A Verdadeira História De Emma escrita por SeriesFanatic


Capítulo 10
Todos os caminhos levam ao lago




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Enchanted Forest, 28 anos após o nascimento da princesa Emma.

Annabelle chegou ao Reino Swan no fim do dia seguinte, passou a viagem inteira ordenando que fossem mais rápido, não se importava com a fome, queria chegar logo. Ao avistar o lindo castelo de gelo, mandou desviar, forçando a carruagem a seguir a trilha que levava ao Lago dos Cines.

– Vossa alteza tem certeza? – o cavaleiro que levava a carruagem a perguntou.

– Sim, siga em frente. – ela disse fechando a manta.

Estava frio. O reino Swan sempre foi frio, até no verão. Aquele outono estava mais frio do que o de costume. Annabelle sempre amou o inverno, a neve, o frio... mas se recusava a senti-los depois do sumiço da cunhada há dez anos. A carruagem freou bruscamente e a princesa quase se machucou, três dos cinco cavaleiros que a levavam a carruagem desceram para bater na criança que quase foi atropelada.

– Seu moleque insolente, nunca fique na frente das carruagens! – um dos cavaleiros gritou.

– A princesa Annabelle poderia ter se machucado! – gritou outro.

– Vamos lhe dar uma lição! – o terceiro gritou.

Annabelle abriu a porta e saiu da carruagem para mandar os guardas pararem, não gostava de violência. Ao ver o menino de suas “visões” quase sendo espancado, seu coração se apertou.

– PAREM! – ordenou.

Os cavaleiros olharam para a princesa e nada disseram, soltaram o menino no chão. Annabelle ajoelhou-se e devolveu a espada de madeira ao garoto.

– Qual é o seu nome? – ela perguntou.

– Henry, vossa alteza. – o menininho respondeu corando.

– Henry... o meu é Annabelle. É um prazer conhecê-lo. – a princesa disse estendendo-lhe a mão.

O menino aceitou desconfiado, não podia negar que a beleza da princesa era hipnotizante, mas foi muito bem alertado por sua mãe que deveria manter distância da realeza.

– Igualmente alteza. – o menino disse, assustado. E fez uma reverência.

Annabelle levou a mão ao queixo do garoto e levantou seu rosto, parou para analisá-lo. De fato, ele era muito parecido com a rainha Snow White, tinha até as orelhas do mesmo tamanho. Lembrava muito a princesa Emma e seu irmão Derek, apesar da semelhança maior ser com a rainha de Snow Falls.

– Cuidado menino. Brincar perto do Lago dos Cisnes não é uma boa ideia. Você e seus amigos podem se machucar. – a princesa disse largando o rosto do garoto e voltando a carruagem. – Tenha uma boa vida, pequeno Henry.

Henry assentiu e viu a carruagem fazer o caminho de volta e ir em direção ao castelo de gelo. No castelo, Annabelle entrou sem querer ser avisada e encontrou o irmão no jardim.

– Annie! Mas que surpresa! – Derek se alarmou.

Ela abraçou o irmão e sentiu o pesado cheiro de álcool, Derek estava bêbado, mas é claro.

– Onde está Sebastian?

– Torre mais alta, ele gosta de admirar os cisnes.

– E Elizabeth?

– Foi visitar o vovô. – ele respondeu e caiu na cadeira.

Annabelle correu para a torre mais alta, o que não foi difícil considerando que ela sabia todas as passagens secretas do lugar. Sebastian estava lá de fato, com uma cara triste e sofrida, admirando um único cisne branco sobrevoando o Lago dos Cisnes.

– Esse é o motivo do nome. – disse Annabelle. – Cisnes são os únicos animais que conseguem ficar no lago sem serem devorados pela criatura.

Sebastian não pareceu surpreso ao ouvi-la. Nem ao menos virou o rosto.

– Sabia que você ia voltar. – disse com dor na voz. – Seu destino é perecer aqui.

– Não voltei para ouvir lágrimas Sebby, voltei para trazer alegria.

– Então mude de nome, Annabelle! Beatrice é que dizer: aquela que traz alegria.

– Não sabia que você sabia os significados dos nomes.

– E não sei, Elizabeth colocou esse nome em nossa filha. – disse com mais dor na voz.

Annabelle não soube o que falar. Não sabia da existência da sobrinha. Mas a dor em seu coração aumentou gradativamente.

– Quantos anos ela tem?

– Um mês.

Eles se mantiveram em silêncio, até que Annabelle notou o copo de uísque na mesa, mas Sebastian não fedia a álcool.

– Qual é o problema dos homens que sempre afogam suas mágoas no álcool?! – falou rindo para esconder a dor.

– Doí menos... cura o frio... nos faz esquecer...

– Afasta quem está por perto.

Sebastian finalmente olhou para a menina, continuava idêntica a Elizabeth, só que algo a fazia ser mais bonita. Talvez o fato de ter saído do reino de gelo e de ter pegado uma cor enquanto morava em Sea Melody.

– Quero falar com Pinocchio.

– Boa sorte com isso. – ele disse virando o copo.

– Eu sei que ele não morreu, Sebastian. Você não é o único com amigos no reino de Snow Falls.

– Então fale com seus amigos. Não volto em Snow Falls nem que seu pai mande.

– Eu estou pedindo!

– O que pode ter de tão interessante em falar com Pinocchio?

– Preciso de ajuda...

– Ajuda?! Vá falar com seu avô!

– É o tipo de ajuda que Rumpelstiltskin não pode oferecer.

– Então quer o que? Descobrir qual madeira é melhor para móveis?!

– Sarcasmo nunca foi sua praia, Sebby. Quero ajuda para raptar um menino.

Sebastian já havia enchido o copo novamente e o virou cheio na boca ao ouvir a última frase.

– Você pirou de vez, Annabelle!

– Pode até ser, mas pelo menos eu posso provar que a princesa Emma está viva.

Dito isso, Sebastian cuspiu uísque no chão.

– Você está louca!

Ela segurou o rosto dele e o forçou a olhar em seus olhos.

– Emma está viva, Sebby, e eu posso provar.

– Como?

– Vi meu sobrinho hoje!

– Annie, sua irmã e eu tivemos uma menina!

– Não estou falando da sua filha, estou falando do filho do Derek!

– Não sabia que ele tinha engravidado a Regina.

– Não é da Regina é da Emma! Vi um menino na estrada que era a cara da rainha Snow!

– Você é quem está bêbada minha cara.

– Sebastian, se ao menos acredita em mim, mande chamar o Pinocchio.

Ele encarou os profundos e sinceros olhos verdes dela.

– Primeiro eu quero ver esse menino, depois eu mando chamá-lo.


De volta à Storybrooke. Emma e Aria seguiram no jipe até o lago, era um lugar que Emma conhecia. Ela ia muito ali durante a adolescência e ficava horas encarando a água, pensando; ia muito ali por que ninguém nunca a encontrava, era seu refúgio (agora que ela sabia da maldição, entendeu que ninguém ia para lá por que era perto dos limites da cidade). Henry estava sentado numa pedra com um pano na boca as mãos e pernas amarradas. Rumpelstiltskin estava de costas para o menino e encarava a outra margem do lago, esperando Regina. Emma e Aria se escondiam nas árvores que cercavam o lado e viam as costas dos dois.

– E agora? – Emma sussurrou.

Antes que Aria respondesse, Regina apareceu na outra margem do lago, andou sobre as águas e parou bem no meio, esperando Rumpelstiltskin.

– Você tem que parar de querer bancar deus, Regina. – disse Rumple.

– Meu filho, agora!

Henry encarava a mãe, ele estava morrendo de medo. Bem, ele já estava com medo antes, mas ver Regina finalmente mostrando do que era capaz... isso o assustou mais ainda.

– Sinto muito, vossa majestade, você me fez acreditar por mais de vinte e oito anos que Belle estava morta.

– Trinta para ser mais exata.

– Eu deveria ficar com o seu menino em cativeiro por trinta anos se for assim.

– Desde quando VOCÊ honra o código dos cavaleiros? Que eu saiba você fugiu da guerra.

– E você criou esta.

– Não, não, não... você é que acreditou em mim! Há quantos anos nos conhecemos Rumple? Trinta e cinco? Você já deveria ter aprendido que não deve confiar em mim.

– Eu aprendi isso a mais tempo do que você imagina, dearie. Mas o fato aqui é a sua punição por me ter feito acreditar que a Belle havia morrido.

– Por que você não me castiga? Será mais prazeroso para você.

– É, de fato será! Mas será menos doloroso para você!

Ele levantou a mão e Henry começou a se contorcer de dor, lágrimas escorriam dos olhos e ele gemia como se estivessem enfiando uma faca em seu estômago.

– HENRY! – Regina gritou.

Ela moveu as mãos e uma onda se formou indo em direção a Rumpelstiltskin, ele parou a onda com um centímetro de distância do nariz. E já ia revidar, quando sentiu seu braço doer.

– AH! – gritou.

Emma havia tentando, sem sucesso, cotar-lhe o braço. Aria continuava escondida e suas mãos estavam fazendo mímicas como se quisesse estrangular alguém, esse alguém era Emma.

– Dearie, dearie, dearie... você precisa de aulas, talvez seu papai possa ajudar! – Rumple disse sarcasticamente.

Com o braço machucado, ele segurou Emma pelo pescoço e a jogou no lago. Regina nem fez menção a presença da loira. Henry já havia parado de se contorcer de dor, conseguiu com a língua se livrar do pano e gritou:

– MÃE!

Rumple e Regina fingiram que não estavam escutando e já estavam prestes a começarem uma briga com magia, quando Rumple virou para o menino e disse:

– Agora que tem magia aqui! O monstro que guarda esse lago acordou, duvido que sua mamãe sobreviva sem uma espada.

Emma colocou a cabeça para fora do lago, respirando ofegante.

– Henry! – Emma o chamou. – Você está bem?!

– Se eu fosse você dearie, não me preocupava com ele. Ah, senhorita Swan, se lembra do nosso acordo? Pois bem, quero a espada do seu pai de volta! – dito isso, a espada emergiu e foi parar nas mãos de Rumpelstiltskin.

– Podemos? – Regina perguntou impaciente.

– Achei que nunca ia perguntar! – Rumple deu um sorriso maligno.

Os dois desapareceram.

– Emma! – Henry gritou.

– Henry, você está bem?! – ela perguntou nadando para a borda.

Aria surgiu das árvores com um lobo a tira colo. Emma saiu do lago e sentou na grama congelada, respirando ofegante.

– Aria, qual é a do lobo? – Emma tentou dizer, mas sua voz não saiu tão assustada como ela se sentia.

– Ah, essa é a Red. Red, se lembra da Snow? Pronto, essa é a filha dela e aquele é o neto, não os coma! – Aria disse para a loba.

Red balançou a cabeça positivamente.

– Henry! – Snow gritou.

Ela, David e Killian pareceram logo depois. Snow e Charming foram ajudar o neto. Killian foi falar com Emma, que parecia ter engolido toda a água do lago, pois não conseguia respirar normalmente.

– Tudo bem? – ele perguntou sentando ao lado dela.

– Já estive melhor.

– Sabe que vai ter que falar a verdade pro tal do Derek. Sabe, da existência do Henry.

– Como você...

– Só por que eu sou um pirata não quer dizer que eu seja idiota.

– Você É idiota!

Os dois riram e Henry já estava correndo para abraçar a mãe, quando a água do lago pareceu criar vida e puxou Emma. Todos tentaram entrar no lago para resgatá-la, mas Aria controlou o ar e os impediu.

– Aria... agora não! – Snow gritou em desespero.

– Vocês querem morrer? Se entrarem nesse lago não vão sair com vida! – Aria respondeu.

– Eu já perdi minha filha uma vez, não vou perdê-la de novo! – Charming gritou.

– Deixa o clichê pra lá. – disse Aria. – Esse é o Lago dos Cines.

Não precisou dizer mais nada. Snow desabou no choro e foi amparada pelo marido. Killian encarou as águas negras do lado, seu coração lhe dizia que Emma estava bem. Henry não entendia mais nada.

– O que isso quer dizer? – o menino perguntou começando a chorar.

– Sinto muito Henry... – foi só o que Aria conseguiu dizer.

Red uivou para a lua cheia que começava a aparecer naquele finzinho de tarde. O céu já estava deixando de ser laranja e ficando escuro.


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