Recomeçar escrita por Bonequiinha


Capítulo 40
40- Assassina.


Notas iniciais do capítulo

ola minhas garotas? com estao? passando para postar masi um capitulo, esper que gostem.
mais duas novas leitoras no ar.
Fã da LuliMel
IzzySilva
meninas, adorei seus reviews, adorei voces aqui na fic. esper oque fiquem sempre a vontade. bjokas.
e sem mais coisas, la va ium capitulo, cheio de suspense e drama. kkkkkkkk
esper oque gostem. boa leitura.



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Cruzo a cidade, que neste momento está com um céu nublado e morto, em direção ao sul, seguindo ao lado oposto, tanto da minha casa, a de Delly, e a dos novos moradores conhecidos e desconhecidos que moram nas proximidades da Vila dos Vitoriosos. Não estou indo visitar ninguém conhecido, eu estou indo em direção a uma casa diferente. Uma casa que eu não havia indo ate então.

            A mulher no consultório do Dr. Erick havia me cativado com seu jeito simples e tímido. Ou então simplesmente pelo fato dela estar esperando uma criança, assim como eu. Movo meus passos lentamente, preparando algum dialogo na minha mente sobre o que iria falar ao chegar na casa de Sarah.

            Passo por algumas casas iluminadas com chaminés expelindo fumaça. Essa manha a temperatura caiu drasticamente. Em um dia era calor ameno, e no outro um frio de dar calafrios. Peeta certificou-se de que eu estava bem aquecida antes de me deixar sair de casa. Pus uma botar macia e confortável, junto com os protetores de ouvido. Por mais que eu os odiasse,eles estavam meio que sendo uteis. Sorte foi ter achado vestígios das minhas roupas antigas, uma calça preta aconchegante, não muito colada e uma blusa leve branca de manga longa. Coloque, para finalizar, um fino casaco. Teria que comentar sobre minhas roupas com minha equipe. Ter um guarda roupa repleto de vestidos não era bem meu forte.

            Penso em como longe de Peeta me sinto tão desprotegida. Estou tão dependente de sua companhia, que sair sem ele me deixa insegura. Essa manha ele foi para a padaria, eu mesmo o acompanhei ate a entrada. “Não vai entrar?” ele pergunta assim que paro bem em frente a entrada. Eu balanço a cabeça. La dentro não era tão ofensivo para mim, desde que não se encontra apenas Layla. Dou um beijo em Peeta e desço para minha missão. Fazer uma visita a Sarah.

            Havia passado semanas desde que eu a vi pela primeira vez. O comodismo de ficar sempre em casa e o receio me fizeram frear varias vezes antes de eu decidir fazer essa visita.

            Sigo mais algumas casas, até parar bem em frente a casa que pertence a ela e o marido. Lembro que um dia, quando fui fazer uma visita normal ao consultório improvisado do Dr. Erick, perguntei, como se não quisesse nada, onde a Sarah morava. Ele, distraidamente respondeu, enquanto analisava alguns exames. Observo a casa um pouco, antes de bater na porta. A casa era de um tom amarelado e as persianas estavam todas fechadas. Poderia deduzir que não havia alguem em casa, mais acho que ninguém arriscaria pegar uma pneumonia com esse frio.

            Após a terceira batida, Sarah abre a porta. Ficamos nos encarando por alguns segundos. Ela não parecia querer esconder sua cara de surpresa.

            “Olá” digo timidamente sem saber ao certo oque falar.        

            “Oi” ela diz fracamente. “Entre” ela diz dando-me espaço para entrar. Sua casa estava quentinha, era bom não ficar exposta ao frio. A casa era bonita, um tom claro enfeitava seu interior, moveis detalhadamente pelo cômodo. “Posso te trazer alguma coisa?” ela fala tirando minha concentração. Não queria incomoda-la, mais um chocolate quente não cairia mal. Então aceno. Vamos em direção a cozinha. Sua cozinha era grande e aconchegante, sento-me na cadeira próxima a mesa enquanto ela prepara nosso chocolate. Eu fico a observar e um misto de sentimento passa por mim. Em poucos meses eu estarei em uma situação semelhante. Sua posição sempre pensada, sua forma preguiçosa e com atos perdidos. Eu iria ficar da mesma forma? Sua barriga parecia bem maior, me pergunto quando seu bebê viria ao mundo. Bem, antes ela estava com 7 meses, então faltava menos de um mês para que sua filha pudesse nascer.



            “Confesso que estou surpresa ao ver você aqui” ela diz tirando o silencio que estava no cômodo. Olho para ela e bebo um gole do meu chocolate quente. “Eu também estou, por mim mesma. Nunca fui muito sociável” digo e levo a xícara de porcelana ate a minha boca tomando outro gole. “Mais achei que uma amizade não faria mal.” digo novamente e percebo seus lábios sorrir vagamente. É quando me dou conta de que ela, tanto quanto eu, poderia não ser tão sociável. “Uma amizade certamente me faria bem” ela confessa.

            Sarah era uma mulher bonita, um pouco maltratada pela vida, mais sua beleza não era tão escondida. Seus cabelos escuros, seus olhos verdes esmeraldas, suas feições tão delicadas. Eu podia dizer que ela estava só ela, e sua criança. Seu marido devia estar na fabrica, ou ajudando na construção de alguma coisa no distrito.

            “Como você veio parar aqui no 12?” começo um dialogo, da mesma forma como Peeta começaria. Lembro-me de um dia em que estávamos deitados e conversando quando eu lhe digo que nunca consigo ter o que falar. “Comece pelo obvio, depois as palavras vão fluindo naturalmente” ele me disse. Levo comigo esse conselho e as vezes funciona.

            “Conheci Julian no distrito 4. Ele era mais um dos soldados enviados pelos rebeldes encarregado de matar todos que fosse do lado da capitol” ela diz fluidamente. Presto atenção a cada palavra dita por ela. Quando ela me fala que se apaixonou por ele. Quando teve que decidir se viria para o 12 morar com ele ou se continuaria com a família.

            “Acho que o resto você pode imaginar” ela diz terminando suas falas. Era uma vida sofrida como de cada pessoa da panem. Uma pessoa que queria apenas recomeçar. “-Eu poderia perguntar a sua, mais a panem toda sabe...” ela diz e eu lembro em como minha vida toda é exposta. Meu suposto namoro, minha vida pessoal, meu real casamento, enfim, minha vida inteira. “Bem, pouca pessoas sabem que estou esperando uma menina” Sarah sorrir com a noticia. “Uma menina?” ela pergunta e eu aceno. “Como seu marido disse antes, nossas filhas poderão ser amigas” uma alegria me passa quando ouço suas palavras. Minha filha, com uma oportunidade de  futuro, e um futuro bom. “Você já decidiu o nome?” ela me pergunta. “Não, e você?” digo a ela, que me fitava perdidamente, como se procurava algo em mim.

            Sarah pausa um pouco e finalmente consegue dizer. “Se chamará Sophie. Será em homenagem a minha irmã que foi para os jogos.” lembrar dos jogos me faz arrepiar e mover minha mão em um modo defensivo para minha barriga novamente. Esse movimento era algo incontrolável. Algo inexplicável eu fazia quando sentia um medo terrível e queria a todo custo proteger a minha garota. “Sinto muito” digo a ela sabendo que nada poderá acalmar sua perda. “Muito tempo?” uma curiosidade estupida passa por mim. Porque eu entrei nesse detalhe? Não posso ficar cutucando uma feriada ainda não sarada, que provavelmente nunca irá sarar. Sarah foge seus olhos dos meus no mesmo instante. A dor ainda era visível. “Foi o penúltimo” ela diz e minha cabeça dar um sobre salto. Penúltimo? Esse foi o 74º, quando aconteceu meu primeiro jogo. Olho para ela confusa e abismada. Minha cabeça traz as lembranças rapidamente. Distrito 4. Profissionais. Peeta. Ninho de tracker jacker. Eu. Rue. Picadas. Glimmer. Assassina.

            Minha cabeça dá rodopios e por um segundo me esqueço da respiraçao, e quando lembro, minha respiração sai desengonçada e ofegante. Sarah tem seus olhos apreensíveis sobre mim. Tento organizar e acalmar os meus pensamentos, mais tudo que consigo pensar é no meu primeiro jogos,  quando me ofereci como tributo no lugar minha irmãzinha, quanto estive encurralada pelos profissionais e quando Rue me ajudou ao me apontar um enorme ninho de tracker jacker. Lembro-me  da queda do galho no chão. Do inchaço. Da dor. Das minhas alucinações. E pior, das mortes. Lembro-me de ver Glimmer, a garota do distrito 2, de bela forma, cabelos loiros e olhos verdes, totalmente  desfigurada, com rosto e dedos inchados... e a garota do 4, sendo elevada no ar e sumindo, morta pelas picadas de tracker jacker. Garota que cujo o nome descubro agora, Sophie. Irmã da mulher que me encara. Mortas, por minha culpa. Sinto o medo transcorrer sobre meu corpo livremente agora. A vontade de correr aparece por mim agora. Quero correr e voltar para casa, me esconder em baixo dos meus cobertores,tentar esquecer tudo, tudo. Quero os seguros braços de Peeta. Eu havia matado a irmã de Sarah. Meu corpo inteiro se estremece.

            Não consigo paras as imagens que me vinham a cabeça dos momentos horríveis que passei naquela arena. Eu lutava todo dia para esquecê-las, mas parece que elas estavam dispostas a nunca me deixarem.

            Vou tentando me calmar aos poucos. Tenho meus olhos no chão, com medo de olhar diretamente nos olhos de Sarah. 'Ela deve me odiar' penso. Eu matei a irmã dela. Foi minha culpa. Aliás, a culpa das morte de todos os entes queridos da população de Panem é minha. Eu tenho certeza que odiaria a pessoa que matado Prim. Esse era um dos motivos pelo qual eu não pensava nisso com frequência. O medo de quem eu poderia começar a odiar.

            “Você deve me odiar.” digo em uma voz estrangulada. Uma coisa tão obvia que se torna até patético. Me lembro agora dos sobrinhos de Enobaria, eles haviam perdido a mãe durante a rebelião. Eles provavelmente não vieram porque não iriam aguentar ver a assassina de sua própria mãe. Um

minuto parece se passa ate ela responder. “Não mais.” sua voz calma me faz olhar em seus olhos para ter certeza do que eu tinha acabado de ouvir. Seus olhos não continham traços de raiva ou ódio. Eles estavam normais. Tristes, mais sem nenhum ódio ou raiva.

            “Tive muito tempo para te odiar, mais percebi que meu ódio estava direcionado para a pessoa errada.” ela me encara agora e percebo o quão verdade era a fala dela.

            Estou confusa. Triste, deprimida, e acima de tudo, confusa. Eu tinha mil e uma coisas para falar, mil coisas para fazer, mais eu não tinha coragem ou forças para fazer nada. “Foi apenas mais um dos erros do capitol. Foram eles que fizeram tudo isso. Tantas vidas perdidas...” sua voz falha ao final da frase e sei que ela estava certa.

            O capitol pagou todos seus erros c oma queda de Snow  e do governo. A morte da minha irmã não foi culpa do capitol e sim da Coin, mais ela pagou com sua própria vida. Mas e eu? Eu pagarei com minha própria vida? Terei o fim definitivo para mim? Talvez ele viesse bem aos poucos.

            Não sinto mais alguma obrigação, nenhum motivo para estar na casa de Sarah. Eu estava apenas comprovando par mim mesma que eu destruo vidas. Subo minha visão para me deparar com os dois olhos verdes de Sarah. “Não se culpe, por um longo tempo eu fiz isso comigo, e, acredite, isso nunca dar certo, não vai melhorar nada.” ela tenta consola-me, mas tudo que consigo pensar é no que eu fiz, em todas as vidas que eu destruí. Na vida de Sophie.

            “Eu tenho que ir” falo apressadamente me levantando. “Não vá...” sua suplica faz parar meus pés. Olho em seus olhos e por mais que eles sejam acolhedores, posso ver a dor por traz de tudo. “Eu não...” não espero ela terminar sua frase, sigo na direção da saída. Fecho a porta ainda sentindo os passos de Sarah me seguindo.

            Sinto meus passos se apressarem contra o chão, o frio já não me atingia. Eu estava entrando em um estado de choque. Quando percebo já estou correndo e em poucos minutos entro na porta de trás da padaria. Peeta está de costas para mim, parecendo  moldar uma massa para algum pão ou bolo. Mas isso não importa agora. Solto um som estranho da minha garganta fazendo com que ele perceba minha presença. Seus olhos demonstram em primeiro momento a vejo alegria a me ver, mas depois posso ver a angustia atravessar seus olhos, ao perceber quão abalada estou. Sem pensar corro imediatamente para seus ombros. Seus abraços me fazem soltar inúmeros soluços. Ouço-o dizer palavras de preocupação e consoladoras, mais só consigo pensar nas imagens da arena e os corpos de Glimmer e Sophie.

            Aos poucos meus soluços vão se silenciando. Peeta tinha me levado ate uma cadeira mais próxima. Ele está agachado a minha frente, olhando em meus olhos provavelmente vermelhos. Olhando uma assassina que eu sou. Penso na minha filha. Ela não merecia tudo isso. Ela não merece uma mãe como eu. Eu não mereço nada. Penso em Sarah e em seu luto, por sua irmã morta. O ódio que ela sentiu por mim, o mesmo que sentir por Coin. Queria de alguma forma esquecer tudo aquilo. Arrancar das minhas lembranças.


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Notas finais do capítulo

e ai minhas Flores de Primroses(tao lindas quanto essa Primula) rsrsr
gostaram? espero que sim. queria um poukinho de drama. espero seus comentarios para saber oque acharam, dicas? mandem, mande e mandem.
bjokas ate a proxima. xeru.