Just A Dream escrita por Alice Fletcher


Capítulo 2
Capítulo 2




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Acordei no dia seguinte com meu despertador chato tocando.

- Droga, porque eu não tirei essa porcaria de despertador? Eu to de férias. - Resmunguei pra mim mesma. Mas logo deixei a raiva do meu despertador de lado e fiquei muito feliz quando lembrei que já havia arrumado a única parte da casa que era a minha obrigação arrumar. Meu quarto. Tenho que me lembrar de agradecer muito ao Tom por ter me ajudado, se dependesse de mim ficava do jeito que tava e olha lá.

Acordei de meus pensamentos e fui para o banheiro e completei minha higiene matinal, vesti uma camisa grande e larga, devia caber umas três de mim ali dentro, branca com um desenho do domo no meio, uma calça de moletom quentinha, um par de uma das minhas meias grandes coloridas e de dedinhos e umas pantufas laranjas com forma de patas de dinossauro, e assim que estava saindo do quarto para descer e tomar o café da manhã, ouço meu celular tocando. Xinguei mentalmente seja lá quem estivesse me ligando a uma hora daquelas da manhã, sendo que eu estava morrendo de fome, até que vi que o ser que me ligava era Tom. Desfiz todos os xingamentos que havia feito e atendi o telefone.

- Alô?

- Alô. Oi, Alice?

- Sim, sou eu. O que houve, Tom, pra você me ligar a uma hora dessas, bem quando eu estou morrendo de fome? - Falei séria, ouvindo a risada dele do outro lado da linha. Juro que não era pra ter graça, mas já que ele riu. Só me resta rir junto.

- Nada, desculpa eu não sabia que a sua hora de comer era sagrada. - Disse ele, misturando um pouco as palavras com a risada.

- Nada? Como assim nada? Você me ligou de manhã, interrompendo minha hora sagrada de comer pra, tipo assim... NADA? - Falei fingindo indignação.

- Não, não é isso. Tem um motivo pra eu ter te ligado. - Tom falou já não se aguentando de tanto rir.

- Então desembucha logo qual é esse maldito motivo.

- Ta, é o seguinte, eu queria saber se você tem planos pra hoje. Se não a gente podia combinar de se encontrar.

- Ah, eu não tenho nada programado pra hoje, você, os meninos e as garotas podem vir aqui em casa. A gente fica no meu quarto já que os quartos e banheiros são as únicas partes totalmente arrumadas da casa.

- Ah, sim claro. Eu vou ligar pra eles avisando, que horas a gente passa ai?

- Hm... Não sei, talvez umas 14hrs. Ta bom pra vocês?

- Ta, sim, claro. Vou avisá-los e quando estivermos saindo eu te ligo.

- Pode deixar. Tchau.

- Tchau. - Tom disse e desligou o telefone. Olhei pra Kimo.

- Pois é amiguinho. Teremos farra hoje aqui em casa. - Disse ao cachorrinho que se encontrava todo esparramado, como de costume, na ponta da minha cama. Desci pra finalmente tomar meu café da manhã, com Kimo aos pés, encontrei minha mãe na cozinha.

- Bom-dia mãe. Hoje a tarde o Tom vai passar aqui com os amigos e amigas dele pra gente ver uns filmes ok? - Avisei-a aproveitando que ela ainda estava meio dormindo, então era óbvio que ela teria preguiça de discordar.

- Está bem, só não vão fazer muita bagunça. Eu só preciso que você, antes disso, me ajude a levar as caixas da sala pro quarto de hóspedes, assim vocês podem ficar na sala se quiserem. - Minha mãe disse, e pela resposta que ela deu, percebi que ela já devia estar ali a um tempo. Porque meio dormindo era a última coisa que ela poderia estar.

- Ah, sim, claro. - Disse me sentando e começando a preparar meu café. Comi e logo em seguida fui ajudar minha mãe a levar as caixas pro quarto de hóspedes como ela havia me pedido. Dito e feito, levamos todas as caixas pro andar de cima e a sala ficou apenas com as coisas que deveriam estar ali. Até que estávamos com a casa arrumada pra uma família que acabou de se mudar. Meus pais devem ter feito tudo enquanto eu estava me divertindo na casa de Harry. Tenho que agradece-los também por isso.

Acordei de meus pensamentos com minha mãe me chamando do andar de baixo, dizendo que alguém estava no telefone querendo falar comigo. Desci pensando quem poderia ser no telefone, Tom pra avisar que já estava vindo? Hm, não. Estava muito cedo pra hora que tínhamos marcado. Quem poderia ser então? Atendi o telefone.

- Alô?

- ALICE! - Ouvi uma voz bem conhecida gritar do outro lado.

- AHHHHH! Jordana minha lindaaaaaaaaa! - Ao reconhecer quem era tive um breve surto, como em todas as vezes. Ok, você não devem estar entendo nada. Jordana é uma das minhas melhores amigas desde que eu tinha 13 anos. Eu havia partido para Londres e a deixado no Brasil, mas ela havia me prometido que um dia iria me visitar.- A que devo a honra da sua ligação? - Falei em uma tentativa sem sucesso de imitar um Lord, e comecei a rir ao ouvir Jojo gargalhar do outro lado.

- A nada po, não posso mais ligar pra minha grande amiga que abandona os pobres no Brasil e vai morar no meio de vários gatos britânicos? - Jojo disse e eu ri, ouvindo sua risada logo em seguida. - Mas então, como você ta? Já se enturmou legal ai?

- To bem, eu já to até bem tranquila com a mudança, meu quarto ta todo arrumado, graças ao Tom – Disse me esquecendo de um pequeno detalhe, Jordana não fazia ideia de quem era Tom.

- Hã? Tom? Quem é esse criatura? - Jojo perguntou com um tom confuso em sua voz, e tive certeza de que ela fez uma careta. Comecei a rir, e então respondi sua pergunta.

- Tom é um garoto que eu conheci ontem. - Disse simplesmente.

- IHHHHHHH! JÁ TA DE AMIGUINHO NOVO DONA ALICE? - Jojo peguntou praticamente berrando no telefone, e eu tive pena de quem estivesse perto dela naquele momento.

- Jordana, olha o respeito viu? - disse fingindo indignação. - Ele é só meu amigo viu. Eu o conheci ontem a tarde, assim que cheguei de viagem eu resolvi dar uma volta por aqui, ver o que tinha, e achei uma pracinha com uns bancos né, daí eu resolvi sentar em um deles e então eu vi uma lojinha de sorvete, e como você bem me conhece, Alice, sorvete e frio na mesma frase combinam, E MUITO, então no caminho até a lojinha eu vi um ser assim parado que nem um poste me encarando. Parei também né, daí ele veio na minha direção e eu já pensei que ele fosse me assaltar, que ele era um tarado que queria me raptar e me estrangular. Mas não, daí ele pagou um sorvete pra mim a gente conversou, descobrimos que ele é meu vizinho, fomos pra casa do Harry, um amigo dele e lá eu conheci o Dougie, o Danny, a Vick, a Mandy, a Isa e eu também conheci a irmã do Tom a Babi.

- Tudo isso no mesmo dia?

- Sim sim, tudo no mesmo dia, e eles ainda vem pra cá hoje mais tarde... - Foi quando eu olhei no relógio e vi que marcava 13:30 e eu havia marcado com Tom 14hrs e dei um pulo do sofá, começando a berrar. - Jordana minha filha! PAI DO CÉU, MISERICÓRDIA, ME AJUDE ÓH LORDE DAS LHAMAS! - Comecei a correr que nem uma barata tonta até meu quarto.

- O que aconteceu menina? - Jordana perguntou em um tom preocupado.

- Aconteceu que já são 13:30 e eu marquei com eles de vir aqui em casa as 14hrs e eu ainda to de pijama. - Disse desesperadamente desligando o telefone na cara da Jojo e pegando uma calça no armário, minhas roupas íntimas, uma blusa, um par de meias toscas que sempre me acompanham e fui correndo pro banheiro tomar um banho bem rápido. Terminando o banho me vesti, e quando estava descendo as escadas pra esperá-los na sala ouvi a campainha tocar. Corri e abri a porta dando de cara com Tom, Bárbara, Danny, Victoria, Dougie, Amanda, Harry e Isabelle. Sorri e dei espaço para que entrassem, cumprimentando cada um deles.

- E ai... O que vamos fazer? - Um Dougie folgado disse enquanto se jogava no sofá. Eu ri da cena.

- Não sei, vocês são as visitas, vocês decidem. - Disse trancando a porta e indo em direção aos sofás para me sentar com eles. - Nós podemos jogar videogame se vocês quiserem. - Falei com simplicidade enquanto me sentava no tapete ao lado de Bárbara por conta dos sofás estarem todos ocupados ouvindo os gritos de animação de todos presentes.

- OBBBBBBBA! WOHOOOOOOOOOOW! - Todos gritaram em uníssono.

- AIAIAIAI! Eu trouxe pipoca vou lá fazer. - Babi disse se levantando e saltitando até a cozinha com um pacotinho de pipoca nas mãos.

- NÃAAAAAAAO, BÁRBARA, VOLTA AQUI! - Victoria disse correndo desesperada atrás de Bárbara.

- Mas porque não? - Babi perguntou parando e olhando pra Vicky que arrancava o pacotinho de suas mãos.

- Bárbara você já queimou sabonete, não se deve confiar em você para fazer pipoca. - Vicky disse indo até a cozinha. Babi voltou com expressão triste no rosto enquanto eu ria.

- Mas então, o que vocês querem beber? - Perguntei me levantando indo até a cozinha.

- COCAAAAAAA – Dougie gritou feito uma criança feliz com seu gorrinho azul escuro com o desenho do ursinho pooh.

- Ah, desculpe Dougie mas eu acho que a coca acabou.

- O QUE? COMO ASSIM, ENTÃO QUER DIZER QUE EU VIM ATÉ SUA CASA PRA NADA? - Dougie perguntou fingindo indignação e eu, assim como todos os outros presentes na sala, riram.

- Ta ta, eu procuro uma coca pra você. - Disse me virando e indo em direção a cozinha. Achei uma coca no fundo da geladeira e agradeci até a quatrocentésima geração da minha família, da família do Kimo, da família da minha mãe, da família de todo mundo por eu ter achado uma coca ali, porque eu tenho quase certeza de que se eu não tivesse achado uma coca por ali, eu não estaria aqui pra contar o resto da história. Voltei pra sala com os copos e a coca.

- AEEEEEE COCA! ME DA ME DA ME DA ME DA! - Ouvi um Dougie desesperado por um coca passar por cima de todas as pessoas no sofá pra pegar um misero copinho de coca, ri da cena.

- Ei, que jogo vocês querem jogar? - Perguntei me sentando no mesmo lugar que estava sentada antes.

- Não sei, quais jogos você tem? - Tom me perguntou sentando-se ao meu lado no chão.

- Bom, eu tenho Batman... mas eu tenho medo desse jogo, tenho também need for speed... - Nem pude terminar minha lista de jogos que já fui interrompida por uma Bárbara escandalosa gritando no meu ouvido.

- AAAAAAAH! EU QUERO JOGAR O JOGO DE CARRINHO! O JOGO DE CARRINHO! VAMOS JOGAR O JOGO DE CARRINHO? POR FAVOR! POR FAVOR! EU IMPLORO! - Babi começou a fazer um escândalo no meio da sala, chegou a ficar de joelhos pra que nós jogássemos o maldito ''jogo de carrinho'' como ela mesma havia denominado.

- Ta, pode ser. - Disse me levantando e indo por o jogo pra jogarmos. - Mas olha, esse jogo só da pra uma pessoa então vamos ter que ir revezando. Cada um joga uma vez, ok?- Alertei-os enquanto pegava o controle e ia me sentar entre Tom e Babi no chão, ouvindo um ''Ok!'' em únissono feito por 8 pessoas que estava tão perfeito que parecia até que foi combinado. Ri do acontecido, assim como todos os outros ali.

Começamos então a jogar, quem foi que começou? Isso mesmo, Babi. Ela não deixou nem fazermos uma parada justa, ela já foi arrancando o controle de minhas mãos e o resto que se virava pra saber quem seria o segundo, terceiro, e assim em diante. Quando já estava na vez de Bárbara jogar de novo, a mesma me disse.

- Lice, eu quero jogar o mesmo modo de jogo que o Dougie jogou. - Babi disse apontando pra tela como se fosse uma criança de 1 aninho dentro de um berço que ainda não sabe falar mas ficou super atraída por um grande algodão doce em sua frente.

- NÃO! - Minha resposta foi rápida a sua pergunta, meu tom de voz foi um tanto quanto assustado e desesperado.

- O que? Mas porque não? - Babi perguntou com voz de cachorro manhoso perdido na rua.

- Porque você é muito ruim. - Disse fazendo todos ali rirem, inclusive Bárbara. Então coloquei a fase mais fácil pra ela e continuamos nossa sessão de viciados jogando o ''joguinho de carro''. Um tempo depois já tínhamos jogado quase todos os jogos e já tínhamos partido para o Karaokê.

Enquanto Babi cantava feliz da vida ''Have you ever seen the rain'' ouvimos um grito ensurdecedor e super afeminado. Eu e Isabelle nos entreolhamos assustadas com o grito, pois não havia tido nenhum barulho antes dele. Então decidimos ir ver já que os outros ali não pareceram se importar com o barulho. Só que a casa estava praticamente toda apagada, e já estava escuro, e o pior, Dougie não estava na sala. Então como somos assim SUPER corajosas, fomos uma com as costas grudada nas costas da outra e com os braços entrelaçados, fomos andando calmamente rindo da situação, rindo mais de nervosismo do que pelo fato de o modo como estávamos andando era engraçado.

Chegamos até a cozinha, a fonte do grito, e não encontramos nada além de uma mancha vermelha no chão, presumimos que era sangue, o que nos deixou com mais medo ainda, não tinha nada além daquilo por ali, resolvemos subir e checar lá em cima, quando estávamos quase no topo da escada Isabelle olhou para a ponta debaixo pra checar se não estávamos sendo perseguidas por alguma alma ou algo assim, foi quando ela deu um berro e eu olhei pra trás em um reflexo rápido e vi um vulto preto bem atrás de mim, dei um super berro de desespero e minhas pernas amoleceram, tamanho o susto que tomei. Ao ver que era apenas Tom querendo saber o que estávamos fazendo me apoiei na parede tentando me recuperar do susto vendo Isabelle rir ainda mais e Tom rir, provavelmente, da minha cara.

Continuamos subindo e enquanto subíamos fomos contando a história para Tom que ficou um pouco assustado, mas nem tanto. Olhamos todos os quartos, banheiros e nada, só nos restou a sala do andar de cima. Fomos andando calmamente até lá, em passinhos de minhoca, e ao entrar vimos que a sala estava toda apagada, apenas a varanda estava acesa. Entramos na sala e foi quando eu tomei um dos maiores sustos de toda a minha vida, eu pensei que fosse morrer, já estava até me despedindo do Kimo, eu pude ver minha vida passar diante dos meus olhos como se fosse um filme, acordei pra realidade quando vi que estava totalmente agarrada na porta de vidro que dividia a sala do corredor e ao ouvir Dougie se matando de rir depois de ter saído de trás do balcão que havia na ponta oposta a porta gritando ''ME ACHARAM''.

Olhei por lado e vi que Isabelle estava totalmente jogada no sofá, parada, talvez tentando processar o acontecido. Olhei pro outro lado e vi Tom com a cara toda pálida olhando pra mim e atrás dele o resto do bando de fofoqueiros querendo saber o que havia acontecido. Quando dei por mim, analisei o que havia acontecido, comecei a rir descontroladamente junto a Dougie, sendo seguida nesse ato por Isabelle e Tom. O resto, mesmo não sabendo o que tinha acontecido começou a rir junto.

Resolvemos descer de novo e voltar ao que fazíamos antes do sumiço de Dougie. Quando já estava quase me sentando novamente no sofá, ouvi um barulho de algo rolando e olhei rapidamente pra trás, e adivinhem o que foi? Isso mesmo, o feitiço virou contra o feiticeiro, Dougie escorregou num pingo de catchup e saiu rolando escada abaixo.

Todos riram, óbvio, menos ele. Me aproximei pra ver se estava tudo bem com ele.

- Como você caiu? - Perguntei ainda rindo, ajudando-o a levantar.

- Ah, no... no... - Dougie disse meio sem graça, talvez com medo da minha reação pela resposta.

- No..... - Incentivei-o a continuar.

- Ah, você sabe no.. no..

- NO O QUE SANTO LORD DAS LHAMAS? - Perguntei novamente já ficando preocupada com o que havia ali pra ele ter escorregado.

- No catchup, pronto falei. - Dougie disse rápido e me olhando assustado talvez esperando que eu desse uma bronca nele. Mas eu ainda estava digerindo a informação, como assim ele escorregou no catchup.... na ESCADA????

- Como assim? Porque tinha catchup na escada, criatura? - Perguntei ficando confusa e com medo da resposta de Dougie.

- Vocês viram algum ''sangue'' na cozinha? - Dougie disse fazendo aspas com os dedos ao dizer a palavra sangue. Ok, vamos recapitular, digerir os fatos mais uma vez, pensem comigo. Primeiro o Dougie some, depois eu e a Isabelle saímos a sua caça, passamos pela cozinha que nem duas malucas retardadas e desesperadas e encontramos algo parecido com sangue no chão, subimos, tomamos um susto com Tom, depois tomamos outro susto com Dougie, descemos e o Dougie escorrega no catchup que estava na escada e cai rolando e agora eu estou aqui ligando os pontos.Então quer dizer que aquele ''sangue'' no chão na verdade era...

- SEU BABACA! SUJOU MEU CHÃO E AINDA ME DEU UM SUSTO. EU PENSEI QUE FOSSE SANGUE – Comecei a estapeá-lo ouvindo o mesmo rir. - VAI LÁ LIMPAR AQUELA SUJEIRA AGORA! - Ordenei tentando parecer o mais séria possível, segurando o riso, vendo um Dougie derrotado indo até a cozinha limpar a bagunça. Depois de tudo limpo, todos estavam jogados no chão e nos sofás da sala pensando em algo para fazer, só tinham comido porcaria, jogado videogame e cantado.

Ficamos todos jogados pensando no que poderíamos fazer quando o celular de Amanda toca.

- Victoria, Danny levantem essas bundas gordas do sofá e vamos. A mamãe ta mandando a gente ir pra casa, ela disse que a tia Janice chegou lá como tio Eurélio e eles querem nos ver. - Amanda disse levantando do chão e falando com cara de quem não queria ir, chamando Danny, já que era seu irmão, e como Vicky estava de carona, teve de ir junto. Talvez esses tios ai não fossem coisa boa, ri baixo e abafado com meus pensamentos, mas logo me recompus indo me despedir deles e abrir a porta para os mesmos.

- Desculpa não poder ficar. - Disse Amanda com o olhar sinceramente triste.

- Não tem problema, podemos marcar de se encontrar ainda. - Disse sorrindo e abrindo a porta. Fechei a mesma e fui me sentar com os folgados restantes. Harry, Isa, Tom, Babi e Dougie.

- O que vamos fazer agora? - Perguntou Harry, e todos olharam pra mim como se eu tivesse alguma idéia. Doce ilusão deles.

- Estão olhando pra mim por que? Vai tirando a lhama da chuva se não ela pega gripe, eu não tenho idéia não. - Falei empinando o nariz teatralmente, ouvindo os restantes rirem, o que me fez rir também.

- O que tem mais pra gente fazer? - Perguntou Dougie.

- Sei lá, a gente já cantou no karaokê, já jogou videogame, já tomou um susto. - Disse essa última parte olhando especificamente para Dougie, que segurou uma risada. - Podemos ver um filme agora.

- Seria uma boa. - Disse Isabelle, aparentemente super feliz pela idéia do filme.

- Ta, alguém vai ter que ir lá em cima comigo procurar uns filmes, porque são muitas caixas pra um ser só procurar. - Disse com preguiça só de pensar em quantas caixas teria que arrumar depois.

- Ok, vamos tirar zerinho ou um pra ver quem vai pegar os filmes, duas pessoas vão. - Disse Harry, já se preparando pra por os dedos.

- Zerinho ooooou um – Todos falaram juntos e mostraram os dedos. Todos haviam posto um, exceto eu e Isabelle, que havíamos posto zero. - Ok Isa, eu e você vamos pegar os filmes. - Disse olhando pra Isa, que assentiu com a cabeça. - Vocês três - Falei, dessa vez, apontando para Harry, Dougie e Tom. - arrumem essa bagunça. E você

– Agora apontava para Babi. - vai lá no meu quarto e pega uns cobertores e uns travesseiros pra gente assistir os filmes. - Dito isso, eu e Isa subimos e fomos pro quarto de hóspedes, que era aonde estavam guardadas as caixas que ainda não haviam sido desempacotadas, procurar uns filmes legais.

- Qual filme a gente escolhe? - Perguntou Isa me encarando enquanto eu olhava alguns filmes de uma das 3 caixas.

- Não sei. - A respondi com uma voz de quem ta bem distante.

- AAAAAAAH VAMOS PEGAR O MOGLI????? - Isabelle disse super animada, pulando com a caixinha da fita na mão. - VAMOS? VAMOS? VAMOS???

- Ta, pode ser. - Disse pegando o filme da mão de Isa e indo pra sala colocar a fita. Desci as escadas com uma Isa saltitante e super alegre atrás de mim, tive que rir né.

- Então, que filmes vocês peg... WOOOOOOW – Harry ia chegando na sala com um potinho de pipoca e quase derrubou tudo pelo espanto que tomou. - ISSO AINDA EXISTEEEEE?

- É claro que existe, não ta vendo na minha mão? Minha família é conservadora meu querido. - Disse indo em direção ao aparelho pra por a fita.

- O QUE HOUVE? O QUE ACONTECEU? O QUE AINDA EXI.. OMG, ISSO AINDA EXISTE? - Dougie berrava enquanto vinha correndo e escorregando pelo chão da cozinha até a sala pra ver o porque do espanto de Harry. Tive que rir né, primeiro foi a Isabelle saltitando depois foi o Harry quase derrubando a pipoca toda agora Dougie quase dando de cara no chão, qual vai ser o próximo? Bárbara tropeçando nos cobertores e rolando escada abai.. BOOOOOOM.

- MEU DEUS BÁRBARA VOCÊ TA BEM??? COMO VOCÊ CONSEGUIU TROPEÇAR NO COBERTOR E ROLAR ESCADA ABAIXO MENINA? - Tom ia saindo da cozinha pra ver o que ainda existia que causou super espanto em Harry e Dougie, quando sua irmã super inteligente tropeçou no cobertor e rolou escada abaixo exatamente como eu tinha imaginado que aconteceria.

Já era previsto, Babi é muito previsível. Acho que nem preciso dizer que eu ri mais ainda por ter acontecido exatamente o que eu pensei, e que todos olharam pra minha cara como se eu fosse uma maníaca por estar rindo de uma situação que não foi tão engraçada assim. Tentei me controlar ao máximo, mas como não obtive tanto sucesso resolvi contar logo o porque de eu estar rindo daquela forma antes que eles pensassem que eu fosse uma maníaca que ri dos tombos trágicos das pessoas.

- Calma gente, eu não to rindo pelo fato de a Babi ter caído. - Dito isso todos fizeram uma cara de, ''Porque você tá rindo então, sua doida varrida?'' que me deu mais vontade de rir, mas dessa vez minha tentativa de segurar o riso teve sucesso. - Eu to rindo porque primeiro a Isa começou a descer as escadas saltitando pela fita, depois o Harry quase derrubou toda a pipoca pela fita, o Dougie veio escorregando e quase deu de cara no chão por causa da fita, daí eu tive que rir do desespero e felicidade alheia né, e eu pensei poxa, agora só me falta o que? A Babi tropeçar em um cobertor e vir rolando escada abaixo, e foi exatamente o que aconteceu. Por isso to rindo. - Explicado tudo, a expressão anterior deles se transformou em uma expressão de espanto.

- SUA BRUXA, A BABI CAIU PORQUE VOCÊ PENSOU NISSO. - Isa veio pra cima de mim com uma almofada na mão, mas deu pra perceber que ela tava de brincadeira, talvez pelo fato de que ela estava rindo. Resolvi entrar na brincadeira também.

- Calma a culpa não foi minha, eu só pensei que... - Nem pude terminar de falar e fui interrompida.

- OLHA SÓ MACUMBA VOLTA HEIN! TE PEGO. - Isa disse e eu comecei a rir, como todos os outros, inclusive Babi, que afinal estava bem. Os cobertores e travesseiros haviam amortecido sua queda. Depois de todos se ajeitarem em pares nos cobertores pelo chão fomos assistir o filme. Os pares estavam separados em, Tom e Babi, eu e Dougie e Harry e Isa. Harry até tentou tirar proveito por ter ficado ao lado da namorada, mas Isa estava mais interessada no filme do que no namorado. Assim que o filme terminou estávamos todos tirando fotos toscas e comprometedoras enquanto cantávamos a musica do filme, ''Necessário, somente o necessário o extraordinário é demais...'' De repente um celular começa a tocar, era o de Harry.

- Ai gente ta tudo muito bom, ta tudo muito bem, mas eu vou ter que ir. Minha mãe ligou pedindo pra eu ir pra casa. - Harry disse meio cabisbaixo, pelo visto ele queria mesmo ficar. Como Isa e Dougie vieram com ele, tiveram que ir também, nos despedimos e então sobrou somente eu, Tom e Babi em casa.

- E agora o que faremos? - Perguntei olhando para os dois seres largados no chão.

- Sei lá, a gente pode ficar aqui até tarde. - Babi disse e Tom concordou.

- Ai não. Esqueci do aniversário da vovó! - Tom falou logo depois batendo a mão na testa.

- Ah, nós podemos chamar a Lice, pelo menos não vai ficar tão chato. - Disse Babi, sorrindo com sua ideia, enquanto eu olhava de um para o outro com cara de quem não entendeu nadica de nada.

- Isso, ótima ideia, finalmente a mamãe deu a luz a um cérebro pra você. - Tom falou, rindo, e eu ri também, obtendo um belo dedo mediano de Bárbara, que logo depois riu. - Então, Lice, quer ir com a gente pro aniversário da nossa avó? - Tom falou, olhando pra mim com carinha de tipo, ''Por favor, vai, eu não quero ficar de babá dos meus primos pequenos sozinho enquanto a Bárbara fica de pegação com o namorado dela.''.

- Não sei... - Falei pensativa.

- Por favor, vai, eu não quero ficar de babá dos meus primos pequenos sozinho enquanto a Bárbara fica de pegação com o namorado dela. - O QUE? COMO ASSIM? QUE BRUXARIA É ESSA? COMO ASSIM, ELE FALOU EXATAMENTE O QUE EU DEDUZI DA CARA DELE! DAS DUAS UMA, OU ELE É TELEPATA, OU EU SOU FODA DEMAIS!

- Ta legal, eu vou. - Optei por ir, porque se ele fosse telepata poderia revelar meus segredos mais obscuros só porque eu deixei ele sozinho de babá dos primos pequenos, e o resto vocês sabem.

- HUHU! - Disseram Tom e Babi juntos. 

- Vamos então. - Disse Tom, já se levantando e indo abrir a porta.

- Ta, deixa só eu deixar um bilhete na geladeira pra avisar a meus pais. - Dizendo isso, deixei a sala indo em direção a cozinha e botando um bilhete escrito. ''Mamãe, eu não fui capturada por um velho traficante, eu não sai pra me drogar, eu apenas estou na casa do Tom e da Babi. O que eu estou fazendo lá? Simples, aniversário da avó deles. Levei o Kimo comigo, beijos e não me liga.'' Pondo isso na geladeira, debaixo do imã de lhama, peguei meu casaco e saí. Não precisava de muito, aliás o caminho era curto e a casa de Tom é quentinha.

Saimos de casa e eu tive que levar Kimo comigo, aquela peste em forma de cachorro ficou me arranhando, ainda não tinha saido com ele. Tom achou uma ótima ideia, disse que iria servir de distração pras crianças. Chegando lá a avó do Tom estava dançando com uma cueca na cabeça. Quando nos viu, veio em nossa direção.

 - TOOOM, MEU QUERIDO !! - Cara, essa velha é maluca. Porque diabos ela ta com uma cueca do StarWars na cabeça?
- Vovó, tira isso da cabeça por favor? - Ouvi Tom dizer e quando o olhei, vi que estava corado, não entendi o porque, eu sei que eu sou gata, mas não é pra tanto.

- Mas eu lavei pra você meu querido. - Ah, agora eu entendi o porque de ele ter ficado vermelhinho. E eu pensando que era pela minha beleza estupendamente linda.

- Vó, só tira a cuequinha linda do Tom da cabeça. - Babi falou, talvez percebendo o constrangimento do irmão, porém rindo um pouco. Não consegui conter uma risadinha fraca e baixa, recebendo uma encarada feia de Tom.

- Tá, já tirei, vamos entrem não é todo dia que se come o bolo de maracujá no aniversário de 3000 anos da sua avó. - Dona Helena disse enquanto ia em direção a cozinha fazendo uma dancinha muito estranha, em que ela ia dando pulinhos e balançava os ombros com os braços pra frente.

- Mas vovó, você tá fazendo 70 anos. - Tom falou, corrigindo o que sua vó disse.

- Você é que pensa. - Dona Helena parou com sua dancinha e olhou dramaticamente pra trás, e então voltou a seguir seu caminho pra cozinha.

- CACHORRINHO! - Gritaram todas as criancinhas ao mesmo tempo correndo em direção ao Kimo, que se jogou no chão de barriga pra cima, eita cachorrinho metido.

- Tia, qual o nome dele? - Disse uma menininha branca mas não tão branca, com os cabelos loiros meio acastanhados e os olhos cor de mel.

- Kimo. - Respondi sorrindo para a menininha.

- Posso brincar com ele? - A criancinha perguntou e eu assenti, ouvindo gritinhos de alegria e vendo-a correr com Kimo até as outras criancinhas, que estavam espalhadas no meio da sala. Quero só ver, daqui a pouco essa alegria toda vai virar é tristeza.

- Pobre garotinha, tão bonitinha, tão pequena, e já vai ser submetida a servir os mimos do príncipe das Trevas. - Disse olhando com pena pras pobres crianças.

- Não sei não, – A voz de Tom pareceu me tirar de um transe. - mesmo ele sendo chato, pelo que eu conheço, Laura não vai querer largar dele. Eu não quis, imagina ela, que é a garotinha de 5 anos mais possessiva das coisas que não são dela que eu conheço. - Ri, apesar de eu na maioria das vezes falar mal de Kimo e só reclamar dele eu o amo. Ele é meu bebezinho, não vou perdê-lo pra uma criancinha, ou um bando delas, de 5 anos. Não mesmo, o Kimo é meu e ponto.

- Ela que tente. - Disse empinando o nariz como se fosse uma das crianças, só que brigando pelo sorvete maior, ou o copo mais cheio.

- Com licença – Babi disse, e só ai eu e Tom parecemos nos dar conta de que Babi ainda estava por ali. - O Bert chegou, beijos pra vocês. - Disse Babi correndo pro jardim de trás com o que eu pensei ser o Bert.

- E lá se foi ela ficar se pegando com o namorado dela e me deixando sozinho de babá dos meus primos. - Tom disse bufando.

- Calma, olha pelo lado bom, o Kimo é a babá da vez. - Falei sorrindo pra ele.

- Ih! Pode crer, tinha esquecido disso. - Tom disse e eu pude ver seus olhos brilharem com a ideia. Enquanto seguia Tom em direção ao seu quarto, Dona Helena brotou na porta da cozinha com uma fruteira na cabeça cantando uma única frase “O que que a baiana tem?”, junto a uma fila de velhinhos formando uma espécie de trenzinho. Estavam todos bem animados no aniversário de 70 anos da Dona Helena, ou 3000 sei lá.

Chegando ao quarto de Tom, me esparramei em sua cama, vendo ele se jogar no sofá que havia em frente a mesma. Fato: O quarto de Tom era bem espaçoso. Passamos o resto do dia inteiro conversando, até que chegou uma hora que ficou meio tarde e, tanto eu quanto Tom, ficamos com sono então resolvi ir pra casa descansar um pouco.


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Notas finais do capítulo

Aweeee, segundo capitulo! Estão gostando da história??? Espero que sim. ^^ Se gostou recomende a seus amigos, se não gosto recomende a seus inimigos ;D



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