A Verdadeira História De Emma escrita por SeriesFanatic


Capítulo 5
Flocos de neve




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Enchanted Forest, 17 anos após o nascimento da princesa Emma.

Derek e seu pai passaram o resto do outono tentando entender a maldição que Regina colocou em Emma. Por precaução, a princesa voltou ao reino de Snow Falls; um Pinocchio muito protetor foi buscá-la no meio do outono. O rei James e a rainha Snow White não estavam muito felizes, principalmente por que achavam que haviam derrotado a Evil Queen há dezessete anos. Annabelle e Elizabeth já não sabiam mais o que fazer; Sebastian só voltaria a visitá-las na primavera, o que não agradava a caçula da família.

– Annie? – o rei chamou.

A caçula estava deitada em sua cama encarando o teto desde o jantar e ele sabia que havia algo errado com a menina. Derek estava enfiado na biblioteca do castelo procurando uma solução para sua amada. Elizabeth... bem, onde ela estava era uma boa pergunta. Provavelmente caçando, ela amava caçar nas noites sem lua, era mais... difícil, pois não havia luz na floresta, o que tornava o desafio ainda maior. Principalmente para os cavaleiros que cuidavam de sua segurança.

– Sim papa. – ela respondeu sem emoção.

O rei sentou no pé da cama e massageou os pés da filha.

– Algum problema? – ele perguntou.

A menina deu um leve suspiro, mas não deixou de encarar o teto.

– O que vai acontecer com Emma?

A princesa só passara uns dois meses no castelo e na maior parte do tempo estava junto a Derek, perdidamente apaixonada. Mas no pouco de tempo que ela ficou longe do noivo foi o suficiente para fazer com que Annie e Emma virassem grandes amigas. Lisa, óbvio, não fazia questão de falar com a moça, mas depois do incidente com Regina, parou de implicar com a princesa; até mesmo alguém fútil e chata como ela, sabia reconhecer que Regina era malvada.

– Não sei, filha, honestamente não sei. – o rei respondeu, evidentemente tristr.

– Papa, ela vai... – tentou dizer, mas a palavra não saia, pois se saísse, ela temia que viraria realidade.

– Espero que não. – respondeu lembrando que havia 50% de chance da moça ser morta pela irmã.

Eles ficaram uns minutos em silêncio, nenhum dos dois queria que aquela palavra fosse pronunciada.

– Papa.

– Sim.

– Regina disse que o filho da princesa Emma também faria parte. O que isso quer dizer? Emma não está grávida.

– Eu sei querida, eu sei. Derek também está tentando entender...

– Não faz sentido!

– Eu sei.

Ela se sentou e encarou os olhos deprimidos do pai.

– Qual nome o senhor acha que eles dariam? – perguntou com uma pontinha de esperança.

– Não acho que eles chegaram a pensar nisso.

– Eu colocaria Morraine se fosse menina.

O rei encarou a filha e viu sua pequena esperança. Ele conhecia Regina, sabia do que ela era capaz, afinal, sua esposa terminou morrendo por causa da Evil Queen. Deu um leve sorriso e abraçou a filha.

– E se fosse menino?

– O nome do irmão gêmeo do rei James.

Baelfire encarou o fogo que iluminava o quarto. Amava as filhas mais do que a si próprio, porém, ficaria mais feliz se Annabelle morresse. Não queria que a caçula tão doce e pura carregasse o terrível fardo de matar a própria irmã.

– Papa!

O rei parou de encarar a lareira e olhou para onde seu dedo apontava, a janela do quarto mostrava o começo do fim. Flocos de neve dançavam enquanto caiam e marcavam o começo do inverno.


Em Storybrooke, Emma havia conseguido chegar ao loft sem que Henry fizesse um escândalo. Snow e Charming ficaram bem quietos sentados na mesa, fingindo que o bolo de chocolate era mais importante que a discursão da filha com o neto.

– Henry... – Emma disse pela milésima vez.

– Eu quero saber do meu pai! – o menino gritava.

– Henry!

O menino estava se escondendo no segundo andar o apartamento, onde era o quarto de Emma. Toda vez que a mulher tentava subir, ele jogava um travesseiro, que Emma jogava de volta (o que não adiantava de muita coisa, mas ela não se preocupava com isso, só queria que o filho parasse para lhe ouvir).

– HENRY!

– Ela não vai conseguir nada. – Snow comentou baixinho.

Charming concordou com a cabeça e levou a xícara de chá à boca. Emma parou de tentar chamar o filho e jogou o travesseiro novamente para o outro andar, sentou-se na cadeira entre os pais e bufou, ambos levaram a xicara de chá aos lábios fingindo que não estavam interessados na recente briga.

– Você, por acaso, contou para ele? – Emma sussurrou.

– Juro que não! – Snow exclamou o mais baixo que pode.

– Emma, eu acho que o Henry tem magia. – disse Charming.

– Só se for de acreditar no que ninguém acredita. – Emma disse igual a uma criança teimosa.

– Enquanto você estava na casa dos Spencer ele meio que... – Snow começou a dizer, enquanto procurava uma palavra menos assustadora para as “visões” do neto.

– Ele meio que o que? – ela perguntou, assustada.

– Achamos que ele consegue ver o passado. – disse Charming.

Emma não soube o que falar, estava atônita. Snow levou suas mãos até as da filha e acariciou, algo que toda mãe teria o bom senso e o carinho de fazer numa hora daquelas. Charming também não ficou por menos, levou a mão direita ao ombro da filha e acariciou. Emma não queria olhar para nenhum dos dois, sabia que eles eram seus pais, mas negava isso para seu coração até que sua cabeça estivesse pronta. No momento, tudo o que queria era abraçar o filho, dizer que o amava e lhe contar o que aconteceu, ainda assim, estava contente por seus pais estarem ali, com ela.

Henry olhou a cena de cima e um nó na garganta apareceu. Ele amava a mãe, mas estava com raiva dela pela mentira. Porém, ver uma cena tão bonita como aquela deixava a raiva de lado. Foi quando um pensamento lhe veio à mente, algo que ele estava se forçando conscientemente a não pensar, pois sabia que lhe machucaria. Regina. Sua mãe estava sozinha, ela tinha seus poderes de volta, mas estava sozinha. Emma tinha os pais de volta; e, naquele momento, ele queria abraçar a mulher que lhe criou, ele podia odiar o fato dela ser a Evil Queen, mas não podia negar que gostava e a amava, apesar de tudo que ela fez.

– Eu cuido disso, querida. – disse Snow.

Ela deu um beijo na mão da filha e subiu as escadas. O coração da loira se acelerou, ninguém nunca disse algo assim. A vida inteira nunca houve nenhum adulto dizendo: "Ei, você é a criança, deixe que eu faço isso". Mas naquele momento, sua mãe estava lá e estava dizendo o que ela sempre quis ouvir.

– Henry. – Snow o chamou.

O menino estava enrolado debaixo do edredom, mas seus sapatos estavam no chão juntamento com o casaco e a mochila, enquanto dava para ver a meia saindo da coberta. Snow sentou ao lado dos pés do neto e começou a brincar com seus dedos.

– Henry.

– Não me chame de Henry. – disse com birra.

Ela deu uma risada feliz e totalmente "professora infantil".

– Ok, como você quer que eu lhe chame?

– Não sei... eu não sei meu nome.

– Querido... seu nome é Henry. – disse carinhosamente.

– Não é não!

– Então me diga qual você acha que é seu nome?!

– Não sei... – ele tirou o edredom do rosto. – Regina me deu o nome de Henry, mas ela é só uma das minhas mães... Emma não gosta de mim, nem me deu um nome...

Uma lágrima escorreu em seu rosto, Snow não sabia mais o que falar. Emma e Charming estavam no topo da escada observando a cena.

– Simon. – disse Emma.

Henry e Snow olharam para ela.

– Eu escolhi Simon.

Henry sentou na cama e encarou a mãe, Emma se sentou na cama ao lado da mãe e pegou a mão do filho.

– Simon... irei contar o que você quiser saber! Sem mentiras... filho! – disse com um imenso nó na garganta.

Charming olhou para a janela atrás de Henry e viu os flocos de neve dançando em direção ao chão.


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