Ghost Of You escrita por Clara B Gomez Sousa


Capítulo 4
O4. I Won't Give Up


Notas iniciais do capítulo

Depois de uma demora relativamente longa, mais um capítulo para vocês!
Enjoy :)



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Abri os olhos. Havia uma poça de um líquido estranho no chão, e minha mão estava a centímetros do meu membro. Nada de Sofia. Era só eu ali. Eu havia tido uma alucinação com Sofia e chegado ao orgasmo sozinho pensando nela. Aquilo era realmente doentio. Eu estava doente, muito doente, doente dela, por ela, por Sofia estar naquela situação, eu estava deprimido e tinha fantasias com ela no banho, eu estava doente. Com uma doença chamada Sofia Marie Gomez. Eu tinha Sofiagomite Crônica. Eu sei, o nome é estranho, eu inventei agora, mas, enfim. Eu estava doente dela.

E o pior: era bom. E eu gostava.


Tomei um banho, tendo o cuidado de limpar todo o chão do Box sujo pelo resultado da minha fantasia sexual com Sofia, e fui trocar de roupa. Demorei pouco tempo, coloquei uma calça qualquer (dois dias depois descobri que aquela calça estava rasgada nos fundilhos), uma blusa mais qualquer ainda e me joguei na cama. Meu celular começou a vibrar e a tocar We Own The Night alguns segundos depois. Fechei os olhos, e atendi o telefone.

– Que é? – Perguntei, ríspido.

Eita, Jb, eu ia falar algo engraçado, que bicho te mordeu? – Ouvi a voz de Lyan Butler, meu melhor amigo, e suspirei, meio que arrependido.

– Oi, cara. – Soltei.

Ah, já sei... É a Sofia, não é? – Lyan chutou. Não respondi. Só de ouvir o nome dela eu tinha uma sensação estranha, porém boa. Uma paz misturada ao desespero de perdê-la para sempre, eu lembrava de sua voz sinuosa e calma sussurrando segredos ao meu ouvido quando ela se sentia segura para chorar comigo, por exemplo quando ela tomou coragem e terminou com Nick Jonas, que a tratava mal, só que ela ainda gostava dele. E eu lembrava de quão ruim eu me senti depois que ela foi embora, depois de chorar o quanto precisava e eu tê-la consolado com chocolate-quente. Eu que precisei ser consolado. Mas eu não tinha ninguém, por que ninguém sabia que eu a amava. Foi a primeira e única vez que eu fiz algo ruim comigo mesmo. E eu tenho marcas até hoje. São pequenas, mas se olhar direito para meu pulso dá pra ver três cicatrizes fracas, disfarçadas na minha pele clara. Eu me cortei naquela noite, usando um aparelho de barbear. Aproveitei que estava sozinho, era para eu estar na casa da minha mãe em Los Angeles, mas nós discutimos e eu fugi para uma outra casa que eu tinha na cidade. Em 24 horas ela ia descobrir que eu estava lá. Como eu não sabia quanto doía, eu passei a noite inteira sentado no chão do banheiro, com o pulso direito sangrando, com os olhos apertados, agonizando de dor. Até que eu conseguisse levantar e lavar meu pulso, esconder a cicatriz, limpar a poça de sangue que havia se formado. Eu me sentia muito mal, por Sofia, e pior ainda por ter deixado meu coração fazer aquilo comigo mesmo. E acabou que eu nunca mais fiz algo parecido.

Duuuudee!!! – Lyan me acordou do meu flashback.

– É a Sofia sim. – Respondi, como se eu nem tivesse ficado em silêncio durante quase três minutos na linha.

Ela era... é muito sua amiga, é normal.

– Na verdade... – Comecei.

O que? – Lyan perguntou. Sacudi a cabeça, desistindo da idéia de me abrir com Lyan. Eu ia chorar. Eu chorei com Sara, eu tive de conter o choro com minha mãe, mesmo falando rasamente sobre Sofia.

Eu não queria chorar na frente do meu melhor amigo. Não mesmo, isso seria matar minha masculinidade.

– N-nada. – Respondi. – Não é nada.

Han? Fala, cara, o que está acontecendo contigo?

– Nada, Lyan. – Respondi. Houve silêncio no outro lado da linha.

Você está apaixonado pela Sofia. – Lyan afirmou com toda a certeza do mundo. Eu abri a boca, meio surpreso.

– C-como?

Você me ouviu. Você está apaixonado pela Sofia. Por isso está tão mal pela Sofia estar... bem, você sabe. – Ele continuou. – Não é isso?

Suspirei. Droga. E eu pensando que era um segredo.

– É isso mesmo. – Gaguejei. Finalmente minha voz perdeu força. Como se eu fosse soluçar. – Eu passo o dia todo pensando nela, cara... O que eu faço?

Lyan riu de minha desgraça. Filho da mãe. Queria me ver chorar mesmo.

Tenta pensar em outra coisa.

– Como, se a única coisa que eu penso logo é ela? – Perguntei. – Eu estou muito apaixonado, mesmo, ela não sai da minha cabeça nem que eu force pra que ela saia! Eu lembro dela ouvindo música, fazendo nada, lembro dos olhos escuros dela, do cabelo sinuoso, da voz doce... – Comecei a poetizar.

Ok, entendi, Sr. Sou-Sheakspeare-e-tenho-uma-bela-duma-musa-inspiradora. – Lyan soltou, fazendo piada mas falando sério ao mesmo tempo.

– Me deixa. Olha, eu... não estou bem... – Confessei. – Eu não... quando a garota avançou na Sofia... eu nunca vi nada tão assustador.

Parei para respirar, a lembrança apavorante que me deu e dá pesadelos até hoje, de ver Sofia jogada no chão, derrubada por uma belieber, ferida, com o sangue manchando seu traje roxo de apresentações da We Own The Night Tour, que ainda estava na apresentação de estréia. Sofia pálida, com os olhos arregalados, com terror no olhar, os lábios tremendo, sua voz arrastada e fraca, ofegante, chamando meu nome desesperadamente, e as últimas palavras que ela disse antes de ceder à fraqueza e o sangue descendo de sua boca: Eu te amo, Jason.

Eu nem sei se ela disse isso por que eu fui correndo primeiro que todo mundo até ela, por gratidão, ou me amar no sentido de amizade muito forte, mas eu simplesmente não cogitava na idéia de Sofia gostar de mim. De me amar. Era muito absurdo. Mesmo comigo apaixonado, eu não via razão nem lógica dela me amar. Ela tinha Nick Jonas implorando a ela todos os dias para que voltasse com ele com o namoro. Ela tinha vários caras legais em volta dela, se jogando nela, fazendo de tudo para que ela os namorasse. E no final ela que levava a culpa. Aqueles haters desprezíveis. A chamavam de interesseira por Taylor Lautner tê-la fisgado no começo do sucesso do papel dele como lobisomem depilado. A chamavam de cata-fama por Nick Jonas ter se declarado para ela quando os Jonas Brothers estavam na primeira turnê, meses depois de quando os dois se conheceram. Várias coisas. E tudo isso me dava ódio. Eu passei esses tempos de ódio a Sofia no lado dela, eu presenciei tudo, e se alguém pode dizer que aqueles haters estavam mentindo sou eu. Sofia tinha culpa se ela, como todas as garotas dos Estados Unidos, se apaixonaram pelas modas da época instantaneamente? Julgá-la por eles terem a pedido em namoro por quê? Não faz sentido. Ela era famosa antes, ela era talentosa, ela pode muito bem fazer tanto sucesso quanto eles. Ela queria provar a todos isso, que pode viver sem depender da fama de ninguém, só pelo seu talento, pelas suas realizações e calar a boca daqueles haters.

Mas aí aquela belieber vai lá e a esfaqueia, e praticamente acaba com todos os sonhos dela. E com os meus também.

Eu não estava só com raiva e tocado por aquela história, eu estava inconformado. Muito inconformado. Como uma pessoa que se diz belieber quer matar a melhor amiga do ídolo?! Isso é ser fã? Sério?

Minha mente mergulhou em pensamentos, e eu esqueci Lyan no outro lado da linha. De novo.

JASON!! – Ele me tirou dos devaneios com um grito.

– QUE ÉÉÉ! – Eu gritei. – ME DEIXE DESTRAUMATIZAR EM PAAAAAZ!!!

Lyan riu.

– A coisa está boa, hein, Bieber? – Ele brincou. Bufei, deitado na cama.

– Não. Não está nada boa. – Respondi. Olhei meu relógio, oito horas. – Eu queria poder voltar no tempo pra me jogar na frente da Sofia... como a garota era uma fã minha, ela não iria nem chegar perto da minha garota.

Suspirei. Me sentia um total inútil.

Alguém não está com a auto-estima lá tão boa. – Lyan comentou.

– Nossa, gênio, que grande descoberta. – Respondi. – Olha, eu... preciso desligar.

Ok, ok. Stay strong, ok, Jason? – Ele sugeriu. Murmurei um aham e desliguei. Fechei os olhos.

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Me diverti pela primeira vez duas horas depois daquela ligação. Sara me ligou enquanto eu fazia qualquer coisa. Disse que tanto eu quanto ela estávamos mal por causa da nossa amiga, e sugeriu sairmos. Um dia inteiro juntos, rindo, eu e Sara, na praia de Malibu, correndo pela areia como duas crianças sem dono, brincando um com o outro. Comemos sorvete, caímos na água e no fim do dia, eu quase não me lembrava da perturbação que eu tinha quanto a haters, me sentir inútil, tudo aquilo. Nós dois estávamos sentados numa pedra da praia de Malibu que eu conhecia bem: era o nosso ponto de encontro. Eu, Sofia e Sara, os três melhores amigos desde muito tempo.

Naquele dia, eu e Sara estávamos sem Sofia. Mas ela estava no nosso coração, nós conversávamos com ela. Sobre como ela nos fazia rir quando estávamos para baixo, quando Sofia estava para baixo eu dava uma de palhaço. Uma hora eu falava de Sofia, Sara fitava meu rosto, atenciosa.

Acabei não entendendo por que ela me fitava com tanta atenção, com um sorriso fraco, e minha fala falhou.

– O que foi? – Perguntei.

– Você é muito fofo. – Sara riu. – Já notou como você fica enquanto fala da Sofy?

Assenti em sinal negativo.

– Não, como? – Perguntei.

– Seus olhos brilham, seu rosto se ilumina, mesmo nos piores tempos, ela te faz... ela é como seu anseio pela vida. – Sara poetizou. Ela é craque nisso.

– Eu só gosto muito dela. – Sorri, olhando para baixo.

– Muito? Ela é sua vida. – Sara chutou. Ri de novo, daquela vez olhando para o outro lado. O sol batia em meu rosto de leve, eu usava jeans, All-Star, uma camiseta branca (que me deixava aparentemente bem mais magro que o normal, mas esquentava, o que era bom), meu cabelo estava desgrenhado no penteado habitual, mas eu sorria para Sara quando ela disse que Sofia era minha vida, concordando automaticamente com o que ela disse. de certa forma, eu tinha medo de perdê-la, aquele temor vinha desde o dia que ela foi ferida, mas uma certeza estranha invadiu meu peito naquela hora:

Sofia é minha vida. E eu não ia desistir dela tão cedo.



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Notas finais do capítulo

Merece comentários? :) Eu aceito de qualquer forma!!
>>>>PARA OS LEITORES ANTIGOS
Antes eu estava com uma crise de inferioridade e tals, queria deixar a história assim mesmo pra ser deletada, mas aí eu postei um capítulo novo depois de muito tempo e vocês continuaram comigo, e eu amei isso e quis continuar, por isso tive de mudar os nomes da Sel, Jus & cia para esses nomes! Amo vocês :)
Nomes mudados até agora: Justin: Jason/ Selena: Sofia/ Demi: Sara/ Miley: Carly/ Ryan Butler: Lyan/ Kenny: Lenny (criatividade ZERO)/ Joe Jonas: John



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