Aquele era mesmo Scorpius Malfoy? Quando ele havia voltado da Alemanha? Pelo que Rose sabia ele havia ido trabalhar por lá, mas isso foi quando terminaram Hogwarts, agora ao que parece estava de volta.

            Rose estava sentada ao lado de Lily que conversava animadamente com Lysander, se atualizando, como as duas respondiam. Conforme o tempo passava, muitos ali se direcionavam para a pista de dança deixando ali apenas Rose e Scorpius.

[...]

            Scorpius já havia perdido as contas de quantos copos daquela bebida já havia tomado. Ele ergueu-se da mesa sentindo-se um pouco tonto devido a toda aquela bebida alcoólica em seu organismo. Assim que deu seu primeiro passo deveria tombar no chão, mas não fez isso, alguém segurou o seu braço.

            - Deveria tomar mais cuidado, Malfoy – era Rose.

            - E você não é minha babá, Weasley – ele rebateu no mesmo tom de voz.

            - Graças a Merlin eu não sou – ela disse sorrindo. Scorpius gostava daquele sorriso. – Você vai aparatar nesse estado? – ela ergueu uma sombracelha.

            - Isso não é da sua conta – Scorpius respondeu rude.

            - Na verdade, sim, pois eu sou médica e esse é meu dever – Rose disse sorrindo. – Acredite, eu não sinto a menor vontade de cuidar de você, mas é que se você sofrer algum acidente, bem, você vai parar nas minhas mãos.

            - Continua a mesma Weasley mandona - Scorpius falou, sua voz já estava um tanto, embaraçada devido ao álcool.

            - E você o mesmo panaca - Rose rebateu.

            - Panaca, é? - Scorpius disse virando-se para a ruiva. Sua voz mesmo assim continuava arrastada, não importava se ele estava bêbado ou não. 

            Ele aproximava-se da garota que o encarava um tanto... Assustada?

            - O que você vai fa-fazer, Malfoy? - ela amaldiçoou mentalmente por ter gaguejado.

            O garoto sorriu ao ficar frente a frente à garota e a puxou contra o seu corpo. O cheiro que exalava dela era como uma droga para si, mas mesmo assim ele aparatou para sua casa. Com ela.

            - Então, continuou sendo um panaca? – ele perguntou com a mão envolta a cintura dela.

            Seus rostos estavam tão próximos que suas respirações chegavam a misturar-se.

            - Sim – ela respondeu.

            Ele riu, e com a mão desocupada retirou os cabelos ruivos da face da ruiva. Depois de observar aquele rosto, ele não sabia ao certo o que dera nele, se ele apenas tinha voltado aos tempos de Hogwarts, ou se era efeito do álcool. Ele a beijou, e o melhor, ou pior, ele não sabia decifrar, era que ele gostava e ela correspondia.

            - O que você está fazendo?! – ela gritou o empurrando.

            Ele ficou calado, ainda absorvendo o que acabará de acontecer. Ele beijara Rose. Um sorriso formou-se em seus lábios, finalmente conseguira cumprir seu objetivo de Hogwarts. Beijar Rose Weasley. Scorpius voltou ao mundo real com o tapa que recebeu no lado direito da sua face.

- Au! – ele disse massageando a bochecha.

            - Pelo menos você voltou ao mundo real, agora me responda o que foi que você fez? – Rose perguntou corada, Scorpius pensou em como ela ficava bonita daquele jeito. – Digo, o por quê?

            - Porque eu quis – ele deu de ombros.

            - E você acha que pode sair beijando quem quer, quando quer e a levar para onde quer?! – Rose gritou.

            - O tempo passa, alguns mudam, mas você continua a mesma, Rose Weasley.

            - Que engraçado, você também – ela rebateu. – E eu quero saber quem te deu autorização para me beijar?

            - Me fala que você não gostou? – Scorpius perguntou. – Eu senti isso, Rose, porque se não, porque outro motivo teria correspondido?

            Rose sentiu as maçãs do rosto corar.

            - Viu? Não tem argumentos – ele falou.

            - Isso não é verdade! – ela falou.

            - Não?

            - Não.

            - Tudo bem, então – ela estava dirigindo-se a porta, ela não iria aparatar ali dentro da casa do Malfoy, claro, ela iria sair se não fosse ele. – Mas eu fiz isso porque é o que eu tenho vontade de fazer desde Hogwarts, Weasley.

            Ela congelou enquanto aquelas palavras ainda faziam eco em sua mente. Ela virou-se para ele, ele estava um pouco corado.

            - Eu acho que gosto de você, sempre gostei – ele falava com a língua prendendo.

            - Você está bêbado, Malfoy, não sabe o que diz – Rose falou como se fosse óbvio.

            - Mas eu sei o que eu estou falando – Scorpius rebateu.

            Rose revirou os olhos.

            - Você não acredita em mim? – Scorpius indagou chateado.

            - Olha, você está bêbado, não sabe o que diz, amanhã você vai estar sorrindo por ter acreditado que gosta de mim – Rose disse.

            - Você não gosta de mim, é isso? – Scorpius perguntou.  

            Rose suspirou pesado.

            - Vá tomar um banho, eu vou fazer uma xícara de café para você – Rose disse.

            Scorpius dirigia-se para o seu banheiro e Rose para a conzinha.

            “Eu acho que gosto de você”

            Aquelas palavras ainda faziam eco em sua mente. Isso não era real, ou era? Não, não podia ser.

            - Weasley? – Scorpius chamou. Os cabelos loiros estavam ainda molhados e caíam por sua face alva.

            Rose encaminhou-se até o garoto lhe entregando a xícara de café.

            - Eu acho melhor ir agora – Rose disse passando pelo garoto. – Tenha uma boa noite, Malfoy.

            - Você não acreditou em mim, não é? – Scorpius insistiu.

            Rose fitou o chão.

            - Talvez sim – murmurou. – Mas eu não quero acreditar.

            - Por quê? – Scorpius franziu o cenho.

            - Porque vai que você faz como sempre fez com as outras garotas? – Rose deixou um sorriso de canto formar-se.

            Scorpius ergueu a cabeça dela de modo que os olhos cinza encontrassem aqueles olhos azuis.

            - Você não é como as outras garotas – Scorpius disse pondo a xícara de lado e a beijando novamente.

            Aquele teria sido um ótimo momento, caso o ‘S’ em sua nuca começasse a formigar. Ele rompeu o beijo à contra gosto, ao passo que elevava a mão até a nuca deixando a garota desnorteada.

            - Está tudo bem? – Rose indagou preocupada.

            - Claro – ele forçou um sorriso. – Mas eu preciso ir agora.

            - Para aonde? – Rose perguntou.

            - Trabalho – Scorpius deu uma resposta simples e curta.

            - Mas há essa hora? – Rose perguntou, agora franzindo o cenho.

            - Sim. Vem, eu vou te deixar em casa – Scorpius disse segurando a ruiva contra si.

            Ela apenas fechou os olhos enquanto a aparatação acontecia.     Ao abri-los já estava em sua casa.

            - Você realmente tem que ir?

            - Amanhã eu volto, eu prometo – Scorpius depositou um beijou na testa de Rose antes de aparatar novamente.

[...]