Crise Existencial escrita por Bia Salvatore
Escutei, com muita cautela, tudo o que me rodeava para entender de onde vinham aqueles movimentos. Vinha de oeste e senti que se aproximava lentamente.
A Elena continuava paralisada e eu percebi que todo o seu corpo combatia contra a sua mente. Debateu-se durante, aquilo que me pareceu, uns 10 minutos, sem mover um único dedo.
Era hora de almoço, o dia ficara quente em Mystic Falls e principalmente ali no cemitério o sol parecia penetrar a nossa pele como fogo. Provavelmente, tinha saído do emprego para almoçar e aproveitara para ir ao cemitério. Pobre homem…Sitio errado à hora errada.
Ouvi cada passa, cada batida do seu coração, cada pulsação e quase que consegui imaginar o sangue a fluir-lhe nas veias.
A Elena pestanejou, reagiu. Isso era bom sinal. O desejo de se alimentar daquele homem tinha passado. Ou não…
Numa fracção de segundos, apercebi-me da sua ausência ao meu lado e vi, com os meus olhos azuis profundos, a minha amada a ceder à tentação. Ela estava já a morder o pescoço daquele sujeito quando me levantei e a agarrei pela cintura. A força, entre nós, foi tanta que acabamos os dois no chão.
-Elena! – Tinha que a chamar à razão. Apesar de aquilo ser normal enquanto é jovem, sei que se iria sentir mal consigo própria se o tivesse matado.
-Desculpa! O que é que eu fiz? – Ela chorava compulsivamente e eu afaguei-lhe o rosto e abracei-a para a reconfortar.
Passado um tempo, reparei no homem. Estava sentado no chão, com as mãos no pescoço, completamente cheio de sangue. Levantei-me sem perturbar a Elena, dei o meu sangue àquele homem, fiz-o esquecer que aquilo tinha acontecido e mandei-o embora.
Depois de ter tratado dele, voltei para junto da Elena, que continuava a chorar, demasiado amargurada para disfarçar. Coloquei-a nos meus braços, no meu colo e ela aconchegou-se a mim.
- Damon… eu…eu… - Mas eu não a deixei falar pois coloquei o meu dedo sobre os seus lábios.
-Shh… não digas nada. Já passou, Elena. Não fizeste nada. – Comecei a mexer no seu cabelo brilhante e suave até ela parar de chorar.
Quando dei conta já estava a escurecer. O dia quente que fora de manha, transformara-se numa noite amena e com uma brisa de ar fresco.
- Elena vamos embora, sim? Já está de noite, querida. – Apesar de estar a amar vê-la a dormir nos meus braços, tinha de a acordar. Tinha de a levar para casa.
-Ah?! Que horas são? – Parecia desorientada ao abrir os olhos mas quando me olhou nos olhos sorriu e eu não percebi que significado aquilo tinha.
- Já é tarde, vou levar-te a casa. – Forcei-me a levantar. Tinha que ser.
-Ok, vamos.
Durante o caminho até casa, não dissemos uma única palavra e isso continuou até depois de ela entrar em casa, pois eu ficara à escuta e ouvira todos os seus movimentos. Foi directa para o quarto e deitou-se.
Eu segui para casa mas algo perturbava a minha mente. Onde teria estado o Stefan? De certeza que sabia que a Elena estava no cemitério mas não apareceu. Porquê?!
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!