O moreno investia com certa força no corpo do namorado, enquanto este se agarrava aos lençóis, quase gritando de prazer. Os corpos se chocavam com violência, a cama começava a bater na parede e se o guitarrista loiro soubesse que seus gritos estimulavam tanto o seu parceiro, talvez já estivesse berrando em diferentes volumes e tendo uma legião de vizinhos pedindo para serem silenciosos - um dos pontos negativos de se morar em apartamento.

Mas não se importavam com isso, queriam mesmo que todos soubessem o que faziam e como estava sendo delicioso para ambos.

No meio da troca frenética de fluidos e carinhos, Tora se curvou para atacar os lábios avermelhados e convidativos de Hiroto, os beijando com vontade, sentindo seu pequeno cravar as curtas unhas com mais força nas suas costas, lutando por algum fôlego no meio de tanto amor. E tudo ocorreria bem, como nas outras noites, se o mais velho não sentisse algo gelado lamber o suor de seu rosto. 

Abriu os olhos devagar, ainda beijando a clavícula do loiro, mas parou imediatamente ao ver o invasor na cama.

_  M-Mogu? - disse num tom baixo, mas não deixava de ser surpreso, ficando quase da mesma cor que o cachorro. E o animalzinho parecia feliz, balançando o rabo de um lado para o outro, com a língua pra fora. Talvez sentisse falta dos donos e por isso foi atrás deles.

_  Shiiin...! - chamou manhoso - Por que você... - tirou a franja da testa, a jogando pra trás e abrindo os olhos devagar - Parou? - perguntou por fim, fitando do namorado incrédulo até o cachorro - MOGU? O QUÊ--? TORA, O QUE ELE FAZ AQUI? - reclamou, observando o cachorro deitar na barriga do outro e começar a lamber seu rosto também. 

Mogu estava distribuindo beijos em seus donos, expressando seu amor em ficar entre os dois, como uma boa família. Mesmo que o momento não fosse muito favorável.

_  Eu também não sei, Hiro... - abaixou a cabeça, já percebendo o horror que sua simples transa se tornava. Fora seu corpo que começava a reagir da forma contrária a que queria. Se lembraria pelo resto da vida de trancar a porta quando levasse alguém pra cama.

Amano suspirou fundo e se levantou da cama, indo até o banheiro. Podia ouvir o namorado rir e se distrair totalmente com o seu animal de estimação e talvez nem percebesse que o namorado "sumiu" da cama. 

Com certeza, este seria um dos banhos mais demorados do mais velho, já que sua frustração em relação ao cachorro atrapalhar tudo, também não estava muito pequena.