Edição 74 Jogos Vorazes Por Clove escrita por Lucia Ludwiig
Notas iniciais do capítulo
Espero que gostem :)
Ficamos o resto da tarde sentados em baixo de uma árvore, falando como será no futuro quando nós estivermos voltando para casa.
- Você vai ver, todos vão ficar com inveja da gente! – diz Cato
- Inveja de quê? Quase todo mundo já foi vencedor lá... – digo rindo
- É verdade! – ele ri também.
Rimos de tudo, e de qualquer coisa. Estamos bêbados de tanta felicidade, emoção, e expectativa. Nossa, nem acredito nisso! Eu e Cato vamos ganhar! O 11 não é bom o suficiente contra mim e Cato; o Conquistador é todo lerdo e a única coisa que ele sabe fazer é arremessar pesos; a garota quente é mais complicada, mas com a raiva que eu tô dela, minha faca cortará seu pescoço fácil. Nem acredito que me deixei enganar por um tributo vindo do 12! Ah, ainda tem a ruivinha! Ela só é mais difícil porque eu só vi ela no primeiro dia, lá na cornucópia, e ela estava fugindo para a floresta. Ela é esperta, e temos que tomar bastante cuidado com sua agilidade.
- Ai, Clove... Finalmente né? Vamos! Vamos caçar aqueles tributos!
Diz ele me levantando e me carregando feito uma boneca por aí. Dou um soco no braço dele e ele me solta. Cato parece uma criança, é todo bobo! O dedão dele já tá melhor, tá até calçado. Ele encontra uma flor e me entrega dizendo a frase mais clichê do mundo todo!
- Uma flor para outra flor!
- Obrigada, Cato.
Ponho a flor atrás da minha orelha e continuamos andando por aí, rindo. Nem parece que estamos numa arena, lutando para sairmos vivos... O clima tá tão leve que nada mais importa do que... Matar? Sinto a falta de Marvel aqui, como ele ficaria feliz em saber que eu finalmente aprendi o nome dele! Sinto falta também da Ginger... De implicar com ela a ponto de arremessar algumas facas nela. Nossa, essa menina é podre! Era. Bem, me livrei dela, e agora tenho Cato só pra mim!
- Vamos parar, Clo? – ele diz
- Tá certo, mas agora é você que vai pegar comida pra gente.
- Tá bom, não sai daí que jajá eu volto viu? – ele dá um beijo na minha testa e sai.
Pego minha faca e um pedaço de galho que achei. Começo a fazer uma ponta no galho, até que fica perfeito. Pego outros galhos e faço a mesma coisa, sem nenhum motivo especial. Olho uma árvore lá na frente, um pouco distante de mim, e não penso duas vezes. Pego o galho maior e atiro em um ninho de passarinhos lá no alto, que cai. Ouço um piar danado, e fico muito irritada com isso. Aproximo-me dos três filhotes de pássaros e pego um. Que bicho feio! Parece a Ginger quando morreu, ela tava toda desfigurada. Aquela idiota gostava do meu Cato!
- Perdeu otária! –grito
Sinto algo estranho na minha mão, e quando a abro, vejo o que restou do passarinho que acabei estrangulando. Droga, minha mão está suja de sangue! Esfrego-a na minha blusa para enxuga-la. Acabo deixando uma mancha enorme de sangue nela, acho que não foi uma boa ideia. Olho os outros dois passarinhos que não param de chamar pela mamãe.
- Matar ou morrer, queridinhos.
Pego a faca do meu sapato e rasgo o pescoço de um, e degolo o outro. Volto a árvore que estava antes e me sento. Depois de um tempo, observo um pássaro enorme se aproximar do ninho caído no chão, e dos três filhotes mortos. É provavelmente a mãe deles. Ela começa a gritar e gritar, e de repente, vem voando na minha direção. Nossa, o que há de errado com esse pássaro? Ele canta! Uma canção pausada... Que aprendeu com alguém. Isso não é um pássaro qualquer... É um tordo! Ele avança em cima de mim e começa a bicar o meu dedo, e dói muito. Consigo pegar suas asas e acabo as arranco do próprio corpo. Jogo o animal morto ao longe e começo a reclamar de dor das bicadas na minha mão.
- Ai!
Boto a mão em cima da mancha de sangue da minha blusa e tento estancar o sangue do meu dedo mindinho, que o tordo não teve preocupação em quase devorá-lo. Arde muito, e dou mais um grito. Logo uma figura alta e de cabelos loiros sai de alguma parte da floresta e se abaixa perto de mim.
- Você está bem Clove? Clove! Quem fez isso com você? Por favor Clo! Eu vou mata-lo, eu juro. Fala comigo Clove!
- Nossa Cato, eu estou bem. Não foi nada demais! Foi só um pássaro que quase arranca meu dedo mindinho. Mas tá tudo bem.
- Que susto, menina! Eu achava que o garoto do 11 tinha te achado.
- Não, ele não me achou. E eu tô com fome, cadê a comida?
- Tá aqui, achei um coelho e uma manga que tava no chão.
- Você acha a manga, e não acha a mangueira?
- Eu procurei, mas não tinha nada. Uma manga tá de bom tamanho. Pega os fósforos e faz o fogo aí, por favor.
- Tá bom.
Faço o fogo e cato enfia o coelho no graveto pontudo que eu fiz e depois coloca no fogo.
- Pra quê isso aqui Clove? – ele diz, apontando pros gravetos.
- Sei lá.
- Você quer brincar de tiro ao alvo, enquanto o coelho fica pronto?
- Você quer brincar disso, comigo?
- Aham. Eu também tenho boa mira, se você quer saber.
- Tá bom, então. Qual vai ser o alvo?
- Aquele ponto escuro na árvore ali.
- Começa.
Ele pega o graveto e atira, e por pouco não acerta. Pego um e atiro, diferente de Cato, meu arremesso é perfeito. Faz um barulho estranho quando o graveto médio que eu joguei acerta o “alvo”. Cato vai lá ver o que aconteceu. De lá, ele grita:
- Acho que você acertou uma câmera!
- Foi mal! –grito em resposta.
Ele volta e tira o coelho do fogo. Comemos sem nos preocupar com nada, apenas rindo de besteiras. Cato meche a bolsa e me dá um dos óculos de enxergar no escuro, e depois que apagamos a fogueira, continuamos vagando por aí. De repente, piso algo errado que acaba me fazendo rolar morro abaixo. Cato grita meu nome, e escorrega o morro atrás de mim. Minha cabeça rola e meu corpo se bate em algumas pedras, até que finalmente, chego ao fim do morro.
- Clove, você tá legal?
- Um pouco tonta – olho para o meu dedo sangrando – e uma pequena hemorragia, mas tá tudo bem, sim. – ele ri
Continuamos andando até que Cato fala:
- Acho que a sorte está ao nosso favor, Clove... Achamos uma caverna!
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Tá chegando o final... Reviews?