Por Uma Boa Causa escrita por Samyy


Capítulo 3
Capítulo Dois - Inesperado


Notas iniciais do capítulo

Leiam as notas finais please!



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 “Sexta-feira, sexta-feira, sexta-feira, sexta-feira. ” Uma das únicas coisas que se passavam na cabeça de Rose.

Dumbledore e ela conversariam na sexta-feira. As conversas com o diretor, em geral, eram sempre ótimas e esclarecedoras, mas nunca tinha ficado tão ansiosa assim com uma antes. Já estava na hora dela saber que tipo de coisas exatamente? Sua ansiedade chegara ao ponto de fazê-la sonhar com a conversa...

Rose estava sentada na sala do diretor, feliz e animada. Mas as palavras que ele dizia a fizeram desatar a chorar:

— Sabe porque você está aqui Rose? – Ela balançou a cabeça. – Por que os seus pais não te amam, você foi uma criança indesejada. Eu te achei jogada em uma lata de lixo. Eles nunca se preocuparam com você e esperavam que você morresse!

Ela acordava chorando desse pesadelo que a assombrava. Precisava esvaziar a mente, se distrair, parar de pensar no assunto. Principalmente durante a aula de matemática da professora McGonagall...

— ... eu preciso que vocês formem duplas... – a professora dizia.

— Aposto que ninguém vai escolher a “Sem Família” ali. – Uma garota, Victoire, falou, arrancando risadas da turma.

Como eles amavam Rose!

— Silêncio, por favor! – Ela repreendeu e a classe escutou alguém dar batidinhas na porta.

— Ah... com licença. – Scorpius começou sem jeito. – Desculpe-me professora, mas esse lugar é surpreendente. Acabei me perdendo. Posso entrar?

— Tudo bem, seu atraso está perdoado, senhor Malfoy. Dumbledore me falou de você. Sente-se. – o rapaz apressou-se para o único lugar vazio, ao lado direito de Rose. - Como eu ia dizendo, formem duplas, e não, não pode ser dupla de três, nem de quatro e muito menos de cinco. - Completou olhando especificamente para um grupo de alunos.

A professora retomou a aula, resolvendo algumas equações logarítmicas. Rose anotava a equação e tentava resolver por si só quando reparou, pelo canto do olho, que Scorpius a observava. No começo não se importou muito, mas após alguns minutos isso a irritou profundamente. Se desafiou a sustentar o olhar dele, se arrependendo em seguida ao sentir as bochechas esquentarem.

— Você precisa de alguma coisa? - Perguntou desconcertada.

— Não é bem uma coisa, apenas uma resposta: Quer fazer o trabalho comigo?

Rose se surpreendeu, e teve certeza de que isso estava muito bem estampado no seu rosto. Nunca sonhara em escutar aquelas palavras, o que tornava a situação totalmente inusitada e surreal. Estava acostumada a fazer trabalho sozinha, a não ser que os próprios professores escolhessem os grupos.

— Você está bêbado? – Perguntou, o deixando confuso. – Saiba você que é contra as regras da escola ingerir bebidas alcóolicas.

Scorpius balançou a cabeça negativamente.

— É claro que eu não bebi. Não vejo nenhum motivo para eu estar bêbado.

— Então por que vai fazer o trabalho comigo?

— Porque você é legal. – Respondeu sinceramente. – E também não conheço os outros alunos. Mas não vejo nenhum problema em querer fazer contigo.

— Bom, eu não costumo ser a primeira opção das pessoas. – Voltou sua atenção para a equação.

— E por que não?

Garoto insistente!

— Você sabe... – não, ele não sabia. – Não gostam muito de mim aqui. – Deu de ombros. Era um fato superado, sua única preocupação eram os apelidos e brincadeiras de mau gosto.

Scorpius franziu a testa.

Rose resolveu a equação e levantou os olhos para o quadro justo no momento em que a professora também terminara. Comemorou internamente, dando apenas um sorriso de felicidade, ao constatar que a resolvera corretamente.

— Bom, já dei tempo suficiente para que decidissem suas duplas e agora preciso que me falem, para que eu possa anotar os nomes.

A professora sentou em sua cadeira e os alunos começaram a falar:

— Victoire e Ester. – A garota que implicara com Rose foi a primeira a falar.

— Evanna e Caleb.

— Auguste e William.

— Scorpius e Rose.

Nesse instante, todo o zumbido que se ouvia na sala, das conversas paralelas, foi interrompido. Os olhares pareciam concentrados nos dois alunos e Scorpius não parecia se importar, atingira o seu objetivo.

Rose, que odiava ser o centro das atenções, se encolheu em sua carteira. Seus colegas de classe estavam completamente espantados.

Ela nem mesmo tinha dito se aceitava o convite do garoto.

— Vamos, ainda faltam muitos nomes. Até agora temos oito nomes...

Os alunos voltaram a dizer os componentes das duplas, para a alegria de Rose.

— Vocês têm duas semanas... – o sinal tocou anunciando o final das aulas.

Rose arrumou o seu material apressadamente, sendo uma das primeiras a sair.

— Tchau professora, bom final de semana. – Não pretendia vê-la até a próxima semana.

— Igualmente Rose. – Respondeu gentilmente.

A garota começou a andar pelos corredores, pretendia voltar para o dormitório e estudar mais um pouco. Percebia alguns alunos a encararem, cutucarem seus amigos e cochichar. Como isso a irritava profundamente.

— Rose! – Escutou alguém gritar e virou-se, a princípio não vendo o dono da voz. – Rose, espere!

Não era ninguém mais, ninguém menos que:

— Scorpius? – Assustou-se. – Algum problema?

— Não. – Respondeu estranhando a pergunta. – Aonde está indo? – Essa era a sua forma de puxar assunto.

— Voltando para o dormitório, por quê? – Logo se arrependeu, fora um pouco rude. Tinha que entender que o garoto era novo na escola e não tinha amigos... ainda.

— Eu estava pensando... não é melhor começarmos logo com o trabalho. Não quero deixá-lo para última hora.

— Hum... – ela ponderou. Ótimo, ele tinha iniciativa acerca dos trabalhos. – Certo, mas creio que não posso ficar por muito tempo. Tenho um compromisso mais tarde.

— De boa.

Como Scorpius não conhecia bem a escola, Rose os guiou para os jardins agradáveis da propriedade. Enquanto andavam, lado a lado, mais alunos cochichavam e ela entreouviu o que alguns diziam:

— O que o novato ‘tá fazendo com ela?

— Por que eles estão andando juntos?

E coisas do tipo.

O jardim era grande o suficiente para abrigar todos os estudantes e mais um pouco, cheio de árvores floridas e a grama verde. Estavam perto do outono Londrino.

Rose escolheu uma das árvores menos coloridas, sem muitas folhas. Já tinha experiência suficiente para saber que se sentasse nas outras, ocasionalmente, folhas cairiam para atrapalhar a concentração.

Assim que se sentaram, Rose pegou a extensa folha de exercícios e os separou. Os enumerados de forma ímpares eram para Scorpius e os pares para ela.

— Depois a gente troca e compara as respostas...

Meia hora se seguiu. Rose já tinha respondido quase a metade de suas questões quando notou Scorpius preso nas primeiras. Ele parecia realmente perdido, sem saber para onde ir, e coçava a cabeça.

— Tudo bem? – Ela perguntou.

— Ahn? – Ele se assustou, estava bastante concentrado em tentar resolver os exercícios.

— Eu perguntei se está tudo bem? – Ela se aproximou, tentando ver o que ele havia feito, mas Scorpius foi mais rápido e apertou seu caderno, onde fazia as questões, contra o peito. – Deixe-me ver o que você já fez!

— Eu sou um desastre em matemática... – ele se rendeu, abaixando o caderno.

Rose teve dificuldades em entender o que o garoto tinha feito. Sim, ele era um completo desastre.

— Não está tão ruim assim. – Ela devolveu o caderno. – Você só errou algumas coisinhas, como jogo de sinais aqui e essa decomposição.

Ela apontou para o garoto o que ele deveria fazer atenção, assim os resultados fariam sentido. Com essas dicas, Scorpius começou a se sair melhor e até fez algumas piadinhas, tentando arrancar risos da garota. Mas Rose não cedeu. Estava descobrindo Scorpius como uma boa companhia e não queria se afeiçoar ao rapaz para depois se entristecer, quando ele fizesse novas amizades e parasse de “perturbá-la ”. Era melhor deixar uma impressão ruim do que ser machucada.

Já começava a escurecer quando os dois decidiram que poderiam parar por ali e continuar depois. Rose foi rapidamente ao dormitório para guardar o seu material e ir ao encontro do diretor.

Ela bateu à porta e aguardou a resposta que nunca veio. Às vezes jurava que conseguia escutar o barulho do cérebro do diretor funcionando, mas naquele fim de tarde nem isso ouviu.

— Professor? – Ela decidiu entrar sem ser convidada, nunca fora um problema. – O senhor está aqui?

A princípio não viu nada, mas então os seus olhos focalizaram uma mão no chão. Pode jurar que o seu coração perdeu todas as batidas.

— Professor! – Sussurrou assustada, não estava entendendo o que se passava.

Dumbledore estava caído ao chão, atrás de sua mesa, onde ninguém o encontraria. Rose sabia que tinha que ir chama alguém, mas os seus pés não obedeciam ao alerta que o cérebro mandava.

Ela estava em choque.

Rose saiu em disparada pelos corredores do imponente internato, esbarrando em quem quer que fosse e não se desculpando. Era uma situação urgente.

— Professora McGonagall! – Ela nem se deu ao trabalho de bater na porta, fazendo a professora se sobressaltar. – O professor Dumbledore... ele... eu não sei... não pude fazer nada... – só agora percebera as lágrimas escorrendo pelo seu rosto.

Minerva McGonagall deixou a sala apressada. Muito mais comedida que Rose, Minerva abaixou-se ao lado do diretor e tomou o seu pulso.

— Vá até a ala hospitalar e peça que Madame Pomfrey chame uma ambulância.

A garota correu, entendendo a gravidade da situação.

Mil coisas se passavam por sua cabeça e as lágrimas embaçavam sua vista.

[...]

Rose se lembrava muito bem dos olhares que os socorristas lançavam uns aos outros dentro da ambulância.

Ela fizera questão de ir. Dumbledore fora como um pai e ela não poderia abandoná-lo a própria sorte. Nem Minerva, que também fora, nem Madame Pomfrey puderam contestá-la.

Os socorristas estavam desacreditados e apenas seguiam os procedimentos, sem realmente acreditar que fossem obter resultados favoráveis.

E era assim que Rose também se encontrava. Ela já estava preparada para o pior.

Após infinitas duas horas, finalmente um médico apareceu.

— Boa noite! – Ele devia ter, no mínimo, quarenta anos. Seus cabelos eram negros e os olhos castanhos. – Eu sou o doutor Longbottom e estava encarregado do senhor Alvo Dumbledore.

— Boa noite. – Elas responderam.

— Eu sei o quanto é difícil ouvir isso, mas o senhor Dumbledore faleceu antes de chegar ao hospital.

Rose sentou porque tinha certeza de que cairia. Um profissional confirmando as suas suspeitas era pior ainda.

Então quer dizer que o homem que a ensinou a ler, escrever e outras coisas tinha falecido? Isso não devia ter acontecido. Sim, ele já estava bem velho, vira muita coisa na vida, mas mesmo assim foi cedo demais, um baque. Tinha muita coisa para mostrar e contar a Rose, como por exemplo, aquele papo estranho sobre a família da ruiva.

Mas ela nunca saberia o que ele tinha para dizer.

[...]

— Você se importava bastante com o diretor, não é?

Alguns dias tinham se passado após aquela fatídica sexta-feira. Scorpius estava desempenhando o papel de amigo e oferecendo seu ombro para a ruiva. Ela ainda estava abalada com a morte do diretor.

— Ele era como um pai. – Ela confessou.

Rose não entendia essa relação que tinha com Scorpius. Àquela altura do campeonato, ele já deveria ter feito amizades e esquecido da ruiva. Ela não podia negar que sim, gostava da companhia do rapaz, a fazia se sentir normal como qualquer outro adolescente, mas ainda se fechava, para que ele não a magoasse e não tivesse ninguém para ajudá-la a catar os seus caquinhos.

— Você sabe que se precisar de qualquer coisa, eu estou aqui para ajudar, né?

Não, ela não sabia e toda essa solidariedade a deixava confusa.

Talvez Scorpius realmente estivesse empenhado em ser seu amigo.

— Obrigada. – Ela quis sorrir agradecida, mas não sabia se seria capaz de sorrir novamente.

De onde estavam, puderam notar uma movimentação estranha dos estudantes. Alguns corriam, outro apenas andavam com pressa.

— O que está havendo? – Scorpius perguntou, chamando a atenção de alguns alunos.

— A professora Minerva quer todos os alunos no auditório. Parece que vai fazer uma espécie de comunicado.

 


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Notas finais do capítulo

Acho que deste capítulo em diante, vamos começar a ter um probleminha... Bom, vou iniciar a vida de universitária depois de uma tretas que rolaram no começo do ano. Graças a Deus não vou precisar fazer enem de novo na dúvida de não arrasar novamente na redação. Mas agora falando sério, não sei com que frequência vou poder atualizar/escrever, então é isso. Fica aí nas mãos de Deus se eu serei capaz de conciliar esse tanto de coisa acontecendo na minha vida. Não quero e nem vou abandonar a história, os capítulso apenas terão um intervalo maior entre si.
Bom, é isso aí... Beijitos e a gente se vê no comentário que eu sei que você vai deixar, obrigada, de nada!
P.S.: Gente, tudo bem para vocês se eu postar capítulos entre 4 mil e 5 mil palavras? Não pretendo passar disso.
04/03/2016



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