Just A Dream escrita por Alice Fletcher


Capítulo 1
Capítulo 1




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Meu nome é Alice, tenho 17 anos. Sou brasileira, mas eu estou em Londres, sim muito longe. Mas só estou aqui porque meu pai foi transferido pra cá em seu emprego, então eu e minha mãe viemos junto com ele morar aqui em Londres.

– Mãe, Pai, vou dar uma volta pra conhecer melhor como é por aqui. - Disse a meus pais já abrindo a porta.

– Está bem, minha filha, mas tome cuidado... - Ouvi minha mãe dizer e nem a deixei terminar de falar, já tinha esse discurso decorado.

Sai de casa e andei um pouco até que avistei uma pracinha, fui até lá e me sentei em um dos bancos. Passei meus olhos por todo o lugar, até que avistei uma pequena lojinha de sorvete. Resolvi ir até lá, uma das coisas que eu mais amo fazer quando está frio é tomar sorvete. Enquanto eu caminhava em direção a loja, eu comecei a me sentir vigiada, levantei a cabeça pra ver se tinha mais alguém ali além de mim e o carinha da loja e realmente tinha alguém me olhando.

Era um rapaz loiro, com olhos castanhos, ele era muito bonito e tinha uma carinha muito fofa que dava vontade de apertar. Mesmo depois de eu perceber que ele estava me olhando fixamente, ele continuou a me encarar até que veio em minha direção.

– Oi. - O garoto se pronunciou ao chegar até mim.

– Oi. - Respondi.

– Então... você é nova por aqui, não é? - Ele disse e eu comecei a encará-lo com uma expressão espantada. Como ele sabia que eu não era de lá? Estava escrito na minha testa?

– Sim, sou sim. Aliás, meu nome é Alice, mas me chame de Lice, eu vim do Brasil. - Resolvi responder antes que ele achasse que eu sou maluca ou algo do tipo e aproveitei pra me apresentar.

– Ah, sabia que você não era londrina. Seu tom de pele é diferente dos que vejo por aqui. Meu nome é Thomas, mas me chame de Tom. Mas o que te fez sair do Brasil pra vir pra cá? - Ah, então foi assim que ele descobriu que eu não era daqui. E eu pensando que ele era um detetive.

– Meu pai foi transferido no emprego dele pra cá. Então viemos todos morar aqui. - Dessa vez eu já não tinha minha expressão espantada, estava com um sorriso no rosto.

– Ah sim que legal. Pra uma estrangeira até que você tem uma ótima pronuncia.

– Obrigada. Bom eu vou comprar um sorvete, quer ir também? Pode parecer estranho mas eu até que gosto de tomar sorvete no frio. As pessoas me estranham por causa disso. - Quando eu disse isso ele me olhou com os olhinhos brilhando, foi tão fofinho. Eu só não entendi o porque dele ter me olhado desse jeito.

De repente ele me abraçou, o que foi meio estranho já que mal nos conheciamos, então eu fiquei sem entender menos ainda.

– Finalmente! - Tom falou todo feliz.

– Finalmente o que? - Estranhei tudo o que estava acontecendo.

– Achei alguém que também gosta de tomar sorvete no frio. - Quando ele disse isso eu até que fiquei feliz por achar alguém que não vai me chamar de maluca ou de estranha quando eu tomar sorvete no frio.

– Ah sério que você também gosta? - Perguntei com os olhos brilhando.

– Sim, é muito sério. - Ele disse e riu, eu ri também. - Então, vamos comprar?

– Ah, sim claro. - Falei e seguimos para a lojinha.

– Qual você vai querer? - Perguntou ele já tirando o dinheiro da carteira.

– Morango. - Disse e o vi tirar o dobro do preço de apenas um sorvete, estranhei.

– EI EI EI... Nada disso, eu pago. - Ele disse arrancando o dinheiro da minha mão assim que eu o peguei pra pagar meu sorvete e eu olhei-o assustada. Mal nos conhecíamos e ele já iria pagar um sorvete pra mim. OMG, além de lindo e fofo ele é gentil.

– Dois sorvetes de morango por favor. - Tom pediu ao vendedor que em poucos minutos já havia nos dado dois potinhos de sorvete.

– Poxa, Tom, não precisava. Obrigada. - Agradeci e ele deu um sorriso muito fofo que me deu vontade de apertar ele outra vez. Esse menino sofre de excesso de fofura.

– Ah, não precisa agradecer. - Ele disse dando de ombros. - Então Lice, quer sentar?

– Ah, quero sim. Vamos sentar naquele banco ali! - Disse apontando pra o banco em que estive sentada minutos atrás. Tom apenas fez que sim com a cabeça e seguimos para o banco.

– Uhmmmmm, ta bom o sorvete! - Tom disse fazendo uma cara de quem não comia sorvete a anos e eu ri. - Que foi? Qual a graça? - Ele acrescentou com uma expressão exageradamente exagerada de indignação, o que me fez rir mais ainda.

– Nada. É só que parece que você não come sorvete a uns 10 anos. - Falei rindo da cara dele.

– Ué, me deixa se eu não como sorvete a 10 anos.. To comendo agora não to? Então pronto. - Tom disse com voz de gay afetado o que me fez quase cuspir o sorvete que eu havia acabado de por na boca.

Percebi que, além de fofo, legal e gentil, ele era super hilário. Ri com o meu pensamento, chamando um garoto que acabara de conhecer de fofo, legal, gentil e hilário... hmmm, muito suspeito. Geralmente eu demoro uma semana pra definir isso nas pessoas.

Estava concentrada no meu sorvete, tão concentrada que nem prestava a atenção no mundo a fora. Quando de repente sai do meu transe por conta de uma voz chamando meu nome. Quem será o filho da mãe que interrompeu os meus lindos pensamentos?

– Alice. - Pera ai, eu acho que reconheço essa voz. - Alice.. - Pera eu conheço sim, é a voz do... – ALICE, PORRA! - Tomei um susto tão grande que eu quase pulei do banco. Era Tom me chamando, sabia que reconhecia a voz.

– AHHHH! TOM, QUE SUSTO CASSILDA...! - Disse e então Tom desatou a rir. Encarei-o por alguns segundos e então comecei a gargalhar também.

– Cara, você não me ouviu não? - Tom disse, assim que conseguimos parar de rir por um instante. - Eu tava aqui te chamando a séculos, e você ai olhando pro nada pensando na vida.

– Desculpa, é que eu tava pensando umas coisas aqui. - Respondi com medo que ele me perguntasse o que eu estava pensando. Ah, tá que eu ia dizer.. “Ah, sabe como é né? É que eu tava só pensando em como você é super fofo, legal, lindo e ainda por cima hilário.”.. ele ia pensar que eu sou o que né?

– No que você tava pensando? - Pronto.. acabou minha vida. Adeus gente, eu vou ali no cantinho morrer por que assim não dá. Não posso trabalhar nessas condições, como é que a pessoa faz uma pergunta dessas? E agora? O que eu faço? O que eu vou falar pra ele?

– Ah, eu tava pensando em... - Ia dizendo quando senti meu bolso vibrar e em seguida a música ''Bat Country'' do ''Avenged Sevenfold'' começou a tocar.. era meu celular tocando. Agradeci mil vezes mentalmente a quem fosse que estivesse me ligando. Ser abençoado que me liga, tanto faz quem é você, mas muito obrigada, você salvou minha vida.

- Ops, um minutinho.. tenho que atender. - Disse e vi Tom apenas assentir com a cabeça. Atendi e era minha mãe.

- Oi mãe.

– Oi minha querida, aonde você ta?

– To na pracinha da esquina com um amigo.

– Já fez amizade? Que bom filha. Agora eu preciso que você volte pra casa. Eu e seu pai estamos na casa dos vizinhos. Eles querem te conhecer.

– Ah, ok então mãe. Já to indo. Beijos. - Disse e desliguei o telefone. Me virando em seguida pra Tom, que já não tinha seu sorvete nas mãos.

– Então, quem era? Seu namorado? - Tom disse divertido.

– Hã? Namorado? Não tenho namorado. Era minha mãe, ela quer que eu vá pra casa dos vizinhos. Disse que eles querem me conhecer.

– Ah, ok então. Posso te acompanhar? - Tom perguntou levantando e estendendo a mão pra mim. Que lindo. Permissão para me derreter? Sim, ou claro?

– Ah, claro. - Disse e fomos. Passamos o caminho inteiro em silêncio até que Tom disse.

– Estamos indo pra minha casa.

– Não estamos não. Estamos indo pra MINHA casa, pra eu poder ir pra casa dos vizinhos. - Respondi achando estranho o comentário dele.

– Não, é sério, aquela ali é a minha casa. - Tom disse apontando pra uma casa verde claro, ao lado de uma casa azul claro que por algum acaso era a minha casa.

– OMG! Não me diga que aquela casa verde claro é sua? - Perguntei boquiaberta não acreditando na situação.

– É sim porque? - Tom perguntou com uma cara de quem não estava entendo nada.

– Por que aquela casa azul claro ali bem do lado da sua é a MINHA casa! - Disse dando ênfase ao ''MINHA''.

– OMG! Não acredito. - Tom disse, agora com a mesma expressão que a minha. Então paramos de andar e olhamos um pra cara do outro.

Como já havia acontecido uma vez, desatamos a rir da nossa situação. Continuamos andando em direção a casa e toquei a campainha. Tom riu e eu não entendi, só depois que fui lembrar que ele havia dito que aquela era a casa dele, então ele podia simplesmente abrir a porta e entrar na casa. Tom abriu a porta e entramos, tiramos nossos casacos enormes, cachecóis, luvas e gorros, pois do lado de fora estava frio, mas dentro da casa de Tom estava super quentinho e agradável.

A casa dele era bem bonita, as paredes pintadas de um bege bem clarinho e sem nenhum móvel escuro davam um ar super alegre a casa. Mais a frente da sala vi meus pais sentados a uma mesa junto ao que pensei serem os pais de Tom. Minha mãe, assim que me viu, já se levantou e foi me apresentando ao Sr. e a Sra. Fletcher. Eram todos muito simpáticos.

– Ai, quer ir lá pra cima? - Tom me perguntou e eu com minha mente super inocente nem pensei besteria né? Não que isso.

– Ta, pode ser. - Disse indiferentemente, imaginando o que ele queria lá em cima. Subimos as escadas e nos deparamos com uma menina formosa e super alegre e saltitante no corredor, ela parecia ter a nossa idade.

– Minha irmã. - Tom disse olhando pra mim.

– Bárbara. Prazer, qual o seu nome? - A menina de cabelos escuros, curtos e levemente ondulados me perguntou estendendo a mão.

– Alice, prazer. - Estendi minha mão de volta e apertei a dela e a vi descer as escadas saltitando alegremente como se tudo fosse motivo pra se sorrir. Depois desse esquisito, mas nem tanto, momento de apresentação a Bárbara, seguimos pelo corredor e entramos na penúltima porta a esquerda.

– Bom, Lice, esse aqui é o meu... - Ia dizendo, Tom, mas parou ao encontrar uma senhora de idade dentro de seu closet vestindo apenas suas roupas íntimas e cantando uma música esquisita sobre cogumelos verdes.

- Vovó Helena, o que a senhora ta fazendo aqui? - Tom perguntou tentando prender uma breve risada.

– Com licença, você tem tamanho G dessa blusa? - Disse a senhora com a maior naturalidade estendendo uma blusa xadrez que eu pensei ser de Tom.

– Vovó, essa blusa é minha. - Disse Tom desatando a rir. - Essa é a Alice. Alice essa é a minha Vó. - Tom nos apresentou, ainda rindo e, assim que a avó dele saiu do quarto como se nada tivesse acontecido, ele se virou pra mim e disse:

– Desculpa pela minha avó, ela é meio biruta.

– Não se preocupe. - Disse lembrando do que acabara de acontecer e comecei a rir junto com Tom. Andei pelo quarto e me sentei na ponta da cama e olhei pela janela. Fiquei encarando a vista da janela até que..

– O que você ta olhando ai? - Tom me perguntou curioso. Eu ri e respondi.

– Nada demais.. É só que a janela do seu quarto tem vista pra janela do meu. - Falei sem olhar pra ele, olhando fixamente pro comodo cheio de caixas e coisas espalhadas. E fiquei desanimada ao lembrar que todas aquelas caixas tinham as coisas do meu quarto e eu teria que arrumar tudo quando chegasse em casa.

– Um pouquinho bagunçado não acha? - Tom disse se sentando ao meu lado e também observando o quarto.

– Um pouquinho? Cara, ta MUITO bagunçado. Olha só todas essas tralhas e caixas espalhadas.. Me cansa só de pensar que vou ter que arrumar isso tudo depois. - Disse cabisbaixa porque eu realmente estava morrendo de preguiça só de pensar em como seria chato arrumar aquilo tudo, porque pelo que bem sei, teria que fazer tudo aquilo sozinha.

– Ah, se quiser eu te ajudo. - Tom falou.. dessa vez olhando pra mim.

– Hmm, não sei.. Acho que vai ser muito abuso se eu disser que sim, vai te dar muito trabalho. - Disse a Tom. Até que uma ajudinha cairia bem.. mas eu não iria abusar dele assim, eu tinha acabado de conhece-lo.

– Não vai ser trabalho nenhum. Vamos deixa eu te ajudar vai ser divertido. Você vai ver.

– Ah, ta bom então. Já que insiste. - Bom, uma coisa que eu sei é que quando uma pessoa oferece duas vezes ajuda pra você ACEITE. Não vamos desperdiçar essas ofertas.

– Ta bom então, que horas eu... - Tom ia dizendo, mas seu celular começou a tocar. - Ai, aguenta ai um minutinho. - Ele disse e eu assenti, se levantou e atendeu o celular. Assim que terminou de falar, virou pra mim e disse – Ai, ta afim de sair hoje?

– Não sei, eu cheguei hoje de viagem. Pra onde iriamos?

– Ah, é que meus amigos me chamaram pra ir na casa do Harry. - Tom falou como se eu soubesse quem é Harry.

– Hm... ta pode ser, que horas? - Disse e Tom logo abriu um sorriso.

– Vai pra casa, toma um banho, coloca uma roupa rápido que em meia hora eu passo lá pra te pegar e te levar pra casa do Harry.

– Ta bom. Ele mora muito longe daqui? Porque sabe, eu não to afim de andar muito. - Falei fazendo cara de tédio e Tom riu.

– Não, não. É bem perto, ele mora no fim da rua. - Assim que Tom disse que esse tal de Harry morava no fim da rua eu abri um sorriso tão grande que pensei que minha cara ia rasgar de tanto que eu fiquei feliz em saber que não iria ter que andar tanto assim.

– Ah, ta bom então. Vou indo lá. Me da seu celular aqui.

– Ué, pra que? Quer me roubar é? - Tom disse arqueando as sobrancelhas.

– Não, bobo, eu quero seu celular pra anotar meu número né. - Disse rolando os olhos e rindo. Tom então deu de ombros e me entregou o celular pegando o meu e anotando o dele também.

– Ta, toma. Agora vai logo se não a gente perde a farra.

– Ta legal. Eu sei que a minha presença irrita, mas também não precisa me expulsando assim né. Já to indo – Disse enquanto Tom me empurrava pra fora de casa rindo.

Fui pra casa e fiz o que Tom disse pra eu fazer, tomei um banho, me vesti, estava usando uma jeans skinny preta, um all star vermelho um pouco desbotado, e uma blusa amarela do bob esponja, prendi meus cabelos em um rabo de cavalo e assim que terminei de me arrumar, meu celular começou a tocar. Vi na bina que era Tom, atendi.

– Desce ai! - Tom disse sem ao menos me deixar falar alô.

– Ta bom seu apressado. - Disse rindo e desci. Avisei a meus pais que estava indo a casa de Harry e sai. Assim que sai de casa, dei de cara com um Tom perfumado, com os cabelos levemente arrumados em um topete, uma calça jeans, all star preto e uma camisa pólo azul clara. Ele estava apoiado no batente da porta.

– Ah, até que enfim. - Tom disse sorrindo ao me ver.

– Ah, qual é? Eu nem demorei tanto assim. - Disse sorrindo de volta. - Vamos?

– Vamos. - Tom falou e fomos indo em direção a casa de Harry. No meio do caminho o celular de Tom tocou, ele atendeu e era Harry perguntando se a gente tinha se perdido. Ah tá que a gente ia se perder sendo que a casa dele é no fim da nossa rua. Eu também não sou tão idiota assim.

Continuamos o caminho, em silêncio. Assim que chegamos a casa de Harry, pudemos ouvir os gritos de risadas vindo de dentro da casa. Nos entreolhamos imaginando o que poderia estar acontecendo lá dentro, e então começamos a rir quando, de repente, uma menino muito bonito, atendeu a porta. Entramos e todos os olhares caíram pra cima de mim.

– Prazer, eu sou o Dougie. - Disse estendendo a mão o garoto que havia atendido a porta.

– Alice, o prazer é todo meu. - Respondi estendendo a minha mão também.

– Eu sou o Harry! - Disse um dos garotos, que estava sentado no chão no meio da sala, vindo em minha direção sorrindo e estendendo sua mão também. Assenti e fiz o mesmo.

– QUEM CHEGOU? QUEM CHEGOU? - Disse (lê-se: berrou.) algum outro garoto da cozinha que veio correndo e tropeçando no vento com as mãos cheias de pacotinhos de biscoitos.

– O Tom e a Alice. - Disse Harry, simplesmente, olhando pra o garoto que veio desengonçado da cozinha até a sala. Dougie, ao contrario de Harry, não tirava os olhos de mim. Me senti desconfortável com a situação, mas achei melhor ignorar esse fato.

– AHHHH TOM! MEU GRANDE E VELHO AMIGO TOM! AHHHH ALICE MINHA.... PERAI QUEM É ALICE?? - O misterioso garoto da cozinha perguntou, largando todos os pacotinhos de biscoito que havia pego na mesinha que tinha no meio da sala em frente a tv e entre os sofás, e olhando pra mim como se eu fosse uma extraterrestre. Tipo, tudo bem que eu não tenho os traços típicos de Londres, mas também não é pra tanto né meu querido. Dá licença, nunca viu gente estrangeira não? EU HEIN.

– Minha amiga, conheci ela hoje. - Tom disse sorrindo pra mim, e eu sorri de volta. Percebendo que o tal do Dougie continuava a me encarar. Esse menino tem algum problema de visão? Cruz credo, grudou os olhos em mim e não tirou mais, tava me dando nervoso isso já.

– Ah, ta... Oi Alice.. Eu sou o Danny! – O misterioso garoto da cozinha finalmente disse seu nome, mas diferente dos outros ele veio correndo em minha direção pulando o sofá e me dando um abraço tão forte que eu fui pra trás e caí em cima de Tom, que caiu em cima de Dougie, que caiu em cima de Harry, que se espatifou no chão feito uma jaca mole e, quando nos demos por si, percebemos que estávamos todos jogados no chão e começamos a gargalhar alto, MUITO alto. Quando conseguimos parar de rir nos levantamos e fomos nos sentar em uma rodinha no meio da sala. Resolvemos ver um filme, estávamos vendo De Volta pro Futuro, porque os meninos tiveram que se ajoelhar pra me convencer a verem esse filme. E eu? Logicamente, cedi.

O filme já havia acabado, Tom e Harry foram pegar mais coisa pra comermos na cozinha, já que os quatro esfomeados devoraram os pacotinhos de biscoito, e eu fiquei com fome.. acho q só comi um que eu dividi com Tom, Danny estava no banheiro e o Dougie foi pegar coisa pra bebermos, sobrei na sala. Resolvi deitar um pouco, já estava sem os tênis mesmo, acho que não iriam se incomodar se eu deitasse um pouquinho.

Fechei meus olhos por uns cinco minutos, ficou um silêncio muito suspeito, já era pros meninos terem voltado com a comida e a bebida e o Danny já era pra ter voltado do banheiro, ele não comeu tanto assim pra passar esse tempo todo lá, mas resolvi ignorar, até que estava bom aquele silêncio, eu estava bem cansada da viagem. MAS, como dizem, tudo que é bom dura pouco, pois é, o meu caso não foi nada diferente. Eu estava na minha, relaxada, quase dormindo quando de repente, eu ouço quatros vozes berrando ao mesmo tempo:

– MONTINHO NA ALICEEEEEEE! - Nem deu tempo de abrir o olho, quando eu vi já tinham 4 garotos de 17 anos me esmagando no sofá. Tentei falar pra eles saírem, mas não consegui, então resolvi me remexer, pra ver se jogava eles pra longe de mim. E não é que deu certo? Bom nem tanto, porque eu acabei virando o sofá. Mas pelo menos eles saíram de cima de mim, é o que importa. Começamos a gargalhar do acontecido quando a porta se abriu.

O que uma pessoa normal faria se entrasse em uma casa e visse seu namorado, os três amigos patetas dele, uma menina desconhecida, todos caídos no chão rindo e com o sofá virado? Sairia correndo, no mínimo. MAS, como não foram pessoas normais que entraram, elas começaram a rir da cena, levantei, tentei levantar o sofá de novo, recebendo ajuda de Dougie. Ajudei os outros meninos a levantar e esperei que eles me apresentassem as garotas.

– Bom, então Lice, essas são. Amanda, irmã do Danny. - Disse Harry apontando pra uma das meninas. - Isabelle, minha namorada. - Apontou e deu um breve beijo na segunda menina. - E Victoria, namorada do Danny. - Terminou de apresentar as meninas, e quando já estavam todos sentados no sofá conversando, virei pra Tom que estava ao meu lado e disse baixo pra que só ele ouvisse.

– Tom, cade a sua? - Perguntei olhando pra ele.

– Minha o que? - Perguntou de volta, sem entender sobre o que eu falava.

– Como assim sua o que? Sua namorada, DÃAAAA. - Disse como se fosse óbvio.

– Ah ta. Não tenho. - Respondeu com indiferença.

– Ahn. - Murmurei e voltei a olhar pra frente, me deparando com Dougie sentado no chão e me encarando, pra variar né? Assim que me viu olhar pra ele, desviou o olhar pra Amanda, quando olhei pra garota, a mesma me encarava com uma expressão de raiva que me deu medo. Desviei rapidamente o olhar para a televisão, que por sinal estava desligada, mas nem me importei, continuei admirando-a como se fosse a coisa mais interessante e impressionante que existe no mundo. Enquanto todos ali conversavam, com seus respectivos pares.. MENOS... eu e Tom. Os únicos calados naquela sala, até que...

– Tom, eu acho que eu vou pra casa. - Disse com voz e cara de entediada.

– Ah, por que? - Tom me respondeu com a mesma voz e cara, e pude perceber o que ele estava da mesma forma que eu.. entediado.

– Er... É que eu tenho que arrumar as coisas ainda, e eu to cansada, cheguei de viagem hoje. To morrendo de sono.

– Ah, se você for arrumar as coisas ainda hoje.. eu posso te ajudar se você quiser. - Tom me disse como se suplicasse pra que eu aceitasse pra tirá-lo dali. Ri da cara de cachorrinho perdido que ele fez e ele riu de volta.

– Ta, já que insiste em me ajudar. - Disse bagunçando os cabelos de Tom. Levantamos pra ir embora.

– Aonde vocês vão? - Dougie logo se pronunciou assim que nos viu levantar.

– Eu vou pra casa, to cansada da viagem e tenho que arrumar as coisas ainda, vou aproveitar que ainda são 18h e arrumar uma parte.

– Ah ta, entendo. E você Tom? - Dougie disse com uma certa tristeza nos olhos, que me deixou com um pouco de pena.

– Eu vou pra casa também, e aproveitar que a Lice mora do meu lado ajuda-la com as coisas. - Tom respondeu dando de ombros.

– Ah sim. Até mais então.

– Até. - Dissemos eu e Tom ao mesmo tempo para todos ali, e fomos. Passamos o caminho todo em silêncio, até chegarmos na minha casa, linda e maravilhosamente bagunçada e cheia de caixas.

– WOOOW! - Tom se espantou ao abrir a porta e ver as várias caixas espalhadas pela casa.

– Pois é, isso porque você não viu o meu quarto. - Disse rindo da cara de espanto dele e mais ainda depois quando ele, provavelmente, deve ter imaginado a situação do meu quarto.

Subimos as escadas e encontramos minha mãe no corredor, dizendo que mais tarde a janta estaria pronta e que ela avisaria quando fosse para descermos. Continuamos nosso caminho rumo ao meu quarto, assim que chegamos lá encontrei o que estive procurando a tarde inteira antes de ir para a praça, Kimo, meu shitzu anão branco. Kimo está comigo desde quando eu tinha 14 anos. Assim que abrimos a porta, Kimo pulou em cima de Tom, que tomou um susto, mas começou a rir.

– Ah, você tem um cachorrinho e nem me fala nada? - Tom falou sem nem olhar pra mim, estava entretido demais, agachado brincando com Kimo.

– Pois é, não sabia que você gostava de cachorro. - Disse me agachando também, e acariciando Kimo.

– Ah, eu adoro cachorro. Mas meu pai não me deixa ter um, ele diz que é muito trabalho pra mim. Ele fala que eu mal cuido de mim mesmo, quem dirá de um cachorro. - Tom disse com cara de quem achou um grande absurdo o pai não tê-lo deixado ter um cachorrinho, e eu só ri, pra variar. - Mas, como ele se chama? - Tom disse voltando sua atenção de Kimo, para mim.

– Kimo. - Disse com simplicidade.

– Nome legal. - Tom disse e abriu um sorriso. - Combina.

– Pois é, mas vamos logo que eu ainda quero dormir. - Falei levantando e entrando no quarto sendo seguida por um Tom idiota segurando um Kimo preguiçoso.

– Ta, por onde começamos? - Tom perguntou pondo Kimo no chão, que foi logo subindo na cama, que já estava montada da mesma forma que os armários, e se esparramando todo. Já era previsto. Rolei os olhos vendo a cena.

– Típico do Kimo. - Disse bufando. - Bom, vamos fazer assim, eu vou pondo as roupas no armário e você vai tirando meus CDs e pondo naquela estante ali. - Disse apontando exageradamente pra mim, depois pra minhas malas, em seguida pro armário, depois para Tom, e então para a caixa com os CDs e depois para estante, o que fez Tom rir.

– Você é engraçada. - Ele falou ainda rindo. Tive que rir com ele né, com uma risada daquelas, contagia todo mundo. Começamos a tirar as coisas, ele da caixa e eu da mala, e colocando cada uma em seu devido lugar.

- Nossa, você tem um gosto bem variado. - Tom disse analisando dois CDs, um em cada mão. Um do Avenged Sevenfold, e outro da Miley Cyrus.

– Ah sim, é. Vivem me dizendo isso. - Disse rindo da cara que Tom fez ao ver um CD dos Beatles na caixa.

– OMG! VOCÊ TEM BEATLES! - Tom disse pulando feito uma criança que acaba de ganhar um doce.

– Sim, eu tenho. - Não consegui me segurar por muito tempo, desatei a rir. Rir não, gargalhar mesmo, de perder o ar.

– Ahhhh, mas quando isso daqui estiver tudo arrumado eu TENHO que colocar esse CD pra ouvir. - Tom disse sem nem se importar se eu deixaria ou não, apenas disse.

– Ta, mas vamos logo. - Disse e Tom assentiu com a cabeça, voltando a organizar os CDs na estante, e eu a organizar minhas roupas no armário. Depois de um tempo arrumando toda aquela tralha, finalmente terminamos e, obviamente, estávamos mortos de fome. Resolvemos pedir uma pizza. Um certo tempo depois, enquanto brincávamos com Kimo no quarto, escutamos a campainha tocar.

– PIZZZZZZZZZZZA! - Gritamos em uníssono, e saímos correndo escada abaixo. Comemos a pizza e conversamos um pouco, até que Tom decidiu ir para casa, quando viu que estava muito tarde.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Comentem por favor, fará uma pessoa muito feliz. ;D



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