A Verdadeira História De Emma escrita por SeriesFanatic


Capítulo 8
O tempo passa, sempre passa...




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Enchanted Forest, 17 anos após o nascimento da princesa Emma.

Annabelle e Sebastian encontraram com os demais no hall de entrada do palácio. Ali se encontravam o rei Baelfire, Rumpelstiltskin, Belle, Elizabeth e um Derek desesperado. Pinocchio os seguia e abaixou a cabeça ao ver o olhar de desespero de Derek. Sebastian abraçou Elizabeth que escondia as lágrimas. Belle abraçou o marido, ambos sem emoção no rosto. Derek parecia não está no lugar, os olhos vermelhos de choro e a falta de expressão era algo estranho de se ver.

– Papa. – Annabelle o chamou.

O rei levantou os olhos tristes para a menina e fez um não com a cabeça. A princesa não entendia o que significava, mas precisava dizer.

– Não acho que Emma desapareceu. – a menina disse ao pai.

Os demais a encararam, não com uma expressão de surpresa ou espanto, mas sem nenhuma esperança; parecia com aquelas situações constrangedoras em que todos estão em choque com uma notícia extremamente ruim e chega uma criança e diz: vai ficar tudo bem, ela só viajou lá pra cima. Todos a encararam, não num sentido de olharem para sua ingenuidade, eles a olharam com raiva. Não era hora para crianças brincarem, muito menos com um assunto sério.

– Annabelle, agora não. – Elizabeth conseguiu dizer dura e fria.

A caçula abriu a boca para reclamar, mas foi interrompida pelo olhar frio e doloroso do pai. Ele nunca a olhara daquela forma. Annie subiu correndo as escadas e começou a chorar quando saiu da vista dos demais. Chegou ao quatro em prantos e ficou encarando o fogo da lareira pelo que pareceu ser uma eternidade até que a porta abriu e Belle sentou-se ao seu lado, puxou a "neta" para si e a menina colocou a cabeça em seu colo.

– Annie... todos estão... – ela começou a dizer.

– Eu sei... eu entendi....

Belle quis dizer algo para a princesa, mas não encontrou palavras, então começou a fazer cafuné nos cabelos loiros da menina. Todos precisavam se apoiar em alguém depois da notícia, mas se havia uma pessoa que precisava mais de que alguém chegasse e dissesse que tudo ia ficar bem, era Annabelle. Uma criança de onze anos não sabe direito o que é a morte, não sabe nem o que é viver, quanto mais o que é ser privado desse prazer lindo e majestoso que é a vida. Elizabeth podia ter a mesma idade, mas não era tão sensível como Annabelle; e ela tinha Sebastian. A caçula só tinha o pai que estava cuidando do irmão mais velho.

E assim, o reino Swan seguiu por anos... sem notícias de Regina e muito menos da princesa Emma. Sebastian casou com Elizabeth quando ela completou vinte e um e ele vinte e quatro. Derek continuou sozinho e amargurado. Rei Baelfire adoeceu pouco antes do casamento de Lisa e Sebastian, está de cama até hoje... Havia rumores de que Pinocchio tentara se suicidar, mas que sua esposa Gretel o havia impedido de prosseguir. O reino de Snow Falls entrou em crise, a rainha Snow White passou os últimos dez anos enfiada em uma cama, não queria saber de mais nada; rei James passava os dias bêbado.

Vez ou outra, Thomas puxava James, seu primo adotivo, para uma cassada com Peter, The Huntsman, mas nenhum dos dois conseguiam fazer com que ele esquecesse a filha. Annabelle foi morar no reino de Sea Melody, o reino de Ariel. Annie não queria se lembrar de Emma, do reino Swan e muito menos de seu possível assassinato pelas mãos da irmã.

Em Storybrooke. Snow, Carming e Doc chegaram ao deserto e abandonado hospital da cidade. Ao chegarem onde Emma, Regina e Henry deveriam estar, encontraram as duas desmaiadas e com a cabeça sangrando. Henry sumira.

– EMMA! – Charming gritou assustado.

O casal correu para ajudar a filha, que começou a gemer enquanto voltava a realidade. Um pouco de sangue escorria pela testa da moça, afinal alguém a fez desmaiar com uma pancada forte.

– Emma, querida, você está bem? – Snow perguntou preocupada.

– Estou... – ela conseguiu responder.

– A rainha também está viva. – Doc os alertou.

– Droga. – disse Emma.

– Filha, o que aconteceu?! – Charming perguntou.

– Ah... eu... bengala... ãh... ei, não me chame de filha. – Emma conseguiu ficar de pé.

Ela cambaleou um pouco e sentou na maca, viu Regina estirada no chão desmaiada e o anão cuidava da rainha. Emma passou a vista correndo pelo cômodo e só via seus pais.

– Henry! – exclamou. – Henry... onde ele est... AI! – gritou de dor.

– Eu vou pegar gelo! – Snow disse indo vasculhar a área.

Emma estava tonta. Charming viu um quite de primeiros socorros e sem que a filha notasse, começou a cuidar da ferida.

– AI! – disse baixinho ao sentir o remédio arder na testa.

James deu um sorriso torto.

– Vai ficar tudo bem, não foi uma pancada tão forte assim. – afirmou.

– Como você sabe?! – perguntou fechando os olhos enquanto ele soprava sua testa.

– Por que eu sou pai, nós pais fazemos um curso para aprender a cuidar dos cortes e arranhões dos filhos, sabia? – brincou com um sorriso radiante.

Emma não pôde deixar de rir junto, era exatamente esse tipo de brincadeira que ela esperou ouvir na sua infância.

– Não se lembra do que aconteceu? – David perguntou passando a mão pelos cabelos da filha.

Ela tirou a mão dele de seus fios loiros, ele abaixou a cabeça. Era tudo novo, ela demorou a aceitar Henry e ia demorar a aceitar os pais que a abandonaram.

– Lembro-me do Henry na cama. Eu conversando com a Regina e depois... Gold! – Emma exclamou dando um pulo da maca.

– Ouro? – Snow achou estranho a resposta.

– Não ouro, Gold! Mr. Gold!

– Rumpelstiltskin. – disse David.

Snow colocou a compressa no corte com curativo de Emma, mas a loira tirou com dez segundos.

– Gold pegou o Henry! – ela disse.

– Querida, do que se lembra? – Snow perguntou.

– Ele entrou... falou algumas baboseiras sobre “olho por olho” e me bateu com a bengala! – Emma disse com raiva.

– Essa não. – Charming ficou pálido.

Snow entendeu na mesma hora que o marido e só não ficou pálida ainda por que ela já é pálida por natureza. Emma ficou assustada mesmo sem entender.

– Há um código entre os cavaleiros: olho por olho, dente por dente. – Charming disse inquieto.

– É, eu sei. Li em algum livro de história... acho que era um código de algum imperador* ou coisa assim. – disse Emma.

– Pode até ser aqui, mas no nosso mundo é um código de honra. – disse Charming.

– O que isso quer dizer? – Emma perguntou.

– Querida... – Snow tentou dizer, mas as palavras estavam entaladas em sua garganta.

– Rumpelstiltskin foi um cavaleiro... o Henry... – disse David. – Eu não... Acho que o Henry não vai ficar bem.

Emma não disse nada. Não conseguia. Sua garganta tinha um nó maior que o ego da Regina. Não sentia o ar entrar nem sair, não queria respirar. Sem dizer nada (e com uma cara pior do que quando ela ouviu a voz da Regina nos primeiros minutos do Season Finale) ela saiu com muita raiva, pegou a espada do pai e foi em direção ao relógio, ignorando completamente as vozes de Snow e Charming. Muitos moradores estavam lá, uma multidão imensa.

Os seis anões, as fadas, Nova, a Blue Fairy, Pinocchio, Jiminy Cricket, Geppetto, Hansel, Gretel, o pai deles, Cinderella, Thomas, Alexandra, Grannny, Red, rei George, Abigail, Frederick, Jefferson, Grace... Todos que você possa imaginar estavam lá. Emma estava tão desnorteada que não viu que Killian também estava lá. Ele notou o quão estranha ela estava e foi atrás da amada.

– Emma! – chamou.

– Agora não. – ela respondeu sem emoções.

Ele a puxou pelo braço e achou que ela fosse tentar batê-lo por isso. Os olhos dela estavam rosas de tanto inchados. Emma respirou fundo enquanto ele segurava o rosto dela delicadamente.

– O que aconteceu? – perguntou com compaixão.

Emma queria correr atrás de Henry. Não importava se ela não sabia onde ele estava. Mas uma pequena parte de seu coração queria abraçar Killian.

– Gold pegou Henry. – ela disse, a voz saiu meio fanha.

– Por que ele faria uma coisa dessas? – Ele disse com compaixão.

– Para se vingar da Regina!

Killian teve que usar toda sua força de vontade para não beijá-la e abraçá-la. Ele podia ser um pirata, mas estava perdidamente apaixonado pela Salvadora.

– Sinto muito. Como posso ajudar? – ele disse com o coração em mãos.

Aquela frase pegou Emma de surpresa. Ele era um pirata. Não era? Piratas não agiam assim. Certo?

– Posso cuidar disso sozinha. – Emma disse tentando esconder a surpresa..

Ela seguiu seu rumo, deixando-o aflito e nervoso. Nenhum dos dois sabia explicar realmente o que estava acontecendo. Emma havia conseguido sair da multidão de pessoas furiosas discutindo sobre o que acontecera, já estava dobrando a esquina para ir para a loja do Gold quando uma voz conhecida chamou seu nome:

– Emma Swan! – a moça gritou.

Emma virou e viu um jipe vermelho com Aria no volante.

– Aria eu tô meio ocupada agora! – ela levantou a espada do pai para se fazer notar.

Ela desligou o motor e saiu do veículo, cruzou as pernas e os braços e encarou a mulher.

– Você não é a única aqui que pode fazer alguma coisa. – ela sorriu.

– Eu não tenho tempo para suas charadas sem sentido, ok? Tenho que encontrar meu filho!

– Eu sei. E por que acha que eu estou aqui? A magia voltou para Storybrooke, o que quer dizer que você não tem chance nenhuma contra o Dark One. E quando a Regina for lutar com ele pelo Henry, não vai dar em uma coisa muito boa.

– Ãh?

Pelo que ela havia notado a família Spencer não havia sido afetada pela maldição e MUITO MENOS pelo fim dela. Como Aria podia saber sobre o Dark One?

– Como você...

– Pinocchio e você não foram os únicos que se salvaram, sabia? Quero ajudar, mas você tem que confiar em mim.

– Me dê um bom motivo para que eu faça isso?

Aria olhou para os lados e focou sua atenção em um dos muitos montes acumulados de neve no acostamento, não demorou muito para que o monte derretesse e nascessem flores. Emma, que havia acompanhado até os olhares de Aria, ficou “transparente” de surpresa (por que se ela ficasse mais branca do que já estava, juntando o frio e a genética, ela ficaria transparente).

– Tenho poderes, Emma. Rumpelstiltskin e Regina tem magia. Nós, temos poderes! – ela disse. – Entre no carro. Vamos achá-lo juntas.

Sem discutir, Emma entrou no jipe com mais perguntas do que já tinha.

– Você tem licença?

– Tenho vinte e dois anos garota, relaxa!

– Aria Michelle Spencer!

– Cofre.

E assim, Emma e Aria seguiram para a floresta...


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Notas finais do capítulo

* Código de Hamurabi