O almoço estava calmo, quer dizer pra gente estava calmo, mas quem era de fora com certeza achava que éramos os caipiras do lugar. Os Hazcados só fazia-nos passar vergonha.

_Segura essa parça! –Harry gritou para Carter que estava de frente para ele na mesa, e com um pedaço de papel e seu garfo no qual ele entortava com o dedo e em sua ponta estava o pedaço de papel, ele deu um grito agudo e do outro lado Carter juntou suas mãos deixando um espaço demonstrando um “gol”, e então Harry soltou o a ponta do garfo e “GOLL!” . Não teve como não rir como aquela cena. Até o garçom que estava ao nosso lado riu.

_Cara você é foda! –Carter brincou e em seguida levou um tapa leve de Mary que estava ao seu lado e disse “Olha a boca menino” . O almoço se passou nisso, em brincadeiras, risadas, e sermões.

_Pode andar aqui por esses lugares? –Girei meu dedo que apontava para o lugar onde estávamos.

_Sim! Carter leve Rose para conhecer aqui! –Papai falava enquanto colocava o seu ultimo pedaço de carne na boca.

_Aff! Eu? Porque eu? Vai lá Harry, você que curte essas paradas de natureza. –Todos riram enquanto Carter falava e fazia caretas de “Noooo”. Mas quando ele disse Harry, senti um gelinho no estomago. Minha vontade era de gritar “Esquece não quero mais ir ver nada” mas ao mesmo tempo tinha vontade de gritar “Vai Harry vamos logo levanta menino!”, mordi o canto da boca , normalmente eu fazia isso quando eu estava com medo ou nervosa, e nesse instante eu tinha um pouco dos dois, OK OK! Eu tinha um MONTE dos dois.

_Vai lá filho, você conhece bem aqui, leve Rose lá no bico do restaurante. –Anne falou e o gelinho no estomago virou gelão. Harry se levantou ajeitando sua blusa e levantando suas calças, mas mesmo que ele levantasse ainda podia ver sua cueca branca.

_Vamos?! –Harry dava a volta na mesa chegando até mim. Concordei com a cabeça me levantei e peguei meu celular que estava ao lado do meu prato, e então andamos para fora do restaurante em silêncio. Ele andava um pouco atrás de mim, e sinceramente não sabia o porque. Estávamos perto da porta de saída quando eu tropeço em um degrau e quase caio. Mas sinto um braço grande e firme ao redor de minha cintura, e uma de minhas pernas estavam dobradas prontas pra finalizar meu tombo. Olho um pouco para cima e me deparo com olhos perfeitamente lindo, e vejo e minha cabeça estava em seu peitoral. Beleza! Harry me salvou. Me afasto dele correndo com um gritinho atrasado, como gato morto. –Caramba! Como você é leve! E cuidado. – Harry falava enquanto jogava seus cacho bagunçados de lado.

Me recompus e já estávamos bem longe um do outro. –É.. un... obrigada! Se não fosse por você eu passaria um enorme e vergonhoso mico. –falei arregalando os olhos e esticando um de minhas mãos lateralmente como se eu estivesse mandando ele passar ele foi na frente e colocou suas mãos nos bolsos.

_Na verdade eu iria rir se você caísse, mas sei lá, foi meio que impulso. –Ele olhou pra traz com um sorriso fofo. E continuou andando, quando realmente saímos do restaurante e estávamos no estacionamento onde estávamos mais cedo, começou a bater um vento muito muito forte e eu tentei me aquecer com meus braços. Ele começou a andar e eu o acompanhei um pouco atrás. Ficamos em silencio até chegarmos no bico do restaurante onde Anne falara.

_Wow! –Arregalei meus olhos e minha boca. –Como consegue ser tão perfeito esses lugares?!!!! Nossa, se eu não fosse tão friorenta moraria em uma barraca , bem aqui onde estou parada.

_Eu moraria com você! –Harry falou e automaticamente eu olhei para Harry e ainda estava olhando pro horizonte mas se virou pra mim e sorriu. –Brincadeira! –Ele sorriu novamente e voltou a olhar pro horizonte. Eu não sabia o que era mais bonito, se era o horizonte perfeito ou se era o animal, ao meu lado.
O vento piorou e então eu sentei em um tronco que estava um pouco pra frente, e Harry me acompanhou. –Eu amo esse lugar! Não sei, sinto que posso ser eu mesmo.

_Por que? Você não é você mesmo?

_Sou! Quer dizer perto da minha família e dos meus verdadeiros amigos, eu sou eu mesmo, mas quando eu estou aqui sei lá, sinto uma paz tremenda. –Eu o olhava fixamente enquanto ele falava ainda olhando para o horizonte. –Por exemplo, se eu morresse agora, nesse exato momento.. Eu morreria feliz, primeiro por estar ao seu lado. –Arregalei os olhos novamente, e sorri, deixando sair um pouco de som, e então ele olhou para mim. –Brinquei de novo!

_É você brinca demais.. Mas e o segundo motivo? –Falei tentando me aquecer.

_Morreria feliz, pois estou fazendo o que eu mais gosto, que é apreciar a beleza de tudo que o mundo tem, não sei porque mas isso foi meio gay. –Eu ri alto.

_é um pouquinho. –falei e ele me olhou sorrindo também. Ele tirou seu cachecol e colocou em volta do meu pescoço. –Não, não precisa! – tentei tirar.

_precisa sim! Se você não colocar vai morrer congelada igual o Jack do titanic. –Sorri novamente. Caralho! Esse garoto só me fazia sorrir, meu Deus do céu. Arrumei o cachecol no meu pescoço, e voltei a olhar pro horizonte.

_Mas eu acho fofo!

_O que? -Ele perguntou me olhando, apesar deu estar olhando pra frente, pude sentir que seus olhos estavam em mim.

_Tudo, tudo isso que você falou, acho fofo meninos assim. É muito difícil alguém ter o pensamento igual ao seu. Você é ... é famoso , e ...

_Ah! Você sabe? Achei que não sabia sobre isso. –Ele estava falando de sua fama, Harry fazia parte de uma boyband muito famosa na Inglaterra, na verdade não conheço e nunca ouvi nada sobre ela lá na Califórnia. –Pois você agiu tão naturalmente comigo.

_E porque não agiria? Só porque você é famoso? Na verdade só sei isso pois Carter falou pra mim a alguns meses atrás, quando eu ainda estava na Califórnia. Mas sem ofensas, eu na verdade nunca fui mais a fundo nesse assunto, é que pelo menos até os dias em que eu estava lá, nunca ouvi falar. Então...

_Sinceramente, quando te conheci, fiquei feliz por achar que você não sabia de nada disso. –Ele falou passando uma de suas pernas para o outro lado do tronco, e agora ele estava completamente virado pra mim.

_E porque?

_Pois sempre querer algo de mim, sei lá uma foto, um autografo, um abraço.

_Uê! Mas isso não é bom?

_É, e muito, acho até que isso é uma motivação, a cada vez que aparece uma menina e pede algo, eu amo abraça-las. –Eu sorri maliciosamente como se, ele gostasse de abraça-las só por que elas são fãs, duvido! –Mas, quando eu conheço alguém que nem ao menos pede um abraço, eu fico feliz! Dai é assim que eu consigo ser eu mesmo! –agora eu olhava pra ele. –E a única coisa que você ganhou de mim até agora foi um cachecol.

_Sério? Eu o ganhei, nossa muito obrigada! –zuei com a cara dele.

_Na verdade é emprestado.

_Ah! Não sei não, eu fiquei bem nele.

_Nem vem, ele é meu! –nós sorrimos um para o outro e ele jogou seu cabelo e olhou nos meu olhos fixamente.

_Para! –falei virando meu rosto.

_Parar? O que?

_Essa coisa que você faz com os olhos. Você deve fazer isso sempre com as garotas né?!

_Só quando eu sinto algo por ela. –Ai meu Deus! Lembra o gelão? Então, nesse momento virou uma geleira. Para Harry!!!!!!! Me levantei e disse “Vamos?” e ele se levantou seguindo dessa vez ao meu lado. Voltamos para dentro do restaurante em silencio, e depois da sobremesa fomos embora, não conversamos o caminho todo, e no carro só ouvia os Hazcados, e mais nada .Na hora que chegamos em casa nos despedimos com um “Tchau” e cada um entrou em sua devida casa.
Meus pensamentos se viraram em Harry, e em tudo o que ele dissera mais cedo. Principalmente sua ultima frase, “Só quando eu sinto algo por ela” .