Rachel cantava com toda sua força em cima do palco, expondo suas emoções e suas feridas. Quinn nunca viu uma pessoa tão bela e tão divina como sua mulher, ela desejava que sua vida fosse um musical, em que Rachel fosse tão transparente e emotiva na vida real como ela faz em cima dos palcos. Os choros das pessoas que assistiam ao espetáculo eram ouvidos e seu próprio choro também, se pudesse ficaria ali para sempre, em um mundo musical. Logo que a última nota foi cantada pela morena, aplausos e gritos fizeram ecos no teatro, deixando uma Quinn muito orgulhosa.
A loira se dirigiu para o camarim da diva com uma dor no peito, deu duas batidas na porta e escutou um “entre” de Rachel.

- Parabéns baby – Quinn sorriu amplamente para a morena, que apenas acenou com a cabeça.
- Obrigada Quinn – Rachel se virou de costas para tirar o par de brincos e Quinn a abraçou por trás.
- Gostaria de fazer o quê hoje à noite? – Quinn delicadamente puxou o rosto de Rachel e deu um selinho na morena, deixando seu corpo tenso.
- Não sei. Talvez se você me soltasse eu poderia pensar – Rachel falou fria, se desvencilhando dos braços quentes da loira.
- Vou esperar você no carro – Quinn suspirou e não esperou por uma resposta, saiu porta a fora.

l-l-l-l

Quinn tomava seu whisky puro no apartamento olhando para a janela, que tinha uma vista  incrível  de Nova York. Ela suspirou fundo, sabendo que nunca ia ter o amor e o carinho da sua esposa e olha que ela fazia de tudo pela sua mulher e nada. Seus pensamentos foram parar em Finn Hudson, que até hoje não foi pego pelo seu pai e os garotos que trabalhavam com ele. Santana e ela também trabalhavam em cima disso, mas suas prioridades eram outras. Por exemplo, se preparar psicologicamente quando mãos pequenas desabotoaram sua camisa social, lábios frios beijavam sua nuca e pescoço. Quinn se arrepiou e ofegou, quando as mãos de Rachel desceram pela sua barriga e se desfez da sua calça jeans, para logo depois a virar bruscamente e beijá-la de forma rude, sem emoção nenhuma.
Roupas foram deixadas pelo caminho até o quarto, o copo de whisky jazia no chão e os corpos se enroscavam na cama e Quinn se via submissa mais uma vez a essa morena poderosa, que fazia o que bem entendia com ela, na cama e fora dela.
Gritos foram ouvidos pela parte de Quinn e suspiros foram ouvidos da parte de Rachel, o suor dominando o corpo de ambas, para logo depois caírem na cama, exaustas e sonolentas. Quinn queria dormir nos braços de sua amada todas as vezes que elas terminassem de fazer amor, mas elas não faziam amor, era apenas sexo e assim que acabava Rachel levantava da cama e ia para o banheiro em um pedido mudo para Quinn sair do quarto e ir para os de hóspedes e como sempre, a loira se enrolava no lençol, tomava uma garrafa de whisky e chorava por horas deitada no sofá. Nada mudara, tudo estava exatamente igual e isso já fazia um ano. Quinn dava flores, era sempre carinhosa e atenciosa, dava os melhores presentes para Rachel, sempre falava bem dela, para quem quisesse ouvir, sempre a tratava bem mesmo diante da frieza da morena. Quinn nunca desistia e isso a feria mais que tudo, ela própria estava se matando, se martirizando a cada dia que passava. Terminar o casamento? Ela já pensou nisso claro, mas também pensou na segurança de Rachel com Finn solto por aí e a morena nunca cogitou em se divorciar da loira, então Quinn cedia mais uma vez, sem escolhas e sem chances.