– OMG, eu realmente amo o fato de Katy Perry ser califoniana!

– O que é isso, Emma?! Você anda POP demais, o que houve com “eu amo Beatles e Rooney” ?!

– Ei, eu ainda continuo essa garota! – ajeitou o cabelo loiro de lado e o cobriu com um chapéu Panamá preto – Só estou me abrindo a novas possibilidades! – começou a rir.

– Sei! – a amiga morena revirou os olhos – Agora eu vou voltar ao mundo real sabe?!

– Mundo real seria Matt ?! – fez uma voz fininha.

– Cala a boca e vê se arruma algo interessante para fazer! – jogou um beijo para a amiga – Nos vemos sexta?!

– Sexta, combinado! – sorriu e acenou vendo-a entrar no carro.

Ficou algum tempo contemplando a belíssima paisagem de L.A., mesmo não morando no lado mais rico da cidade, ali continuava a ser lindo. Começou a caminhar, estava quente e precisava beber alguma coisa, para de mais precisa, precisava de cerveja, e nada melhor que seduzir um dos garotos menores de idades que andavam de skate a sua frente.

– Olá garotos! – disse aproximando-se dele e passando, lentamente, por cada um.

– Ora, ora, quem eu vejo aqui, senhorita Emma Iman! – um deles, o mais velho, aproximou-se dela.

– Nossa... – puxou um cigarro do bolso, o ascendeu, tragando em seguida e soltando, lentamente, a fumaça na face dele - ...vejo que, enfim, consegui ficar famosa! – piscou para ele, que sorriu.

– É impossível não reconhecer esses belos olhos verdes!

– Obrigada! – sorriu – E por acaso você ou algum de seus colegas não teriam uma cerveja para dar a esses olhos verdes não é?!

– Tenho cerveja e o que quiser, meu amor...

– Contento-me só com a bebida!

– Espere ai! – rapidamente ele saiu, achou que conseguiriam algo, como uma transa, com ela, e voltou com a mesma velocidade com a garrafa na mão. – Aqui está! – entregou-lhe a bebida.

– Hum, quanta rapidez! - sorriu – Mas uma dica, garotas não curtem velocidade ok?! – beijou-lhe o rosto – A gente se esbarra por ai...

– ...Josh!

– Isso, Josh! – deu uma risada debochada e saiu andando enquanto bebia sua cerveja.

Começou a andar, na verdade, a pular e, embora a bebida fosse pouca, ela estava meio alta, tinha esse defeito, ficava bêbada muito facilmente. A bebida havia acabado e ela, bom, resolveu jogá-la fora de uma maneira bem diferente, arremessou-a em direção a um saco de lixo, mas errou, e uma parte da garrafa acabou pegando em alguém que rapidamente caiu ao chão.

– Meu Deus, me perdoe, por favor! – correu até a pessoa que tentava se levantar, abaixando-se.

– Você é louca ou o que?! – disse nervoso com a mão na lateral da cabeça.

– Desculpa, eu não tive a intenção! – estava preocupada – Você se machucou?!

– Não, eu estou deitado aqui porque eu quero!

– Ai, rapazinho, desculpa! – fez um bico – Deixe me ver isso, sim?! – colocou uma das mãos sobre a dele, que a afastou rapidamente.

– Não, vai que você esteja com uma faca ai!

– Ei, relaxa, só quero dar uma olhada, anda! – retirou com força a mão dele e viu ali um pequeno corte. – Acho que ficará um galo amanhã! Vem vamos cuidar disso! – levantou e estendeu a mão para ele.

– Eu não vou a lugar algum com você, nem te conheço!

– Emma Iman! Prazer, agora vamos! – o chamava com a mão, que balançou a cabeça negativamente, levantando.

– Pode deixar que eu me viro!

– Não vai saber cuidar disso, e nem vai conseguir sozinho, deixe-me ajudá-lo afinal, foi minha culpa!

– Ai! – sentiu a cabeça doer – Está bem, vamos logo! – estava quase caindo mas ela o pegou pelo braço e saiu caminhando com o mesmo.

–-

Adentraram no apartamento dela, era pequeno, um loft, mas tinha uma vista incrível. Ele sentou-se no sofá, enquanto a pequena garota foi pegar um kit de primeiros socorros.

– Pronto, aqui estão as coisas, você vai ficar bom rapidinho! – da forma mais normal possível, ela postou uma perna de cada lado do corpo dele, sentando-se de frete ao mesmo, aquilo o incomodou um pouco – Eu espero ainda lembrar disso!

– E eu espero que você saiba o que está fazendo!

A garota, cautelosamente, limpou o sangue e, depois de passar um líquido avermelhado no mesmo o tapou com uma gaze e um band-aid.

– Prontinho! – ficou sorriu e parada em cima dele, que ainda assustado contemplava aquele belo par de olhos verdes.

– É, será que você poderia... – pigarreou, sem jeito.

– Nossa, mil desculpas! – ficou vermelha e sai de cima dele, sentando-se ao seu lado no pequeno sofá.

– Tudo bem! – sorriu.

– Você quer tomar alguma coisa, ou comer algo?!

– Eu poderia aceitar uma água!

– Sem problemas! – correu, meio desajeitada e buscou um copo de água para o garoto – Aqui está! – o entregou nas mãos do mesmo – Desculpe a simplicidade é que desde que vim para cá não arrumei nenhum emprego e a mesada da minha avó não é muito alta para dar conta de luxos.

– Não se preocupe com isso! – disse bebendo um pouco da água.

– AH, tome isso antes de deitar hoje e amanhã quando acordar – lhe entregou um dói envelopinhos branco – É um analgésico, para a cabeça!

– Obrigado! – pegou e guardou no bolso – Onde aprendeu isso?!

– O que?!

– Sabe, o curativo...

– Ah, eu fiz um curso técnico de enfermagem quando morava na França, vi que serviu para alguma coisa! – sorriu.

– Serviu mesmo, deveria investir nisso!

– Talvez eu o faça!

– Então, acho que está na minha hora! – pegou o aparelho celular em cima da pequena mesa. – Bom obrigado! – disse, por fim, ao levantar.

– Imagine, não por isso, quero dizer, foi minha culpa não?!

– Acho que sim! – riu.

– Considere um pedido de desculpas então! – caminhavam até a porta – Quer que eu te leve a algum lugar ou...

–...não não! – a interrompeu – Eu sei me virar daqui! Obrigado Emmily...

– Emma! – o corrigiu.

– Isso, Emma!

– E você é?!

– Justin!

– Foi um prazer!

– Igualmente! – ele disse antes de acenar e descer as escadas do pequeno prédio.