Ele estava quieto. Entrou na guilda sem fazer barulho algum, e sentou em uma mesa afastada da multidão briguenta, na qual ele sempre estava metido. Menos naquele dia. Era como se suas chamas estivessem se apagando...Lucy não estava sentindo o calor que emanava dele queimar o ar, como sempre. E isso a deixou assustada.

Ela estava o observando desde que colocou os pés no salão. Aquele sentimento... Ela estava preocupada com ele. Porque ele era seu amigo, porque ele era seu colega de equipe. Porque o sorriso dele era tão bonito, e a deixava feliz, como se ela conseguisse absorver o calor dele, como se sua alma ficasse mais quente só de tê-lo por perto.

Mas... agora, estava gelada. Era como se estivesse absorvendo aquela aura de tristeza que o cobria. Os outros não tinham reparado nele, ninguém parecia estar observando o mago do fogo. Apenas ela. Também, com a confusão típica que estava naquele lugar, era difícil perceber alguém que entrasse sem chamar atenção. Coisa que o natsu sempre, sempre chamava.

Nem que fosse a dela.

Ele estava com um olhar de desânimo, os cotovelos apoiados na mesa, as mãos segurando o rosto. Olhava fixamente para o nada. Happy não estava com ele. Provavelmente tinha ido procurar peixes, ou algo do gênero. Isso era um sinal ruim... Natsu devia estar realmente mal para o gato resolver deixá-lo sozinho. Mas por que então tinha ido para a guilda, ao invés de um lugar mais calmo? Por que não tinha ido para a floresta, já que parecia estar tão perturbado? Hum...  talvez porque, mesmo mal, natsu não queria estar completamente quieto. Queria algum barulho, alguma confusão, mesmo que não fosse sua. Ou então, simplesmente estava tão acostumado a ir para a guilda que, com a mente em outro lugar, as pernas o guiaram automaticamente para ali. Bem, pelo o menos aquelas pernas não tinham o guiado para a casa dela. Aquele último pensamento fez a loira esboçar um sorriso.

Mas ela sabia que o primeiro pensamento era o verdadeiro. Simplesmente sabia. Conhecia muito bem ele, até demais. Justamente por isso que estava assustada... por isso queria ir até lá e arrancar um sorriso daquele rosto. Mas, sabia que não podia. Era melhor deixá-lo sozinho,  apenas mais um pouco. Conhecia as reações dele, sabia como aquela mente desajustada trabalhava. Independentemente do motivo, logo estaria mais calmo, fazendo com que a loira pudesse se aproximar.

Queria que aquele momento de raiva passasse logo, queria falar com ele logo.