Apocalipse escrita por Fenix


Capítulo 1
Recebendo o jogo




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Elenco: Felipe , Carol , Bruna Amaral , Narayani , Drake e Vinícius .

Espanha - 1489

Uma cobra negra rasteja pela mesa e desvia dos objetos no caminho, outra cobra passava por cima de um pequeno tronco com duas cabeças de cobras, cada uma apontada para um lado.

Gritos são ouvidos por uma mulher que é jogada brutalmente contra a mesa. Sob a mesa, havia um tabuleiro, seguindo o caminho desenhado, havia figuras medonhas e tenebrosas, de caveiras e corpos destroçados.

Homens encapuzados seguram a mulher que gritava sem parar, eles a vira e esticam seus braços, ela gritava e levanta sua cabeça, um dos homens pega um alicate e fecha na ponta de sua unha, em seguida vai puxando-a lentamente para cima. A mulher grita desesperadamente, o sangue vai se espalhando pelo tabuleiro, a unha vai se soltando, pedaços finos de carne são partidos com o homem puxa a unha com mais rapidez.

Livros antigos sobre rituais satânicos são jogados em uma lareira.

A mulher é colocada em uma cadeira, logo se aproxima um homem segurando um bisturi, assim rasga a pele dos ombros da moça que gritava de tanta dor, o sangue vai escorrendo com frequência pelos seus seios e barriga, os ombros ficam em carne viva.

Outro pega sua mão e com um alicate arranca os dois dedos indicadores da mulher que tinha suas mãos presas na lateral da cadeira.

Uma cobra negra rasteja-se por cima de uma caixa, que tinha em alto-relevo um desenho de uma libélula e um punhal no lugar do corpo do inseto. Um homem remove a cobra de cima da caixa, em seguida pega a caixa e a leva em direção a lareira que queimava os livros da mulher. Aquele homem murmurava algo, uma espécie de ritual, ele olha fixo para caixa em suas mãos, em seguida olha para os lados e vira-se, não jogando a caixa no fogo, ele segue o corredor escuro.

APOCALIPSE

Havaí - 2012

Um dia ensolarado e muitas pessoas surfando em várias ondas gigantescas. Um surfista de cabelos negros e pele um pouco branca, sem camisa e sorte preto com detalhes branco, passa a mão na onda enquanto entra no túnel.

Outra surfista, de cabelo loiro, corpo definido e um rosto suave e carismático, faz uma giratória por cima da onda, mergulhando atrás.

Felipe, que usava o short preto com detalhes branco, amarra sua prancha em cima do carro, por entre a prancha e o teto do automóvel, ele avista Drake conversando com Carol, a menina de cabelos loiros, ele diz algo que a faz rir.

- Que safado! – Felipe da um nó nas cordas.

Em seguida Drake se despede de Carol e caminha em direção a seu amigo no carro.

- Idiota! – Diz Felipe.

- Que foi?! – Drake da uma risada, se aproximando.

- Espero que não tenha queimado meu filme com ela, viu?! - Felipe deixa sua atenção verificando as cordas.

- Você não precisa de mim pra isso – Drake aproxima-se do carro pondo o braço no teto – Eu só perguntei se ela queria posar para mim, e ela respondeu “Oh não, isso é exploração feminina”.

- Ta... Então ela é uma garota esperta – Diz Felipe.

- Que nada! Ela é só uma típica garota brasileira – Diz Drake.

Felipe para de mexer nas cordas e leva sua atenção para Drake.

- Ela é brasileira, é? – Felipe se interessa ainda mais pela garota.

Drake da um sorriso, Felipe se afasta do carro.

- Idiota!

Drake se aproxima.

- Como ela chama?! – Felipe não o olha.

- Você terá que descobrir isso sozinho – Diz Drake.

Felipe observa a linda Carol por a blusa por cima de seu biquine molhado, ela tira o cabelo de dentro da blusa, e vira-se para sua prancha, ela leva seu olhar para Felipe e da um sorriso de canto, Carol vira-se e afasta-se com a prancha entre o braço.

- Felipe, vamos embora – Drake assobia em seguida – Anda... A Bruna fica brava quando eu a deixo esperando.

Felipe da uns passos de costas e vira-se para o carro.

- Vamos logo – Diz Drake.

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- Aqui é Hélio! – Diz o homem, de sobretudo bege, que esta parado no cemitério – Onde?... – Ele permanecia o olhar fixo reto – Está bem!...Chego ai em dez minutos... – Em seguida, desliga o telefone.

Ele suspira gravemente.

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Hélio caminha em direção a uns médicos que estavam ajoelhados, próximo havia um corpo que estava tampado por um pano branco, Hélio pede para que os médicos se afastassem, ele agacha-se e remove o pano do rosto da vítima. Revelando uma face de carne-viva, e logo encontram a pele da vítima que aparentemente foi brutalmente retirada do corpo.

- Minha nossa – Diz um médico que tampa o corpo no chão com o pano - O que você acha que é?!

- Eu diria que foi esfolado vivo – Responde Hélio, com um olhar frio e um tom seco.

O médico se levanta e afasta de Hélio, que por si fica encarando o cais.

Gabriel, um homem que perdeu suas pernas, está com uma caixa no colo, ele segue em frente, sem que ninguém o perceba, Gabriel levava a caixa que em frente dizia “Apocalipse”, revelando esse o nome do jogo.

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Naquela tarde, Felipe, Bruna e Drake estão caminhando pelas ruas de comércio do Havaí, Bruna usa uma blusa bege com babados, um cinto preto e um short branco com bolinhas vermelhas, seu cabelo negro ia até um pouco abaixo dos ombros.

- Bom, então depois da formatura eu tinha pensado em voltar para a casa, visitar meus pais, só que... O professor disse que precisa da mais uma olhada no meu projeto – Conta Felipe.

Bruna olha para as bijuterias nas barracas, ela caminha de mãos dadas com Drake.

- Hmm, para fazer o que?! – Pergunta Bruna.

- Para trabalhar lá no obituário sabe?... Para saber os animais, contar as espécies migratórias quando chegarem aqui – Ele responde.

- Então você não quer trabalhar para os seus pais, é isso? – Pergunta Drake.

- Ah vai?! Eu não quero, porque iam ter que me pagar – Diz Felipe.

Eles continuam andando, então sobem uma escada de concreto.

- Nossa – Bruna da uma risada.

- Não tem graça nenhuma, ok?! – Diz Felipe.

Eles caminham por um beco com várias pessoas, Felipe está na dianteira, seguido de Bruna e Drake.

- Espera, está dizendo que sou nojento? – Pergunta Drake – Antes você gostava disso – Drake fala com Bruna.

Ela avista uma barraca.

- Olha quantas coisas bonitinhas – Diz Bruna, levando Drake.

Felipe fica para trás, ele nega com a cabeça.

- Sempre tão exagerada! – Ele comenta.

- Eu quero um par – Diz Bruna, sorrindo.

- Mas você já tem um monte – Diz Drake.

Felipe entra em outro beco, que pelo contrário estava deserto. Ele olha para o céu e avista uma entrada para uma loja escondida, Felipe entra na loja, na parede havia uma libélula bem acima da porta.

A loja era escura e deserta, Felipe caminha para o centro e observa uma estante com vários objetos estranhos, crânios com penas coladas, ele acentua negando com a cabeça.

- Meu deus!

Bruna pega um par de sapatos, ela olha para Drake.

- São lindos! – Ela diz.

Ele da um sorriso, Bruna olha para o vendedor.

- How much does it cost? – Pergunta Bruna, usando seu inglês fluente.

- Fifteen - Responde o vendedor.

- Poxa – Bruna demonstra-se desapontada.

- But I can do for ten!

- Nossa, que gentileza – Diz Bruna sorrindo - Thank you!

Drake olha para ela.

- Vai logo, entrega o dinheiro – Diz Bruna.

- Tome – Drake entrega o dinheiro ao vendedor.

- De qual gostou mais? Verde? Laranja?... – Pergunta Bruna.

- Tanto faz, tem cheiro de peixe – Diz Drake, ele olha para bruna – Ta com fome?

- Aham! – Ela responde.

- Vem, vamos comer! – Drake segura sua mão e a puxa para longe da barraca.

Bruna da um sorriso com os sapatos na bolsa.

Felipe pega um boneco de pano e o observa, de repente ouve uma voz que o assusta.

- Não encoste nisso!

Ele vira-se com um suspiro forte, então Gabriel sai das sombras em sua cadeira de rodas.

- A não ser que goste de brincar com fogo!

Felipe da um sorriso de canto.

- Faz tempo que não brinco de bonecos – Ele diz, apreensivo e um pouco intimado.

- Pegue o cabelo de quem não goste... E amarre no boneco... Depois arranque os braços dele, tire os olhos e veja o que acontece – Diz Gabriel.

Felipe acentua com a cabeça.

- Falo!

- Você sabe?!

- É vudu! – Diz Felipe – Eu não acredito nessas coisas.

Gabriel pega o boneco, ele leva seu olhar para Felipe.

- Os americanos só acreditam em dinheiro, não é? – Diz Gabriel.

- É verdade... – Diz Felipe,não afim de discutir – Então acho que sou parecido com você!... O que foi...? Trabalha aqui como voluntário?

Gabriel acende um cigarro ignorando a presença de Felipe no local, ele por sua vez da uma risada sarcástica.

- É um belo truque hein – Diz Felipe.

Gabriel o encara com um olhar intimidador, então fica parado, lhe observando, com seus olhos fixos. Uma libélula desce a parede atrás de Felipe.

Felipe inclina-se para frente de Gabriel, ele o encara por segundos.

- Cara bizarro – Felipe caminha para o lado se afastando.

A libélula na parede havia sumido.

- Ei, ei ei – Diz Gabriel, chamando-o – Calma, foi mau!

Felipe para de andar e vira-se para Gabriel.

- Eu não quis te ofender – Diz Gabriel, se aproximando.

Felipe da um sorriso e passa a mão na cabeça.

- Você parece ser um cara legal – Diz Gabriel – Deixa eu me desculpar... Talvez eu tenha algo para você!

Eles se encaram por segundos, Felipe faz uma breve analise no local com pouca iluminação, logo olha para Gabriel, levantando as sobrancelhas.

- É mesmo?

- Te vejo como jovem com um desejo não realizado – Diz Gabriel – Com vontades...

- E não é assim com todo mundo? – Pergunta Felipe.

- É... É... – Enquanto conversavam, uma mulher descia a escada no final da loja, com algo grande em suas mãos – Mas nem todo mundo está aqui... Só eu, você... E Brenda.

A mulher se aproxima com a caixa do jogo em mãos, Felipe encara o desenho de uma adaga e assas de libélula na parte de cima da caixa.

- É um jogo chamado Apocalipse – Conta Felipe, para Bruna e Drake. Que estão numa lanchonete, o casal sentava na sua frente e o jogo estava aberto na mesa.

- Apocalipse?! – Drake estranha.

- É, Apocalipse, está escrito na caixa – Diz Felipe.

Drake pega uma peça, todas as peças são formatos diferentes de dragões, Drake da uma risada, ele põe a peça na testa e tenta equilibrá-la.

- Da pra ter um pouco mais de respeito? – Diz Felipe.

Drake fica rindo, Felipe pega a peça de sua testa.

- Devolve isso aqui, vai – Diz Felipe – Você parece que tem dez anos de idade – Ele brinca.

Felipe põe a peça no local e fecha a caixa, Drake e Bruna ficam sorrindo.

- Quem te deu esse jogo? – Pergunta Bruna.

- Foi um cara esquisito ali da loja – Diz Felipe.

- Hmmmm, de graça? – Pergunta Bruna.

- Aham!

- Já da pra saber quanto vale – Diz Bruna, rindo.

- Joga fora – Diz Drake.

- Jogar fora? – Felipe fica surpreso – O que foi?... Não tem cultura?... Isso é uma antiguidade... Ele disse que é da época da inquisição espanhola.

- Aposto que se olhar de perto vai vê escrito “feito na china” – Diz Drake.

Ele e Bruna dão uma gargalhada, Felipe nega com a cabeça e toma um gole de sua coca-cola.

- Foi boa! – Diz Felipe, sério – Os dois são muito engraçados!

- E quando vamos jogar?! – Pergunta Bruna.


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