por dentro, e vários cortes e ferimentos começaram a surgir, um a um, em sua pele. Ele sentiu sua própria alma esvaindo de si.

– O que você está fazendo?!

Por sorte, um dos senhores da guilda apareceu ali e arrastou o rapaz para longe do símbolo. O brilho desapareceu, mas ainda puderam ouvir uma risada maligna daquela mesma voz.

O senhor chamou alguém para ajudá-lo a carregar o garoto até a guilda para que pudessem cuidar dele. Yuri não conseguia sentir nada, mal podia respirar. Mas essa experiência terrível confirmou sua hipótese: era mesmo um caminho para o Submundo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

No próximo capítulo... (narrado por Satoshi)
Kagura.
Imaginar a pessoa mais importante da minha vida sendo atacada, indefesa, me deixa realmente furioso. E ainda tem minha família e amigos morando na vila, tentando proteger uns aos outros.
Se eu encontrar o culpado por trás desse ataque, não responderei mais por mim.
Eu sei que Ruby está sofrendo tanto quanto eu nessa luta, ou até mais. Eu luto contra um verdadeiro inimigo. A Ruby...
Não perca o próximo!
"Estou Aqui Por Você"
Soreha, sayounará!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Fairy Tail! Aratana Densetsu!" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.