Edição 74 Jogos Vorazes Por Clove escrita por Lucia Ludwiig


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura :) Ah, o capítulo é bem grande!



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De manhã está calorento, e ao acordar, tomo um banho com água bem gelada e shampoo de camomila, e faço questão de colocar um short curto. Hoje não tem treino, vou passar o dia todo me preparando para a entrevista. Desço, e encontro meu café feito e Cato.

– Dormiu bem, baixinha?

– O que você acha?

– Eu acho que nós dormimos mal.

– Eu ainda não acredito que ela tirou uma nota maior que a minha. O que será que ela fez?

– Não sei, só sei que eles foram espertos, pois não revelaram pra nós a habilidade deles... E ela deve ser muito boa em alguma coisa, pra ter tirado...

– NÃO ME LEMBRA DA NOTA DELA!

– Eu também tô péssimo com isso... Fui dormir de madrugada por causa disso.

– Hm... Essa torrada aqui tá boa...

– Hoje é dia da entrevista né?

– É.

– Hm... Essa torrada tá muito boa mesmo...

– E esse suco de graviola também tá gostoso, já provou?

– Hm, me dá um pouco aí.

– Toma.

Calina entrou e olhou pra mim.

– Pode tomar suco né?

– Tá, pode sim.

Cato termina de comer ao mesmo tempo em que termino, e vamos aos nossos quartos. Quando acabamos, voltamos e encontramos nossos estilistas.

– Ed!

– Clove! Preparada para hoje?

– Claro!

Cato vai pra outro lugar com sua estilista e Ed me entrega as pessoas que vão cuidar do meu corpo. Eles fazem um monte de coisa no meu cabelo botam um produto estranho da cor verde. Outra pessoa me depila até não sobrar nenhum fiozinho. Será possível que já tenha nascido tanto cabelo assim a ponto da mulher me depilar tanto e quase me deixar sem pele? Enquanto ela me depila, o terceiro indivíduo faz as minhas unhas. Eles fazem muitas coisas em mim! Eu tô pensando aqui, é que será que quando a mulher terminar de colocar o produto no cabelo, eu vou ter que ir almoçar com uma touca na cabeça? As pessoas gostam de me expor ao ridículo mesmo... Finalmente pararam de me depilar, agora estão tutucando a minha sobrancelha com uma pinça. Que raiva, eu sou tão acabada assim? Bem, a mulher termina minhas unhas da mão e passa para o pé. A outra que tava mexendo no meu cabelo bota um produto na minha cara. A que tá mexendo no meu péla faz uma massagem tão boa... Puxa vida tô com fome! Devo tá aqui a horas...

– Prontinho amor! Agora você vai almoçar e mais tarde nos encontramos de novo!

– Ok, valeu aí.

Ah! Eu tô com uma touca na cabeça! E umas paradas aqui na minha mão! E me depilaram tanto que eu tô com a pele dormente... Em compensação, ela tá macia feito bumbum de neném. Encontro Calina e Oliver e me sento pra almoçar. Estou admirada com uma coxa de frango que tem no meu prato. Cato se junta a nós, e ele tá com uma pele impecável! Seu cabelo tá em uma touca também...

– Gostei da touca. – ele diz.

– A sua também é legal.

Termino de comer e vou ao meu quarto. Eu estou com uma pele macia incrível! Faço todos os procedimentos e volto ao encontro de Ed.

– Uau, que pele, hein?

– Num é rapaz? Tá ótima!

– Vai lá que elas vão tirar essas coisas todas de você.

– Que bom, porque essa touca e essa luva de plástico tão me incomodando.

– Até daqui a pouco!

– Até.

Entro na sala e as moças já estão aqui. Uma delas vem em minha direção com um sorriso enorme e me dá um abraço. Ela só pode ser louca.

– Querida, sua pele tá um arraso! Dessa vez nós mandamos bem, viu? Sente-se, sente-se, e vamos começar logo.

Ela puxou a touca do meu cabelo, e logo um cheiro maravilhoso invadiu a sala. Será que isso tudo é do meu cabelo? Espero que sim... A mulher que tá fazendo a minha unha acabou de arrancar minha cutícula!

– Ai, sua louca!!!! Tá pensando o quê??? Ai!!! Vou te bater sua incompetente!

Eu voei pra cima da mulher, mas as outras duas me seguraram. E ela fala com a voz assustada:

– Desculpa fofa! É só botar isso daqui que a dor vai passar...

Ela botou um pozinho branco, e o negoço fez arder ainda mais. Argh!

– Ai!!! Tá ardendo!!! Ai!!! Por que você fez isso? Ai!! Eu quero te esmurrar!

A mulher arrancou um bife da minha unha! E ela não tá nem aí! Sua chata, feiosa! Quero te dar uns tabefes agora! Ui, meu dedinho... Finalmente me acalmo, e a terceira mulher passa um produto cheio de pedrinhas no meu corpo. Acho que é algum tipo de esfoliante. Uau, a minha unha parou de doer! Que produto milagroso! Elas tiram tudo da minha cara e do meu corpo. Meu cabelo está muito perfumado...

– Pronto amor! Você tá com uma pele maravilhosa, cabelos sedosos, unhas feitas...! Está arrasando! Vou chamar Edwardo...

Ela saiu e voltou com Ed ao seu lado.

– Muito bem meninas! Obrigado por tudo, mas agora vão embora, tenho que mostrar o vestido da Clove...

Elas nos deixam a sós, e Ed tira o vestido de um plástico. Ele é vermelho-alaranjado, e bem bonito. Não estou com paciência para descrever nada, pois eu tô muito irritada com a nota da menina. Onze! Ela não pode ter sido assim tão melhor do que eu! Mas vamos ver queridinha, se na arena você sobrevive. Ed dá os últimos retoques e me leva ao encontro de Cato, pois já está quase na hora da entrevista. Já pensou se Calina não tivesse me preparado para essa entrevista? Eu estaria com o tempo bem apertado agora... Ed vai embora e me deixa a sós com Cato.

– Oi Clove!

– Cato!

– Você tá bonita, hein?

– Dispense elogios, por favor.

– Gostou da minha roupa?

– É legal...

– Você ainda tá com raiva de mim por causa daquele lance da Glimmer?

– Não, não tem nada a ver... É a nota da menina! Tô muito chateada com isso.

– Eu também, mas tô tentando quebrar esse clima, então vê se me ajuda!

– Tá, vou tentar.

O apresentador Caesar Flickman aquece o público com piadinhas e tudo mais. Começa a chamar os tributos para a entrevista, primeiro as garotas. A Gimer tava lá, toda sexy naquele vestido, e Cato, por incrível que pareça, não prestava atenção nela. Depois foi o Márcio, e então, eu fui chamada.

– Clove! Seja bem vinda, menina!

– Obrigado Caesar.

– Então, Clove, o que acha participar da septuagésima quarta edição dos Jogos Vorazes?

– Excelente, pois posso mostrar o quanto sou capaz de fazer para conseguir sair viva.

– Uh... E tem algo que você não seria capaz de fazer?

Isso me pegou, pois a única coisa que eu não seria capaz de fazer, era matar Cato, mais eu não podia deixar que os outros soubessem disso. Eu sou “a” confiante, e orgulhosa.

– Eu sou capaz de fazer tudo, mesmo.

– Forte concorrente pessoal! E a nossa última pergunta, quem é o tributo que mais te intimida?

– Hm... O tributo que mais me intimida, sou eu mesmo. Vou entrar em guerra comigo mesma quando entrar na arena, pois alcançarei além dos limites do meu corpo para me manter viva.

– Desculpa Clove, mas nosso tempo acabou. Boa sorte, queridinha!

Acho que fui super bem! Com certeza ganhei patrocinadores, pois eu estou tão confiante, que vale à pena me patrocinar sabendo que eu não farei feio. Cato foi chamado logo em seguida, mas estou com muita vontade de beber água, e ele não vai se importar se eu não o ver. Quando chego ao bebedouro mais perto, vejo que a loirinha está lá. Droga! Eu tento evitá-la ao máximo, mas não dá. Me inclino um pouco para beber e ela fala:

– Acho que não precisa você se inclinar. O melhor, é que você fique na ponta dos pés.

– Não me lembro de ter pedido a sua opinião, vara-pau.

– É melhor ser alta, do que ser baixinha como você, anã. Sua mãe teve complicação no parto e foi por isso que você nasceu desse tamanho?

– Não meta a minha mãe no meio, coisa.

– Eu meto quem eu quiser no meio! Você não manda em mim.

– Sabe? Eu só não ligo mais pra você e suas babaquices agora, porque em poucos dias estaremos dentro da arena, e lá não vai ter problemas se eu te matar. Se cuide!

Dei as costas e fui embora. Ela deve ter me xingado bastante nos pensamentos dela. Voltei para encontrar Cato, e não o achei. Resolvo ir para o meu quarto, quando dou com ele no elevador.

– Oi Cato! Como foi a entrevista?

– Bem, né. E você?

– Bem, também. Ele te pegou em alguma pergunta?

– Não, não. E você? Aquele negoço que nenhum tributo te intimida é verdade?

– Lógico que não.

– Quer dizer que tem um tributo que te intimida?

– É.

– E eu posso saber quem é?

– Pode.

– Então, quem é?

– Você.

– Como assim Clove? Você tá brincando... Eu?

– Cato... Você é a única pessoa que eu não tenho coragem de matar, ou seja, eu seria morta por você, e eu também sei que você tem tanta chance de ganhar quanto eu tenho. Mas como você disse, eu não vou me preocupar com isso.

– Olhando por esse lado... Então, quer dizer que você me intimida? Nossa...

– Pare com suas ironias Cato! – o elevador chegou e nós estamos entrando – Ah, eu encontrei a Gimer.

– A Glimmer.

– Sim, essa daí mesmo. Eu não vou fazer aliança com ela! De jeito nenhum!

– Clove, nós precisamos nos aliar com ela e com o Marvel. Quanto mais pessoas juntas, mais chances. E depois, matar ela vai ser fácil. Bem, pro Marvel matar ela.

– Cato? Você não tem coragem de matar a loirinha?

– Bem, Clove...

– Ah Cato, você não tem jeito mesmo! Deixa que eu mato a garota! Passar bem.

Me viro para sair do elevador, mas Cato puxa o meu braço e nós estamos cara a cara. Posso sentir sua respiração e o seu coração batendo rápido. Ele me puxa mais pra perto e estamos colados agora. Ele ergue minha cabeça e fecho meus olhos. Ele vem pra perto, e nos beijamos. Uh-lalá!

- Tá ficando doido menino?!

- Não Clove! Eu não aguentei, eu acho... Desculpa.

- Aprenda a se controlar viu? Não deixe que seus sentimentos ou os seus desejos passe por cima do seu objetivo.

- Tá, até parece que você, bonitinha, não queria.

- Quem disse isso?

- Intuição masculina.

- E tem isso agora?

- Eu sou uma pessoa criativa, posso criar qualquer coisa a qualquer hora.

- Tá bom, senhor criativo, vá para o seu quarto e faça o favor de fingir que nada disso aconteceu.

- Boa noite baixinha, até amanhã.

- Tá, tá, que seja!

Ele ri e vai andando. Ai Cato, ainda bem que você sabe ler pensamentos... Ou talvez essa sua intuição masculina funcione mesmo. Tomo banho, e lavo bem o meu rosto. Penteio o cabelo e coloco uma roupa de dormir. Abro a janela para fazer um ventinho natural. Deito na cama e adormeço.



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Notas finais do capítulo

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