Coletando Lembranças... escrita por Luangel


Capítulo 9
Adaptação


Notas iniciais do capítulo

Oiê!Como vão as vidas de vocês minhas fadinhas lindas? Peço infinitas desculpas pela demora, mas é que a minha escola fez final de bimestre agora e eu estive ocupada, além d q agora começei a (tentar) aprender japônes na internet ^^



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A chuva caia furiosamente contra a janela de vidro do quarto de Lucy, que ainda achava bizarro chover em pleno deserto, onde vivia. Mas agora a Heartfilia estava mais ocupada dormindo do que observando a chuva. O som da porta de madeira sendo batida por alguém acabou acordando a loira de seu delicioso sono. Ainda sonolenta e coçando a cabeça, a garota se levantou e caminhou até a porta. Ao abri-la se surpreendeu ao ver um par de meninos medrosos. De súbito um raio caiu ao lado do palácio e o estrondo fez com que os gêmeos dessem um pulo de susto e fitassem Lucy.

                —Onee-chan... —Falou Kuwabara, torcendo a barra de seu pijama, parecia nervoso.

                —Nós podemos passar a noite com você?—Completou Kouji rapidamente, quase se embolando com as palavras.

                Apesar do terrível sono que sentia a Heartfilia sorriu ternamente para as crianças a sua frente, era sempre assim, toda tempestade que acontecia, ambos vinham para o seu quarto de madrugada, guiados pelo infantil medo de relâmpagos, ventanias e afins...

                —Só dessa vez!—Suplicaram, falando em conjunto.

A loira sabia que aquele não seria a ultima vez que eles dormiriam com ela e mesmo que o espaço da cama ficasse bem limitado para os três, a garota gostava da companhia inocente dos dois. Ela deu um passo para trás e com um aceno de mão, pediu para que os meninos entrassem, e os irmãos logo obedeceram, caminhando sem cerimônia até a cama da jovem.

                —Venha, onee-chan!—Chamou Kuwabara, se cobrindo com o grosso edredom de Lucy.

                Ela sorriu e caminhou até a sua cama, e por insistência dos garotos, ela ficou no meio, sentada, servindo de travesseiro para Kouji, enquanto Kuwabara se contentava com o abraço de seu ursinho de pelúcia. Já sem sono, a Heartfilia acariciava os cabelos cor de rosa das crianças, tentado não se lembrar de um DragonSalyer que deixava saudade em seu peito. A loira achava engraçado como os reservados gêmeos haviam se apegado tanto a ela,em tão pouco tempo! Fazia cerca de cinco meses que estava ali, cinco meses treinando lutas corpo a corpo para que não dependesse somente de magia para se proteger e apesar dos músculos doloridos e da excessiva fadiga, o treinando mostrava resultado. Com o passar do tempo, a garota se acostumara às variações de humor de Cacius, agora seu mestre, um dia o loiro estava flertando descaradamente com ela, e no outro a xingava de tudo quanto era nome!

                A antipatia imediata de Rei foi outro empecilho para Lucy, já que a morena não dava abertura para nenhuma amizade, julgando que a Heartfilia fosse fraca e inútil, mas ao ver o quase milagroso progresso da loira, Rei começou a se sentir ameaçada e ao mesmo tempo simpatizava com a determinação da maga, formando assim uma amizade semelhante a de Gray e Natsu: uma amizade forte e ao mesmo tempo competitiva, uma queria vencer a outra, não importa em que tipo de competição fosse, desde um duelo de luta ou para ver que fica mais tempo em piscar os olhos.  Já os gêmeos... Ah, os gêmeos... Um sorriso iluminava a face da garota só de pensar nos dois garotinhos que tanto alegravam seus dias. Rei e eles nunca se deram bem pelo fato da morena nunca saber diferenciá-los e ser indiferente com esse fato,além de não suportar crianças, já Lucy sempre conseguiu diferenciá-los, apesar de um ser a cópia exata do outro, até o tom de voz deles era idêntico, mas algo dentro da Heartfilia apontava diferenças quase que imperceptíveis entre eles, tais como: Kuwabara tinha o cabelo um pouco mais rebelde, enquanto Kouji possuía uma microscopia cicatriz na testa, e por causa de saber diferenciá-los, a loira acabou ganhando o carinho daquelas crianças tão reservadas.

                Eles carregavam um semblante triste antes de conhecer a garota, já que o mundo em que eles viviam era repleto de desconfiança e medo de outras pessoas, por causa de traumas sofridos por causa da forte magia que carregam desde que nasceram. A madrugada passou mais rápido do que a maga esperava e Lucy teve a dádiva de ver o sol nascer. A Heartfilia deixou os meninos dormindo em sua cama, e depois de fazer sua higiene matinal e trocar de roupa, desceu para a cozinha, onde geralmente todos tomavam café juntos. Lá, na ampla e limpa cozinha, havia uma garota comendo uma suculenta maça, Rei a olhou com desinteresse e ambas se cumprimentaram com um leve movimento de cabeça.

                —Danna-sama quer falar com você, loirinha... —Murmurou a morena analisando a mordida que dera na fruta.

                —Ok, obrigada. —Respondeu a loira e começou a caminhar até onde ficava o escritório de seu mestre, Cacius.

                Bateu na porta três vezes até que um frio “Entre” foi ouvido, e lentamente Lucy entrou no escritório de seu mestre. O lugar tinha as paredes repletas de livros que explicavam desde as origens da alquimia, até outros bem mais antigos com dialetos irreconhecíveis de tão antigos que eram. Cacius estava sentado em sua poltrona, de costas para a Heartfilia.

                —Nosso que posso lhe ser útil, danna-sama?—Perguntou a loira e o loiro se virou encarando sua subordinada.

                —Aproxime-se Lucy. —Aquela frase soou como uma ordem que foi prontamente obedecida pela maga. —Você evoluiu bastante. —Cacius falou com seriedade, mas tal frase fez com que um sorriso surgisse nos lábios da garota, já que aquele era o único elogio que Lucy ouvira até agora, o rapaz era um professor extremamente exigente, não desperdiçava elogios ao vento.

                —Obrigada, danna-sama. —Respondeu ela fazendo uma reverencia respeitosa.

                O homem suspirou e se levantou de sua poltrona que em resposta, rangeu um pouco. Cacius se apoiou em sua mesa e encarou Lucy.

                —Lucy, você já parou para pensar, no por que daquelas “imagens” surgirem em sua mente quando nos vimos pela primeira vez?—Indagou.

A Heartfilia desviou seu olhar para o carpete envelhecido que decorava o escritório. Na verdade a loira vivia tentando achar o significado para aquelas lembranças sem sentido.

                —Sim, senhor eu já... Tentei decifrá-los. —Respondeu a maga.

                —E conseguiu?—Disparou Cacius, parecendo um tanto assustador na visão de Lucy.

                —Não. —Respondeu a garota de forma serena.

                —Estou pensando... —Assumiu o loiro pondo o dedo indicador sobre seus lábios. —Já está na hora de explicar umas coisinhas...

                O coração dela começou a palpitar contra suas costelas, Lucy estava realmente ansiosa.

                —É melhor você se sentar, querida. —Aconselhou, sua voz soando um pouco mais aveludada do que antes.

Receosa, a loira se aproximou da confortável poltrona do rapaz e se sentou. Longos segundos se passaram, onde Cacius escolhia palavras adequadas e a Heartfilia quase roia suas longas unhas.

                —Bem, vamos começar devagar. —Anunciou Cacuis, seu olhar estava fixado num ponto qualquer e aquela frase parecia ter sido dito em um “monólogo filosófico” do loiro direcionado a si mesmo. —O que você sabe sobre a sua mãe?—Perguntou fitando Lucy que encolheu seus ombros ao pensar na terrível realidade:

                —Nada.

                —Como assim nada?!—Indagou ele, sua sobrancelha estava arqueada e sua voz expressava a leve irritação que sentia.

                —O que você queria?! Eu era apenas uma criança quando ela morreu!—Retrucou a loira gritando, assustando assim seu mestre e até mesmo a si própria que só depois de cometer tal “erro” se curvou e sussurrou:—Me perdoe é que este assunto é um pouco delicad...

                —Certo. —Interrompeu o rapaz de olhos fechados, tentando não perder a paciência com a Heartfilia. —O que eu quero é que você tente se lembrar de sua mãe e das coisas que ela dizia a você, coisas relacionadas á magias...

                A loira sabia que aquela seria uma tarefa extremamente difícil, mas mesmo assim não se deixou abalar.

                —Layla foi uma mãe muito boa para mim, Cacius. —Murmurou a garota se lembrando do modo em que a mulher a olhava e como o sorriso de Layla parecia incrivelmente brilhar mais que o sol. — Ela era uma maga estelar assim como eu, mas eu nunca vira seus espíritos, o que é estranho...

                —É, é bem estranho mesmo... —Concluiu o jovem passando a mão pelo queixo onde uma rala barba dourada crescia. —Como ela morreu?

                —Doente... —Sussurrou a maga, sua voz estava fria por se lembrar de fatos tão... Delicados.

                —Com que doença?—Persistiu Cacius, indiferente com o sofrimento de sua subordinada favorita.

                —Eu não sei... —Sussurrou a garota encarando as orbes verdes do loiro exigente. —Nunca me falaram.

                —Hmm... —Meditou o rapaz, visivelmente pensativo. — Interessante...

                —O que é interessante?—Disparou Lucy, soando um pouco seca demais, mas o garoto a ignorou.

                —Ela morreu em que ano mesmo?—Questionou o jovem caminhando por entre as prateleiras de livros, procurando por algo, sua voz não mostrava muito interesse na resposta que a Heartfilia daria, mas seu andar rápido e largo demonstrava sua ansiedade.

                —No ano X777, com 29 anos. —Respondeu a loira que acompanhou seu mestre quando este fez um simples aceno de mão para que ela o acompanhasse.

                O garoto praticamente corria pelas estantes e mais montanhas de livros, até que a garota se sentisse claustrofóbica em meio aquele mar de documentos velhos. De súbito Cacius parou de andar e sorridente tirou um livro de seu empoeirado lugar, certamente ele não foi tirado dali a mais de décadas. Lucy não dirigia uma palavra, primeiramente devido ao cansaço de correr atrás do loiro e segundo, pela áurea poderosa e intensa que parecia emanar do livro de capa de veludo nobre, que lhe causava arrepios nada confortáveis. Já o rapaz parecia extasiado demais, e quando seus finos dedos tocaram a capa do livro e o abriu poucos centímetros , o garoto subitamente desistiu de abri-lo e sorrindo macabramente, fez uma ultima e enigmática pergunta a sua subordinada:

                —Me responda Lucy, o que aconteceu de tão marcante neste ano?

                A maga se sentia confusa demais para responder e seu mestre pareceu perceber isso.

                —Deixo você colar. —Falou estendendo o pesado livro para Lucy que hesitante o pegou, e quase caiu para frente ao notar o peso dele.

Como uma verdadeira maga celestial, a Heartfilia sentia o poder daquele livro e mesmo que seus instintos dissessem que seria melhor que a loira não o abrisse, a garota o abriu e quase que por ironia do destino a página em que se abriu mostrava uma imagem que fez com que a maga se arrepiasse toda.

                —I-I-Igneel... —Sussurrou ela vacilante.

Lucy nunca havia visto o “pai” de Natsu, mas não era preciso saber muito para perceber que aquele era o amado e desaparecido dragão do rosado.

                A imagem ocupava duas páginas inteiras, e mostrava um grande dragão cor de fogo, seus olhos dourados fuzilavam o suposto “pintor” da imagem e uma fumaça branca escapava por suas narinas, resfriando seu corpo, enquanto labaredas mortais eram cuspidas de sua boca. O coração da maga pareceu sangrar por uma ferida que começava a estancar o sangue, porém ela havia ficado mais forte, ou era isso o que ela pensava, já que havia aprendido a mascarar seus verdadeiros sentimentos, começando a construção de uma barreira contra eles, mas a Heartfilia pouco sabia que isso seria tão eficiente quanto se secar com uma toalha molhada, uma hora sua barreira desmoronaria e tudo seria pior do que antes. Seus olhos castanhos se prenderam a palavrinhas em itálico que estavam discretamente posicionadas debaixo da imagem, uma legenda:

“Ano X777: Extinção misteriosa dos dragões.”

                —Descobriu?—Perguntou Cacius, curiosamente malévolo.

                —A extinção dos dragões. —Respondeu. —Tá, mas o que isso tem a ver com a morte de minha mãe?—Perguntou ela, voltando a encarar o loiro, um medo secreto tomava conta do peito da jovem que temia a resposta do rapaz.

                —Vamos descobrir as coisas lentamente. —Falou falando a ultima palavra tão vagarosamente que chegou a irritar a Heartfilia. —Se a minha linha de pensamento está certa, Layla Heartfilia foi uma dama muito interessante e importante.

                —O que quer dizer?—Sussurrou a loira e o jovem não a escutou ou pelo menos fingiu muito bem isso.

                —Temos que começar de forma simples: Descobrindo como e de quê a sua mãe morreu.

                —E como faremos isso?—Indagou Lucy com a respiração falha, temendo escutar o que eu não queria mais ouvir:

                —Visitando seu nada doce e antigo lar.

                A bela e imponente mansão Heartfilia, ou ao menos o que restara dela, era o recanto dos fantasmas da unigênita da família, era lá onde nascera e crescera, lembranças boas e felizes habitavam os cômodos abandonados da residência, aquilo seria uma tortura para a loira, ma ela estava disposta a isso.


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Notas finais do capítulo

E aí? Mereço reviews? Recomendações? Peço desculpas (novamente) pelo cap pequeno, mas é q seu fosse fazê-lo maior, iria demorar mais ainda! Enfim, o próximo capítulo terá o ponto de vista de quem, hein?
:*



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