O olhar dele estava focado nela á mais de cinco horas, ele não sentia-se cansado, não tinha sono e nem nenhuma outra dessas necessidades básicas, isso só acontecia quando ele estava perto dela.

Gostava de velar seu sono, afinal, enquanto ela dormia podia ficar bem perto dela sem correr o risco de atrapalhá-la em alguma coisa. Ela era linda dormindo, tinha o sono tranquilo e pesado, seus cabelos loiros caiam lindamente em cachos pelo travesseiro branco e macio, seu perfume enchia o quarto com um doce aroma de morangos e sua expressão era angelical.

Ele estava sentado na cama de frente para ela, tinha um sorriso nos lábios e uma vontade enorme de deitar junto com ela, mas não podia dar-se ao luxo de chegar tão perto assim... Eram as regras.
 Malditas regras, elas o deixam tão perto dela, mas ao mesmo tempo tão longe... Eles haviam praticamente crescido juntos, ele esteve ao seu lado todo esse tempo... Era impossível que não se apaixonasse por ela.
 No mundo, cada um tem um tipo de "guardião", alguns costumam chamar esses guardiões de "anjos", mas isso varia de acordo com a religião que decidimos acreditar, o fato é que sempre temos algo nos protegendo independente da crença. Esses guardiões podem ser designados ao longo do tempo, podendo haver trocas e até mesmo dispenças dependendo do trabalho que fazem.

Alguns guardiões protegem as pessoas até determinado tempo de suas vidas, para depois dar lugar á outro guardião, mas há casos mais especiais, onde um guardião é criado para proteger uma determinada pessoa durante toda a sua vida, aprendendo e crescendo com a pessoa que protege.

 Era esse o caso de Percy, um dos poucos no mundo que ainda eram assim. Quando a linda e doce Annabeth Chase nasceu, uma ordem maior decidiu que ela deveria ter um guardião interino, no mesmo momento, Perseu criado, mas tarde apelidado carinhosamente pelos outros guardiões de "Percy". Annabeth era especial, sua família era complicada e sua vida repleta de desafios, sua mãe a ababandonou com poucos dias de vida na casa do pai, que mais tarde casou com uma mulher que a odiava, teve outros dois irmãos que não a aceitavam por ser a única "bastarda" na casa. Por isso, quando fez cinco anos fugiu de casa seguindo sem direção pelo mundo a fora.

Aquela fora a primeira vez que Percy teve que trabar de verdade para mantê-la segura, apenas com cinco anos de criação, igual a ela, colocou em seu caminho duas outras pessoas que enfrentavam a mesma situação, dois adolescente que passavam por problemas parecidos, Thalia Grace e Luke Castelan.

 Por sorte eles puderam ajudá-la, levando-a para um lugar onde ofereceram abrigo e cuidado para os três... Pouco tempo depois, os três foram encontrados e levados de volta para casa o que não facilitou suas vidas, mas, pelo menos também não acabou com a amizade deles.

O tempo foi passando e Annabeth foi crescendo, sempra acompanhada por Percy. Nos momentos em que ela se sentia perdida ele estava ao seu lado, segurando, simbolicamente sua mão, afinal, um guardião só tem poder para tocar em seu protegido quando os dois atigem a maioridade.

 Em poucos dias Annabeth faria 18 anos e Percy poderia fazê-la sentir sua presença com contato físico. E mesmo ele não sabendo, ela sebe de sua existência, não claramente, mas ela tem certeza que alguma coisa a protege, desde sempre, ela tem sensação de alguém a acompanha, sempre achou que fosse sua mãe, já que seu pai havia dito que ela estava morta, mas quando ele desmentiu esse fato, Annie teve certeza que era uma presença masculina...

Ela o chamava de "bom anjo da guarda", pois ele tinha sido perfeito até agora, desempenhava seu trablho com perfeição, ela estava sã e salva até os dias de hoje... Era até mesmo como seu conselheiro, as vezes ela se pegava falando sozinha e pedindo conselhos para o nada, mas sabia que ele estava lá, de alguma forma. Mesmo nunca sendo ligada na religião ela acreditava que alguém a protegia, sabia que ele estava sempre com ela...

O amor que Percy sentia por aquela mulher era inesplicável... Ele queria apenas o melhor para sua loirinha e mesmo que ela o matasse todos os dias quando sofria de amor por Luke, ele queria abraça-la, pega-la no colo e dizer que tudo ficaria bem, mas não podia... Em primeiro lugar, não devia nem se apaixonar por ela, mas agora já estava feito, só precisava se manter discreto e continuar amando-a em segredo.

Mas por pouco tempo...

Porque o destino estava pronto para colocar o amor ao alcance dos dois...

Porque o destino sempre conspira para juntar os corações apaixonados!