Fred tentou me empurrar novamente o chocolate. O que quer que tinha ali, era algo muito importante, e eu posso apostar que não era apenas chocolate. Não aceitei, é claro. Depois de conviver com a família Weasley durante todo esse tempo, pode apostar que eu aprendi algumas coisas.

O jantar em Hogwarts não poderia estar melhor, e logo depois fomos todos para os nossos dormitórios. Eu tive que guiar os alunos do primeiro ano, porque era monitora. A pior parte de ser monitora é que o monitor da Sonserina era o Malfoy, o que significa que eu tinha que olhar para a cara imbecil dele em todas as reuniões com o professor Dumblerore.

- Olha, se não é a Sangue-ruim da Granger a monitora da Grifinória – Malfoy disse quando nos encontramos pela primeira vez no castelo. – Não tem outra pessoa melhor para aquela casa imunda.

Tentei não responder. Tentei controlar a minha fúria e meter a minha mão na cara dele. E, incrivelmente, eu consegui. Uma pena, é claro. Eu poderia dar uma corzinha para aquela cara de morto dele.

                Deu meia-noite e eu ainda estava conversando com a Gina no salão comunal. Ela me contou que essas foram as suas melhores férias, porque os Gêmeos estavam testando os seus produtos um no outro, e era divertido ver o George ficar roxo, ou o Fred ficar pulando por uma hora. Não pude dizer a mesma coisa das minhas férias. Foram horríveis, e a única coisa boa foi os filmes que eu vi. Tentei apontar apenas os lados positivos para Gina.

No dia seguinte, minha primeira aula era Poções, com o pessoal de Sonserina, e o chato do professor Snape. O que eu não esperava foi o que aconteceu a seguir. Snape disse que ia formar duplas para que fizéssemos a poção que estava na página vinte e sete. Eu estava conformada com a ideia de fazer dupla com o Longbottom. Por mais que ele não fosse muito bom, ele era legal, e tentava me ajudar. Mas então, o professor disse que ele mesmo ia escolher as duplas. Dava para ter mais raiva de alguém? Acho que não.

- Vou começar – Snape falou com aquela voz fanhosa dele – Potter e Parkinson, Weasley e Goyle, Longbottom e Crabbe, Malfoy e Granger.

Ele continuou a falar os nomes. Mas tudo o que eu ouvia era um zumbido. Não era possível. O babaca do Malfoy. Não sei se ia conseguir me controlar novamente, como havia feito no dia anterior. Peguei minhas coisas e me encaminhei para a sua mesa. Eu pude sentir a raiva emanar de seu corpo quando me sentei ao seu lado. Essa seria a pior aula do dia, e não havia como não ficar com raiva também. Ele estava com as mãos fechadas em punho. E os dentes também estavam cerrados, pude perceber. Não queria que as coisas começassem mal. Então forcei o meu melhor sorriso.

- Está feliz, Granger? – Ele sorriu de lado – Sabe que está sentando do lado do mais gostoso dessa escola, né?