O Melhor Sorriso escrita por Delacour


Capítulo 7
Comida e Respostas.


Notas iniciais do capítulo

*Lumos*
O que eu tenho a dizer é que eu cheguei exatamente onde eu queria.
O capítulo, na minha visão, é o mais fofo até agora. E o meu favorito.
Espero que gostem.



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Eu queria sentar ali, e chorar e chorar. De que adiantaria andar até o Salão Principal, e encontrar pessoas que eu mesma não queria ver? Mas mesmo assim fui para lá. Me sentei na mesa da Grifinória, entre Harry e Rony, que comiam como se estivessem com fome faz mais de um mês.

– Rony, por favor, a comida não vai evaporar. Mastigue antes de engolir.

Ele me olhou de cara feia. Ao que parecia, ainda estava com raiva por eu estar falando com o Malfoy. Não tive nada a fazer além de dar de ombros. Harry percebeu que o clima não estava muito bom, e procurou um assunto para conversar comigo.

– Então, Mione, quer jogar xadrez de bruxo comigo?

– Hum, eu tenho algumas coisas para fazer agora.

Rony me olhou pelo canto do olho, e eu revirei os olhos. Mas nesse exato momento, Fred entrou no Salão Principal, me fazendo grudar meus olhos nele. Ele não se sentou junto com George e Lino, como costumava fazer. Se sentou na ponta da mesa, sozinho. Não levantou os olhos sequer uma vez. Apenas comeu um pouco e saiu, sem falar com ninguém.

Olhei para a mesa da Sonserina, procurando aqueles olhos cinzentos que eu costumava ignorar. Draco me olhava apreensivo, como se eu fosse cair e começar a chorar ali mesmo. Então ele fez um aceno de cabeça me convidando a segui-lo. Dei batidinhas no ombro do Harry, e levantei. Nenhum dos alunos me olhou, então eu estava segura. Malfoy já havia saído, então acho que não notariam se eu saísse também.

Quando virei no primeiro corredor dei de cara com ele, parado ali. Ele sorriu. O que me fez lembrar que antes ele não era assim. Ele sempre foi um babaca. E agora tinha me pedido uma trégua, uma segunda chance. O que, na minha opinião, não poderia ficar mais estranho. Quero dizer, nós passamos cinco anos inteiros nos odiando e nos humilhando e agora isso acontece. Não é esquisito?

– Precisamos conversar – Dissemos juntos.

Caímos na gargalhada.

– Estamos parecendo um casal que está casado há uns vinte anos – Ele disse ainda rindo. – Temos que mudar essa frase. Que tal “Quero te mandar uma parada, mina”?

Rimos mais ainda.

– Mas é sério – Eu disse tentando me controlar. – Vem comigo.

Nós andamos até o sétimo andar. Nenhum de nós dois dissemos uma sequer palavra enquanto andávamos. Chegando lá, imaginei e repeti três vezes o meu pensamento. “Quero uma sala confortável para que eu possa conversar com o Malfoy”. E lá estava. Uma porta mogno acabara de aparecer. Olhei para os dois lados do corredor, e vi Malfoy imitar o meu gesto. Sorri, e entrei dentro daquela sala.

Era bem ampla e confortável. Tinha uma lareira acesa e dois sofás brancos, um de frente pro outro. Me virei para o Draco e ele concordou com a cabeça. Realmente precisávamos conversar. Nos sentamos e eu sorri para ele.

– O que o gêmeo ruivo falou com você? – Malfoy perguntou. – Você não parece muito bem desde então.

– Nada demais – Fugi da pergunta dele, - mas posso te perguntar umas coisas?

– Claro, qualquer coisa.

– Porque você não me humilha mais, Malfoy?

– Bem, eu pedi uma trégua a você, não foi? – Ele respondeu sorrindo.

– Não foi isso que eu quis dizer. Você mudou, por quê?

Ele suspirou.

– Eu não queria mais ser quem eu era. Sabe, eu percebi que as pessoas que eu tinha ao meu redor não reparavam em nada. Não ligavam para nada além deles mesmos. E eu estava me tornando cada vez mais um deles. Eu esnobava todo mundo, e eu finalmente percebi que isso era errado. Mas eu não tinha ideia como começar a minha “mudança”, e então você apareceu. A pessoa perfeita. Eu sempre te humilhei, sempre te odiei, sempre a detestei. E você era um ótimo novo começo. Hermione, eu estou me agarrando de todas as formas a essa nova e triste realidade. Não tenho mais amigos da minha casa. Só tenho você, e talvez o Zabini, mas ele prefere a Parkinson. E, bom, to tentando não me importar com isso, mas...

Ele suspirou novamente. E eu resisti muito fortemente para não abraçá-lo. Continuei.

– Por que você me odiava tanto antes?

– E você ainda me pergunta – Ele riu. – Você sempre foi a aluna exemplar, sempre foi tudo o que eu queria ser. Nunca fiquei tão atormentado como fiquei por você. Amiga do Harry Potter, todos os professores te adoravam. A menina perfeita, basicamente. E então eu achava que se eu te insultasse, você desistiria de ser quem você era e seria uma aluna mediana, que não merecia minha atenção, mas você nem ligava, fingia que eu não existia. E aquilo me deixava louco, sem saber o que fazer. A sangue-ruim estava realmente me tirando do sério. E, então, no terceiro ano, descobri seu ponto fraco. Eu insultei seus amiguinhos babacas, e você ficou seriamente irritada. A grifinória corajosa me deu um tapa. Um tapa na cara de um Malfoy. Mas que desrespeito! Aquilo não podia ficar daquele jeito. Um milhão de ideias passaram pela minha cabeça de como eu iria me vingar. E eu via você pelos corredores, você nem sequer me olhava. Me esnobava. E como você era perfeita. Por que eu não podia ser daquele jeito? Por que eu não podia simplesmente ser igual a você? A questão, Hermione, era que eu tinha raiva de eu mesmo.

– Não sabia que você... –Ele não me deixou terminar.

– Me desculpe, Hermione. Sei o que fiz você passar. Me desculpe.

– Tudo bem. Mas, posso fazer mais perguntas?

Ele riu.

– Claro, vá em frente.

– Não vai ficar ofendido? Promete?

– Anda logo, menina – Ele riu.

– Quero dizer, seus pais eram, hum, são, uh, comensais – Eu disse a palavra com cautela. – E você resolveu, bom, mudar? Como foi a reação deles? Eles sabem? – Eu despejava as perguntas sem esperar por sua reação.

– Ei, respira um pouco. Acho que agora já devem saber. Eu fugi de casa durante as férias. Coloquei todas as minhas coisas dentro de uma mala que tinha um feitiço de expansão. E fui embora. Fiz isso por minha mãe. Lá em casa era aonde todos os comensais iam, e eles me torturavam muito. Eu não me importava mais. Mas aquilo acabava com a minha mãe. Só não contei para ela que eu iria fugir porque ela era péssima em Oclumência, e isso traria problemas a ela no futuro.

– Para onde você foi? – Perguntei.

– Fui para uma cidadezinha trouxa em Londres. Comprei um apartamento, e me mudei. Fiquei trancafiado lá até o final das férias, e só saia quando necessário. Quase morri de fome. Não sei cozinhar quase nada – Ele riu.

– Mas e essas olheiras que você tem? O que foram?

–Agora nós voltamos para a outra pergunta. Eu sempre vi você se consolar nos livros. Sempre que estava triste ou feliz, eu via você lendo. Eu passei muito tempo sem ver a minha mãe. Eu estava com muitas saudades e não sabia o que fazer. Ela poderia estar sendo torturada a qualquer momento. E essa ideia estava me enlouquecendo. Então, eu tenho passado todo o meu tempo lendo e estudando. Não sei mais o que fazer – Ele passou os dedos pelo cabelo, como se pudesse afastar seus pensamentos ruins por aquele gesto.

Eu precisava consolá-lo. Levantei e ele fez o mesmo. Ficamos um de frente pro outro e nos abraçamos.

Sua pele era fria.



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Notas finais do capítulo

Deixem reviews aqui em baixo. :)
Sei que fui um pouquinho má em terminar o capítulo desse jeito, mas eu to meio cansada de escrever. KKK
Beijinhos.
*Nox*



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