Grupo 3: Ace Dragneel, Mia, Elijah Allucard, Mortis Jevis.

 - Veste uma roupa, sua maluca!

  O pessoal do grupo 3 acordara bem cedo naquele dia. O clima está normal – nem muito quente nem muito frio -, o que não impediu que Mortis dormisse de roupas íntimas.

 - É um costume – justificou-se enquanto vestia suas roupas. – Foi mal.

 - Alguém pode me ajudar aqui? – Pediu Elijah, com o mapa em mãos. – O Mestre indicou nosso destino, mas... Não sei que lugar é esse.

 Os outros três do grupo e Lucky aproximaram-se. Nenhum deles parecia saber onde era, com exceção de Ace, que ainda olhava fixamente para a figura.

 - Sabe onde fica, Ace? – Perguntou Mia.

 - Acho... Acho que sim...

 - Tente se lembrar – pediu Elijah. Então se virou ao exceed. – Lucky, pode tentar nos localizar?

 Lucky aceitou e pegou o mapa com as pequenas patas, logo depois voando para localizá-los no mapa.

 Alguns minutos depois, porém, puderam ouvir um barulho vindo da mata. O grupo se preparou para um possível ataque. Então, um homem surgiu. Cabelos loiros com pontas negras, olhos azuis... Elijah o conhecia muito bem.

 - Malik...

 - Não parece muito feliz em me ver, irmão.

 Embora o azulado estivesse espantado, seus olhos brilhavam; afinal, o que mais queria era reencontrar o irmão mais novo. Mesmo sabendo que ele havia ido para a Phantom Lord.

 - Você... Foi para a Phantom...

 - E você foi para a Fairy Tail! Que irônico, não acha? – Riu Malik.

 - Saia dessa guilda – pediu Elijah. – Venha para a Fairy Tail. A Phantom é cruel! Não pode ficar com eles!

 Malik adquiriu uma expressão assassina. Avançou rapidamente e pressionou seu irmão contra o tronco de uma árvore, agarrando seu pescoço.

 - Acha que eu não sei?! Eu entrei na Phantom sabendo que da rixa entre nossas guildas! Sabendo que você virou uma fadinha!

 - Então... Por quê?!

  O loiro apertou seu pescoço com um pouco mais de força.

 - Para poder matá-lo!

 Todos arregalaram os olhos, assustados. Elijah esteve sempre procurando pelo irmão... Mas não esperava que ele nutrisse algum ódio por ele. Não tinha culpa por ele ter sido capturado por aquela dark guild. Eles sempre se deram bem – claro que também tinham brigas normais de irmãos – e, como irmão mais velho, o objetivo do azulado era encontrar o mais novo e protegê-lo. Mas agora...

 - Não seja apressado, Malik.

 O dono da voz era um cara de aparentes 20 anos, que acabava de sair detrás de uma árvore. Tinha cabelos castanhos claros volumosos e desgrenhados, olhos castanhos escuros com oleiras embaixo, pele pálida, apenas alguns músculos, embora não parecesse nem um pouco fraco. Usava uma camisa vermelha de mangas rasgadas e um jeans azul velho, botas marrons gastadas e sujas de terra. Seu olhar voltou-se imediatamente para Mia. A mesma o reconheceu e colocou a mão sobre a boca para conter o grito.

 - Há quanto tempo, Mia.

 - Dylan... Você...

 Ingênua, Mia correu para abraçá-lo. Dylan não correspondeu, mas isso não a fez soltá-lo.

 - Fiquei tão preocupada com você... Pensei que nunca mais o veria...

 Porém, os punhos do rapaz foram envoltos por uma chama negra, e ele acertou Mia no peito. A mesma caiu, gemendo de dor.

 - Mia!!

 Quando Ace correu para ajudá-la, outra figura desceu do topo de uma árvore e agarrou seu pescoço por trás. Tinha músculos bem definidos, e o rosto idêntico ao do Dragon Slayer; a única coisa que os diferenciava na aparência eram os cabelos prateados espetados para frente. Usava uma camisa sem mangas branca sob um colete jeans surrado da cor azul claro e uma calça negra, além de sandálias marrons.

 - Parece que encontrei o fugitivo.

 Reconhecendo a voz, Ace trincou os dentes.

 - Jet...

 Na outra mão de Jet, havia o mapa do grupo. Mortis o viu e imediatamente uma onda de raiva preencheu seu corpo.

 - Esse mapa...

 - Não deviam confiar algo tão útil à um gato de Edolas – disse Jet. – Aposto que foi ideia sua, mano!

 - O que você fez com o Lucky?!?!

 - Digamos que ele não vai mais voar por um bom tempo.

 Os punhos de Ace agarraram o braço de seu agressor, as garras ameaçando perfurar sua pele.

 - Você vai pagar por isso, maldito!!

 - Calma, calma! Só estava brincando! – Ele ergueu o mapa, que tinha o destino marcado por um círculo vermelho. – É pra lá que vocês vão?

 - Sabe onde é? – Indagou Ace.

 - Claro que sei. Já estivemos lá... Esqueceu? Francamente, você puxou muito o ojii-san. Mas não se preocupe. Estava indo pra lá mesmo...

 - Faça o que quiser – disse Malik. – Mas vá logo.

 Jet apertou o irmão com mais força, o fazendo desmaiar. Jogou-o sobre o ombro e adentrou a mata, em direção ao destino do grupo.

 - Quanto a você... – O mago da Phantom Lord virou-se novamente para Elijah. – Não teria graça alguma se eu o matasse tão rápido.

 Elijah já estava quase sem cor quando Malik finalmente o soltou. Porém, seus olhos ficaram ganharam um tom cinzento e cruel. Ele se levantou, os braços molengas como se fosse um zumbi.

 - O que você fez com ele, seu animal?! – Exclamou Mortis.

 - Animal? – Malik fingiu ficar ofendido. – Não me entenda mal. Elijah está apenas me fazendo um favor.

 O azulado levantou os olhos sombrios na direção de Mortis. Então ergueu o punho.

 - À vontade, irmão – disse Malik calmamente. – Com Fueco!!

 Elijah avançou com um soco extremamente poderoso em Mortis. A mesma foi jogada para trás, tremendo de dor.

 - Com Anima!!

 Então o azulado a agarrou e lançou-a bem alto.

 - Aligretto!!

 Seu próximo movimento foi criar vários espinhos e lançá-los na direção da garota. Malik e Dylan ficaram olhando naquela direção, esperando seu corpo finalmente cair, enquanto Mia pensava se podia ajudar de alguma forma. Ela não tinha muitas forças, mas ainda podia fazer um bom uso do resto de seu poder mágico.

 - Sinto muito por isso, Elijah... – Murmurou. – Maguilty Sense.

  Uma espécie de pulseira espiritual surgiu e seu pulso, assim como no de Elijah. De repente, o rapaz botou a mão no peito, tentando suportar a dor que Mia estava sentindo. Mas a dor era tanta que ele caiu de joelhos, e acabou saindo do efeito da magia de Malik. Esgotada, a maga desmaiou.

 - O que... O que aconteceu? – Indagou Elijah.

 Ele olhou para todos os lados e não ficou muito feliz com sua visão: Mia estava inconsciente e Dylan a pegava no colo, os olhos frios como se ele fosse fazer algo com ela. Mortis não estava mais lá. Além disso, seu peito parecia queimar, embora estivesse intacto.

 - Nada demais – disse Malik, indiferente. – Gostou de ser meu brinquedinho por cinco minutos?

 - Você mudou muito nesses anos – observou o mais velho, tentando controlar sua raiva. – Não é mais aquele meu irmãozinho brincalhão de antes. Nem te conheço mais.

 - Você me deixa magoado falando isso, irmão. É claro que você me conhece... – Então abriu um sorriso falso. – Ainda sou seu maninho querido.

 Elijah trincou os dentes e lhe deu um soco no meio do rosto, fazendo-o cair.

 - Meu irmão morreu no dia em que a Phantom Lord o raptou. Você é só um carinho nojento que não merece o nome Allucard!

 - Digo o mesmo.

 Então Malik se levantou e ergueu o braço na direção de Dylan. Ele deixou Mia cair no chão e ficou na mesma forma que Elijah anteriormente, sendo controlado por Malik.

 - Desgraçado... – Indignou-se Elijah. – Não tem vergonha de usar seu próprio companheiro desse jeito?!

 - Companheiro? – Riu o outro. – É só mais um lixo para ser controlado por mim.

 Os punhos do azulado ficaram envoltos de relâmpagos.

 - Esse cara também é meu inimigo. Darei uma surra nos dois.

 - Tem certeza? – Desdenhou o outro. – Acho que sua amiga ali não ia gostar muito de ver seu querido irmão machucado.

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 Ace acordou em uma carroça... Em movimento. Alguns segundos após despertar, ele já estava passando mal.

 - Bom dia, mano.

 Era a voz de Jet. Ele não estava na cabine de passageiros, já que estava pilotando a carroça.

 - Pra onde nós vamos...? – Perguntou Ace.

 - Para seu destino.
 - Como... Como conseguiu...

 - Essa carroça velha? Digamos que o dono me deu por vontade própria, e o passageiro lhe deu uma cabine inteira para vomitar à vontade.

 Não demorou muito para cair a ficha.

 - Você...

 - Já sei: quer saber se eu os matei – adivinhou Jet. – Qual é! Somos gêmeos. Somos iguais. Devia saber que eu não seria capaz matar alguém.

 - Você tentou matar nossos pais! – Exclamou Ace. – E somos muito diferentes! Eu sou muito melhor do que você!

 Houve um breve silêncio antes de Jet se pronunciar novamente, com a voz séria.

 - Eu sei disso.

 Ace ficou aturdido com essas palavras, mas não o interrompeu.

 - Você sempre foi o favorito do papai – continuou Jet. – Estavam sempre juntos. E embora não desse a mínima aos treinos, sempre me vencia! Sempre comendo minhas chamas! Não importava o quanto eu treinasse, você sempre conseguia ser superior sem esforço algum! Sempre com mais amigos! Sempre o mais querido! Tão parecido com o ojii-san... Até herdou sua magia. E eu? Apenas o outro filho. Aquele que o máximo que recebia da mãe era piedade. O arruaceiro. O que sempre levava broncas do pai. Aquele que era tão fraco quanto à inútil da Lucy!

 O veículo parou, e Ace foi voltando ao normal aos poucos.

 - Sinto muito – finalmente disse.

 Ele teve a terrível sensação de ter ouvido o irmão chorando. Jet podia ter atacado seus amigos e seus pais... Mas continuava sendo seu irmão gêmeo.

 Porém, ele acabara de ofender sua própria avó. Ace não podia simplesmente perdoá-lo por isso. Mesmo que só tivessem convivido com ela alguns anos antes de sua morte, a considerava a mulher mais gentil que já conhecera.

 - Chegamos – anunciou Jet. – Bem vindo de volta à Heartfilia Kozern.

 O Dragon Slayer surpreendeu-se. Realmente, eles estiveram lá no dia da morte de Lucy. A mansão estava fechada desde então, portanto, nunca pensou em voltar para lá. Mas lá estavam eles. Ambos desceram praticamente ao mesmo tempo, mas, assim que Jet se virou para o irmão, o mesmo o agarrou pela gola da camisa.

 - Eu realmente sinto pelo que você passou – disse ele. – Mas não posso deixar que insulte a obaa-san desse jeito!