POV Hermione

Acordei no dia seguinte com um pouco de dor de cabeça, provavelmente por causa da poção que tomei na noite anterior.

Ainda meio sonolenta levantei-me e fui para o banheiro. As outras meninas ainda dormiam.

Até que ficar na Ala Hospitalar sem fazer nada não era tão má ideia assim. Agora teria que levantar cedo, aturar certos professores entre outras coisas. Sempre gostei disso desde pequena, mas me bateu uma preguiça que não tinha vontade nem de levantar da cama para ser sincera.

Entrei no quarto enxugando meus cabelos. Ginny já havia acordado e estava penteando o cabelo.

– Bom-dia. – A ruiva saudou-me e voltou a atenção para os cabelos que pareciam pegar fogo como os de Fred no sol. – Sua perna está melhor?

– Ainda dói, mas pelo menos estou longe da Ala Hospitalar. – Ela sorriu, mas pude perceber que estava meio tristonha.

Por um segundo pensei em perguntar, mas Lilá levantou-se e as duas começaram a conversar. Achei melhor não interromper até porque no fundo acho que a ruiva não iria querer falar sobre isso.

Os dias estavam passando rápido e por mais que eu tentasse parar o tempo parecia que ele andava mais rápido. Ginny e Harry continuavam na mesma: Um sem falar com o outro; Ginny por orgulho e até mesmo acho que mais por magoa e Harry por falta de coragem – O que é estranho afinal, ele já enfrentou um Trasgo, um Basilisco, Voldemort entre muitos outros seres e não tinha nem ao menos coragem de dizer um simples “Oi” para a ruiva. Isso realmente me intrigava.

As coisas com Fred andavam as mil maravilhas. Acho que Rony foi o único a não perceber o que estava realmente acontecendo.

Quando me dei conta já era sexta-feira. A visita a Hogsmead se aproximava e podia se perceber isso pelo comportamento dos alunos. Todos muito bem humorados e alegres.

– Ainda não intendi esse dever de Transfiguração. – Harry disse enquanto sentava-me ao seu lado em uma mesa no salão comunal.

Vários livros e pergaminhos estavam abertos e espalhados na mesa. Podia-se perceber que ele não sabia ao menos o que estava fazendo.

– Eu já fiz o meu. Não é tão complicado assim. – Ele sorriu e voltou a atenção para um livro empoeirado com capa azul. – É mais difícil fazer os deveres sem um livro ‘especial’. Pena que o “Príncipe” não tem um livro de Transfiguração rabiscado.

– Mione, já era para ter superado isso. – Ele novamente voltou a atenção para o livro.

– Não vai mesmo falar com uma certa ruiva? Acho que está chateada com você. – Ele não respondeu. Apenas ficou encarando o livro. – Harry James Potter! Estou falando com você. – Disse fechando o livro e puxando com força seu braço.

– Assim até parece minha mãe, é claro, se eu tivesse uma.

– Não mude de assunto. Não gosto de ver minha amiga triste o tempo todo.

– E eu meu amigo. – Ele retrucou emburrado.

– Como assim?

– Nada, nada... – Abriu o livro e começou a folheá-lo.

– Por favor, fale com ela.

Levantei-me e fui em direção aos dormitórios.

POV Draco

Tinha que fazer isso hoje. O prazo da aposta acabava agora e eu não tinha nem chegado perto da sangue-ruim nessa última semana. Também, ficara difícil depois que ela começou o romancezinho com o traidor de sangue. Ele parecia um guarda-costas, sempre seguindo-a onde quer que ela fosse. Não conseguia pegá-la sozinha e muito menos distraída. Isso quando não estava com o Potter.

Estava na carruagem em direção à Hogsmead com Blásio, Pansy, Crabbe o Goyle.

– Ainda não gosto dessa aposta! – Pansy exclamou cortando o silêncio que predominava no local.

– Pois eu estou adorando. – Blásio falou como sempre irônico enquanto olhava friamente para a janela. – Vou ganhar 20 galeões.

– O prazo ainda não acabou. Você verá hoje, no Três Vassouras.

– Pode acreditar que vou ficar esperando.

X-X-X-X-X-X

Entramos no bar. Vários alunos de Hogwarts estavam sentados comendo e conversando. Entre eles a sangue-ruim e o traidor de sangue.

Na hora me bateu um pouco de desespero e por pouco não saí correndo pela porta. Não me agradava nada fazer isso e muito menos em um lugar público com tantas pessoas me olhando.

Zabine estava ao meu lado rindo de minha cara.

– Vê se não amarela. Como é mesmo que eles dizem? Ah, é mesmo: “doninha”. – Gargalhou e sentou-se em uma mesa próxima a dos dois.

Pude perceber que de vez em quando o Weasley me encarava. Procurei desviar o olhar todas as vezes.

– Ande logo, Draco! – Blásio sussurrou em meu ouvido.

Levantei-me ainda meio receoso e aproximei-me da mesa dos dois.

– Já cheguei HERMIONE – Essas palavras saíram com muito custo da minha boca. – vamos ao que interessa.

– O que foi Malfoy? O que está fazendo aqui?

Puxei-a da mesa e beijei-a. Por um segundo achei que ela havia gostado. Por um segundo vi isso transparecendo em seu rosto. Por um segundo.

Passei as mãos em volta de sua cintura enquanto ela tentava se soltar.

Com muito esforço cumpri comeu desafio. Afinal, sou um Malfoy. Tenho uma reputação a zelar.