Bem, não me lembro exatamente como, mas sei que acordei no meu dormitório, usando uma casaco extremamente grande e com uma dor de cabeça dos infernos. Levantei e olhei no relógio. Era quase hora da aula. Terminei de me levantar e resolvi acordar Mary.

- Coisa, levanta. – a chacoalhei, mas ela continuava dormindo. – Maryanne Reeves levanta agora!

- PARA DE GRITAR NO MEU OUVIDO CACETE. – ela disse, se levantando num pulo só.

- Desculpa, Bela Adormecida, mas você não acordava de jeito nenhum.

- Tá, tá.

- Vou tomar um banho, to morrendo de dor de cabeça. – disse, entrando no banheiro.

- Mas não demora, quero tomar um também.

Passaram-se 30 minutos e nós já estávamos prontas, descendo para tomar o café da manhã. Encontramos Remo, James e Sirius na porta do salão comunal.

- Remo!

- Isabella!

- Onde estava ontem? – perguntei, abraçando-o.

- Ah, problemas. – ele disse e olhou discretamente para os dois ao seu lado.

- Ah, melhoras pra você então. – sorri. – Essa é Mary.

- Olá. – ela disse, dando um beijinho na bochecha dele.

- Oi Mary. – ele sorriu de volta.

- Vamos então? – James disse, nos empurrando para fora da sala.

Chegando no salão, nos sentamos e enquanto eu me servia de torradas, Sirius estava do meu lado prestando atenção em cada par de bundas que passava na sua frente.

- Sirius, dá pra pelo menos fingir que você é decente? – perguntei, enquanto passava geleia na minha torrada e colocava na boa.

- Eu sou decente. – ele disse sem tirar o olho da bunda da menina.

- Ah, claro. Comendo bundas com os olhos.

- Que deu em você hoje, garota? – ele perguntou, me encarando.

- To de ressaca. – peguei outra torrada.

- Com certeza, depois de ontem. Ressaca é pouco.

- Não estava tão bêbada assim. – respondi em minha defesa.

- Sim, você estava. – James disse, ficando emburrado. – Você queria brincar de fazer bebês com o Sirius.

Engasguei com o suco.

- EU O QUE?

- Isso mesmo. – Mary concordou, rindo. – E ainda subiu de cavalinho nas costas dele.

- Eu fiz isso? – perguntei, assustada. – Sirius, você abusou de mim?

- Não. Foi difícil, mas eu resisti. – ele sorriu malicioso.

- Resistiu mesmo? Eu não confiaria tanto assim nele. – Remos comentou, tirando os olhos do livro de feitiços.

- SIRIUS!

- Oi, Isa.

- Não aconteceu nada, né?

Ele me encarou novamente com aqueles grandes olhos enigmáticos.

- Não, Isa. Mas ainda vai acontecer, isso eu te garanto. – ele sorriu novamente e pegou um pedaço da torrada que estava na minha mão.

- Almofadinhas, eu ainda sou seu amigo. – James suspirou. – E ela ainda é a minha prima.

- E o que tem isso? – Mary perguntou, ainda rindo.

- Nada. Eu sei que o Sirius não trairia minha confiança.

Sirius apenas sorriu e Remus disfarçou o riso.

Logo o sinal tocou e nós fomos para a próxima aula, Herbologia.

- Detesto isso. – disse, bufando.

- Podemos fazer algo mais interessante, querida. – disse uma voz grossa atrás de mim que eu conhecia muito bem.

- Lucio.

- Isabella.

- O que você quer? – perguntei cruzando os braços, vendo que todos atrás de mim tinham parado.

- Você.

Eu ri: - Então sinto muito, mas vai continuar só na vontade.

Me virei para sair, enquanto ouvia ele bufar e dizer: - Ainda vai se ajoelhar aos meus pés, Isabella.

- Da onde você conhece ele? – perguntou James, enquanto colocávamos as luvas de couro.

- Ah, ele foi pra Irlanda algumas vezes nas férias e nós acabamos nos encontrando em uma festa. Desde então, ele não larga do meu pé.

- Mas ele é um gato, Isa, por que não fica com ele? – Mary perguntou, ajudando Remus com uma planta que insistia em soltar um líquido esverdeado e nojento.

- Porque não. Quer dizer, quem sabe eu mude de ideia algum dia, mas por enquanto, não rola nada. – respondi, dando um tapa na cabeça do Sirius.

- AI! – ele gritou. – Que violência é essa?

- To irritada com você. – dei de ombros.

- Por Merlin, que eu fiz dessa vez? – James estava rindo, acho que ele me preferia irritada com Sirius do que bêbada querendo fazer bebês com ele.

- Nasceu.

- Isabella 1 x Sirius 0 – Remus disse, sem deixar de prestar atenção na professora.

- Não gosto de ver você olhando pra toda bunda que passa na sua frente. – disse, terminando de cortar um galhinho da minha planta, apenas para deixá-la mais bonita.

- Isso é ciúmes? – ele sorriu malicioso.

- Não, isso é instinto de proteção com essas vacas sem cérebro que vão aceitar cair na sua armadilha. Coitadas.

- Isabella 2 x Sirius 0 – Remo disse novamente, arrancando risadas de Mary que estava tentando dar um jeito no cabelo do James. Awn.

- DÁ PRA PARAR DE NARRAR, ALUADO? QUE SACO. – Sirius disse, vermelho.

- Sr. Black, posso saber o motivo de estar gritando na minha aula? – a professora perguntou, fazendo todos os alunos prestarem atenção no Sirius.

- Remo está me irritando.

- Remo nunca irrita ninguém. Ele é o melhor aluno desta classe. – a professora disse, orgulhosa.

- Mas... – Sirius tentou argumentar.

- Mas nada. Detenção, Sr. Black. – ela disse.

O resto do dia passou sem mais nenhuma emoção e logo nós estávamos na hora do almoço. Tínhamos acabado de receber nossos horários de detenção.

- Pera. MARY! – berrei.

- Estou do seu lado, não precisa gritar.

- Temos detenção com 4 meninos da corvinal! – disse, empolgada.

- Sim, eles são gatos. – ela disse, mordendo os lábios.

- Grande coisa. – bufaram James e Sirius.

- Deixem elas. – Remo riu. – Mas vocês não podem ficar pegando detenção assim.

- Ah, Remuxo. A gente não fez por mal. – disse, fazendo bico.

- Remuxo. Que porra é essa? – Sirius perguntou, emburrado.

- Apelido carinhoso. – dei de ombros.

- Você adora distribuir apelidos carinhosos não é?

- Não só isso, Sirius. Adoro distribuir beijos também. – sorri, me servindo de batatas.

- DUVIDO. – ele disse vermelho.

Ergui os olhos para ele e sorri, meio maliciosa.

Então olhei para o garoto ao meu lado, era gato. Puxei-o pela camisa e o beijei.

- ISABELLA! – ouvi James berrar.

- Gostei da ideia. – disse Mary, e se agarrou com o garoto ao lado dela.

Depois disso, Sirius e James começaram a gritar e se atracar com os meninos, enquanto Remo tentava separar a briga.

- Nos amem menos meninos. – disse Mary, assim que nós entramos na sala comunal (tínhamos um horário livre)

- Não é amor. Quer dizer, eu amo a Isabella. – James disse. – Mas você, Mary, é questão de honra.

- Você também, Isabella. – disse Sirius.

- “Você também, Isabella.” É o cacete porque você não vai colocar as mãos na minha prima. – James disse emburrado.

- Que seja, vocês nos amam muito. São apaixonados por nós. – disse, rindo.

- Concordo. E tem de parar de se meterem em encrencas. – disse Remo, abraçando sua namorada, Jade.

- Aiai, veremos o que irá acontecer. – James sorriu para Sirius e ambos fizeram uma cara não muito boa. Estavam tramando algo.