~ Capitulo 41 ~ A estrada Solitária... A Colisão de uma Vida Inteira... O Segredo É Continuar Respirando... : Parte 1

--- Voltando algum tempo após a partida de Gaara do Japão para a Inglaterra—

Era por volta de duas horas da tarde quando Gaara chegou a Londres. Ao descer do avião não demorou muito a encontrar os assistentes de seu tutor que já o esperavam, havia três no aeroporto, dois ingleses e um japonês, o japonês se aproximou do jovem e o chamou pedindo que o seguisse, o ruivo obedeceu e eles seguiram até um carro partindo rumo a casa onde o menino ficaria.

Vinte minutos depois da saída do aeroporto, Gaara chegou a uma grande casa luxuosa. O menino desceu do carro e foi levado até a sala enquanto suas malas foram carregadas pelos empregados do lugar até seu quarto. Pouco tempo depois de ser deixado sozinho no local, uma linda mulher se aproximou dele, ela tinha longos cabelos castanhos que caiam até a cintura, olhos em tom verde e aparência esbelta.

???: Gaara-kun... – Chamou serenamente a mulher.

Gaara virou-se e a encarou.

Gaara: Mei-sama...

A mulher se aproximou e o abraçou gentilmente.

Mei: Gaara-kun faz tanto tempo que não lhe vejo... Está mais crescido e muito bonito... – A mulher sorriu – Bom ver você!

Gaara: Obrigado Mei-sama...- agradeceu meio sem jeito o menino – É bom lhe ver também!

Mei: Você deve estar bastante cansado... Venha!...Vou lhe mostrar onde você vai ficar...

Gaara: Hai...

Gaara acompanhou Mei até o quarto onde ficaria.

Gaara: Mei-sama...Onde ele está?

Mei: No trabalho...

Gaara:..

Mei: Gomen...Gaara-kun...

Mei parou em frente à porta do quarto do menino, ele também cessou os passos e a fitou.

Mei: Deve está sendo difícil pra você...

Gaara baixou a cabeça.

Mei: Eu tentei fazer tudo que estava ao meu alcance para não deixar que você voltasse a esse inferno... – disse a mulher melancolicamente.

Gaara: Tudo bem Mei-sama... – O menino levantou a cabeça - ...Eu já sabia que esse dia chegaria...Eu, de certa forma, já havia me preparado para isso...

Mei virou-se para o menino e novamente o abraçou.

Mei: Karura pode não está mais aqui...Mas eu prometi a ela que cuidaria de você...Se precisar de qualquer coisa pode falar meu querido...

Gaara: Hai...

Mei: Fique a vontade...

A mulher sorriu para o menino, se afastou e em seguida saiu deixando Gaara sozinho. O jovem adentrou no quarto e cansado se atirou na cama.

Gaara: Mãe...Será que algum dia eu estarei livre de tudo isso?...

O garoto fechou os olhos e adormeceu.

---- FLASH BACK ON ----

Uma criança por volta de seis anos de idade, corria desesperadamente em direção a um pequeno casebre, naquele dia, chovia intensamente e as lagrimas que escorriam pelo rosto do pequenino desapareciam junto às gotas de chuva que caiam.

???: OKAA-SAN!!

A criança abriu a porta do quarto bruscamente onde sua mãe estava deitada em seu leito de morte. No local havia também outra mulher, dois enfermeiros, um médico e dois guarda-costas.

???: Meu pequeno... Aproxime-se, por favor...Fique perto da sua mãe... – A mulher estendeu a mão para que a pequena criança se aproximasse, ela estava deitada com uma pequena compressa de pano na cabeça, tinha o rosto pálido e cabelos na altura dos ombros, em tons castanhos.

???: Karura... – Disse outra mulher que estava ao lado da enferma e que pelo rosto inchado mostrava que havia chorado muito – Por favor!!...Não se esforce...

Karura: Tudo bem Mei... – disse com dificuldade Karura e depois voltou a olhar o pequeno menino parado em frente a porta – ...Meu pequeno Gaara...Venha...

O menino correu até onde estava a mulher. Ele, com suas pequeninas mãos, afagou as mãos de sua mãe e pôs-se a chorar.

Gaara: Okaa-san...

Karura: Mei...Poderia me deixar a sós com meu filho...

Mei: Claro...

Mei se levantou e saiu junto do médico, enfermeiros e guarda-costas que estavam no local.

Karura: Meu filho...Preciso que me escute com atenção...Por favor...Não diga nada...Apenas me escute... – a mulher tossiu, sua voz estava bastante rouca e ela fazia o máximo possível pra falar - ...Sua mamãe não está mais tão bem como antigamente...Talvez...talvez ela tenha que partir hoje e fazer uma viagem para bem longe...

Gaara: Okaa-san...Você piorou??...Você disse que ficaria melhor... – o pequenino começou a verter mais lágrimas – ... Kaa-san...não precisa mentir pra mim...Você está morrendo não é? – o menino mordeu os lábios tentando agüentar a dor que sentia em dizer tais palavras.

Karura ficou surpresa com as palavras do filho. Depois sua expressão mudou, ela sorriu amavelmente e seus olhos lacrimejaram.

Karura: Entendo...Você não é mais uma criança...Gaara, você cresceu bastante, já entende bem as coisas...- Karura acariciou e pousou suavemente sua mão sobre o rosto do filho - Meu amado filho...Eu fiz uma coisa imperdoável com você...

Gaara: Okaa-san...

Karura começou a chorar.

Karura: Meu filho...Preciso que você me perdoe...

Gaara: Perdoar o que okaa-san? Não estou entendendo...

Karura: Minha criança...Sua mãe está muito doente e por causa disso foi ao hospital varias vezes...Sei que você sabe disso...Lembra-se quando toda vez que eu ficava internada, você preocupado me perguntava como íamos pagar as dividas dos hospital?...- Karura fez uma pausa, suspirou e prosseguiu - ...Então meu amor...Eu lhe dizia que não se preocupasse pois um anjo nos ajudava sempre...

Gaara: E onde está esse anjo?...Porquê ele não nos ajuda agora??...Kaa-san!!...

Karura: Meu querido...Esse anjo é você!!...

Gaara: Eu??...- o garotinho ficou surpreso.

Karura: Sim meu amor!!...É você!...Mas esse anjo teve que fazer um acordo...Sem saber...

Gaara: Acordo??...

Karura: Sim...Meu amor...Você lembra do Senhor Chikamatsu?...Aquele senhor que vinha sempre visitar sua mamãe?

Gaara respondeu positivamente com a cabeça.

Karura: Era ele que sempre pagava o meu tratamento...

Gaara: Então o anjo não seria ele?...

Karura: Não meu pequeno Gaara... Por causa da divida que se acumulou e como eu nunca tive dinheiro para paga-lo, ele me obrigou a oferecer algo em troca... A coisa mais importante pra mim... - A voz da mulher falhou e ela começou a chorar angustiada – Eu ofereci você... Meu único tesouro... E agora você terá que servi-lo até que um dia cresça e possa pagar todo o dinheiro que estamos devendo... - A mulher derramava incontáveis lágrimas desesperada e arrependida... – EU ESCRAVIZEI VOCÊ!!... EU SOU UMA MÃE TERRIVEL!!...

Karura estava perdendo a sanidade e estava ficando descontrolada. Ela apertou forte o braço do pequenino.

Gaara: KAA-SAN!!...Tudo bem!!...Eu não estou bravo!! Mas por favor, me solte!! – O menino ficou assustado ao ver a mãe naquele estado e subitamente a abraçou tentando acalmá-la. O garotinho sentiu os fortes e acelerados batimentos cardíacos da mãe e preocupado lhe disse – Você é minha mãe e eu te amo!!...Sua vida, pra mim, é mais importante do que a minha própria... Eu não ligo pra esse acordo... Se você me trocou por causa de divida ou não... Eu não ligo... Mas por favor – Gaara, com sua voz trêmula, derramando lagrimas e apertando sua mãe, continuou a falar – Não me deixe mãe... Permaneça ao meu lado... Prometo ser um filho melhor... Não darei mais trabalho... Se precisar trabalhar encontrarei algo pra fazer pra que você não se esforce mais...Juntarei dinheiro e pagarei o senhor  Chikamatsu...Então fique comigo kaa-san...por favor...por favor...

Karura sorriu, afastou o filho e olhou-lhe profundamente nos olhos.

Karura: Meu Gaara...Eu não vou deixar você....Eu prometo...De onde eu estiver, cuidarei de você até o fim...Eu te amo... – A voz da mãe de Gaara permanecia chorosa - Mas quero que você me prometa que nunca vai fugir dessa dívida... Que você um dia vai paga-la e se tornar livre...Não só por mim...mas por você também...Chikamatsu não vai lhe deixar em paz até que esse assunto seja resolvido, ele é ganancioso e não se importa com os sentimentos das outras pessoas...Me perdoe meu filho...Eu jamais queria ter lhe colocado nessa situação... - A mulher beijou amorosamente o filho na testa e depois o abraçou fechando os olhos lentamente.

Gaara: OKAA-SAN!!...EU PROMETO... EU PROMETO... MAS POR FAVOR...NÃO VÁ...OKAA-SAAAAAAAAAAAAAAAN!! – Gritava o menino que agora segurava as mãos da mãe nas suas.

 Silenciosamente, a mãe de Gaara adormeceu para um sono eterno. O menino ficou sem ação, a primeira atitude tomada por ele foi olhar para a mãe sem acreditar no que estava vendo, preferiu pensar que ela apenas adormecera de cansaço, contudo ao tocar-lhe o rosto, de imediato percebeu que sua mãe havia falecido. Gaara perdeu a voz, seus batimentos aceleraram e ele começou a gritar e chorar alto, no lado de fora do quarto, Mei entendeu o motivo daqueles gritos de agonia e caiu em prantos.

 Depois de algum tempo, Mei criou coragem, entrou no quarto e viu o menino chorando debruçado sobre o corpo da mãe, ela se aproximou e o abraçou, assim eles permaneceram por um tempo. A mulher o confortava enquanto a expressão da pequena criança permanecia assombrada. Não demorou muito para que Gaara caísse desfalecido nos braços de Mei, que o aninhou em seu colo e fez sua ultima despedida a amiga. Depois dali partiu levando consigo o pequeno garoto que a partir daquele momento passaria por vários momentos difíceis.

---- FLASH BACK OFF ----

Gaara levantou-se rapidamente depois que relembrara do passado. O garoto estava um pouco atordoado. Ele olhou pela janela e viu que havia dormido bastante tempo, pois já era noite.

Gaara: Kaa-san...

O menino escutou batidas na porta e em seguida uma das criadas da casa entrou no quarto lhe avisando que o patrão estava a sua espera na sala de jantar. Gaara agradeceu o aviso e após tomar banho, foi ao encontro do seu tutor.

Chikamatsu: Bem vindo Gaara...- Sorriu ironicamente o homem – Quanto tempo...

Gaara: Boa noite Chikamatsu-sama...

Chikamatsu: Ora! O que vemos aqui...Parece que não foi uma má idéia ter mandado você de volta para o Japão naquela época...Aprendeu bons modos...

Gaara ficou calado.

Chikamatsu: Sente-se...- Disse o senhor que estava sentado a mesa com o queixo apoiado sobre as mãos.

Gaara fez o que seu tutor disse, apesar da obediência, o jovem escondia um enorme rancor em seu coração em relação à Chikamatsu, podia se perceber na maneira como o garoto o olhava. Mei estava sentada ao lado do marido apenas observando a atmosfera que se formava durante aquele dialogo.

Chikamatsu: Tudo bem...Não forçarei você falar nada...Prefiro da maneira como está, então vou direto ao ponto...

Gaara ficou atento.

Chikamatsu: Não vamos falar sobre o passado, mas sei que você sabe do acordo que sua mãe e eu fizemos... Ele é o motivo de você está aqui... Por isso a primeira coisa que eu devo lhe dizer é que aconselho você a esquecer tudo sobre seu passado... Amigos... Banda e sonhos... Isso não existe aqui... Você agora trabalhará exclusivamente pra mim a partir de amanhã...Claro! Eu vou lhe pagar uma quantia... Não muita, mas quem sabe se você for juntando aos poucos não consegue o dinheiro que sua mãe me devia?? – Gargalhou sarcástico o homem.

Gaara fechou o punho tentando controlar a raiva que sentia, ele olhou pra Mei que na troca de olhares o pediu que mantivesse a calma.

Mei: Já chega Chikamatsu!! – a mulher repreendeu o marido.

Chikamatsu: Não fique chateada Mei...Só estou me divertindo um pouco!! – Ele direcionou seu olhar desprezível a ela.

Gaara: Com licença... – O menino se levantou -...Perdi o apetite, estou voltando ao meu quarto...- Ele deu uma ultima olhada para Chikamatsu que apenas o observou sair sorrindo ironicamente.

Mei: Também perdi o apetite! – desgostosa a esposa do homem também se retirou o deixando sozinho.

Era tarde da noite, o relógio marcava 22:10H, Gaara estava deitado na cama observando as fotos gravadas em seu celular, entre elas muitas de Sakura. Após um tempo ele desligou o telefone e o jogou para longe, pegou um travesseiro e cobriu o rosto, ao sentir algo pousar suavemente ao seu lado, o garoto afastou o travesseiro e viu sentada ao seu lado Mei que tinha nas pernas uma bandeja com algumas coisas que ela havia trazido da cozinha.

Mei: Preparei pra você... Sei que deve estar com fome... – A mulher sorriu carinhosamente para o menino.

Gaara se levantou e sentou ao lado dela.

Gaara: Obrigado Mei-sama... – O ruivo sorriu e olhou para Mei que estava apenas de camisola, ele corou e desviou o olhar.

Mei: Está tudo bem Gaara-kun?

Gaara: Hai...Obrigado Mei-sama...

Mei: Desculpe pelo Chikamatsu...

Gaara: Tudo bem Mei-sama...Não foi sua culpa...

Mei: Gaara-kun...

Ela sorriu para Gaara e ele retribui o gesto, depois eles ficaram conversando bastante sobre muitas coisas, ela o pediu que não se preocupasse quanto aos seus estudos, pois eles seriam pagos por ela, o menino agradeceu e eles permaneceram conversando até tarde da noite.

No dia seguinte o menino foi chamado para acordar cedo, as roupas que vestiria já estavam preparadas, pelo que observara ele já sabia qual seria seu trabalho, provavelmente entregador de produtos maquinários. Chikamatsu era dono de uma empresa que produzia maquinas e exportava ao exterior, ele tinha parceria com algumas pessoas do Japão.

Após se arrumar e tomar café, ele foi junto de Chikamatsu ao seu local de trabalho, durante todo o caminho não houve nenhuma troca de palavras entre os dois, para Gaara era como se seu tutor não existisse, o homem também não se importava com isso.

Chegando a empresa, o garoto foi levado ao lugar onde se encontraria com seus companheiros de trabalho, depois de uma rápida recepção ele foi designado a juntar-se com outro garoto, dois anos mais velho que ele, e que se chamava Juugo. Ele também era japonês. Durante o dia eles aos poucos foram se conhecendo e se tornaram amigos, o trabalho que era feito se resumia em entregar os vários os produtos produzidos as respectivas lojas que os venderiam. Gaara fez varias perguntas ao menino e entre elas o questionou o porquê dele trabalhar naquele lugar, Juugo contou-lhe que sua família não tinha muitas condições e que precisava do dinheiro para ajudar a manter a casa, isso de certa forma fez o ruivo se identificar com a historia do amigo já que há tempos atrás ele se encontrava em uma situação parecida.

Os dias foram passando rapidamente, apesar de que para o jovem parecia durar uma eternidade. Gaara não tinha amigos, apenas Juugo e Mei, que era sempre meiga e o tratava muito bem. Ele não fazia mais nada além de trabalhar nas entregas pela manhã até o final da tarde e durante a noite estudava.

Em seu tempo livre, Mei o fazia companhia o que o deixava não se sentindo tão solitário, em contrapartida, Chikamatsu já tinha começado a se incomodar com a proximidade entre sua mulher e o seu tutelado e em conseqüência disso começou a explorar ainda mais o pobre garoto que não podia fazer nada.

Era sábado de noite, Chikamatsu havia feito uma viagem de negócios para Oxford e só voltaria na segunda, Gaara tinha acabado de chegar do trabalho quando percebeu a grande movimentação na casa. Estranhando aquilo ele parou uma das criadas e perguntou o que tinha acontecido, a mulher respondeu que uma das empregadas encontrara Mei desmaiada no banheiro do quarto, cheia de ferimentos. Imediatamente Gaara correu ao encontro da mulher e adentrou no cômodo. Mei já estava acordada e com os curativos feitos. O enfermeiro que estava no local saiu e os deixou sozinhos.

Mei: Gaara-kun...Você voltou cedo... – A mulher sorriu tentando mostrar que estava tudo bem.

Gaara: Mei-sama...O que aconteceu?...

Mei: Não aconteceu nada Gaara-kun...Eu só –

Gaara: NÃO MINTA PRA MIM!! – Disse o menino alterado e percebendo que a tinha assustado retomou a calma – Foi ele não foi?...

Mei desviou o olhar.

Gaara: Chikamatsu que fez isso com você... – Ele a encarou sério - ...Não tente parecer que está tudo bem...Foram incontáveis as vezes que escutei vocês dois discutindo...E eu sempre fui o motivo das discussões...A culpa é minha Mei-sama...Me perdoe...Eu nunca devia ter deixado que você se aproximasse tanto de mim...

Mei: ESTÁ ERRADO!! – Exclamou a mulher que abraçava os joelhos escondendo o rosto – Está errado... – ela suspirou - Eu lhe defendi e não me arrependo de ter feito isso...Eu devo te proteger e não porque fiz uma promessa a minha melhor amiga mas porque eu gosto de você como se fosse meu filho...

Gaara ficou surpreso com as palavras de Mei.

Mei: Eu amava a sua mãe.. – Mei começou a chorar – ...Ela era como uma irmã que nunca tive e você...Gaara-kun...me lembra muito ela...Assim como Karura, você é muito importante pra mim...Você é o único tesouro que ela deixou...Então por favor...Não diga tais coisas...

Gaara se aproximou, sentou-se na cama e a abraçou.

Gaara: Desculpe...Me desculpe Mei-sama...Mas eu não posso deixar de  me culpar pelo que aconteceu com você...

Mei: Gaara-kun...Essa não é a primeira vez...Chikamatsu sempre foi muito violento...

Mei apertou Gaara em seus braços.

Gaara: Então porque nunca fez nada para evitar isso??...Por que continuou casada com ele?

Mei: Isso é complicado...A questão é que sempre vivi presa a ele...Eu estava cega pelo amor e naquele época eu não trabalhava – A mulher se afastou do menino e enxugou as lágrimas – Eu estava grávida do meu primeiro filho...

Gaara ficou atento.

Mei: Depois que nos casamos, tudo estava bem, mas com o tempo a convivência com Chikamatsu foi ficando insuportável... Eu descobri que ele estava me traindo com outras mulheres e nós começamos a brigar muito... Ele nunca foi de ter paciência e por isso sempre partia pra violência... Apesar de tudo eu continuava a amá-lo e acabava deixando passar tal brutalidade... Quando descobri que estava grávida do meu primeiro filho... – Ela fez uma pausa, olhou pra Gaara e continuou – Kankurou...Seu irmão mais velho...Chikamatsu ficou mais tolerável e calmo e eu fiquei menos preocupada, porém eu apenas me enganei...Não demorou muito pra ele começar a agir novamente daquela forma...Agressivo...E nesta época não só eu mais Kankurou também sofreu muito...Foi então que a idéia da separação me passou pela cabeça, porém eu não trabalhava e não tinha como sustentar um filho sozinha...Eu também não queria perder a guarda do Kankurou para um pai agressivo já que por ele trabalhar e eu não seria mais fácil o deixarem com ele...Foram anos terríveis mas eu tive que suportar ficar ao lado dele...Na época morávamos no Japão e quando a Karura faleceu ele adotou você e nós viemos morar aqui, não sei se você se lembra porque era muito pequeno e a perda recente da sua mãe lhe transtornou tanto que lhe deixou doente muito tempo... Depois que você e a Temari foram mandados ao Japão para ficar aos cuidados do Yashamaru, Kankurou procurou estudar bastante porque queria ser um grande médico e acabar com as humilhações que nós sofríamos do Chikamatsu...Vendo seu esforço, eu também me dediquei bastante no que eu realmente queria trabalhar e com o tempo consegui alcançar o que desejava...Me formei em arquitetura e hoje trabalho para uma grande empresa do ramo...Kankurou ganhou um estagio nos Estados Unidos e depois que ele foi embora eu fiquei sozinha...

Gaara: Mei-sama...Não sabia que você tinha sofrido tanto...Você sempre foi tão paciente, cuidadosa e amável comigo, mesmo tendo passado por tudo isso...

Mei: Obrigada meu querido...

Ela sorriu para o menino.

Mei: Sabe Gaara-kun...Apesar de querer denunciá-lo eu não conseguia e ainda nem penso em fazer isso...Eu também não agüento mais deixar as coisas como estão...Eu vou me separar dele...Eu já estou certa da minha escolha...

Gaara: Essa casa vai ficar solitária sem você...

Mei: Não se preocupe...Eu não vou te deixar...Se tiver que ir, te levarei comigo – A mulher segurou as mãos do jovem garoto que corou.

Batidas na porta interromperam a conversa dos dois e uma criada entrou no quarto procurando por Gaara. Ela pediu que o menino o acompanhasse até a sala porque haviam pessoas o esperando. Ele então deu um beijo na testa de Mei e saiu em direção a porta.

Gaara: Eu volto logo...

O menino saiu e foi até a sala, chegando ao local se deparou com três caras desconhecidos.

Homem 1: Você é o Gaara certo?

Gaara: Hai!.. – O menino olhou desconfiado.

Homem 2: Nosso chefe pediu que te levássemos até ele...

Homem 3: Ele quer dá uma palavrinha com você...

Gaara: Onde ele está?

Homem 1: Precisamos que nos acompanhe...

Gaara estranhou o modo como eles falavam.

Gaara: Está tarde...Vocês poderiam passar aqui amanhã?...

Home 2: Nosso chefe não pode esperar...Você vem com a gente hoje! – Riu ironicamente o homem que colocou a mão sobre o casaco mostrando que dentro dela havia uma arma.

Gaara sabia que não era brincadeira e para não envolver ninguém em perigo ele aceitou acompanhar os três suspeitos.

Da janela do quarto Mei observou Gaara saindo com os três homens que não demonstravam confiança e preocupada pegou as chaves do carro, o celular foi até a garagem e após os quatro partirem no carro ela os seguiu cuidadosamente, o destino foi uma pequena fabrica abandonada. Mei estacionou o carro um pouco distante para que os três homens não a pudessem ver, em seguida ela discou o numero de uma das suas amigas e contou que algo estranho estava acontecendo, pediu-lhe também que se ela não retornasse a ligação pelo menos até a tarde do outro dia era pra amiga ligar para a policia e rastrear o número do seu celular através da ultima ligação feita. A mulher do outro lado da linha não atendeu direito, mas percebeu que algo sério estava pra acontecer.

Mei jogou o celular no banco do carro, trancou o veiculo e saiu correndo rumo ao local onde Gaara estaria.

........................

Enquanto isso, dentro da fabrica, o menino foi empurrado para dentro de uma saleta escura. De algum lugar, a um homem começou a falar com o garoto.

Chefe: Gaara...Chikamatsu parece que não lhe treinou bem...

Gaara: Quem é você??

Chefe: Você não precisa saber...Apenas me responda uma coisa...Onde estão as encomendas que pedi que me entregasse ontem??

Gaara: Não estou entendendo...Que encomendas?

Chefe: Não se faça de desentendido...Se você foi designado a esse trabalho como um cão do Chikamatsu, então você deve saber...

Gaara: Que trabalho??? – Perguntou sem entender do que o homem estava falando – Eu apenas faço entrega de produtos maquinários...

Ao ouvir tais palavras, o homem e os seus capangas caíram na gargalhada.

Chefe: Não se façam de desentendido!! – Disse já sem paciência – Se não quer me dizer então talvez você me diga a força...

Após dizer isso, os capangas do homem que falavam com Gaara o atacaram, o menino conseguia suportar por um tempo já que sabia lutar e agora dava tudo que podia para se proteger no entanto, um deles que estava armado sacou a arma e atirou na perna do menino que perdeu o equilíbrio e caiu no chão.

Gaara: AHHHHHHHHHHHHHHHH! – Gritava de dor o menino que se contorcia no chão.

Os outros aproveitaram a invulnerabilidade do ruivo e começaram a aplicar-lhes golpes em todas as partes do corpo fazendo-o cuspir bastante sangue, formando um “mar vermelho” em sua volta, em decorrência disso lentamente o menino foi perdendo a consciência. Antes de desmaiar por completo Gaara com sua visão turva viu entrar no local um homem forte que com suas mãos aprisionava uma mulher, ele não sabia quem era mas tinha certeza que dela ouvia gritos o chamando desesperadamente.

Abatido Gaara desmaiou sem entender o motivo de aquilo estar acontecendo.

--- To be continued ---

COMENTARIOS

Mais um capitulo saindo pra vocês \o/ \o/

Esperamos que tenha agradado =] =]

Só para mais informações gente...Esse capitulo se passa no mesmo tempo em que está acontecendo as outras coisas no Japão rsrsrsrs

Chikamatsu é o nome de um personagem do Naruto, criado pelo Tio Masashi, da vila da areia que foi um poderoso ninja de Sunagakure no Sato, ele foi o criador do Kugutsu no Jutsu, a técnica de manipular marionetes.

Nós colocamos esse nome no tutor de Gaara pelo fato de não termos encontrado o nome verdadeiro do Yondaime Kazekage. ^^ ^^

No próximo capitulo nós retornaremos aos acontecimentos no Japão, ou seja, a segunda parte da história de Gaara só será concluída no próximo capitulo de  A estrada Solitária... A Colisão de uma Vida Inteira... O Segredo É Continuar Respirando...: Parte 2

Obrigada pelo apoio!! *-* *-*

Bjussssss no kokorooooooo!!!!!

ASSISTAM ONE PIECE!!!!