*Monique Parte*

  Dor, dor, dor e mais dor. Era tudo o que eu sentia, mas ia valer a pena. Quando o vi entrar no quarto do hospital, tive certeza de que meu plano estava dando certo. Fiz cara de coitadinha e comecei meu teatro:

  - Niall? É você?

  - Oi Nique, sou eu sim. O que você fez sua destrambelhada? – Sorri.

  - Fui atravessar a Avenida, mas um carro me atravessou antes. – Piada de última hora, há. Tive que fazer a pergunta essencial: - Cadê sua namorada? Como ela te deixa andar sozinho por ai?

  - Ela está na recepção, fica tranquila Momo, ninguém vai me roubar. – Adorava quando ele me chamava assim.

  - Nialler, chega mais perto, quero te contar o que eu vi quando desmaiei e ninguém pode ouvir, nem mesmo as paredes. – Ele chegou seu ouvido direito perto da minha boca. Eu ouvi o toque do celular dele se aproximando... só podia ser ela! Ela devia estar trazendo o celular dele, é agora ou nunca! Ignorei as agulhas em meus braços e agarrei Niall pelo pescoço, o beijei e para ter certeza que ele não escapasse até ela chegar, tive que fazer força. Alguns segundos depois, ouvi a porta do quarto se abrir e em seguida, se fechar, com um barulho alto. Niall foi mais grosso comigo do que nunca. Me disse para nunca mais olhar, nem falar com ele e saiu correndo atrás da metida. - Ai como estou triste gente! HÁ HÁ HÁ – meu plano funcionou, sou uma gênia.

  *Vitória Parte*

  Sim, Monique tinha achado uma maneira de chamar atenção do meu namorado. Uma maneira suicida. Mas pelo menos ele me avisou que estava indo para o hospital e me chamou para ir junto.

  Cheguei e ele tinha acabado de chegar também. O Doutor disse que a Mrs. Acidentada queria vê-lo, e eu, claro, não me atreveria a bancar a enciumada e entrar junto. Depois de alguns 5 minutos que Niall estava no quarto, seu celular, que estava comigo, começou a tocar e na homescreen estava escrito “Monique Mãe”. Achei sensato levar para ele, já que né... mas, foi a pior escolha da minha vida. Abri a porta e  dei de cara com os dois se beijando. Isso mesmo: s-e b-e-i-j-a-n-d-o! Não sei se o que senti na hora foi mais raiva, ódio ou ciúmes. Bati a porta, ignorando a Lei do Silêncio e meus bons modos, e sai sem rumo. Parecia que eu tinha levado uma flechada no peito, parecia que meu coração estava despedaçado e ia parar de bater. Eu estava completamente rasgada por dentro.

  Niall chamava meu nome, mas eu fingia não escutar, não olhava para trás, não cedia as suas súplicas, não dava moral para meu coração que dizia “ouça ele ouça ele”, mesmo que o amasse, minha vontade agora era de mata-lo ou me jogar de um penhasco.

  Liguei para Isa pedindo ajuda, cuspindo as palavras entre os soluços e ela foi me buscar. Eu estava desnorteada, eu sei, mas Monique vai ver, não vou me rebaixar a ela. O silêncio e a ignorância são melhores que uma vingança física.

  *Niall Parte*

  O quê? Ela fez isso mesmo? Monique fez isso?

  - Nunca, nunca mais na sua “vidinha” se atreva a falar comigo Monique! – Gritei, desobedecendo as regras do hospital e sai correndo atrás de Vitória.

 *Flash Back On*

  Nós estávamos conversando normal, quando de repente, a “louca” me segurou pelo pescoço, me forçando a beijá-la. Eu tentei me afastar, mas estava com medo de machuca-la, já que ela estava cheia de agulhas no braço. Sua boca tinha gosto de sangue e sua pele estava gélida e cheirava a álcool de hospital.

  Quando finalmente ela me largou, era tarde demais. Minha namorada tinha visto tudo e com certeza estava me achando um canalha e pensando que sou como todos os outros. – Você conseguiu me fazer te odiar Monique.

*Flash Back Off*