Na Estrada escrita por RM


Capítulo 2
PARTE II


Notas iniciais do capítulo

Olá, escrevi o mais rápido que podia. Eu ia postar amanhã, mas vai começar minhas provas na quinta-feira e ia demorar pra sair a PARTE III enfim, espero que gostem xxx.



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PART II

Confesso que foi loucura me jogar na frente do carro dele, até mesmo pra mim, mas pelo menos eu consegui uma carona até Denver. Edward parecia certinho demais – tirando seu maço de Black-, o tipo de homem que é chato, um homem da nova geração do qual eu odeio, de que xinga a esposa e machista.

Posso dizer que ele era lindo, tinha o cabelo meio castanho claríssimo, usava um daqueles ternos de velório – mas chique-, os olhos eram azuis, era branco e parecia ser bem alto.

- Está tarde e eu estou com sono, vou parar o carro. – Disse baixinho, bocejando logo em seguida.

- Eu posso dirigir – Me ofereci, sorrindo.

- Até parece que vou deixar você dirigir meu Volvo novinho, eu nem sei quem você é. –

-Ah, cara, já passamos dessa fase... –

- Não e não. – Bufei pensando no qual chato ele era, bonito e chato. - Se quiser continuar dentro do carro, mantenha a boca calada, ok? Eu preciso dormir – revirei os olhos, a viagem até Los Angeles duraria uns quatro a cinco dias, dependendo da velocidade que eu pegasse carona etc.

Edward parou o carro no encostamento, pelo que percebi ele estava morrendo de sono, então decidi dormir também.

~~

Acordei com o sol na minha cara, deveria ser cedo. Dei uma checada pro lado e Edward havia sumido, será que ele me largaria com o carro dele no meio da estrada? Olhei para trás desesperada e me acalmei percebendo que Edward estava lá, no banco de trás, ainda dormindo.

A chave, aparentemente do carro, estava no banco ao lado, eu estava morrendo de fome e implorando por uma garrafa de agua, meu estomago roncava fortemente. Tentei sacudir Edward e ele nem se mexia.

Provavelmente Edward me mataria, mas, é melhor do que morrer de fome.

Peguei a chave e pulei pro banco do motorista, ligando o carro a toda velocidade, acendi um cigarro e abaixei meu óculo de formato de coração. Depois de mais ou menos vinte minutos andando avistei as primeiras coisas de Denver, parei em um posto, correndo para uma loja de conveniência. Comprei uns dois maços de cigarro reserva, doritos, cappuccino, coca-la e levei um chocolate para Edward. 

O posto parecia deserto e parecia que ninguém pisava ali á anos, a lojinha tinha cheiro de mofo, e a atendente era uma menina aparentemente da minha cara, com um quilo de maquiagem na cara, que mexia no celular sem ao menos me notar.

Voltei pro carro, abrindo a porta de trás e murmurando pra Edward acordar, ele parecia desconfortável dormindo. E realmente deveria ser, já que ele era um homem grande, sacudi ele diversas vezes, ele tinha um sono bem pesado.

Já estava prestes a desistir quando ele abriu os olhos, piscando rapidamente, deveria está confuso.

- Onde estou? – Murmurou bocejando.

- Bem vindo a Denver, cowboy! – Me abanei, rindo do seu tom confuso.

- Espera aí... Você pegou meu carro? –

- Sim! Você não acordava nunca e tínhamos que seguir viagem. –

- E por que diabos você dirigiu? O carro é seu por acaso? Meu Deus! Vocês hippies não tem respeito, só por que dei uma carona pra você, não quer dizer que sou seu amigo, bem, que se ferre. Vá embora, por favor, estou cansado desse tipo de gente que não enxerga a realidade da vida. –

Que. Ignorante.

Se ele não queria minha companhia tudo bem, provavelmente ele era um frustrado sexual, uma maquina da mídia, do governo, tomara que morra sozinho. Nunca entendi por que as pessoas eram tão ignorantes umas com as outras, o que custa uma simples carona? Eu nunca roubaria ele ou algo do tipo.

E por causa desse tipo de pessoa que não vivemos em uma sociedade de paz, o tipo de gente que só olha pro seu próprio umbigo, ignora pessoas passando fome na rua, ou simplesmente passam por elas e acham que estão ali por que são vagabundos que não querem trabalhar.

- Eu trouxe pra você. – Joguei a barrinha na cara dele, puxando minha mochila pela janela do banco da frente.

O jeito seria caminhar e caminhar.

Puxei a cartela de Marlboro do bolso, acendendo um.

O sol em Denver estava bem quente, e não era daquele tipo de sol bom ou coisa do tipo, já havia tragado uns dois cigarros e mal tinha acordado ainda. Eu finalmente cheguei em algumas avenidas movimentas e avistei uma lanchonete.

A lanchonete era revestida de couro e verniz, era meio clássica e bonitinha, tinha quadros de algumas pessoas pendurados na parede, me sentei em um dos banquinhos fofos e pedi waffles e café forte.  Chequei no relógio da parede e era onze da manhã, refleti sobre ficar em Denver essa noite e curtir algum clube por aí.

- Moça, aqui tem algum clube de jazz? – Perguntei da atendente loira, que vestia um avental verde musgo com uma camiseta por baixo verde vomito.

- Jazz? Tem o clube dos velhos. – Deu uma risada, tirando com minha cara.

Bem, que mal tinha de participar de um clube de idosos por uma noite? Eu adorava bingo! Minha falecida vó sempre me levava com ela, era divertido.

- Onde fica? – Perguntei.

A atendente pegou um papel e me entregou, me olhando com cara de “que nojo”.

Retirei minha câmera tirando foto do local, iria pro álbum de viagem. Lembrei que, eu não havia tirado foto do grosso homem, Edward. De qualquer jeito, era bem melhor esquecer aquele ser ignorante e grosso, pedi pra tirar uma foto da atendente.

Provavelmente ela era apenas mais uma da geração nojenta que vivíamos.

Ouvi a porta bater fortemente, e me virei querendo ver quem era o ignorante que quase quebrou a porta.

Edward, claro!

- O que você faz aqui? – Ele perguntou irritado, falava alto, enquanto caminhava na minha direção.

- Estou comendo. –

- Como chegou aqui nesse sol? –

- Com as pernas, não é pra isso que elas servem? –

- Oh, a moça mostrou as garrinhas. –

- Se vai me tratar com ignorância, tratarei você com ignorância também, apesar de não ser uma atitude sensata, você nunca recebeu educação da sua família né? Parece ser um homem de negócios, de família... Todo decidido, com pose de machão, mas é ignorante. Deveria ser mais humild... – Fui cortada, quando ele me puxou me tacando um selinho. – Mas que porra? – Perguntei revoltada, ele não estava reclamando da mulher? Me chamando de hippie ladra? Essa merda era bipolar? 


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Notas finais do capítulo

review? =)