Romeu e Julieta escrita por Yuna Aikawa


Capítulo 4
Ato I


Notas iniciais do capítulo

Cena II



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Depois de receberam a senhora bronca de Tsunade, todos prometeram que iriam seguir aquele roteiro de falas ultrapassadas - que a própria coordenadora, Tsunade, escreveu. Preciso dizer que levaram mais esporro? Enfim, o sinal baixo da segunda parte do primeiro ato toca, fazendo com que entram Neji, Shikamaru e Konan no palco, na mesma rua da primeira cena. "Ai vamos nós", disse a coordenadora, cruzando os dedos.
 

     Neji — Tanto eu como Montecchio recebemos igual penalidade. Que injusto, sou superior. Viver em paz com ele não será difícil... Eu espero.
     Shikamaru — Ambos gozais de altíssimo conceito, sendo de lastimar que há tanto tempo vivem em desavença. Mas agora, milorde, que dizeis de meu pedido?
     Neji — Que pedido? Ah é... Repito o que já disse: minha filha ainda é uma estrangeira neste mundo; mal completou quatorze anos, é um toquinho de gente. De dois estios murchará o orgulho, sem que ouçamos das núpcias o barulho.
     Shikamaru — Quem ousar o quê? Ah, já tem muitas moças bem mais jovens que são mães.
     Neji — Precoces. As que começam antes do tempo, também morrem cedo. Todas as minhas esperanças foram tragadas pela terra; somente essa me resta, herdeira grata do que tenho. Mas meu Páris amigo, fale com ela, sendo do gosto dela, no mesmo ponto estou disposto a dar, alegre, o meu consentimento. Seguindo agora o velho regimento, darei hoje uma festa de alegria para a qual convidei a companhia de pessoas amigas... Que bom, não? Inimigos, morram de inveja! Em minha casa heis de irradiantes estrelas hoje ver, que, muito galantes, da terra lançam luz ao céu sombrio. - Entrega um papel a um dos seus criados, Konan - Okay, rapaz... Moça! Depressa, corra à bela Verona e procure os nomes dessa lista, a todos anunciando que hoje terão de minha casa o marido.
 
   Neji e Shikamaru saem de cena, deixando Konan sozinha no palco, olhando com uma expressão vazia o papel que não continha nomes, mas sim suas próximas falas. Neji recebe um cascudo de Tsunade ao entrar na cochia, mas Shikamaru receber um maravilhoso jóinha. Assim a peça segue.


     Konan — Hei de procurar os donos dos nomes desta lista! Está escrito que o sapateiro se ocupará com sua jarda, o alfaiate com suas formas, o pescador com seu pincel, o pintor com suas redes... Ué? Será que a Tsunade escreveu isso certo? Enfim, a mim me incumbem de procurar os donos dos nomes escritos aqui, sem que eu jamais possa encontrar os nomes anotados pela pessoa que escreveu isto. Tenho de procurar gente instruída. Oh! Em boa hora!

 "Olhe para esquerda", dizia no papel, mas a jovem olha para direita, perdendo a entrada de Naruto, cheio de curativos, e Sasuke. Felizmente Konan concertou sua falha com um sorriso aos jovens.

     Naruto — Ora, rapaz! Incêndio a incêndio cura. Uma nova dor faz diminuir a mais antiga. Desvirar do virar sara a tontura. Deixa os olhos pegar nova infecção, porque da velha possas ficar são.
     Sasuke — Não quer que eu pule de um penhasco de uma vez?
     Naruto — Para quê, amigo?
     Sasuke — Para perna quebrar.
     Naruto — Estás maluco, Romeu? Vai acabar quebrando o pescoço, cara!
     Sasuke — Maluco? Não; mas mais atado do que um louco furioso; encarcerado, morto de fome, chibateado, posto no banco de tormento e... Kon.. Digo, um dos criados de Capuleto?
     Konan — Deus vos salve, senhor. Uma dúvida, senhor, sabeis ler?
     Sasuke — Sei, sim; minha miséria e a própria sorte.
     Konan — Talvez tivésseis aprendido isso sem o auxílio de livros. Mas, por obséquio, sereis capaz de ler tudo o que ver?
     Sasuke — Sou, se souber a língua que foi escrito.
     Konan — Falais com honestidade. Passai bem. - Faz menção e retira-se, deixando Sasuke com um olhar interrogativo.
     Sasuke — Espera aí, rapaz; sei ler - Pega o papel das mãos de Konan -  "Signior Martino, sua esposa e filhas; o conde Anselmo com suas encantadoras irmãs; a senhora viúva de Vitrúvio; signior Placêncio e suas amáveis sobrinhas; Mercúcio e seu irmão Valentino; meu tio Capuleto, sua esposa e filhas; minha linda sobrinha Rosalina; Lívia: o signior Valêncio com seu primo Tebaldo; Lúcio e a encantadora Helena." Belo conjunto. Onde é que será isso?
     Konan — Lá em cima.
     Sasuke — Onde?
     Konan — Na ceia em nossa casa.
     Sasuke — Casa de quem?
     Konan — Do meu amo.
     Sasuke — Com efeito; é o que eu deveria ter perguntado em primeiro lugar.
     Konan — Meu amo é o grande e rico Capuleto, e se não você for da casa dos Montecchios, peço-vos que também vades esvaziar uma taça de vinho. - Sai, indiferente, mas logo para pegar a lista de Sasuke. Faz revência e se retira novamente.
     Naruto — Nessa tradicional festividade de Capuleto vai cear a sua formosa Rosalina, juntamente com as demais beldades de Verona. Você devia ir, verás teu cisne transformado em corvo.
     Sasuke — Se meus olhos devotos falsidade tão grande sustentarem, que em fogueira de suas lágrimas morra sem piedade, como hereges passíveis de cegueira. Mais linda que ela! Nunca o sol radiante no mundo todo viu tão bela amante.
     Naruto — Você está surtando. Pesaste-a nos dois pratos da balança de teus olhos, sem outra vizinhança.
     Sasuke — Irei; não para ver tal resplendor, mas para me ofuscar em meu amor.
     Naruto - Profundo, cara.

 Tsunade faz sinal, da cochia, para ambos saírem de cena. Estava encerrado ali a segunda parte do primeiro ato. Naruto levou mais uns dois cascudos enquanto Sasuke fora atrás de um dicionário para traduzir suas próprias falas complicadas. "Por que sou tão apaixonado nessa peça?", perguntou para si mesmo, mas assim que viu o sorriso de Hinata, conversando com Lee, achou melhor não questionar, ele ainda tinha muitas cenas para fazer - e estava ansioso para uma em especial.


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