Pov: Annabeth.

Dizem que o tempo cura tudo, mas quando o tempo demora a passar... a cura fica cada dia mais longe. Eu gostaria muito de dizer que depois de alguns dias eu me reergui e voltei a ser quem eu era, que as coisas voltaram a ser como antes e que tudo aquilo, para mim, não havia passado de um momento ruim. Mas não era bem assim. Pelo menos eu não precisava passar por tudo isso sozinha. Depois que Thalia bateu na minha porta naquele dia, bom, posso dizer que nossa relação voltou a ser como era, ou algo assim, talvez até mais forte do que antes. Conseguimos resgatar o que tínhamos antes, aquela relação de amizade que construímos com tempo. Nunca mais ouvi falar de Luke, pelo que descobri, ele e Thalia também haviam brigado feio, ela não me disse o motivo real, mas acho que posso fazer um ideia. Luke mudou muito, anda bebendo e fazendo coisas que eu nunca imaginei que ele podia realizar, era como se eu tiversse perdido meu amigo para um lado sombrio dentro dele que eu não imaginava que existia.

Eu podia dizer que estava seguindo em frente muito bem e que nada havia mudado na minha rotina, mas seria mentir para mim mesma. As coisas estavam sim, muito diferentes, eu chegava em casa de tarde e não o encontrava esperando por mim. Agora Thalia voltara a dividir o apartamento comigo, para ver se eu não ficava tão sozinha como antes. Pode parecer loucura da minha parte, mas eu ainda posso sentí-lo perto de mim, é como se ele estivesse a todo o momento do meu lado... Numa estranha sensação que eu já sentira antes,de... proteção. Eu não fazia ideia de para onde ele fora, muito menos s um dia iria voltar (coisa que acho difícil), mas ainda não tenho ideia de como me sentir nessa nova fase em que tenho que conviver com o fato de tê-lo perdido, de ele ter me deixado sem maiores explicações... apenas com um bilhete...

Ainda estava perdidamente apaixonada por ele, o que só deixava as coisas mais complicadas... Perseu Jackson ainda era um mistério para mim. Desde o momento em que ele aparecera ao momento em que sumira, não me lembro de tê-lo realmente conhecido, era como se a entrada dele na minha vida fosse completamente programada para sumir sem deixar rastros. Vou explicar, no tempo que passamos juntos havíamos comprado roupas para ele, batido fotos e feito uma série de outras coisas juntos, mas, depois que ele se fora, não encontrei nenhuma dessas coisas. Era como se ele nunca houvesse estado comigo, mas eu sabia que sim. Se a intenção de tudo aquilo era me levar a questionar minha sanidade, estava funcionando... Estavam brincando com a minha mente, num longo jogo de realidade, onde eu tento desvendar se a aparição dele era mesmo real ou se eu inventara tudo aquilo por ter brigado com Luke e Thalia.

E por mais que fosse compliacado, eu sabia que não fora um sonho, eu sentia isso. Sabia que todos os momentos que tivemos ainda estão vivos em algum lugar no tempo. Sei que, onde quer que ele esteja, ainda pode se lembrar de mim.

Sabia muito bem que devia esquecer que aquilo havia acontecido, ou seja, esquecer dele. Mas eu ainda não estava pronta para deixá-lo... Não agora. Nesses últimos dias eu não venho me sentido muito bem, estava mais cansada, me sentia tonta e com uma interminável vontade constante de vômitar. Se eu já estava mal pelo o que havia acontecido com Percy, agora estava realmente pior.

-Annie, você está bem? -perguntou-me Thalia quando entrava no meu quarto.

-Não muito. -respondi com a voz fraca. Eu havia chego em casa quase me arrastando, estava um pouco tonta e com dor de cabeça.

-Você tem que ir ao médico Annabeth, não pode brincar com você mesma. Está desse jeito há algum tempo, tem que se tratar.

-Deve ser só um resfriado... Vai passar logo.

-Sei, você já está me dizendo isso há... Oito semanas. -ela disse a útima frase com um certo tom de surpresa, como se tivesse percebido alguma coisa.

-O que é que tem? -perguntei olhando para ela, desenterrando minha cabeça do travesseiro.

-Eu não tenho certeza, mas... -ela parecia escolher as palavras.

-Mas o quê? -insisti.

-Você já considerou a possobilidade de...

-De o quê? -Perguntei quase em um girto.

-De estar grávida do Percy?

-Grávida? -repeti a pergunta me sentindo uma idiota. Não podia ser, mas por outro lado, fazia muito sentido.

-Já faz oito semanas, você anda tendo esses sintômas... Eu acho que devíamos procurar um médico. Logo.

-É, o quanto antes. -falei passando a mão, quase que por intuição, na minha barriga. Não podia acreditar que havia mesmo algo crescendo ali dentro, mas de alguma forma... eu sabia que havia a séria possibilidade de Thalia estar certa.