Zeitparadoxon escrita por SoraHalloween


Capítulo 1
Capítulo 1 --- Paradox I: Relógio


Notas iniciais do capítulo

Bem, se o título do capítulo estiver confuso, deixe-me explicar. Primeiro, é o número do capítulo, normal, igual a qualquer outra fanfic. Já o "Paradox X" é o número de vezes que o tempo voltou. Por exemplo, se for a segunda vez que tiver ocorrido uma viagem temporal, será Paradox II. E o título que vem depois disso é o nome do capítulo.



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"Imagine que você fez algo, mas se arrependeu depois, Felícia."

"Não preciso nem imaginar, isso realmente aconteceu", eu esbocei um sorriso, com pena de mim mesma. "Muitas vezes."

"Então imagine que você pode mudar isso.", minha mãe demonstrou um sorriso confiante, e logo continuou a falar, "Melhor ainda, imagine que você pode voltar no tempo.”.

Essa foi a primeira vez que minha mãe me falou sobre viagens no tempo, a primeira de muitas. Eu me lembro de ter apenas doze anos, e não liguei muito pra isso, afinal, não é possível voltar no tempo e mudar nossas decisões... Ou pelo menos era isso que eu achava.

Lembro também da minha expressão de dúvida, sem entender o porquê de ela ter dito aquilo para mim, assim do nada.

"Seria incrível voltar no tempo.", ela suspirou, e voltou a fazer o almoço, não trocamos mais nenhuma palavra nesse dia, mas fiquei pensativa. Realmente, seria muito legal voltar no tempo, imagine quantas possibilidades de coisas para fazer. Eu poderia decorar todas as respostas das provas, voltar no tempo, e respondê-la corretamente. Ou ainda, comprar um jogo, e depois que terminá-lo, voltar no tempo e fingir não ter comprado. Realmente, muitas possibilidades.

Com o passar do tempo, nossas conversas iam ficando cada vez mais estranhas. Ela já não disfarçava sua obsessão por esse tema. Na frente do meu pai, ela não falava sobre isso, então eu automaticamente entendi que isso era um segredo. A cada dia que se passava, eu ficava mais preocupada. Minha mãe estaria ficando louca? Mas, em breve, eu percebi que eu estava ficando pior do que ela, mas não quero apressar minha história, ela já é confusa o suficiente então me desculpe se tudo ficar muito corrido, mas vocês entenderão, talvez.

Seis de junho deste ano foi um dia marcante para mim, pois foi aí que tudo foi de mal a pior - como se já não estivesse mal o suficiente.

Eu acordei ainda muito cansada e sonolenta, pois não estava completamente recuperada do dia anterior, que tinha sido muito difícil para mim, já que as férias estavam se aproximando, e os professores adiantavam seus assuntos, passando vários trabalhos para nós, estudantes, fazermos. A feira de história de ontem foi muito divertida, várias pessoas vieram escutar minha explicação sobre o século XVI na Europa, e por causa disso, resolvi me presentear com uma noite de videogames. Não lembro que hora fui dormir, mas já passavam de quatro da manhã.

“Felícia, acorde, já são 09h00min. E venha aqui um minuto, preciso conversar com você. E não se esqueça de arrumar seu quarto, está uma bagunça desde o começo da semana.”, ouvi a voz do meu pai, vindo do lado de fora do meu quarto. “... Felícia?”

Eu ainda estava deitada na cama, então fingi que estava dormindo. Fiquei assim alguns minutos, e ele provavelmente acreditou em mim, pois ouvi barulho de passos, cada vez se distanciando mais.

Suspirei aliviada, e fechei os olhos, por um momento. Só mais uns minutinhos de sono... E assim, adormeci. Eu não estava preparada pro que ia começar a se desenrolar a partir de agora. Ouvi um barulho muito estranho, e só depois percebi que era o som de um relógio, mais precisamente, de ponteiros se mexendo, lentamente. Abri meus olhos, e tomei um imenso susto, pois estava rodeada de “nada”. Ou melhor, eu não estava mais em meu quarto, e sim em um lugar completamente escuro, eu conseguia ver apenas minha cama, onde estava sentada, apavorada. E ouvia o maldito relógio, cujo barulho aumentava a cada segundo. No momento, eu estava tão nervosa que não sabia se ficava na cama, ou se saia, com o risco de cair naquele vazio e me perder. E o maldito relógio não parava... Minha cabeça parecia que ia explodir, peguei o travesseiro e apertei com toda a força nos ouvidos, esperando me livrar do barulho, mas isso não aconteceu.

“Por favor, pare com isso...”, sussurrei. Eu sabia que isso não ia resolver nada, mas quem ia pensar nisso numa hora dessas? Falando em hora, percebi que o barulho tinha aumentado significantemente assim que puxei o travesseiro. “... hm?”

O barulho vinha de perto de mim, onde estava o travesseiro. Era um relógio de bolso, todo de prata. Assim que meus olhos encontraram um pequeno pino, do lado direito do relógio, praticamente saltei em cima dele, apertando-o com toda a força. O barulho parou. Suspirei aliviada. Não sei se foi o alívio, mas achei o relógio muito bonito. Ele possuía, ao redor, pequenas pedrinhas, que brilhavam bastante. Dentro, os ponteiros agora faziam um barulho que quase não incomodava, ainda bem. Os números romanos de dentro dele continham relevo, e pareciam querer saltar dali. Atrás, as inscrições: “De Leva para Felícia” em letras cursivas, na cor vermelha, me assustaram. Quem era Leva? Por que eu estava naquele lugar estranho? Ou melhor, que lugar era aquele?

“Leva?”, foi a única coisa que pensei, então disse. “Tire-me daqui, por favor.”

Fechei os olhos, e os apertei com toda a força, como se quisesse me transportar. Coloquei o relógio próximo ao meu peito, e esperei. Acho que alguns minutos se passaram, e tudo foi ficando mais claro e mais confortável. Recoloquei o travesseiro no seu lugar, e deitei a cabeça, ainda sem soltar o relógio, e de olhos fechados. Quando finalmente tive coragem de abri-los, estava muito sonolenta, e ouvi barulho de passos se aproximando cada vez mais, e percebi que estava de volta ao meu quarto. O relógio ainda estava lá, próximo a mim, então aquilo tudo não foi um sonho...

“Felícia, acorde, já são 09h00min. E venha aqui um minuto, preciso conversar com você. E não se esqueça de arrumar seu quarto, está uma bagunça desde o começo da semana.”

Minha expressão foi uma mistura de espanto, medo e incredulidade. Eu já ouvi isso antes. Rapidamente, prestei atenção para ver se ele diria mais algo, e então:

“... Felícia?”

Eu definitivamente já ouvi isso antes. E também me lembro de ouvir esses passos, se distanciando do meu quarto. Não entendo o que aconteceu. Tantas perguntas em tão pouco tempo. Instintivamente, olhei para o relógio. Seus ponteiros pareciam dançar, na pequena tela. Pareciam estar zombando de mim, como se soubesse todas as respostas para meus questionamentos, como se tudo fosse muito simples, e eu fosse muito boba para entender.

Minha mãe estava certa, voltar no tempo tem suas vantagens, mas não queria repetir o que aconteceu há uns minutos atrás nunca mais.

Olhei para o relógio. Um pensamento estranho me veio à cabeça. Meu pai disse a mesma frase duas vezes, e o horário ainda era o mesmo. Aconteceu a mesma coisa duas vezes. Não, acho que já sei o que aconteceu. Não aconteceu a mesma coisa duas vezes, eu ouvi a mesma coisa duas vezes. Eu voltei no tempo. Esse relógio tem algo a ver com isso, eu sei. Ele me dirá as respostas que faltam. Quem é Leva? Eu voltei mesmo no tempo? Por que eu voltei no tempo? Então viagens no tempo são possíveis?

Com esses pensamentos, resolvi investigar um pouco mais esse assunto, e não percebi que minha vida já estava de pernas para o ar.


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Notas finais do capítulo

Acho que essa fanfic não será longa, e desculpem se ficou muito corrido, prometo que nos próximos capítulos serão mais calmos, pois eu quis dar logo o elemento principal da fanfic: Viagens temporais. Se algo ficar muito nonsense, não se preocupem, é assim mesmo. Espero que tenham gostado, deixem reviews, se quiserem.



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