Fairy Tail! Aratana Densetsu! escrita por Maya


Capítulo 46
Poder Oculto


Notas iniciais do capítulo

YO MINNA-SAN!
Vocês estão acompanhando o mangá? Tipo, tá super-ultra-mega-fodástico *¬* A Wendy, cara, vai quebrar geral o/o/o/
Ah, e viram o trailer da volta do anime? QUALIDADE DE FILME, YEAH
Mas enfim, desculpem pelo capítulo enooooooorme, mas eu gostei bastante dele, espero que vocês gostem também :D



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Enquanto corria, Nick se lembrava dos acontecimentos de meia hora atrás. Ele se sentia diferente depois daquilo, só não sabia se isso era bom ou ruim. Seu mundo parecia ter virado de cabeça para baixo. Tudo o que ele sabia sobre si mesmo parecia ser mentira. Nick odiava as pessoas que fizeram aquilo com ele e seus pais, dos quais nem sabia os nomes. Sua cabeça ainda doía. Toda aquela história o atormentava.

Ele quase desejava não saber de tudo aquilo.

Meia hora antes...

– E então? Do que vocês estavam falando?”

Kazumi e Hearther trocaram olhares nervosos.

– Chegou a hora, garota. Não pode esconder isso pra sempre.

Hearther encarou seu irmão. Ela estava relutante para contar o tal segredo, como se não quisesse que Nick soubesse daquilo. Para seu próprio bem, é claro... Mas realmente não dava para protegê-lo para sempre.

– Nicolas, nós temos que te contar uma coisa. É sobre seu passado.

– Meu passado? – Estranhou o rapaz. – Tem alguma coisa que eu não sei sobre mim mesmo, onee-chan?

A loira tremeu ao ser chamada daquele jeito. Temia que essa fosse a última vez que Nick a chamaria de “onee-chan”.

– Maninho... – Pela voz, ela parecia querer chorar. Respirou fundo. – Tudo bem, desde o começo. Nick... Você sofreu amnésia.

Nick se assustou.

– Como assim?! Eu não posso ter sofrido de amnésia! Lembro de tudo...

–... A partir dos 4 anos, certo?

– É... É, mas isso é normal! Eu era muito pequeno pra me lembrar de tudo, não significa que...

– Nicolas. – Kazumi o interrompeu. – Quando você tinha 4 anos, eu o salvei de um laboratório. Os cientistas, provavelmente de alguma Dark Guild, queriam extrair seu poder, e para isso fizeram experimentos horríveis com você. Eu invadi o laboratório e interrompi os experimentos, mas você já estava completamente esgotado quando eu o encontrei... Não havia nenhuma informação sua, nem de sua família, e eu não podia cuidar de você. Então... Eu procurei por uma boa família que pudesse cuidar de você, e achei os Evans.

– Meus pais aceitaram cuidar de você – continuou Hearther –, e quando você acordou não sabia nem o seu nome. Meu pai se apresentou e perguntou qual era o nome de seu pai, e você disse que era ele. Lembra disso, Nick?

A cabeça de Nick doía. Ele queria negar tudo aquilo, mas algo lhe dizia que era tudo verdade. Ele começava a se lembrar vagamente de quando entrou na casa dos Evans.

Meu nome é Joshua. E você? Qual o seu nome?”

“Eu não sei.”

“Sabe dizer o nome de seu pai”

“... Joshua.”

– Eu não entendo – disse Nick. – Hearther, você dizia que nossos pais morreram quando eu era um bebê, e por isso eu não me lembro deles...

– Quando você chegou, só ficou acordado por menos de cinco minutos e já voltou a dormir. Papai o deixou no meu quarto e você dormiu o dia inteiro. Nesse dia, a Pegasus convocou nossos pais para uma missão urgente, mas eles não voltaram. Mestre Kevin deu a notícia e disse que iria nos buscar. Eu fui vê-lo, você acordou por um minuto e dormiu de novo... Consegue se lembrar?

“Hearther... Onee-chan.”

“Nicolas... Maninho.”

– Isso não faz sentido! – Insistiu o rapaz. – Por que eles iriam querer extrair o poder de uma criança de 4 anos?!

Hearther tirou do bolso uma caixinha e a abriu. Dentro dela havia uma lacrima azul-gelo, diferente das demais. Era mais brilhante, e dava para sentir o poder saindo dela.

– Todo o seu poder foi depositado nessa lacrima – disse Kazumi.

– É muito poder para uma criança...

– Para uma criança comum, sim – disse Hearther. – Mas você... Você era o Dragon Slayer do Gelo, Nick.

A cabeça de Nick doeu ainda mais. Ele levou as mãos à cabeça, na tentativa de suportar a dor.

“Você é o Dragon Slayer do Gelo––-”

Várias lembranças apareceram em sua mente no mesmo instante. Em todas elas, Nick era uma criança, e estava sempre acompanhado de um casal. Havia algumas em um parque, outras em uma casa, outras num quarto, com o homem contando uma história para a criança e a mulher lhe fazendo cafuné. Eram apenas lembranças boas até então.

Porém, a próxima cena foi terrível. Alguns homens invadiram sua casa e atacaram seus pais. A mulher gritou para o garoto fugir, antes de receber o ataque final. O homem chorava enquanto tentava lutar por sua liberdade, em vão. O chão foi impiedosamente manchado de sangue.

Um dos invasores agarrou um assustado Nick, que gritava por seus pais. De tanto ele se remexer, um dos homens lhe aplicou uma seringa, o deixando zonzo. Essa era a última coisa que ele se lembrava de sua infância.

Depois da onda de lembranças, a dor de cabeça foi diminuindo, mas aquelas imagens ainda o atormentariam por um bom tempo.

– Nick... – Hearther se aproximou dele. – Eu sinto...

– Você sabia – o loiro a cortou. – Você sempre soube disso! Devia ter me contado!

– Eu só descobri isso quando você tinha 6 anos! Não podia contar algo desse tipo para uma criança dessa idade!

– E quando eu tinha 9 anos? Eu poderia entender isso. – Ele olhou para Kazumi. – Você também! Teve tempo de sobra para contar antes de sair da guilda!

– Eu aceitei o pedido da Hearther e guardei esse segredo – contou a mulher. – Quando ela viu que você tinha entrado para a mesma guilda em que eu estava, me pediu para ficar quieta. Acredite, Nicolas, sua irmã só queria que você não se machucasse.

Nick olhou para Hearther de novo.

– Se era isso o que você queria, devia ter revelado tudo isso logo. Tem noção de como eu me sinto agora?

– Nick, eu sei que isso é difícil, mas...

– Não, você não sabe! Você se lembra de tudo o que aconteceu com você até então. Sabe de onde veio, qual é seu nome, quem eram seus pais... Você sabe quem você é. Mas eu tenho a sensação de que tudo o que vivi até agora foi uma mentira. Que eu não deveria estar aqui. Que o nome Nicolas Evans não é meu, muito menos essa vida...

Hearther deu um tapa não muito forte em sua cara.

– Seu nome é Nicolas Evans. Seus pais são Joshua e Emily Evans. Você nasceu em Magnolia, e viveu por anos no dormitório da Blue Pegasus. É um mago de gelo da Fairy Tail, tem vários amigos e uma linda namorada. Você é meu irmão. – Ela sorriu serenamente. – O que define você é o que você é agora, Nick, e não sua linhagem sanguínea, nem o seu passado. – Hearther lhe mostrou a caixinha com a lacrima de novo. – Essa lacrima contém todo o seu verdadeiro poder. Se você quiser, podemos lhe devolvê-lo agora mesmo.

Nick pegou a caixa e examinou a lacrima. Em seguida, a fechou e a guardou em seu bolso.

– Não, obrigado. Eu não preciso desse poder, estou bem com o que eu tenho. Ainda assim, essa lacrima faz parte de mim, não é?

– Claro, maninho. Faça o que quiser com isso, é todo seu – disse Hearther. – Mas tem certeza de que quer guardar algo que lhe faça pensar em toda essa história?

Nick assentiu e baixou a cabeça.

– Minha esperança é poder me lembrar de mais coisas com isso por perto. – Ele fez uma pausa. – Eu só não entendi uma coisa... Kazumi-san, você disse que a Hearther te pediu pra guardar esse segredo quando viu que também estava na Fairy Tail. Mas eu só fui pra lá um ano depois do desaparecimento da Hearther. – Nick olhou para sua irmã. – Você esteve em Magnolia naquela época?

A garota desviou o olhar.

– Eu passei por muita coisa desde aquela missão, Nick.

Nick queria perguntar mais coisas, mas não teve muito tempo. Kenta logo apareceu, correndo até eles, e levemente ferido. Quando os alcançou, parou para recuperar fôlego.

– Web Valley... Você tem que ir pra lá agora, Nick...!

– Por quê? O que houve?

– Seu Mestre mandou um grupo pra lá, certo? Kouji também está indo pra lá... E está prestes a cometer uma loucura! Pare-o, por favor!

Nick tentou se lembrar de qual grupo havia sido mandado para Web Valley. Não sabia exatamente o número do grupo, mas lembrava de seus componentes.

– É o grupo da Nadeshiko. Acha que o Kouji faria alguma coisa ruim com ela por perto? – Indagou o loiro.

– Meus irmãos estão fora de si – disse Kenta. – Kazuo não quis me ouvir e foi para o Mt. Haboke... Mas ainda dá pra parar o Kouji! Por favor, não deixe que ele liberte o nível 3!

O rapaz assentiu, concordando em ir atrás do Dragon Slayer. Aquilo parecia sério... Precisava alcançá-lo antes que ele machucasse seus amigos. Sua cabeça ainda doía com a revelação de Hearther e Kazumi, e agora que sabia que um descontrolado Kazuo tinha ido para o Mt. Haboke, destino do grupo de Yume, também estava preocupada com sua namorada. Porém, não conseguiria chegar lá a tempo de ajudá-la. Podia ajudar o grupo de Nadeshiko, e era isso o que ia fazer.

Antes de partir para a saída da cidade, ele se virou para Hearther e Kazumi.

– Conversamos depois, ok?

– Nick... Só não se esqueça de que tudo o que eu fiz foi por você, maninho.

Nicolas não respondeu; apenas mostrou um leve sorriso para confortá-la e correu para a saída de Shirotsume Town.

–--

Quando Deivid, Nadeshiko e Neko chegaram à Web Valley, Koichi, Natasha e Kay já os esperavam lá. Não tinha mais ninguém presente, o que apenas os deixava com mais dúvidas sobre aquela missão.

– Não me diga que a gente veio até aqui à toa... – Resmungou Natasha.

– Eu não acho que Mestre Taylor nos mandaria até aqui por nada – disse Nadeshiko.

Ela estava certa. Logo puderam ouvir sons de passos cada vez mais próximos. Uma pessoa apareceu diante do Grupo 4, com a expressão séria e olhos vazios, como se tivessem perdido a vida.

– Kouji-kun? – Nadeshiko o reconheceu. – O que faz aqui?

– A hora do julgamento chegou – disse o rapaz, mas não parecia ele mesmo. Era como se estivesse em transe. – Magos pecadores, vocês que se consideram heróis, está na hora de pagarem pelo mal que causaram. Por todas as pessoas que machucaram ao longo de suas vidas, seja por dentro ou por fora. Por toda a destruição que suas magias têm criado ao longo do tempo.

– Do que você está falando, Kouji? – Perguntou Natasha. – Nada disso tem sentido! Nós usamos nossas magias para o bem!

– Vocês julgam estar usando esse poder para o bem, mas estão sempre machucando outros seres, sejam eles monstros ou pessoas – continuou Kouji. – Colocam-se no direito de ferir alguém por ele ter machucado outra pessoa, e se esquecem que estão fazendo a mesma coisa. Enquanto a magia estiver presente, sempre haverá crime e violência pelo mundo. Esse poder deve ser tirado de vocês e usado da maneira certa.

– Ficou maluco? Você também é um mago! – Disse Koichi.

– Eu concordo em abrir a mão de minha magia se ela puder ser usada de uma forma melhor. Porém, apenas meu poder não é o suficiente. Por isso eu farei com que vocês concordem em fazer o mesmo.

– Vai ter que fazer isso a força – disse Deivid.

No mesmo instante, Kouji avançou para cima dele na velocidade da luz, lhe aplicando um chute no rosto que o jogou no chão.

– Já planejava isso desde o começo.

Deivid se sentou bem a tempo de ver Kouji avançando novamente. Por sorte, Natasha, com o punho envolto por escamas, partiu em sua defesa, dando um soco potente em Kouji.

– Testsuryuu no Go Ken!!

Kouji foi afastado, mas não chegou a cair. Tendo Natasha como alvo, disparou um rugido de luz, mais forte do que nunca.

– Hikariyuu no Hokõ!!

Porém, a garota não recuou; confrontou o rugido do oponente com seu rugido composto por milhares de farpas de metal.

– Tetsuryuu no Hokkõ!!

Com o impacto, o solo ao redor dos dois Dragon Slayers foi rachado, e um monte de poeira foi levantado. Kouji tentou aproveitar-se da situação e avançou mais uma vez contra Natasha, que mal conseguia enxergar. Felizmente, uma barreira apareceu diante dele, e com uma explosão de energia jogou o vilão para longe.

– Valeu, Koichi! – Gritou a garota.

O usuário da magia Archive mostrou o sinal de positivo com o polegar. Antes que Kouji pudesse se recuperar por completo, Deivid o prendeu em uma esfera gravitacional.

– Gurabirei!!

Porém, Kouji conseguiu se libertar em um instante, disparando com a mão milhares de esferas luminosas.

– Hikari no Tama!!

Deivid continuou se defendendo; criou ondas em suas mãos, que fizeram feixes que desviaram as esferas ao mesmo tempo em que esmagava qualquer área sob a gravidade.

– Berudo Gurabirei!!

Depois de ter destruído parte do Web Valley, os magos já estavam ficando cansados. O Grupo 4 mostrara uma união que nem mesmo seus membros esperavam. Mas isso não abalava o Nakamoto. Ele continuou em posição de batalha e analisando cada um de seus oponentes, como se tentasse decidir quem atacaria em seguida. Foi então que Nadeshiko apareceu em sua frente com os braços estendidos, querendo impedir que qualquer um dos lados voltasse a atacar.

– Pare com isso... Kouji-kun, o que deu em você?

– Saia da frente, Nadeshiko. Antes que eu acabe te ferindo também.

– Não!

O rapaz estreitou os olhos e levantou a mão, na qual surgiu mais uma esfera de luz, e arremessou contra a garota. Tinha algo realmente errado com ele. Ele nunca atacaria Nadeshiko. Além disso, quando tentou fazê-la sair de sua frente, seus olhos pareciam ter voltado ao normal, e quando preparou o ataque eles retornaram ao tom sem vida.

A maga da Fairy Tail fechou os olhos a espera do ataque, mas não saiu do lugar. Abriu os olhos depois de alguns instantes, já que a esfera ainda não havia a atingido, mesmo que ela tivesse ouvido um barulho.

Em sua frente, a forma humana de Neko caía ferida, consequência por salvar sua dona.

– Neko!!

Nadeshiko correu até ele. Neko voltou ao normal, inconsciente. Pelo menos ele ainda respirava.

A jovem começou a chorar. Beijou delicadamente a cabecinha do exceed, o pegou no colo e o deixou com seus companheiros. Assim, voltou-se para Kouji, que aparentemente não tinha sentido nada com o ocorrido.

– O... O que você fez...?

– Esse gato tolo entrou em meu caminho. Não era para ter o acertado.

– Então você teria acertado uma amiga! Você não devia ter acertado ninguém! Nós não fizemos nada contra você até começar a nos atacar!

– Qualquer um que se oponha ao renascimento de Lusio é meu inimigo.

Os lábios de Nadeshiko tremeram. Não por ela querer chorar, mas por ódio – sentimento que nunca pensou que sentiria por um dos “três mosqueteiros”. Naquele momento pouco lhe importava quem era Lusio ou o significado desse papo de renascimento. Só o que lhe importava agora era descontar sua raiva, por Neko.

Assim, a garota insipirou todo o ar que pôde pela boca, e com esse ar vieram também algumas brasas.

– E-ei... – Gaguejou Natasha. – Essa magia...

– Impossível – disse Koichi. – Só um Dragon Slayer pode aprender essa técnica.

Deivid arregalou os olhos, se lembrando de seu último encontro com Issei.

– Será que...

– Karyuu no...

A única forma de Nadeshiko saber uma magia de caçadores de dragões era sendo criada com o DNA de um. E naquele caso, só podia ser o de Natsu, o que lhe dava tanto um grande poder quanto um risco de vida. Issei faria de tudo para confirmar isso, e ia envolvê-la em sua vingança também.

– HOKKÕ!!

Ela estava ciente disse, mas no momento, pouco se importava.

Kouji desapareceu em meio às chamas furiosas da jovem maga. Porém, quando elas cessaram, ele mal estava machucado. Praticamente intacto.

– Chama isso de um rugido? Só pode ser piada! – O rapaz começou a rir sarcasticamente. – Olhe e aprenda, menina. Esse é o verdadeiro poder de um dragão.

Uma aura negra contornou o corpo de Koichi, crescendo cada vez mais. Ele se contorceu, com dores, mas não tirava o sorriso sádico do rosto. Uma força demoníaca emanava de si.

– Nível 3...

– Ice Make: Death Scythe!!

Alguém caiu do céu, e com uma mortal, atingiu Kouji com uma grande foice de gelo. O mago da Blue Pegasus caiu e ergueu a cabeça lentamente para identificar seu mais novo adversário.

– E-Evans...?

– Ei, Kouji. Você pensou mesmo que machucaria meus amigos e sairia impune?

O vilão se levantou, ficando cara a cara com o loiro.

– Kenta te mandou aqui, não foi?

– Sim. E fez muito bem – disse Nick. – Você ia usar o tal nível 3...

Kouji tentou socá-lo, mas Nick o interceptou.

– Kouji, como você pode atacar um amigo assim?

– Você não é meu amigo.

– Eu sei disso. Você e seus irmãos nunca me consideraram um amigo. Mal me consideravam um companheiro de guilda, por eu não usar roupas elegantes como as dos outros membros da Pegasus. Mas eu estou falando da Nadeshiko... Vocês são velhos amigos, não são?

O Dragon Slayer da Luz ficou em silêncio por um tempo.

– Eu os ataquei porque estavam interferindo em meus planos, com sua forma errada de usar a magia. Com a minha luz, eu tirarei esse poder de vocês, que não sabem usá-lo adequadamente. Tudo o que vocês sabem é causar destruição... Seres assim devem receber ser eliminados!

– Quer dizer que você está disposto a matar seus próprios amigos para cumprir esse objetivo absurdo?

– Quando o novo mundo surgir, sem a magia, poderei encontrar novos amigos.

Nicolas trincou os dentes.

– Descartando seus amigos tão facilmente... Você me dá nojo, Kouji!

Ainda segurando seu punho, Nick puxou Kouji para mais perto de si, e com o outro punho socou seu rosto, o afastando. Seu oponente só ficou no chão por um segundo e logo se levantou. O sol pareceu ficar mais forte, iluminando Kouji. O corpo do mesmo foi envolto por um brilho dourado. Ele avançou mais uma vez contra Nick, em uma velocidade impossível de se acompanhar: no instante seguinte, já estava na frente do loiro com o punho cerrado.

– Tetsuryuu Ken!!

Mas Natasha, de alguma forma, conseguiu ser tão rápida quanto ele. Apareceu diante de Nicolas com o braço transformado numa espada de ferro, atacando Kouji. O rapaz segurou a espada com apenas uma mão e a jogou para cima, seguindo para atacar seu alvo principal. Lá em cima, Kary conseguiu segurar sua dona.

Com um soco, o vilão mandou Nick para o outro lado do território. O loiro rolou no chão, e quando parou já tinha fios de sangue escorrendo pelo rosto.

– Você atacou uma amiga e uma companheira de guilda... Como ainda pode se considerar um mago?!

– De quem você está falando? Elas também me atacaram.

– Você começou tudo isso com esse papo idiota! Novo mundo? Destruição criada pela magia?! A magia é feita para nos fazer livres e felizes, e é assim que a usamos! Você é o único aqui que está a usando para a destruição!!

– Cale a boca!!

E ele avançou, sendo seguido por um feixe de luz. Mas Nick sumiu de sua vista, dando lugar a um monte de pedras. Kouji parou antes que colidisse com elas.

Porém, Nick nem tinha saído do lugar.

Fake Data – explicou Koichi. – Um truque simples para bagunçar seus sentidos. Fiz você ver qualquer coisa no lugar de Nick para fazê-lo parar.

– Genial, Koichi. Obrigado – agradeceu Nick.

Não foi apenas a visão de Kouji que se alterou. O rapaz ouvia as vozes de diferentes direções, e a imagem das pedras não saía de sua frente. O encanto só foi quebrado quando Nicolas lhe aplicou um gancho de esquerda. Nadeshiko o prendeu em um orbe de fogo, e em seguida Deivid pulou para dentro dele, dando um chute em Kouji. Porém, ele se recuperou rapidamente mais uma vez.

– Persistentes, hã? É inútil! Vocês receberão o julgamento celestial de qualquer jeito!!

Seu brilho, que tinha diminuído, se expandiu em torno de si. Um círculo de Light Magic enorme surgiu sob seus pés.

– Você fala demais pra quem levou uma surra. – Nick foi se aproximando dele. – Nós vamos continuar lutando, Kouji. Até você parar com essa maluquice.

– Por quê?! Vocês ainda não entenderam?! Eu vou matá-los! – Os olhos do mago da Pegasus voltaram ao normal. – Rendam-se de uma vez e fujam! – Mas logo seus olhos voltaram a ser opacos, e o brilho se expandiu ainda mais.

Nick abriu um meio sorriso.

– Será que as fadas têm caudas? Nem ao menos sabemos se elas realmente existem – ele começou a citar o significado do nome da Fairy Tail, deixando os outros confusos. – Uma charada eterna, uma jornada eterna. – Então, ele desfez seu sorriso e juntou as mãos, preparando um Ice Make. O poder mágico que saía de seu círculo mágico era enorme. – Eu continuarei de pé até o fim. Continuarei lutando até o fim, sempre ao lado de meus companheiros. E isso não vale só para o pessoal da Fairy Tail... Todos os que lutam ao meu lado são meus amigos.

Um dragão de gelo surgiu em volta do garoto.

– Eternamente ao lado deles, lutando por eles... Eternamente, companheiros. Não importa o que aconteça.

Kouji se espantou com sua última frase. Seus olhos azuis ganharam o mesmo brilho de sempre, e seu poder diminuiu.

– Evans...

Densetsu no Ryu.

E Nicolas estendeu os braços para frente, fazendo o dragão avançar contra Kouji.

O julgamento foi cancelado, e o Dragon Slayer foi completamente derrotado pelo dragão de gelo de Nick, caindo quase sem consciência. Mal conseguia falar depois do golpe, muito menos se mexer.

– Incrível, Nicolas – disse Natasha, depois de ser deixada no chão por Kay. – Droga, eu queria detonar esse sabichão... Mas você foi muito bem.

– Você quebrou ele – disse Deivid.

– Densetsu no Ryu... Que dragão impressionante! – Admirou-se Koichi.

– Valeu, pessoal. – Nick se virou para eles, com um sorriso cansado. – Não teria conseguido sem vocês.

Porém, todos ficaram calados de repente, parecendo espantados. O loiro ficou confuso com a mudança de humor repentina.

– Nick-kun... – Suspirou Nadeshiko. – S-seus braços...

Ainda confuso, Nick olhou para seus braços, e se assustou com o que viu neles:

Escamas.

–---

Era uma manhã chuvosa e nublada. Como era feriado, as crianças não tinham ido para a escola. Todos de Magnolia estavam em suas casas, esperando a chuva passar para fazer seus planos para aquele dia de folga.

Apenas uma mulher caminhava por aquelas ruas, e ainda por cima, com uma criança no colo.

Ela não devia ter muito mais de 20 anos. Estava cansada e ferida depois de sua última missão. O garotinho loiro, de apenas 4 anos, também tinha alguns machucados, mas no momento ele dormia. A moça era protegida com uma capa de chuva, e fazia o máximo para proteger o menino também.

Ela não tinha condições de cuidar dele. O jeito era deixar com alguma família.

Todas as casas naquela rua eram bonitas, pareciam ser de pessoas bem sucedidas. Porém, não dava para saber se podia contar com elas. Tinha que ser uma família boa.

Então, sua atenção se voltou a uma casa em especial. Nela, um carro acabara de estacionar, e dele saíram um casal e uma garota. O homem abraçou a mulher e a garota e criou um guarda chuva de gelo para protegê-los. Quando as duas entraram na casa, ele as chamou e quebrou o guarda chuva, fazendo flocos de gelo caírem. A garota bateu palmas e foi tentar pegar algum, mas seu pai a pegou no colo e girou com ela, levando-a para dentro de casa antes que ela se molhasse muito.

Parecia ser uma família feliz... Era exatamente disso que o garoto precisava.

A moça esperou um pouco e caminhou até a casa deles. Bateu na porta três vezes e esperou. O homem da casa, loiro de olhos amarelos, atendeu. Ótimo. Era até mesmo parecido com o menino.

– Em que posso ajudar?

– Por favor... Cuide dele.

A mulher deixou a criança em seus braços.

– Por favor, eu lhe peço... Não posso cuidar dele, e esse garoto precisa de um lar feliz. Ele precisa de uma família.

Logo, a esposa do homem se aproximou. Cabelos castanhos claros e olhos verdes. Perfeito.

A filha do casal também apareceu. Ela observou a cena escondida atrás dos pais.

– Ele é seu filho? – Perguntou a mãe.

– Não. Eu o encontrei. Não sei seu nome, nem de onde veio. Não consegui encontrar sua família. Só preciso que alguém cuide dele, pois eu não tenho condições.

O homem da casa trocou olhou para sua mulher.

– Por favor.

A mulher assentiu e seu marido pegou a criança no colo. A moça de capa agradeceu e saiu correndo de lá.

Pouco depois, o garoto acordou no colo de seu pai adotivo. Olhou em volta, confuso.

– Bom dia, garotão – disse o homem.

– Quem é você? – Perguntou a criança.

– Meu nome é Joshua. E você? Qual o seu nome?

O menino balançou a cabeça em negação.

– Eu não sei.

– Sabe qual é o nome de seu pai?

–... Joshua.

Joshua sorriu e olhou para sua esposa. Pelo visto, o garoto tinha perdido a memória.

– Isso mesmo. Eu sou seu papai. E aquela ali – ele apontou para a mulher – é sua mamãe, Emily.

– E aquela – Emily apontou para sua filha – é sua irmã, Hearther.

O menino olhou para os três.

– Papai... Mamãe... Irmã.

– Muito bem. – Emily beijou sua cabecinha. – É só disso que você precisa saber agora... Nicolas.


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Notas finais do capítulo

No próxmo... (narrado por Lothos)
Então, a Caitshelter voltou mesmo a ativa? E pensar que o rumor era verdadeiro...
Eles são muito gentis e tudo mais, mas eu ainda não entendi o que viemos fazer aqui, e parece que o outro grupo também não faz ideia.
Espere. Aquele não é...
Não perca o próximo!
"O Reino Perdido"
Soreha, sayounará!



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