Hermione, Harry e Rony retornaram da sorveteria juntos, pois Lilá se recusara a ficar perto de Rony, e o jovem ruivo havia ficado subitamente interessado na vida de Hermione.

- E o palácio real? Você conhece, não conhece? – Rony perguntou.

- Não, ele fica em Paris, no sul da França, e eu moro no norte. A minha vila cresceu aos arredores de um castelo, o castelo do Ducado de Lorena, o Senhor Estanislau I fez um ótimo trabalho lá, é uma cidade muito bonita.

- Eu acho que você morava lá. – O ruivo sorriu sendo cortês. – Agora você é uma inglesa, não é?

- Sim, sou. Irei conhecer meu noivo hoje. – Hermione disse corada. – E não sei se é bom eu ser vista com dois rapazes na rua.

- Não, não é. – Harry disse. – Nos vemos mais tarde.

E assim os três se despediram, Harry e Hermione pegaram um coche até a propriedade dos Potter. E Rony foi andando até a sua fazenda.

- Harry você não vai ao jantar? – Hermione perguntou tristemente.

- Vou sim. – O moreno disse pastosamente... – Hermione, ele também vai estar no banquete.

- Ele é parente do meu noivo? – Hermione perguntou curiosa.

- Não... Ele é o seu noivo. Eu não sei se podia te dizer, mas é melhor você ficar sabendo logo. – Harry disse. – Chegamos Hermione, a distância é muito curta. Daqui até a Vila, e fique bem bonita, quero que você e Gina, se dêem bem, afinal, nós quatro moraremos perto.

Então, os dois entraram na propriedade como melhores amigos, como se conhecessem há anos. Eles se conheciam a menos de um dia, e pareciam que eram amigos a uma vida.

Hermione chegou ao seu quarto e reparou que havia muitas malas, mas não iria desfazê-las, em três dias se casaria e não tinha necessidade de desarrumar as malas, até porque, levariam suas coisas para a casa que eles ganharam no dia seguinte à tarde.

- Está pronta, querida? – Lílian bateu na porta do quarto.

- Ainda não. Estou tentando entrançar meu cabelo, que está muito revolto hoje. – Hermione disse aborrecida

- Não sei de onde você herdou esses cabelos Hermione. Sua família paterna tem algum italiano?

- Meu pai descende dos Celtas.

- Então está explicado.

- Por quê? – Hermione pareceu curiosa.

- Os celtas eram morenos e tinham os cabelos enrolados como os seus. Acho que aqui na região, você é a única com os cabelos assim.

- Estou acostumada. – Hermione riu. – Mas tem dias que ele está impossível!

Hermione finalmente conhecera o marido de sua prima, James, que trabalhava como médico no centro da Vila. Ele se parecia muito com Harry, exceto pelos olhos, que obviamente o primo herdara da mãe.

Então Lílian e James foram a um coche, enquanto Harry e Hermione foram a outro. A viagem até Ottery St. Catchpole foi muito rápida, quando eles chegaram à propriedade ouviu-se um grito feminino:

- A noiva do Rony chegou!

Seguido de um:

- Cale a boca Gina!

E uma voz feminina retorquindo:

- Eu não posso ficar feliz por ter uma cunhada?

- Vocês dois parem de brigar! Não quero que ela tenha uma má impressão da nossa família. – A matriarca Weasley disse.

Hermione e os Potter nem precisaram abrir a porta, pois Gina abriu-a sorrindo para a família que estava em pé na sua porta.

- Boa noite senhorita Weasley. – James disse. – Como estão todos?

- A senhora e o senhor Potter, entrem. – A jovem disse com empolgação. – Você é Hermione Granger não é? – os olhos da ruiva cintilaram. – Esperei anospara lhe conhecer.

Hermione ficara sem jeito com toda a alegria e expectativa que a ruiva devotava a ela, a sua melhor e única amiga sempre fora Éponine, e hoje, ela nem sabia por onde a loira andava.

- Ah, obrigada, Gina não é? – Hermione parecia constrangida e isso deixou Gina um pouco cabisbaixa. – O Harry fala muito de você, espero que sejamos muito amigas. – Gina não pode deixar de sorrir, o que fez Hermione sorrir também e Harry que estava parado a porta, olhando o diálogo das duas, também sorriu feliz.

Todos estavam sentados na sala da casa dos Weasley, Gina e Hermione estavam sentadas em uma poltrona conversando sobre as coisas que aprenderam. Gina estava adorando contar a Hermione do tempo em que estudara no internato misto, o que era um absurdo na opinião de Hermione, que tinha sido educada por uma freira em casa, Harry e Rony conversavam sobre terras e gado juntamente de James e Arthur, que ensinava aos meninos como administrar em parceria as terras que os dois receberiam. Era um bom pedaço de terra, que os dois iriam administrar juntos durante um bom tempo, mas quando os pais de Hermione morressem, Ronald e Hermione teriam de ir morar na França, para assim assumir os negócios da família da morena, que não tinha irmãos homens.

- Mas iremos morar na mesma casa? – Rony perguntou;

- Não, seu paspalho. Vocês irão morar na mesma fazenda, tem duas casas, de mesmo tamanho, uma casa para cada um. – Arthur disse. Enquanto Harry segurou uma risada.

- Às vezes eu acho que o Rony não tem cérebro. – Harry disse e levou um tapa do amigo.

- Harry, você está bem grande para fazer esse tipo de brincadeiras. E digam-me, as mães de vocês compraram os móveis das casas? Ronald se casa depois de amanhã, não é? – James perguntou e Rony deu um suspiro.

- Sim, amanhã temos de levar as coisas para lá. Mamãe, Gina, senhora Lílian e a menina vão arrumar as casas amanhã, e no dia seguinte nos casamos. – Rony disse pesaroso.

- Você devia estar feliz por se casar com a menina,como você mesmo faz questão de falar. A jovem pela qual você estava se enrabichando, foi pega no final da tarde com o filho dos Finningan. – James disse.

- Como? O que eles faziam? – Rony perguntou visivelmente abalado.

- Bem... Eles estavam perto do monte, ele estava de ceroula e ela... Ela estava apenas de blushes. – James continuou. – Os Brown estão muito abalados, estão querendo deserdar a filha.

- Mas... Ela estava lúcida? – Rony perguntou. – Ela não deve ter ido por vontade própria. – Rony exasperou-se.

- Ronald... Pelo que parece, os dois estavam juntos há muito tempo. – James disse apiedado do rapaz, como os outros dois que ali estavam. Rony sentiu os joelhos fraquejarem e sentou-se sendo observado por Harry e Hermione que via tudo de longe, Harry sentou ao lado do amigo, enquanto Arthur e James aproveitaram a deixa para dar privacidade aos dois amigos.

- Cara, já era de se esperar que ela não valesse nada. Você sabe que ela não tinha postura de uma dama. – Harry disse tentando consolar o amigo.

- Mas eu a amo Harry, amo como eu nunca pensei que alguém fosse capaz de amar. E ela me fez de idiota durante todo esse tempo. Eu sou um palerma. – Rony disse com os olhos vermelhos de tanto segurar as lágrimas. – Ela me enganou Harry, ela é uma meretriz!

- Nós não sabemos o que aconteceu ontem, portanto não faça nenhuma besteira, se ela te ama ou não ninguém pode julgar esse sentimento, nem você. E esse amor que você sentedeve ser direcionado a outra pessoa.E sabe quem é essa pessoa?

- A menina? – Rony perguntou.

- Não a chame assim, chame-a de Hermione. Já pensou quando vocês tiverem filhos você chamá-la assim?

- E o que tem?

- Você tem ao menos que tentar amá-la.

Todos já estavam sentados à mesa, para que assim o banquete fosse iniciado. Tinha um porco assado ao centro da mesa, tinham dois frangos assados, purês de batatas, tortas salgadas, cozidos e peixes assados, a mesa estava ornamentada com dois grandes castiçais de prata e as mais belas pratarias da família Weasley.

- Então, senhorita Granger, me conte como é lá na França. – Arthur Weasley se mostrou interessado em saber mais das origens da moça. – Ou melhor, conte-nos sua história.

- Er... Bem, podem me chamar de Hermione, me sentirei mais à vontade. – Hermione deu um longo suspiro. – Sou a filha mais nova de meus pais até então, eles tentam ter mais um filho há anos, minha mãe tem dificuldade em pegar criança, tanto que minha irmã mais velha é 15 anos mais velha que eu. Depois que minha irmã casou, minha mãe achou mais prudente me arrumar um compromisso ainda bebê. E eu também ganhei uma dama de companhia. Bem, ela era mais minha irmã, que minha dama de companhia e eu não me queixo disso. Fui educada em casa por uma freira inglesa por exigência da minha mãe, e bem, minha vida foi um tanto monótona, não tenho muito que falar.

- A sim... E como é lá? Todos dizem que Paris é muito bonita. – Molly Weasley comentou.

- É sim... Meu pai já foi lá, eu já fui a Versalhes, é uma cidade muito bonita também. Eu moro... Quer dizer morava em Nancy, é uma comuna linda! Ela fica nas redondezas de Lorena, o castelo que tem lá, é divino! – Hermione disse empolgada. – Eu amo a França!

Diante da ultima afirmação de Hermione todos na mesa se entreolharam. Se ela só de falar do país dela estava assim, imagine quando ela começasse a se dar conta que não iria mais voltar?

- Hermione, você já se deu conta de que... Você agora mora na Grã Bretanha? – Gina se intrometeu sendo acotovelada pela mãe.

- Sim. – Ela pareceu meio constrangida. – Mas pra mim é tudo um tanto novo. Quando você passa toda sua vida em um país é estranho sair dele e ir para um lugar totalmente desconhecido, com pessoas que você nunca viu na vida, e que a partir de determinado momento vão ser sua família, e tudo o que você tem.

Depois do que Hermione disse, finalmente pareceram enxergar o lado dela. Como filha caçula, ela devia ter tido toda a atenção das pessoas da casa, então estava sendo difícil se separar da família, principalmente da mãe. O jantar transcorreu calmamente, todos riam e bebiam, Hermione corava todas as vezes que Molly contava as travessuras de Rony bebê, e Hermione contava mais detalhes da sua amada França.

Ao amanhecer, Hermione foi acordada pela prima que acariciava sua testa para lhe acordar.

- Bom dia, Lílian. – Hermione disse seguida de um bocejo e corou envergonhada. – Já vamos arrumar a casa?

- Sim Hermione. Se arrume e desça para o café. Iremos encontrar com Molly e Gina lá na casa.

Então, Hermione assim o fez, se arrumou sem nenhum luxo, mas fez questão de perfumar-se. Calçou as botas e seguiu em direção à sala de jantar, onde Harry e Lílian terminavam de tomar café.

- Bom dia Harry. – Hermione cumprimentou o primo sorrindo.

- Bom dia Mione. – Harry respondeu. – Posso te chamar assim?

- Claro que pode. Nine me chamava assim quando éramos menores. – Hermione disse e uma pontada de tristeza transpareceu em seu rosto.

- Hermione, eu que sou casada irei lhe dar um conselho. – Lílian começou dizendo. – Não fique se prendendo ao seu passado. Acabou Hermione, você talvez não veja mais Nine, não sofra e não se maltrate dessa forma.

-Hermione! – Gina foi correndo na direção da cunhada ao ver a morena entrar em sua futura casa. A casa era muito simplória e maltratada, eram visíveis nas paredes rachaduras e pinturas descascadas, quanto aos móveis eram todos velhos e a maioria estava quebrada. Parecia que a tarefa de transformar aquilo em um lar iria ser árdua.

- Lílian, os móveis já não deveriam ter chegado? – Hermione perguntou preocupada e as outras mulheres riram diante o desespero da morena.

- Os móveis chegarão durante à tarde, pode ficar calma. Após o término da limpeza, você poderá começar a arrumar a sua casa. – Lílian disse bondosamente à prima.

E assim foi feito, os escravos dos Potter, lixaram as paredes da casa de Rony e Hermione e de Gina e Harry, o único problema fora na hora de escolher a cor da casa, Hermione queria sua casa cor de creme, enquanto Gina queria a sua cor de pérola, assim fugindo dos padrões normais das casas na época. Todas as casas eram pintadas por dentro cor de gelo, mas Hermione fora veemente na sua decisão "minha casa na França era cor de creme, cor de creme é muito mais bonito que branco, pois branco causa desespero"e Gina concordava com Hermione, dizendo que cor de pérola era muito mais bonito do que cor de gelo. "Gelo nem tem cor! Minha casa não vai ficar sem cor".E após muita insistência das duas jovens, assim foi feito, as casas foram pintadas da cor que ambas escolheram, e do lado de fora, as casas não fugiram do padrão azul com janelas brancas.

Quando os móveis chegaram Hermione estava em pleno êxtase em arrumar sua própria casa, no quarto do casal, os escravos levaram uma cama de dossel, que Hermione fez questão que ficasse próxima à porta, na parede oposta um guarda roupas de carvalho vermelho, logo abaixo da janela uma cômoda, e na outra ponta, uma penteadeira.

Para a sala foram levados dois sofás de um lugar e um sofá de três lugares, um tapete branco era visível no meio da sala, um aparador foi posto em uma das paredes da sala, com algumas porcelanas enfeitando o move. A cozinha de Hermione tinha um grande fogão, e uma enorme pia, e dava passagem para a sala de jantar, que tinha uma mesa doze lugares e era talhada em madeira pesada, e em uma das paredes havia um armário com as louças que morena havia ganhado de presente da mãe para o enxoval, e na outra parede uma cristaleira.

-Hermione... Acorde, hoje é o dia do seu casamento. – Lílian acordou a morena que dormia a sono solto.

- Que horas são? – Hermione perguntou se espreguiçando na cama.

- Duas horas.

- Da manhã? – Hermione perguntou espantada.

- Não... Da tarde, como chegamos tarde ontem, não quis te acordar cedo. – Lílian disse sorrindo. – Sua mãe não pode vir, o mensageiro dela acabou de entregar o recado. Sua mãe pegou o menino! – Lílian disse com um sorriso maior ainda. – E como sua mãe já tem idade avançada, não pode fazer longas viagens devido à barriga.

- Não posso acreditar! Que noticia maravilhosa! – Hermione sentou-se na cama sorrindo. – Será que meu marido me deixa ir visitar minha mãe? Quero estar com ela quando meu irmão nascer.

- Como sabe que é irmão? Pode ser irmã! – Lílian disse divertida.

- Algo aqui, dentro de mim, diz que dessa vez o nome Granger será perpetuado. Deus há de olhar finalmente por meus pais, se não, o nome de meu pai, vai se perder. – Hermione se exasperou.

- Hermione, respire! – Lílian disse. – Vá tomar um banho para almoçar. Está muito tarde e o casamento é às seis. Sua mãe mandou seu vestido, não mandou?

- Sim, eu trouxe... E eu estou muito nervosa... Eu estou com medo da primeira noite. – Hermione disse corada.

- Bem... Sua mãe não conversou com você? – Lílian tossiu. – Bem... Er... Sabe Hermione, é única para cada mulher, eu tenho certeza que o Ronald não irá lhe machucar. Somente feche os olhos e reze, seu marido fará o restante.