Os Selos Do Destino escrita por Tsukkiame


Capítulo 9
E o plano começa


Notas iniciais do capítulo

Não direi que foi fácil escrever esse cap porque não foi. Meu bloqueio estava pior que internet a lenha em dia de chuva, ligava e desligava toda hora.
Porém, entretanto, todavia, contudo, eu adorei escrever ele.
Vamos parar com o lenga-lenga e vamos ao que interessa: Boa leitura!



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Helen Sorine é a típica professora louca. Aparentava ter menos idade do que tinha, além de ter um corpo esbelto, que impressionava a muitos dos garotos do colégio, estava usando um vestido que ia até pouco acima dos joelhos. Seus cabelos cacheados passavam dos ombros, tinha pele de um moreno claro que realçava a profundidade de seus olhos cor de mel, quase amarelos, como os de um felino. Mesmo sendo professora de magia defensiva tinha um apelido de peso, Som da morte. Seus duelos eram rápidos, poucos se equiparavam a sua velocidade. Porém, depois de entrar em Asphire para lecionar nunca mais lutou.

– Bem, meus seres de luz, como podem ver não tenho nenhum traço marcante que diferencie a minha raça. Isso por que sou meio-humana – Sentou-se na mesa, de frente para a sala, e cruzou as pernas devagar para prolongar o mistério. – e meio-gata. – Começaram os murmúrios. – Não vão se agitando tão depressa – Num piscar de olhos ouviu-se um assovio agudo. Helen surgiu ao lado de um dos alunos que estavam conversando, agora olhando para onde o som do assovio havia começado. – ainda tenho muito que lhes ensinar. – Disse em um tom quase mortal, disfarçado apenas pela voz aveludada da professora.

Cloe, que havia passado de normal para aterrorizada estava com seus cabelos intercalando entre roxo e cinza, cochichou:

– Essa mulher é doida!

Agora andando de volta para a sua mesa Helen Sorine continuava com sua aula:

– Eu ouvi. – Cloe ficou reta na cadeira, quase imóvel. – E como já disse hoje vocês verão magias sonoras, aquilo que acabei de fazer foi um exemplo. – Disse sorridente, pegou um dos livros em cima da mesa e continuou. – Todos já têm seus materiais? – Uma garota loira levantou a mão. – Diga.

– Estamos no segundo dia de aula e os que acabaram de chegar só tem o básico. – Explicou a menina.

– Ai essa escola só me traz dor de cabeça. Um minuto. – Levantou o dedo indicador para a sala. Ouviu-se outro assovio e a Srta. Sorine desapareceu novamente.

– Essa mulher é realmente doida! – Disse Cloe depois de alguns segundos.

– Gostei dela, não sei por quê. – Retribuiu Samantha.

– Pois eu estou com a Cloe, ela é sinistra demais, vocês viram, aquilo é muito sinistro. – Respondeu Martin.

– Digamos que eu também gostei dela, já pensaram em fazer aquilo que ela faz? – Allan estava ansioso para aprender aquele tipo de magia.

Ao passar de alguns minutos Helen voltou junto de um copo de café e com novas notícias:

– Vocês iriam receber seus materiais hoje após as aulas, entretanto, eu dei um jeito na situação e vocês receberão os materiais agora. Não é ótimo? – Sorriu a semi-gata.

Desta vez não foi um assovio que fez os materiais aparecerem, mas sim a pronúncia da palavra “Ekesti”. Em cada carteira ouvia-se o barulho de livros caindo, uma após a outra. Depois de um tempo todos acompanhavam a viagem dos livros: surgindo pouco acima do aluno escolhido e caindo perfeitamente, até o baque parecia ser calculado, em um tom oco.

– Agora que todos tem seu próprio material podemos começar com a aula. – Disse a professora minutos depois de o último aluno ter recebido seus livros. – Abram o livro de feitiços na página 639. – Todos pegaram um livro grosso e abriram na página ordenada. Ao lerem o nome do capítulo Allan se exaltou, era exatamente o que queria: “Feitiço sonoro nº 4678: Criação de portais mágicos.” – Dentro das mágicas instantâneas essa é a mais prática dentro de uma luta. É quase como um teleporte rápido para outro lugar, porém também serve para grandes distâncias. Entretanto são poucos os que o usam já que existem portais melhores onde podem ser transportadas uma quantidade maior de pessoas.

A aula continuou com Helen Sorine mostrando exemplos práticos, ia de um lugar para outro. Ensinou que é preciso conhecer o local aonde você quer se teleportar, não somente o nome, mas também as características físicas do lugar. Os ensinamentos se prolongaram pelas três aulas que tinham, a professora tomou a atenção de todos, e da mesma forma passava as informações limpidamente para a mente dos alunos. Ao tocar do sinal do intervalo ninguém mal tinha percebido o tempo passar.

– Eu disse, não disse? Ela parece ser uma boa pessoa, sem contar que finalmente eu consegui entender uma matéria direito e em três aulas seguidas! – Samantha falava para os amigos enquanto se encaminhavam para o refeitório.

No refeitório, agora de volta ao normal depois do Baile, os jovens comeram o mesmo que haviam pedido na última vez que estiveram no local. Entre as conversas que se espalhavam pelo refeitório quase em todas elas o grande assunto era o campo de caça. Dessa vez as vozes pareciam preocupadas, e em alguns momentos era possível ouvir ao longe parte da conversa nada animadora: “Ficaram sabendo? O isolamento do campo de caça foi causado por alguma coisa que conseguiu entrar e devastou grande parte da área. Ainda não sabem o que foi, mas que as aulas por lá serão suspensas até a reconstrução de tudo”. Depois de ouvir a frase Cloe interveio junto de um comentário:

– Eu sei que não é certo, mas quero muito ver o que aconteceu lá. E Martin. – Olhou para ele. - Um dia ainda faço você comer outra coisa ao invés de olho de Krud. – Martin fingiu que não ouviu o comentário e continuou a comer. A ninfa estava mais curiosa com o caso do isolamento do que com o fato de ter sido ignorada. Seus cabelos começaram a variar do tom normal para um verde marinho.

– Hmm, Cloe? – Chamou Allan enquanto apontava para os próprios cabelos.

– Oh, desculpem. Eu realmente estou muito interessada no que aconteceu. – A garota parecia eufórica.

– Então por que não vamos dar uma olhadinha? – Supôs Samantha com um olhar ardiloso.

– Não sei não. – Opôs o leprechaun enquanto o sinal tocava. – A segurança por lá deve estar acampada dia e noite. Além do mais, nenhum de nós sequer sabe como chegar lá. – Continuou durante a ida para o prédio oeste.

Chegando ao local perceberam que a construção por mais parecida com as outras, emanava uma energia diferente. Não sabiam o que era, simplesmente parecia diferente. Na fachada do prédio havia entalhado um “Lerni” com letras que lembravam as do alfabeto grego. A próxima aula que teriam seria de Iniciação a artefatos mágicos.

Na sala, escolheram os mesmos lugares de antes. Os alunos ficaram se perguntando qual seria o professor, já que ninguém sabia de um professor que desse aula sobre artefatos mágicos. Ouviram a porta ser fechadas e a voz de sotaque russo logo deu a ordem:

– Em seus lugares! – Era Vladmir Drik, o professor de magia ofensiva. – Parecem confusos, irei lhes explicar o porquê. Cada professor nessa escola tem uma especialidade, ou seja, cada um de nós sabe manejar corretamente um artefato específico que nos ajuda a amplificar o poder mágico de acordo com a nossa especialidade. – Ninguém fez perguntas. Prosseguiu. – Irei lhes mostrar como manejar um machado e depois espada. Muito bem, prontos? – Vladmir pareceu sorrir levemente durante a pergunta. Ao ver o balançar positivo das cabeças bateu uma palma contra a outra, um aplauso rápido e alto.

A sala não era mais a mesma, todos os que estavam sentados agora estava flutuando numa imensidão negra, ninguém conseguia distinguir nada naquela penumbra, até ouvirem a voz do professor em tom baixo, quase inaudível:

– Hmmm, creio que nenhum deles irá perceber. – Logo depois do quase sussurro, mais um aplauso. Encontravam-se agora flutuando acima de uma grande área, que, ao que parecia, tinha diversos tipos de terrenos. Do alto viam-se desde picos nevados, florestas densas, savanas, desertos, lagos, praias, penhascos, até mesmo vulcões em plena atividade. – Bem, onde podemos ir... Ah, ali, perfeito!

Os alunos eram levados por uma força invisível pelo mesmo caminho que o Sr. Drik. A brisa leve fazia arfar os cabelos dos jovens que agora acostumados a serem carregados admiravam a paisagem da viagem. Aterrissaram.

Era um vasto campo, que ao longe mal se via o que havia. O vento continuava a soprar, leve. No céu, as nuvens faziam sombras gigantescas que passavam sobre todos. E, agora, em solo firme Vladmir pediu para todos se arrumarem novamente dando um bom espaço entre um aluno e outro. Todos em suas posições o mestre simplesmente balançou as mãos e nem um segundo depois caíram um machado e duas espadas aos pés de cada um, a não ser por ele que somente surgiu um machado, grande e decorado em detalhes de ouro e ouro branco na estrutura da arma.

– Durante séculos – Começou – O homem vinha usando armas feitas à base de pedras afiadas, que depois com a descoberta do fogo e dos metais foi substituída por ferro, chumbo, prata, etecetera. Já no mundo mágico as ferramentas são artefatos utilizados para a canalização do poder mágico. Claro que o ataque físico também conta, mas é aí que entra a necessidade de canalizar o poder mágico no artefato, vejam bem. – Perto de onde estavam havia uma pedra, do tamanho de um muro bem alto e largura de uma casa. Vladmir pegou o seu machado e simplesmente acertou a pedra. Por ser de um material resistente e especial a pedra sofreu um aranhão visível. – E agora, canalizando energia. – Desta vez, antes de desferir o golpe na pedra, uma luz roxa envolveu o machado, quando atingiu a pedra simplesmente a transpassou por completo.

Os alunos ficaram pasmos. É obvio que um professor conseguiria fazer algo daquele gênero, mas não naquela magnitude. Agora, aqueles que não tinham nem se interessado pela pequena fenda que Vladmir fez anteriormente, estavam vidrados, paralisados.

– Acho que já peguei a manha com vocês! Hahahaha!! – Vladmir que agora tinha a atenção de todos, até mesmo os desinteressados, começou a aula. – Peguem seus machados e, assim como na última aula que dei para vocês, canalizem o poder. – Começou a andar em meio aos alunos, analisando como cada um deles fazia a tarefa.

Aos poucos os machados começavam a se iluminar. Assim como na aula de bolas de fogo o local se iluminou com as mais diversas cores e tons.

– Brilhou, brilhou, brilhou!! – Samantha estava eufórica. Começou a balançar e rodar com seu machado como se fosse um chocalho gigante.

– Sam, cuidado, ninguém quer ter a cabeça decepada. – Alertou Allan.

Não foi preciso terminar a frase para que Samantha pisasse num pedaço de pedra no chão e a fizesse perder o equilíbrio. Começou a correr para se estabilizar quando tropeçou. Estava indo com o machado pulsante azul em direção ao chão. Caiu. Depois de um piscar de olhos ouviu-se o estrondo. O vento criado pelo impacto fez com que a poeira do chão levantasse, criando uma nuvem que impedia a visão. O machado de Samantha estava fumegando, e logo a frente estava a rachadura, um pequeno abismo. A poeira baixou, e os sussurros começaram “Como ela fez aquilo?”.

– Quero que todos parem. Agora! – Foi dada a ordem. Vladmir Drik esperou tudo se acalmar para ir checar o local do acidente. Viu Allan, Martin e Cloe socorrendo a garota ainda atordoada. – Vocês, levem-na para a sala de enfermagem do prédio, mandarei vocês de volta. O que essa garota pensou concentrado tanto poder no machado?

– Hmm, droga, parou de brilhar. – Samantha voltou ainda um pouco atordoada.

– Você só pode estar louca né? – Começou Cloe, os cabelos passando para um tom lilás. – Olha o que você fez. De qualquer forma, você está bem?

– Acho que si – Se interrompeu. – Oooolha só!! Fui eu que fiz isso?!

– Foi, Sam, e você quase me deixou surdo com a barulheira que isso fez. – Reclamou Martin. – Pelo visto você já está bem melhor não é?

– Mesmo assim, ainda temos que leva-la a enfermaria, pode ter batido a cabeça. Sr. Drik, poderia nos dizer como chegar lá? – Allan tinha um plano em mente, e ele já o estava pondo em prática.

– Claro, acho melhor. – Respondeu Vladmir. – Muito bem. A aula termina por aqui hoje, vamos voltar. – O processo de volta foi o mesmo só que mais rápido dessa vez, com um único aplauso.

Vladmir acompanhou os quatro jovens. A sala ficava no andar térreo logo no começo de um corredor. Dentro, havia cinco camas com lençóis brancos e cobertores grossos. Deitaram Samantha em uma delas e foram falar com a enfermeira.

– O que aconteceu com ela? – Perguntou a mulher enquanto levantava a franja da garota. – Ela bateu a cabeça em algum lugar?

– Ela tropeçou e caiu no chão enquanto eu dava aula no campo de. – Parou.

– Compreendo. - Respondeu a enfermeira enquanto pegava os curativos.

Depois de ter realizado o curativo na testa de Samantha voltaram à sala, onde não havia mais ninguém, quando Allan começou a falar:

– Eu sabia! Aquele lugar tinha muitos terrenos para ser um mero lugar. O lugar onde fomos com o Sr. Drik era o campo de caça!

– Espera aí, como você pode ter tanta certeza? – Perguntou Martin.

– Vocês não ouviram quando estávamos naquele breu flutuando? O Vladmir disse que nenhum de nós perceberia. A partir daí comecei a pensar o que seria, - O plano começava ali - por isso pedi ajuda para chegarmos na enfermaria, eu tinha quase certeza que ele iria explicar a situação e quando finalmente explicou ele disse que estava dando aula no campo de...?

– Caça! É claro, - Continuou Cloe. – como não pensei nisso antes, e ainda mais nessa sala.– Começou a pensar. - Mas, se aquela era o campo de caça, por que estaria intacto daquele jeito? – As peças estavam quase se encaixando.

– Isso é verdade disseram que o lugar foi quase todo devastado. E o que tem essa sala? – Samantha estava entrando no clima.

– Não é esta a sala que pode se transformar em qualquer outro lugar? – Martin começou a arrumar suas coisas. – Ou será que estou me confundindo com outro prédio. Tanto faz, estou faminto, por que não vamos comer alguma coisa está quase na hora do almoço.

– Tudo bem, mas se tiverem algo para fazer depois das aulas, desmarquem. Esta tarde vamos à biblioteca! – Allan estava quase completando o quebra-cabeça só faltavam algumas peças.



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Notas finais do capítulo

Allan seu safadjénho, tudo planejado u-u O que vocês acham que acontecerá? Hein, hein?
Adiós o/