– Vocês entendem, não é?

Ele estava chorando. Ele não era o tipo de pessoa que chorava com frequência.

– Ojii-san...?

– Eu me arrependo. Sempre me arrependi disso.

Ele não parava de chorar, e era doloroso vê-lo assim.

––––––––––––––––––––

Manhã do dia 16 de julho de X849, Heartfilia Kozern...

– Karyuu no Tekken!!

Jet foi jogado longe pelo punho flamejante de Ace. Os irmãos travavam uma luta muito mais intensa do que aquelas de quando eram pequenos. Pois as de antigamente eram causadas apenas por briguinhas muitas vezes bobas e sem sentido. Agora, Jet havia insultado sua avó Lucy, além das outras coisas horríveis que tinha feito antes. Como atacar seus pais e passar a usar seus poderes para o mal. Ace estava furioso e chateado, pois apesar de tudo, eles eram irmãos gêmeos. O Dragon Slayer se preocupava com Jet.

Jet criou um grande machado de fogo em sua mão. Correu na direção do irmão e pulou segurando o machado em suas duas mãos, como se tentasse cortar Ace ao meio. Enquanto isso, uma camada de fogo o cobria impedindo que o oponente lhe atacasse no meio do golpe.

– Axel’s Final Fury!!

Ace tentou se defender com os braços, mas mesmo assim sofreu todo o dano. Ele caiu no chão ferido. Jet estranhou sua atitude. Sendo o Dragon Slayer do Fogo, Ace poderia ter simplesmente comido suas chamas... No que diabos ele estava pensando?

– Ace...?

– O que foi? Já quer parar? – O “filho favorito” logo se recuperou e abriu seu sorriso desafiador de sempre. – Manda ver, Jet!

Seu irmão ficou atordoado, porém logo voltou a se concentrar na luta. Ergueu o braço pra cima, criando uma bola de fogo brilhante. Ela diminuiu e o rapaz fechou o punho, que se tornou avermelhado e ardente graças à esfera flamejante. Jet avançou para cima do irmão.

– Supernova Impact!!

Ace se esquivou pulando para o lado, e assim que pousou no chão preparou o contra ataque.

– Karyuu no Enchu!!

A cotovelada flamejante atingiu Jet em cheio. O mago de fogo foi jogado no chão com um ferimento no braço, mas não demorou a se recompor.

– O que foi, Ace? Esse nunca foi seu golpe mais forte, e continua não sendo!

– Estou apenas esquentando! E você? Supernova Impact é um dos seus piores movimentos!

– Se você tivesse sido acertado, teria quebrado a cara! Eu treinei muito nesses meses, mano!

– Eu também! Então não fique achando que todos os meus golpes estão no mesmo nível que esse!

– Prove!

Ace envolveu seus braços em chamas e pulou. As chamas deram aos seus braços a forma de asas flamejantes.

– Karyuu no Yokugeki!!

Jet foi atingido mais uma vez. Levantou–se e imediatamente preparou o próximo ataque. Correu na direção de Ace numa investida veloz, tendo o corpo cada vez mais envolvido pelas chamas. Em menos de um minuto Jet já se encontrava dentro de uma barreira flamejante.

– Bursting Charge!!

Bastou se encontrar com o corpo de Ace para explodir.

Todas aquelas chamas ardentes de Jet se voltaram contra Ace, criando uma explosão devastadora. O usuário do golpe levou tanto dano quanto a vítima, o que era estranho. Ace poderia ter facilmente as devorado para se proteger...

Além disso, o terreno ao redor deles fora devastado, e agora os rapazes se encontravam dentro de uma cratera. Todas as árvores e arbustos haviam perdido grande parte de suas folhas. A mansão, porém, não foi muito danificada.

– Essa acabou comigo... – Admitiu o Dragon Slayer.

– Ace... Por que não está lutando a sério? – Indagou seu irmão.

– É claro que eu estou!

– Não, não está! Não está comendo minhas chamas, simplesmente deixa que elas te atinjam!

– Ok, você me acertou duas vezes! Não significa que não estou lutando a sério – disse Ace.

– Você não parece estar querendo vencer!

– Eu quero vencer! Mas numa disputa justa!

Então, Jet entendeu.

Quando lutavam na infância, Ace sempre vencia, na maioria das vezes por poder devorar as chamas que Jet produzia. Entretanto, agora que ele sabia da frustração de seu irmão, o mago da Fairy Tail evitava utilizar essa habilidade para que pudessem finalmente lutar de igual para igual. Isso deveria ser ótimo. Mas não era.

– Pare com isso!

Jet socou seu oponente no rosto. Ace revidou.

– Para com o quê?!

– Com isso! Pare de facilitar! Eu vim até aqui para lutar com meu irmão da mesma maneira de sempre, e finalmente vencer! Mas não será uma vitória se você facilitar!

– Eu não estou facilitando!

O mago de fogo deu um soco na garganta do Dragon Slayer, que caiu de joelhos com a mão no local atingido.

– Eu não admito que tenham pena de mim.

Assim, Jet se virou e saiu do buraco. Diante da mansão, ergueu os braços para frente. A frente deles surgiu uma pequena esfera de fogo, que aos poucos foi aumentando de tamanho até se tornar uma gigantesca bola de fogo.

– O que... Você está fazendo...? – Perguntou Ace com certa dificuldade.

– Irei fazer com que você lute a sério. Nem que para isso eu tenha que destruir todo esse lugar!

A mansão da família Heartfilia. Onde Lucy cresceu e viveu com a mãe até sua morte. Onde ela morou até os 17 anos, antes de ir para a Fairy Tail. Onde ela estava enterrada...

Ace não podia deixar que Jet fizesse aquilo.

Subiu correndo e foi rapidamente para a frente da mansão. Assim que Jet disparou a esfera, Ace abriu a boca e a sugou. Suas chamas se aglomeraram em torno do rapaz, que quase não conseguia comer tudo. Finalmente, ele conseguiu. A casa estava salva, e os túmulos de sua avó e bisavó também. Mas Jet... Ele tentou fazer algo horrível.

– Maldito...

De repente, seu corpo foi envolto por uma camada de fogo. Duas asas de dragão feitas de fogo surgiram em suas costas. Suas unhas cresceram e ficaram mais afiadas.

– Ace... Você...

Seus olhos se tornaram mais selvagens, como os de um dragão. Suas escamas apareceram, assim como uma cauda flamejante.

– Você conseguiu...

Em um minuto, Ace tomou a forma de um dragão de fogo.

–––––

– Ojii-san!

– O que foi, Ace?

– A obaa-chan me contou que você fica muito poderoso na Dragon Force!

Natsu riu de leve.

– É mesmo?

– Sim! Ojii-san, quando eu crescer, vou atingir a Dragon Force! E serei ainda mais forte do que você!

– Oh! Mas sua Dragon Force provavelmente será igual a minha...

– Ah... Já sei! Eu vou virar um dragão de fogo! Então eu serei mais forte que você e o Igneel!

– O Igneel é muito forte! Será difícil ultrapassá–lo!

– Eu vou conseguir! Serei um dragão de fogo ainda mais poderoso do que ele!

– He... É um ótimo sonho, Ace.

–––––

– O oji-san deve estar muito orgulhoso agora... – Murmurou Jet.

– Metsuryuu Ogi... – Ace se posicionou. – Hiryuu no Tensei!!

Então a “reencarnação do dragão de fogo” apareceu diante de Jet num flash de luz, o socando com toda a sua fúria em seguida. Ace continuou com um combo, enquanto suas chamas se espalhavam ao seu redor. Jet era surrado dentro de uma grande cápsula de fogo.

Ace enfim deu o soco final. Aos poucos as chamas foram se dissipando e ele voltava ao normal.

– Isso foi... Ai... Demais!! Ainda acha que eu facilitei, Jet?

– Agora você me destruiu...

Ace deu uma risada fraca e desabou. Aquele golpe havia consumido toda a sua energia.

– Eu não acredito que você conseguiu fazer isso. Se transformar no dragão de fogo... Como prometeu ao ojii-san.

– Como você sabia disso?

– Vivíamos numa casa pequena. Foi fácil ouvir sua conversa. Eu duvidei muito que você conseguisse superar o Igneel e o ojii-san ao mesmo tempo, mas você conseguiu.

– Não acho que tenha superado o Igneel.

– Nem eu. Mas eles devem estar muito orgulhosos de você agora.

– Tenho certeza de que eles também ficariam orgulhosos de sua força... Se você usasse ela da maneira certa.

Um silêncio se fez. Depois de um tempo, Ace conseguiu se levantar e ajudou o irmão a se erguer.

– Por que você fez isso? – Perguntou o Dragon Slayer. – Por que atacou nossos pais?

– Eu estava cansado de ser apenas o outro filho. Você sempre teve mais atenção, mais carinho... Então eu quis destruir isso. Por isso os ataquei e coloquei a culpa em você. Queria que você fosse rejeitado e sentisse a mesma dor que eu!

– Você tentou matá–los! São nossos pais, como pôde?!

– Não! Eles são seus pais! Pra mim eles são apenas estranhos que me davam um lugar pra morar!

Ace se espantou. Não esperava que o rancor de Jet tivesse chegado a tal ponto.

– Isso é sério?

– É claro que é!

E ele começou a chorar.

O mago da Fairy Tail sentiu um aperto no coração. Ver seu irmão chorar era doloroso, e o lembrava de quando seu avô chorou na frente deles. Ele esperava que aquilo nunca mais acontecesse.

– E por que você tem tanta raiva da obaa-chan?

– Não é raiva, é só... Eu não quero ser como ela! Lucy sempre foi uma das mais fracas de sua guilda! Sua magia era inútil comparada às outras! Perdeu lutas importantíssimas e só o que fez em seguida foi chorar!

Ace não o deixou continuar. O agarrou pelo pescoço com força.

– Ela podia não ser a mais forte de seu time, ou da guilda... Mas a obaa-chan era esforçada e corajosa. Sempre fazia de tudo para defender seus amigos e a honra da Fairy Tail. Foi uma ótima esposa, ótima mãe e uma ótima avó!

– Jura? Eu não me lembro de um momento em que ela demonstrou algum carinho por mim!

– Porque você não deixava!

Furioso, o Dragon Slayer jogou seu irmão no chão.

– Você não deixava ela se aproximar para conversar! Não a deixava encostar em você! Ninguém conseguia se aproximar de você, mas ela sempre insistiu! Ela morreu sem conseguir mostrar ao seu neto que o amava, e esse ingrato ainda ousa insultá–la!

Jet continuou no chão, sem conseguir encarar seu irmão.

– Quando você levava uma bronca e ia para o quarto, a obaa-chan era a única que te defendia, não importando se você estivesse errado ou não! Ela se importava demais com você! Ao invés de ficar a insultando, a agradeça, droga! Ao invés tentar destruir sua casa, vá até seu túmulo e reze por sua alma! Você nunca receberá tanto amor quanto recebeu dela!

Jet havia voltado a chorar silenciosamente. No fundo ele sabia que Ace tinha razão, e agora se lamentava por ter sido tão ingrato. Lucy... Não, sua avó realmente não merecia aquilo.

– Eu sinto muito.

Ele repetiu essa frase várias vezes, entre lágrimas e soluços. Ace apenas o observou.

–––––

Após o rapaz se acalmar um pouco, os gêmeos foram visitar os túmulos. Ace rezou por sua bisavó e logo depois para sua avó. Jet ficou mais tempo orando por Lucy e lhe pedindo perdão. Quando finalmente cessou já se sentia mais leve, como se ela o tivesse perdoado por tudo o que fez.

– Tudo bem?

E seu irmão ainda se preocupava com ele apesar de tudo. Puxa, ele era mesmo uma pessoas muito ingrata...

– Eu vou sobreviver.

– Ei, Jet... Você lembra do dia em que o ojii-san e a obaa-chan morreram?

– É claro que lembro. Por quê?

– Lembra da história que ele contou?

– Lembro. Por quê?

Ace falou sobre Issei e sua sede de vingança. Disse que ele era filho do casal que seu avô falou naquele fatídico dia, em que Natsu e Lucy faleceram. Os gêmeos tinham 4 anos na época. Natsu havia contado como fora o pior dia de sua vida. O dia em que ele matara duas pessoas.

– Eu não lembro direito daquela história, então não sei se o Issei tem razão ou não de culpar o ojii-chan... Pode contá–la mais uma vez?

Jet suspirou.

– Você puxou mesmo ele, né? Ok, eu vou contar.

–––

X835

Natsu já estava aposentado. Estava casado, seus filhos já estavam crescidos, e seus netos continuavam a geração dos Dragneel. Ele continuava visitando a Fairy Tail com seus amigos e várias vezes levava seus netos com ele. Quando encontrava seus filhos e nora por lá, a família se reunia.

Apesar de estar tudo indo muito bem, o mago sentia falta de seus dias de luta, de quando saía em missões com seus amigos, de quando era um dos responsáveis pela proteção de sua guilda. Agora ela estava nas mãos da nova geração de magos da Fairy Tail. A antiga geração precisava acreditar neles, ainda mais com o perigo das Dark Guilds.

Em X835, elas começaram a atacar.

Os crimes aumentavam cada vez mais. Pessoas usavam suas magias para o mal. As guildas do bem participavam de mais missões do que nunca, seus magos se dividiam em times para caçar os criminosos. A maioria voltava ferida. Alguns ao menos voltavam. Eles precisavam de magos mais fortes, mais experientes. Infelizmente, esses magos já estavam aposentados. Mandá–los numa missão desse tipo seria muito arriscado.

A proposta de Natsu era muito arriscada.

O mago continuava em boa forma, mas já estava beirando os 70. Mesmo assim se oferecera para caçar uma dupla problemática de uma das Dark Guilds, da qual um mago conseguiu descobrir onde morava depois de seguir os dois. Depois de muita insistência, o Mestre permitiu, desejando que nada de ruim acontecesse a um dos melhores magos dos tempos de Makarov – e que provavelmente continuava entre os melhores.

Por mais arriscado que pudesse ser, ele foi sozinho invadir a casa do casal. E foi quando tudo começou a dar errado.

Natsu arrombou a porta dos fundos e encontrou os dois na sala. Ele logo envolveu seus punhos em chamas e o casal não demorou a perceber o que estava acontecendo. Se uniram para confrontar o mago da Fairy Tail com suas próprias magias.

Porém, Natsu elevou demais suas chamas.

Elas surgiram maiores e mais fortes do que o esperado. Ao entrarem em contato com os Dark Mages, suas roupas e peles foram queimadas. Aquilo não era pra ter acontecido... O objetivo era apenas ensinar uma lição à eles, fazer com que parassem de cometer crimes. E agora...

Estavam carbonizados.

Natsu ainda assim tentou socorrê–los. Gritou para que acordassem, desespero com a ideia de ter matado duas pessoas. Seus esforços foram em vão, e ele percebeu a gravidade da situação quando a porta foi aberta.

Um garotinho tinha acabado de entrar, todo sorridente e chamando os pais para contar como se divertiu na casa do amigo. Assim que se deparou com a cena, ele parou. Olhou para seus pais e em seguida para Natsu. E viu a marca de sua guilda.

O garotinho vestia uma camisa da Fairy Tail.

Natsu não conseguia dizer nada, pois sabia que qualquer coisa que dissesse seria em vão. Então apenas fugiu.

–––

– Então o ojii-san matou os pais dele – disse Ace. – Droga, eu queria que o Issei estivesse errado...

– Não foi de propósito. Quero dizer, não sei como as chamas dele fugiram do controle, mas ele obviamente não queria isso. Vai dizer que não se lembra de como ele ficou depois de contar essa história? – Perguntou Jet.

– Eu sei. Ele ficou arrasado. Foi a única vez que eu o vi chorando.

– E a obaa-chan também...

Aquele deve ter sido o dia mais infeliz da família Dragneel; o dia em que Natsu e Lucy faleceram. Natsu, por não aguentar a culpa, e Lucy, por não aguentar a dor de ver seu amado morto.

– Tem mais alguma coisa pra me perguntar? – Indagou Jet.

– Nossos pais estão bem?

– Vai saber... Eu não os vejo desde aquele dia. Eles pensam que a culpa foi sua, mas mesmo assim eu fugi de casa. Na última vez em que os vi, eles estavam se recuperando do ataque. Devem estar em casa ainda. Mais alguma coisa?

– Não... Acho que é só isso.

– Então, até mais.

Jet se virou e caminhou em direção à saída da mansão.

– Espera! – Ace tentou impedi-lo – Onde você vai?!

– Qualquer lugar. Vou ficar viajando sem rumo. Tanto faz.

– Tanto faz, uma ova! Você não ouviu o que eu disse? Issei quer matar todos os Dragneels! Eu, você, nossos pais... Ele vai atrás de todos nós. Então não pense que vou te deixar andando por aí sozinho!

– Ah, Ace, por favor... Eu sei me cuidar. Se esse Issei vier atrás de mim, eu o matarei antes. Simples.

– Mas...

– Apenas vá encontrar seus amigos, mano. Não precisa se preocupar tanto comigo. Eu também sou forte, sabia?

– Jet...

Ace agarrou o ombro do irmão, que continuava de costas para ele.

– Cuide da mamãe e do papai, ok? Eles te amam, acredite nisso.

– Ficarei de olho.

E ele simplesmente foi embora.

–--

– Ojii-san! Acorde, ojii-san! – Gritava o pequeno Ace.

– Natsu, por favor, acorde... – Pedia Lucy.

Jet, por sua vez, permanecia em silêncio enquanto assistia àquela cena. Seu avô havia acabado de contar sua história, e depois de tanto chorar e dizer o quanto se arrependia, desmaiou. Ace e Lucy faziam de tudo para acordá-lo, em vão.

– Natsu...

Lucy enterrou o rosto no peito de seu amado, se debulhando em lágrimas. O pequeno Ace começava a entender a situação e chorava cada vez mais. Enquanto isso, Jet... Apenas assistia.

– O que aconteceu com ele, obaa-chan? – Perguntou o pequeno Dragon Slayer.

Sua avó não respondeu. Ace a sacudiu, esperançoso. Ela não acordava... Não! Os dois ao mesmo tempo...

– Obaa-chan! Acorde!

Ele correu para dentro de casa, chamando seus pais. E Jet permaneceu parado no mesmo lugar, olhando fixamente para os corpos de seus avós.

–----

A última vez em que puderam ver os dois lado a lado foi em seu velório. Lucy já havia dito que gostaria de ser enterrada ao lado de sua mãe, na mansão da família, para onde seu túmulo voltou quando Lucy usou sua herança para criar uma nova Heartfilia Kozern; quanto à Natsu, ele seria enterrado no cemitério de Magnolia, ao lado de Gray e Juvia.

Todos os membros da Fairy Tail apareceram. Erza não conseguia parar de chorar. Romeo e Wendy estavam arrasados. O pai de Ace e Jet, filho do casal, não conseguia encarar ninguém. Sua esposa tentava acalmar Ace. A filha de Natsu e Lucy agradecia à todos por terem comparecido, mas continuava tão destruída quanto o irmão.

– Aaron... – Chamou-o a moça. – Eu sei que você está arrasado. Eu também estou. Não imaginava que fôssemos perder a mamãe e o papai no mesmo dia. Mas você tem que erguer a cabeça... Seus filhos e sua esposa precisam de você.

– Eu sei disso, Jade. É só que...

Jade o abraçou antes que Aaron terminasse de falar.

Quando Ace finalmente ficou mais calmo, pediu a sua mãe, Katie para se despedir deles. O garotinho ficou do lado de seu irmão e esticou os pés para poder vê-los melhor.

Os irmãos não disseram nada. Ace voltou a chorar enquanto Jet permaneceu sem expressão.

Os gêmeos deram as mãos, um gesto que transmitiu mais conforto um ao outro do que qualquer palavra que tivessem ouvido naquele dia.