The Secret escrita por Ronnie


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem! Deixem reviews!



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Minha avó tinha preparado um bolo de chocolate delicioso para eu comer, ela definitivamente não queria que eu morresse de fome na festa. Comi uns cinco pedaços de uma só vez, não tinha tomado café da manhã e nem almoçado, então esse seria o prato do dia, literalmente.

Depois de saborear as grossas fatias do bolo, fui para o quarto ver o que eu poderia fazer com meu cabelo que nunca queria me ajudar.

Eu sempre sou muito rápida quando se trata de roupa, sapato e essas coisas... Prefiro a praticidade do que a moda. Geralmente ando com um grande moletom cinza, calças jeans desbotadas e rasgadas nos joelhos e meu all star velho. Lembro-me que minha mãe comprou, certa vez, cinco all stares para mim, mas os usei pouquíssimas vezes, já havia me acostumado com aquele preto e surrado.

Olhei-me no espelho do armário do quarto que era de minha mãe e não conseguia decidir o que fazer com aquele cabelo que hora estava para um lado e hora para outro. Apesar de sempre liso e escorrido ele não se adaptava a nada! Então, preferi deixá-lo em uma trança, que pegava desde a nuca, perto da orelha direita e ia se entrelaçando até a outra extremidade, assim fazendo-a escorrer pelo meu busto e terminá-la com um prendedor que eu sempre deixava dentro do bolso de minha calça, por precaução.

Respirei fundo ao me olhar no espelho, fechei as portas velhas e fui para sala. Minha avó com certeza iria querer ver como sua neta havia ficado.

–Adorei essa trança, querida. – falou ela com um grande sorriso sentada na mesa, com suas cartas, olhando-me por cima dos óculos.

–Obrigada vovó. – sorri, arrancando um fiapinho de tecido que estava para fora.

–De nada, querida... – ela fitou-me, em silêncio, com uma das mãos no queixo, estreitando os olhos e com o rosto um pouco inclinado. – Está faltando alguma coisa aí... – disse ela pensativa. Alguns segundos de silêncio se deram, enquanto eu tentava imaginar o que poderia faltar, estava tudo ali... Roupa, tênis, penteado... – Ah! – exclamou ela, assustando-me. – Falta um colar brilhante! – era incrível como minha avó tinha mais senso de moda que eu, uma garota de 17 anos...

–Ah... – disse um pouco desanimada, vendo-a passar que nem um foguete para dentro de meu quarto, acompanhei-a com o olhar e quando ela já havia passado da porta a segui.

–Não! – exclamei no mesmo instante que adentrei.

Ela estava remexendo alguma coisa dentro daquele armário velho. Ela não poderia achar aquele objeto!

–O que foi?! – pulou ela, afastando-se do armário com os olhos arregalados.

–Nada... – tentei disfarçar, indo para perto das portas e as fechando devagar. – Pensei ter visto um inseto. – eu tinha que aprender a mentir melhor!

Ela estranhou meu comportamento, óbvio! Eu não deveria ter gritado, como fiz.

–Mas... Vovó... O que estava procurando? – sorri de forma envergonhada.

–Sua mãe costumava guardar algumas bijuterias aqui neste armário, então já que eu nunca mexi aqui, desde quando ela foi morar com o seu pai, achei que ainda estivesse aqui, mas não está. – ela parecia meio confusa, desnorteada.

–Talvez tenha levado para o sótão e não se lembre vovó. – falei, exatamente na frente das portas do armário, para que ela não o abrisse novamente. Ela me olhava com o olhar distante.

–É... Irei procurá-las lá. – falou ela saindo do quarto. – Já venho! – disse ela em tom mais alto com os pés já na sala e fechando a porta.

Vovó não deveria ter fechado a porta, assim não a veria chegar, mas por outro lado é bom, assim ela não me vê abrindo o armário novamente. – pensei.

Virei de frente para o armário e abri as portas com cuidado, para que não fizesse barulho, tirei alguns lençóis e lá estava ele, o objeto que mais me parecia um bracelete agora, olhando a luz do dia.

Ia colocá-lo novamente em minha mão para experimentar, mas algo na calda da cobra me chamou atenção. Havia como se fosse um papelzinho preso nela, enrolado com cuidado. O peguei com cautela. O papel era velho e amarelado, desdobrei-o e li. As palavras eram confusas e estranhas e no final havia a assinatura: “J.P.B”. Quem era? – perguntei-me.

Fui até minha calça enrolada em um canto da cama, pus o papelzinho no bolso e guardei novamente o bracelete, mas agora no bolso de meu casaco que estava junto a minha calça e blusa.

Vovó era esperta, não demoraria muito e ela iria ver o que tinha dentro do armário que eu não deixei ela ver.

–Estava lá mesmo! – a ouvi dizendo, já perto da porta.

Apressei-me em deixar tudo como estava, então me sentei na cama e comecei a arranhar a colcha, tentando disfarçar, bem... Apenas tentando.

–Que bom! – falei sorrindo, quando a vi passar da porta e se sentar ao meu lado.

–Aqui está! – falou ela com uma caixa de veludo vermelho nas mãos e a abrindo.

Era uma bijuteria mais linda que a outra, poderia duvidar até se eram jóias ou não.

Havia um colar de prata, com bolinhas penduradas pretas cintilantes... Olhando mais de perto vi que era uma gargantilha. Nunca gostei muito de gargantilhas, mas esta era diferente, não aparentava vulgaridade e sim charme, classe.

–Adorei esta! – peguei-a com cuidado, admirada.

Vovó soltou um leve riso.

–Esta gargantilha é a única jóia. Dei a sua mãe no seu aniversário de 15 anos. Ela amou! – sorriu ela, pegando-a de minha mão.

Pensei que fosse colocá-la novamente na caixa, mas ela se levantou e foi para trás de mim.

–Me ajude aqui, querida. – falou ela encostando em meu cabelo. Queria que eu o levantasse e foi o que fiz.

Vi o colar descendo de minha cabeça até estacionar em meu pescoço, era lindo como as bolinhas parecia brilhar mais intensamente quando o brilho do sol se pondo refletia nelas.

Senti que já havia fechado a gargantilha, então soltei meu cabelo e ela sorriu a me ver.

–Está linda! – disse ela com os olhos cheios de lágrimas contidas. – Está igualzinha a sua mãe! – ela pos as mãos no rosto e secou algumas lágrimas que teimaram em deslizar sobre seu rosto, já enrugado.

–Obrigada vovó. – disse sorrindo.


*


Não demorou muito e ouvi minha avó dizer que já estava na hora de ir, por que não era elegante chegar atrasada a uma festa dessas.

Sorri para ela. Vovó me entregou as chaves de seu fusca e disse para logo depois eu ir direto para casa, que o carro poderia ficar em minha casa e que no dia seguinte o pegaria quando fosse me visitar, concordei.

Peguei minha calça, blusa e casaco no quarto e quis logo sair dali. Aquele quarto me lembrava demais minha mãe e não queria ficar emocionada naquele momento.

–Até amanhã vovó. – falei ao abrir a porta em partida.

–Até amanhã! Divirta-se! – gritou ela sorridente da porta de sua pequena casinha.















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Notas finais do capítulo

hahahahaah Até o próximo capitulo!